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29 setembro 2011

China é menos dependente de exportações

Por Pedro Correia

De acordo com nota publicada pelo HSBC, as exportações líquidas chinesas contribuíram quase zero para o crescimento de 9,6% do PIB chinês no primeiro semestre de 2011. A noção do "Made in China", talvez, esteja em seu fim, pois a baixa depêndencia das exportações revela que a demanda doméstica é fundamental para o país. Assim, qualquer problema econômico chinês nos próximos anos não será tão proveniente dos EUA ou da Zona do Euro. Leia parte da nota dos economistas ,Qu Hongbin e Junwei Sun, do HSBC:


Chinese growth has become much less export-driven. The net exports to GDP ratio has shrunk to 2-3% from 8-9% before the global financial crisis… Domestic demand has contributed 110% of China’s GDP growth since 2009, much higher than the average of around 85% in the previous three years before the crisis.

During 2008-09, when the global economy slipped into a recession and net exports fell by 40% y-o-y, this 3-4ppt contribution turned into a negative 2ppt contribution, cutting the GDP growth rate by 5ppts before the massive stimulus package picked up the slack. This time around the implication is that if the global economy falls into a recession again, net exports would at most cut China’s GDP growth by 1-2 ppts.




Fonte: CEIC, HSBC

28 setembro 2011

Rir é o melhor remédio


Um jogador de xadrez morre e depois de alguns dias um amigo dele ouviu a sua voz.

"Onde você está agora", perguntou ele.

"O que você quer ouvir primeiro, a boa notícia ou a má notícia?"

"Diga-me a boa notícia primeiro."

"Bem, é realmente o céu aqui! Há torneios e sessões relâmpago acontecendo o tempo todo. Morphy, Capablanca, Lasker, Alekhine, Tal, Botvinnik, todos eles estão aqui"

"Fantástico!" o amigo disse, "E a má notícia?"

"Você tem jogo contra Capablanca no sábado."

Fonte: Aqui

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Teste 524

Quanto tempo sem os "testes". Parece que não fez muita falta. Mas o de hoje é bem longo e interessante:


Na segunda-feira anunciou que a Boeing entregou a primeira unidade do 787 Dreamliner, seu novo avião. As informações indicam que ocorreu um atraso na entrega de três anos e que o custo de pesquisa e desenvolvimento foi de 32 bilhões.

Cada aeronave terá um preço de 200 milhões de dólares e existem 800 unidades já vendidas. Mas a empresa está desenvolvendo esforços no sentido de fabricar 10 unidades por mês.

A Boeing se recusou, até agora, a dizer quantos aviões precisa vender para não ter prejuízo.

a) Qual o conceito do texto em itálico?

b) Considere que a empresa consiga fabricar 10 unidades por mês. Suponha também que a empresa não possua custo de produção. Em quanto tempo a empresa irá “pagar” os gastos com pesquisa e desenvolvimento?

c) O cálculo da alternativa anterior é irreal já que existem custos de produção. A DRE da empresa mostra que o lucro operacional em 2010 foi de 5 bilhões para uma receita de 65 bilhões de dólares. Suponha que esta margem, de 7,7%, será mantida nos próximos anos. Quanto tempo seria necessário para pagar os gastos de P&D, nesta situação?

d) A margem de 7,7% é irreal já que faz parte das despesas o P&D que foi levado a resultado. Só em 2010 foi de 4 bilhões. Isto significa que a comparação mais adequada seria  9 bilhões (4 mais 5 bilhões) sobre uma receita de 65 bilhões. Ou seja, uma margem de 13,87% para cada avião. Para arredondar, vamos considerar uma margem de 14%. Em quanto tempo a empresa irá recuperar os gastos com P&D?

e) Os cálculos anteriores foram realizados sem levar em consideração o valor do dinheiro no tempo. Supondo uma taxa de desconto de 0,5% ao mês (ou 6,2% ao ano), em quanto tempo será o retorno?

f)   Qual a quantidade de aeronaves que a empresa precisaria vender para a última situação?

Auditorias


Mais um capítulo na guerra entre regulador e as big four. Segundo Huw Jones, da Reuters (Grandes firmas de auditoria poderão sofrer abalo enorme com novas regras)

As "Big Four", quatro maiores firmas de auditoria do mundo, podem ser desmembradas, ficando suscetíveis a aquisições, se forem em frente planos radicais da União Europeia para intensificar a concorrência, disse na terça-feira uma autoridade britânica do setor.


O comissário para mercado interno da UE, Michel Barnier, deverá publicar um projeto de lei em novembro para limitar o que considera um conflito de interesses - quando os auditores verificam os balanços contábeis e prestam serviços de consultoria a um mesmo cliente.

Ainda segundo a Reuters:

O Parlamento Europeu, que dará a palavra final aos Estados da União Europeia, deu aos planos seu mais amplo apoio neste mês.


Técnicos do setor de auditoria estimam que entre 28% e 30% das receitas mundiais são provenientes da verificação legal de livros contábeis, com cerca de 18% de serviços de não auditoria prestados ao mesmo cliente de auditoria. Isso significa que cerca de metade das receitas totais provém da prestação de serviços de consultoria a clientes que não estão sendo auditados.


Barnier decidiu legislar na forma de uma regulamentação, que terá obrigatoriedade diretamente aplicável aos Estados da UE, não dando margem a alternativas locais.


O Reino Unido, como sede da base europeia das quatro grandes, provavelmente se oporá a algumas das propostas mais radicais de Barnier, embora seu Office of Fair Trading tenha anunciado em julho ser justificada uma investigação abrangente sobre as condições de concorrência no setor.

O projeto previsto é bastante amplo, conforme informado ontem no blog:

Outros elementos do projeto regulamentar são o diálogo regular entre auditores e suas entidades regulamentadoras; o rodízio de auditoria a cada nove anos; e a proibição às cláusulas restritivas com as quais os bancos insistem em que uma empresa que recebe um empréstimo deva ser auditada por uma das quatro grandes.


A proposta ainda prevê a implementação de auditorias conjuntas, para que o trabalho de uma das quatro grandes seja compartilhado com rivais menores. Isso se aplicaria a empresas com balanço patrimonial acima de €1 bilhão.


A Autoridade Europeia Fiscalizadora de Valores Mobiliários e Mercados desempenharia um papel de coordenação na supervisão dos auditores na UE.


Alguns dos planos já estão sendo aplicados, como a rotatividade, na Itália, e as auditorias conjuntas, na França.


Uma lei da União Europeia que entrou em vigor em 2008 estabelece o rodízio dos sócios auditores - porém não da firma de auditoria envolvida - a cada sete anos. Também diz que o auditor não pode fornecer serviços de consultoria a um mesmo cliente caso isso dê margem a grandes conflitos de interesse, porém muitos países ainda não aplicaram essa lei na íntegra.

Default da Dívida

Os gráficos mostram os defaults de títulos externos ao longo do tempo. O primeiro gráfico cobre o período de 1820 a1920. Neste período percebe-se o default do Brasil nos idos de 1820, no final do século XIX, no início do século XX e durante a primeira guerra. É interessante notar a presença significativa dos países da América Latina: 55 defaults de um total de 76 ou 72%. Observe também a presença de Portugal (3 vezes) e Espanha (3 vezes). 

O segundo período vai de 1920 a 1980. O Brasil aparece após 1930 (duas vezes). Os países da América Latina aparecem 29 vezes e novos “caloteiros” surgem. 


O último gráfico trata do período de 1981 a 2003. O Brasil aparece na década de oitenta (governo Sarney), mas um grande número de países também decreta default, de diversas partes do mundo. Neste período, a Argentina usa este artifício três vezes. 



Durante este período, o nosso país decretou default sete vezes. Isto não é motivo para orgulho, já que o default constante tende a traduzir num aumento nos juros cobrados externamente. 


Fonte: aqui

Ciclismo: custo e custo de oportunidade

Uma notícia do Estadão sobre ciclismo no cidade:

Desistir da ideia de comprar um carro e usar uma bicicleta para ir ao trabalho todos os dias pode significar economia de até R$ 2.700 por ano, segundo estudo da Coppe, o programa de pós-graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Cálculos dos pesquisadores mostram que pedalar consome R$ 0,12 por km - um sexto da despesa referente a veículos movidos a gasolina, que chega a R$ 0,76. 


O levantamento, coordenado pelo aluno de mestrado Marcelo Daniel Coelho, levou em conta o preço de uma bicicleta nova, a compra de acessórios, a depreciação e a manutenção do equipamento. A pesquisa foi feita com base em percursos de 20 km por dia no Rio e em Porto Alegre, simulando os trajetos de ida e volta ao trabalho durante a semana. (...)


Três aspectos relevantes não abordados no texto (e talvez na pesquisa):

a) quem utiliza a bicicleta para ir ao trabalho "perde tempo" já que este meio de transporte é mais lento. Mas imaginando que o motorista deveria ir para uma academia, o "tempo" economizado no automóvel pode ser compensado pelas horas na academia. Além disto, haveria uma economia com gastos com atividade física.

b) para alguns trabalhadores o ciclismo pode ser inviável pelos problemas na transição entre o uso da bicicleta e estar pronto para o trabalho. Basicamente o burocrata que tem que trabalhar de terno terá problemas em usar a bicicleta.

c) talvez o principal inibidor do uso de bicicleta seja o risco do seu uso frente ao automóvel. Neste sentido duas medidas poderiam ser tomadas para reduzi-lo: (1) aumentar o número de ciclistas, pois isto reduz o potencial de acidentes (vide o livro O Gorila Invisível que explica este fato) e (2) criar condições mais favoráveis para este meio de transporte.

Foto: Aqui