Translate

28 setembro 2011

Inveja


Em 30 de junho as doações recebidas pela Universidade de Harvard chegaram a 32 bilhões de dólares. Para se ter uma ideia, o orçamento do Ministério da Educação do Brasil foi de 41 bilhões de reais. Ou seja, o volume de doações recebidas por Harvard é maior que o orçamento do Ministério da Educação.

Com um agravante: parte dos recursos recebidos por Harvard são aplicados no mercado e durante o exercício encerrado agora renderam 21,4% de retorno, um ganho perto de 6 bilhões de dólares.

Foto: aqui

As fraudes mais comuns na partilha de bens no divórcio

Pelo menos dois aspectos bastariam para justificar a volta ao mercado editorial, em setembro, do livro Divórcio, Dissolução e Fraude na Partilha de Bens. A primeira edição, lançada no ano passado, esgotou-se rapidamente. E de lá para cá o tema ganhou novos contornos e interesses, com a aprovação da Emenda Constitucional 66, em julho de 2010, responsável por um aumento expressivo no número de divórcios e, por consequência, de processos recheados de indícios de irregularidades por ocasião da partilha de bens.

Gladston Mamede e Eduarda Cotta Mamede, autores do livro, foram cuidadosos na definição do problema. Identificam e analisam detalhadamente o arsenal de fraudes e artifícios usados para reduzir ao mínimo possível o patrimônio alvo da partilha em casos de divórcios, mas também apontam os meios disponíveis para que sejam evitados ou combatidos, mesmo reconhecendo a dificuldade e os desafios que precisarão ser enfrentados por advogados e juízes, além do cônjuge prejudicado.

Na estratégia de lançamento da segunda edição, os dois autores correram o país em uma série de palestras e debates, sempre com auditórios lotados por platéias multidisciplinares e não apenas por militantes da área do Direito de Família. Faz sentido. No livro, fica clara a influência cada vez maior exercida pelo Direito Empresarial e Tributário sobre relações até então consideradas meramente familiares.

“A sociedade se sofisticou e isso tornou mais complexo o trabalho do advogado”, afirma Gladston. Para ele, o conhecimento elementar que bastava para a advocacia duas ou três décadas atrás já não é suficiente e é preciso acompanhar os novos tempos. “Dizer que a minha área é família e eu não sei nada de empresarial é um risco, porque uma larga zona cinzenta se estabeleceu entre as disciplinas e é exatamente aí que os conceitos se intercomunicam.”

No livro, Gladston e Eduarda debruçam-se, principalmente, sobre as estruturas e estratégias empresariais, societárias e contábeis, reiteradamente utilizadas como mecanismo para o desvio ou a ocultação de bens e valores. Em muitas situações, embora se tenha a certeza de que há algo errado, não se sabe exatamente o que aconteceu, onde o dinheiro e os bens foram parar. “Acontece o mesmo por ocasião das sucessões. Não raras vezes isso acaba por desestruturar a empresa e frustrar a expectativas dos herdeiros”, comparam.

No caso do divórcio, Eduarda Cotta aponta entre “as fraudes mais comuns” aquelas que envolvem movimentos societários e que, de um modo em geral, se caracterizam pela cessão de quotas ou ações no curso da separação ou feitas em um período próximo, como forma de excluir ou reduzir consideravelmente o patrimônio da pessoa física. “Também são comuns determinadas manobras contábeis, que implicam, no final das contas, na redução do valor patrimonial da empresa”, acrescenta.

Há situações de empresas bem sucedidas, mas na hora de um dos cônjuges usufruir de parcela desse patrimônio depara-se como um cenário bem diferente, muitas vezes com patrimônio líquido negativo ou bem próximo disso. Nesses casos, dizem os autores, somente uma auditoria contábil poderá fornecer as respostas, seja pela constatação de simples manobras contábeis, seja por um inexplicável endividamento em período curtíssimo que coincide como o momento da separação judicial.

Para eles, o conhecimento é a principal forma de combate a essas operações, muitas delas encobertas por métodos fraudulentos. “Saber quais são as principais simulações é, antes de tudo, identificar onde o problema pode estar para, assim, tentar detectá-lo e, então, saná-lo”, advertem. Entre as fraudes contábeis mais praticadas, os autores destacam a manipulação de dados, a omissão deliberada de transações, apropriações de bens do ativo circulante, simulação de perdas e danos e fraudes relacionadas aos ativos realizáveis, diferidos ou imobilizados.

O livro também aborda vários artifícios ilegais comuns na área gerencial, como o esvaziamento do patrimônio societário, operações que existem apenas nos livros contábeis e até mesmo a criação de empresas espelho. Dependendo do modelo societário da empresa, não são poucas as ocasiões em que as fraudes contam com a participação ou a anuência de outros sócios, principalmente em casos de alienação de quotas e ações ou cisões fraudulentas da empresa durante o processo de separação do casal.

Impedir não é fácil, admitem os autores. Normalmente quando a parte toma ciência da situação as fraudes já foram praticadas e aí somente o trabalho pericial poderá tentar repor o patrimônio original, diz Eduarda. Para ela, em situações normais e que envolvam patrimônio substancial, o ideal seria que essa situação fizesse parte do planejamento societário.

Além de divórcios, o problema também pode estar presente em casos de sucessões, principalmente quando ocorre a morte de um dos sócios, gerando um quadro de desestruturação da empresa ou frustração das expectativas dos herdeiros. Quando um herdeiro assume a titularidade de quotas, sem sempre a situação é mesma, a começar pelo relacionamento entre os sócios. São donos, herdaram e continuarão exercendo direitos e obrigações, mas essa condição não significa, necessariamente, uma intervenção negativa na gestão da empresa. “É uma possibilidade real de conflito que pode muito bem ser evitada, no casamento ou na sociedade empresarial, poupando tempo, dinheiro e aborrecimentos”, afirma Eduarda.

Fonte: Robson Pereira, Consultor Jurídico

As implicações dos GAAP a partir de uma análise da pesquisa positiva em contabilidade

Implications for GAAP from an analysis of positive research in accounting
S.P. Kothari, K. Ramanna, D. J. Skinner
Journal of Accounting and Economics, v. 10, n. 2-3, p. 246-286, 2010.
Postado por Isabel Sales

A padronização do financial reporting se origina principalmente de três grandes fatores:

1. Controvérsia existente em relação ao grau em que o valor justo deverá ser utilizado como base para o financial reporting;

2. Escândalos e a crise financeira de 2008-2009 levaram alguns autores a argumentarem que os US GAAP (princípios contábeis geralmente aceitos dos Estados Unidos) devem evoluir para a utilização de princípios baseados em normas contábeis ao invés do detalhamento de regras contábeis; e

3. O compromisso de convergência e a colaboração contínua do FASB (Financial Accounting Standards Board) e do IASB (International Accounting Standards Board) poder resultar num padrão global único na próxima década.

Destarte, Kothari, Ramanna e Skinner revisaram a literatura existente em relação à teoria positiva dos GAAP. Essa teoria prevê que o foco principal do GAAP é o controle. A verificabilidade e o conservadorismo são características críticas dos GAAP moldados por forçar de mercado. No desenvolvimento da pesquisa os autores reconhecem as vantagens de se utilizar fair value em circunstâncias em que os valores justos sejam baseados em preços observados em mercados secundários líquidos, mas defendem que deve haver caução na generalização do fair value para instrumentos financeiros. Conclui-se que, melhor que convergir o US GAAP ao IFRS, a competição entre o FASB e o IASB permitirá que os GAAP respondam melhor às forças de mercado.

Groupon

o Groupon também apresentou os números revisados de sua contabilidade. Da última vez que a empresa informou o relatório, eles alegaram ter US$ 1,5 bilhões em receitas para o primeiro semestre de 2011. Agora, com os relatórios atualizados, a informação é que a receita está em US$ 688 milhões, para o mesmo período. (Fonte: aqui)


Em empresa de tecnologia é muito comum erros na contabilização do total da receita. Estas empresas geralmente não geram lucro ou fluxo de caixa no início do seu ciclo de vida. A receita torna-se a base da avaliação, também sendo usada para determinar a participação no mercado.

Poluição


Pesquisa da OMS revela as cidades mais poluídas do mundo. Em primeiro lugar, Ahwaz, no Irã, com um índice de poluição correspondente a 372. O segundo é para capital da Mongólia, Ulaanbaatar, com 279. Depois Sanandaj (Irã), Ludhiana (Índia) e Quetta (Paquistão).

A cidade com maior poluição no Brasil é o Rio de Janeiro, com 64 de índice.  Ocupa a 144º. Lugar na lista. Depois Cubatão (48 e 204ª.), Região de Campinas (39, 267ª.) e São Paulo (38 (268º.).

Leia mais aqui. Foto: Ahwaz.

27 setembro 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Auditorias


Segundo o Financial Times (Europa analisa mudanças drásticas para auditorias, Alex Barker e Jennifer Hughes, publicado no Valor Econômico, 27 set 2011, D4), a Comissão Europeia estuda mudanças no mercado de auditoria:

Pelos planos, que serão anunciados em novembro, as companhias com balanços maiores que €1 bilhão seriam forçadas a contratar dois auditores para conduzir uma “auditoria conjunta” de seus livros, incluindo pelo menos uma firma que não faça parte das Big Four (Deloitte, PwC, Ernst & Young e KPMG).

Além disto, segundo o jornal, o plano prevê o rodízio de auditores para cada nove anos e a proibição de serviços não relacionados com auditoria. Estes serviços representam dois terços das receitas das grandes empresas em alguns países.

O próprio texto do Financial Times prevê que a proposta não será facilmente aprovada pelos países europeus. O jornal (Propostas de Bruxelas pegam as grandes empresas do setor no contrapé, publicado no Valor Econômico, 27 set 2011, D4) considera que as Big Four estão “entre os lobistas mais silenciosamente eficientes do mundo”. O jornal considera que talvez a Comissão Européia esteja jogando pesado agora para barganhar no futuro. De qualquer forma, a proposta final será publicada em novembro deste ano.

Uma das razões para o surgimento do assunto foi, sem dúvida, a crise financeira. Além disto, a preocupação com a concentração do setor de auditorias já existe há anos, antes mesmo da falência da Andersen.

No Brasil, o Valor Econômico ouviu a presidente do Ibracon (Público é contra medidas, diz presidente do Ibracon, Fernando Torres, 27 set 2011), que afirmou que um processo de consulta pública realizado pela Comissão Europeia este ano não deu respaldo a proposta:

“Não existe suporte a essas idéias, seja entre acadêmicos, auditores, membros de conselhos de administração e até reguladores. Se pretendem avançar com a proposta, parece que estão ignorando as informações que receberam”, afirma Ana María, com a ressalva de que não teve acesso ao esboço da proposta, que deve ser apresentada em novembro.

Esta declaração é polêmica, já que os problemas de concentração do setor de auditoria é uma preocupação constante dos “acadêmicos, auditores, membros de conselhos de administração e até reguladores”. E este assunto não é novo na contabilidade. A impressão que ficou é que a presidente do Ibracon defendeu uma posição pessoal.

Foto: aqui