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22 setembro 2011

Espanha e Portugal



Um trecho do Financial Times sobre as empresas espanholas (publicado no Marginal Revolution) mostra que a Espanha está a perigo.

As empresas portuguesas não financeiras apresentam uma dívida que corresponde a 16 vezes o lucro antes de juros. Isto significa que uma taxa de juros de 6,25% faz desaparecer todo o lucro (isto é, 1/16 = 0,0625).

Já as empresas espanholas possuem uma relação de 12 vezes. Ou seja, a uma taxa de juros acima de 8,3% consome todo o lucro, não sobrando nenhum dinheiro para o acionista.

O texto considera que uma relação de 10 vezes o padrão máximo. O texto compara a Espanha com o Japão de 1996 a 2002, quando a economia ficou sem crescimento. Ou seja, tempos difíceis para a Espanha e Portugal.






(Imagem: aqui)

Vale a pena sediar os Jogos Olímpicos?

Por Pedro Correia

Será que os Jogos Olímpicos promovem os benefícios econômicos que tantas autoridades proclamam? Markus Brückner e Evi Pappa defendem que sediar as Olimpíadas aumenta as expectativas de produção futura e, assim promove o investimento, consumo e atividade geral. No entanto, o estudo sugere que os maiores efeitos macroeconômicos ocorrem 4 anos antes do evento:

"Anticipation effects are present in all the variables we consider; GDP growth increases significantly during the five years before hosting and the peak response occurs four years before the actual hosting of the event."


Destarte, o maior efeito sobre o PIB brasileiro ocorrerá em 2012. A frase de Albert Fishlow resume o caso da Rio 2016:"Não sei se a Olimpíada será boa para o Brasil, mas a Grécia organizou uma em 2004″.

Orçamento Público


E, embora o país seja considerado referência mundial em transparência, especialistas criticam a qualidade dos dados disponibilizados pelo governo federal. "Na comparação com outros países, o Brasil está avançado, mas ainda tem muito o que melhorar", pondera o consultor de orçamento do Senado, Fernando Moutinho.


Ao acessar o site Siga Brasil, alocado no portal do Senado Federal, é possível obter algumas informações de gastos públicos, mas muito ainda está de fora. Um exemplo são os recursos desvinculados do orçamento, ou seja, que não estão ligados a um ministério ou órgão, e que ficam reservados para gastos considerados necessários no ano vigente.


Não é possível determinar, por exemplo, o destino dessa verba. Só é possível encontrar o quanto ela representa do orçamento. Outro caso é a não publicação do destino de verbas de convênios entre estados e municípios.


É possível apenas saber quanto é transferido para essas esferas, mas não quais foram as empresas beneficiadas pelos repasses.


Programas essenciais


Dados de programas que foram considerados carros-chefes do governo, como o Bolsa Família, o Minha Casa, Minha Vida e o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), embora disponíveis nos sites oficiais, não são fáceis de encontrar. No caso do PAC, por exemplo, é preciso saber, exatamente, quais são os nomes dos projetos que contam com recursos do programa e somá-los, um a um.


Não há uma legenda "PAC" no Siga Brasil, o que dificulta o acesso por pessoas leigas no jargão orçamentário.


"Apenas divulgar números não torna um governo transparente. É preciso tornar os dados legíveis para a população", defende o economista Valdemir Pirez, especializado em contas públicas.


Transparência no Orçamento Brasileiro é questionável - Carolina Alves - Brasil Econômico - 21 set 2011. Foto: Flickr

Precisa mesmo ser novo?

Tom Copeland, diretor de Práticas de Finanças Corporativas no Monitor Group, uma firma de consultoria, observa:" Se fossem capazes de pagar, a maioria das pessoas gostaria de dirigir um carro novo. Os administradores não são diferentes... Em minha expectativa,... os administradores gastam milhões de máquinas novas antes de precisarem fazê-lo. Na maioria dos casos, o custo total é de 30% a 40% mais baixo, caso uma empresa continue mantendo uma máquina existente por mais cinco anos, em lugar de trocá-la por uma máquina nova. Para combater as compras compulsivas de novas máquinas, as empresas devem obrigar os administradores a analisarem os números de todas as opções de investimento dsiponíveis - incluindo a manutenção dos ativos existentes ou a compra de ativos usados"

Fonte: Tom Copeland," Cutting Costs Without Drawing Blood", Harvard Business Review,2000,p.3-7.

Previsão para o Nobel

Saiu a previsão para o Nobel de Economia da Thomson Reuters: Douglas W. Diamond - pela análise de intermediação financeira e monitoramento Jerry A. Hausman - com Jerry White pela contribuição em econometria (teste de Hausman) e teste White Anne O. Krueger - com Gordon Tullock, pela descrição do rent-seeking behavior Gordon Tullock - com Anne O. Krueger Halbert L. White, Jr. - com Hausman, em econometria

As melhores universidades em Economia

1. Harvard
2. MIT
3. Stanford
 4. London School of Economics
5. Oxford
6. Cambridge
7. Berkeley
8. Chicago
9. Yale
10. Princeton

Fonte: aqui

É interessante a posição da LSE, mesmo após o escândalo do financiamento de Kadafi.

Capital dos Bancos


A questão do nível de capital de uma instituição financeira é muito importante. O acordo de Basileia criou exigências para que as instituições de diferentes países possam atuar. O principal parâmetro ficou conhecido como índice de Basileia. No Brasil o parâmetro para este índice é 11%, conforme uma forma de cálculo que leva em consideração o risco das operações efetuadas pelos bancos.

Recentemente o Banco Central divulgou um diagnóstico mostrando que treze instituições não cumprem este índice.

No teste de estresse que apontou necessidade de capitalização de treze bancos, de um total de 160, o BC considerou uma elevação da taxa média de inadimplência de 3,6% para 14%. Mesmo esses não quebrariam; só ficariam desenquadrados da norma. Quebra mesmo só se o percentual chegasse a 16%. O BC não informou quantos iriam a pique, nessa hipótese.


Mas eles representariam apenas 0,05% dos ativos do sistema, menos do que representava o Matone (0,07%), banco comprado pelo JBS.

Simulando um rebaixamento generalizado, de dois degraus, na escala de classificação de risco dos tomadores de crédito, o BC chegou a um resultado parecido. Só doze bancos teriam que convocar os acionistas a coçar os bolsos. Mas a participação deles nos ativos do sistema seria maior: 13,6%.

Os testes de estresse mostraram resistência também a riscos de mercado, mesmo em situações mais extremas. Segundo o diretor de Fiscalização do BC, Anthero de Moraes Meirelles, os cenários "exagerados" incluíram juros a 1% ao ano, taxa de câmbio a R$ 4,70 por dólar e queda real de 4,7% o Produto Interno Bruto. No pior desses quadros, apenas um banco, nada representativo, quebraria e os desenquadrados das regras de capital mínimo seriam 11% dos ativos do sistema.

Em outras palavras, o sistema financeiro brasileiro parece adequado.