Translate

25 agosto 2011

IPO do Manchester

Por Pedro Correia

O Manchester United irá realizar IPO em Singapura para captar 1 bilhão de dólares.Por que um time de futebol quer realizar um IPO? De acordo com o Financial Times, os proprietários da equipe,a família americana Glazer,irão utilizar os recursos do IPO para pagar as dívidas do clube, num total de 849 milhões dólares.

Por que Singapura? Qual é a razão para não abrir capital em Londres ou Hong Kong?Londres não foi escolhida , pois há desconfianças locais quanto ao modelo de negócios de clubes de futebol. Em relação à cidade chinesa, o clube inglês está apto a realizar o IPO na bolsa local, no entanto ,as exigências e os custos de uma oferta inicial são maiores que em Singapura. Segundo Kevin Brown, é uma estratégia para evitar um exame minucioso, por parte dos órgão reguladores de Hong Kong, da situação econômico-financeira do Manchester . Ademais, o clube quer evitar uma identificação excessiva com os chineses, já que diversos fãs estão espalhados por outros locais do sudeste asiático. A seguir a opinião de Kevin Brown:

"The club's opaque finances are seen by sceptics as a key reason why Manchester United decided to locate its IPO in Asia rather than in London, where there is scepticism about the business models of football clubs whose revenues largely disappear in ever-inflating player salaries and transfer fees,'' Brown writes."The air of mystery has been compounded by the club's surprise choice of Singapore for its IPO, rather than Hong Kong, as had been widely expected – a decision described as "hard to explain" by one banker involved in early discussions on the listing. People with knowledge of the proposals say the driving force was a desire to avoid over-identification with China, and to tap the very large fan base among the 600m people of relatively well-developed South-East Asia, for whom Singapore is a natural financial hub. However, the financial sector in Hong Kong is awash with rumours that the switch is somehow designed to allow the secretive Glazers to avoid close scrunity of Manchester's United's finances, including the relationship between the club's debts and their own."

Esferas





Esferas

Eletrobras 3

Eis outro ponto engraçado da entrevista:

Figueira: (...) Vamos separar uma questão: balanço, quando ele fecha os números, quando ele dá lá a receita bruta, ele não tem dúvida da receita bruta. Agora, o que ele quer dizer? Existe uma necessidade de controles internos que me garantam que aquele número foi gerado com confiabilidade, não teve chance de erro, e aí é que entra a SOX. Nessa questão da SOX, ele levantou seis pontos de advertência. O que a lei fala é a necessidade de você ter controles internos e processos chaves da sua organização que você garanta a confiabilidade dos seus números. 

Entenderam? Ele disse que não existe dúvida sobre a receita; mas que a SOX tem questionamentos sobre a  confiabilidade do número. Ou seja, existe dúvida sobre a receita.

(Foto: Flickr)

Eletrobras 2

Ainda sobre a empresa, o Valor fez uma entrevista com seus gestores. Eis um trecho interessante:


Valor: Por que estão atrasando tanto esses balanços?
Figueira É uma pergunta para o financeiro, mas é que houve essa mudança do padrão contábil.
Valor: Mas a mudança foi para todas as empresas...
Figueira: Já viu o número de participações que a Eletrobras tem?
Valor: A Petrobras tem muito mais, e não atrasou.
Figueira: Muitas empresas já adotavam o padrão IFRS, as nossas não. Adotamos o padrão IFRS neste ano, tivemos uma série de motivos para isso. Eu preferia endereçar essa questão...
Valor: Para o presidente (risos). [Figueira é Coordenador Geral da Presidência]
Figueira: É. Para o diretor financeiro, para as pessoas que entendem desse assunto. Eu não me sinto nem confortável para tocar nesse assunto.

Eletrobras


A auditoria externa da Eletrobras apontou deficiências nos controles usados para garantir a qualidade das informações usadas na elaboração dasdemonstrações financeiras da companhia, a holding estatal do setor elétrico. (...)


O auditor da Eletrobras emitiu um parecer, com seis ressalvas, que consta de um documento enviado em julho, com atraso, ao órgão regulador do mercado de capitais americano (SEC, na sigla em inglês).


O chamado Formulário 20-F é uma espécie de balanço anual que as empresas estrangeiras com ações negociadas nos Estados Unidos têm que apresentar à SEC.


O documento, referente ao exercício de 2009, foi entregue com atraso de mais de um ano (o prazo regulamentar é de seis meses depois do fim do exercício).


O relatório de 2010 ainda não foi divulgado, mas a Eletrobras incluiu as considerações do auditor no Formulário de Referência, conjunto amplo deinformações que passou a ser exigido pela Comissão da Valores Mobiliários (CVM), fiscal do mercado brasileiro, a partir de 2010.


Nesse documento, cuja primeira versão foi enviada à CVM no fim de maio com os dados de 2010, foi excluída uma das ressalvas, referente aos controles da usina de Itaipu.


Os problemas identificadas pela auditoria independente da empresa, a PricewaterhouseCoopers (PwC), vão desde a falta de controles eficazes para "prevenir e detectar distorções relevantes nas demonstrações financeiras" até "equipe interna com número insuficiente de pessoas com um nível satisfatório de conhecimentos contábeis [sobre as regras contábeis americanas]".


"As ressalvas do auditor não estão relacionadas aos números do balanço, mas aos controles internos e processos-chaves que garantem a confiabilidade dos números", diz Luiz Augusto Figueira, coordenador geral da presidência da Eletrobras.


"Ele identificou pontos de fraqueza que precisam ser aprimorados, mas nem por isso deu negativa de opinião ou deixou de auditar os números. Ele garante que aqueles números estão certos", afirmou Augusto Figueira. "[A mensagem do auditor foi] melhore alguns pontos de controle interno para garantir que o acionista tenha mais certeza desse investimento."


Fernando Macedo, gerente da divisão de controles internos do departamento de gestão de riscos da empresa, diz que em 2009 a empresa não tinha uma área de controle de gestão de riscos implementada. "Em 2010 criamos a área e estabelecemos a política de gestão de riscos, para acabar com esse problema." Mas, ele ressalta que a "atualização dos controles internos com a maturidade necessária tem um tempo mesmo".


Como parte de um projeto ambicioso de se tornar a "Petrobras do setor elétrico", a Eletrobras começou um processo de reestruturação para ganhar mais controles sobre suas coligadas, o que incluiu a adoção de uma sistema de gestão e de auditor únicos para todas as empresas do grupo.


José da Costa Carvalho Neto, presidente da Eletrobras, avalia que já houve um progresso "bom" e que a empresa está dando prioridade à questão da tecnologia, que inclui a adoção do software de gestão da alemã SAP.


"Vamos fazer um trabalho muito interessante sobre essas ferramentas de informática para dotar a Eletrobras de todos os recursos, não só nas empresas de geração e transmissão, mas também de distribuição", disse. "A integração para nós é fundamental, tem que começar com a parte deinformática."


Contudo, ele admite que nem todas as empresas do grupo Eletrobras adotaram o sistema. Além da holding, Furnas, Eletronorte, Eletronuclear usam o SAP, as outras não. "Temos um sistema satisfatório na Chesf e na Eletrosul, mas não é o SAP. Não queremos que seja necessariamente o SAP. Queremos que os sistemas falem entre si, que sejam integrados. Tem diversas alternativas que analisamos e chegamos à conclusão das alternativas que são viáveis. Mas em todos os casos em que a alternativa é viável, tem um requisito: a integração", disse Carvalho Neto.

(Valor Econômico, 23 Ago 2011,Eletrobras faz revisão de seus controles internos; Nelson Niero, Cláudia Schüffner e Rafael Rosas  Foto: Aqui

24 agosto 2011

Rir é o melhor remédio




Guerra contra o Androide (da Google), que arrota Motorola e suas patentes.

Por que reduzir a corrupção aumenta o valor da empresas brasileiras?



A visão do mercado financeiro sobre um determinado país pode ser expressa através da nota da sua dívida externa. Esta nota é dada por empresas de ratings, sendo a mais famosa a S&P. Quando um país tem um bom desempenho, sua nota melhora; se aumenta o risco de não pagar suas dívidas, sua nota piora.

Já foi observado, no entanto, que as notas dos países possuem uma grande correlação com o Índice de Percepção da Corrupção (Corruption Perceptions Index). Isto significa dizer que países mais corruptos geralmente são aqueles que recebem as piores notas.

Se o Brasil melhorar o combate à corrupção isto poderá ter efeitos benéficos sobre sua nota externa. Uma melhoria na nota do nosso país produz efeitos sobre o custo do empréstimo do governo e das empresas brasileiras. Cai, portanto, o custo do capital.

O custo do capital é usado para descontar a riqueza que será gerada por cada empresa, sendo um dos parâmetros básicos para cálculo do valor. Pelas fórmulas de cálculo do valor das empresas, quanto menor o custo do capital maior o valor da empresa. Assim, redução da corrupção pode aumentar o valor das empresas brasileiras.

Leia mais em: The difference between S&P and Moody’s