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12 agosto 2011

Risco


O comportamento recente do mercado acionário indica claramente que o risco aumentou. Isto é perceptível no índice do Riskmetrics (*), na figura abaixo:

O gráfico mostra o comportamento do risco brasileiro de 1994 até quarta desta semana. O País teve momentos de grave crise logo após o plano Real, que inclui a crise russa, a ajuda do FMI antes das eleições de 98 e a maxidesvalorização da moeda em janeiro de 99. Após este período, a maior crise ocorreu justamente na “marolinha”, conforme apelidou o ex-presidente, em 2008. Naquele momento, o risco atingiu patamares próximos ao da crise russa.

O gráfico abaixo considera o risco somente durante os governos Lula e Dilma. A crise de 2008 novamente se destaca, mas observe que podemos estar no início de um aumento no risco.

Deu a louca nos balanços


O nome pode parecer assustador, mas o investidor precisa aprender rapidamente seu significado e seus efeitos. O International Financial Reporting Standards ou IFRS, como é mais conhecido o padrão contábil internacional, passou a ser adotado pelas empresas abertas brasileiras a partir de 2010 por determinação da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). As novas regras mudaram totalmente os balanços e ainda confundem os investidores. Um estudo da empresa de auditoria Ernst & Young, com resultados de 50 empresas, cujas ações formam o índice Bovespa, mostra que a adoção das novas regras ampliou seu patrimônio líquido em nada menos que R$ 33 bilhões. Os lucros cresceram cerca de R$ 9 bilhões, aumentando também a mordida do Leão. 




Os números do estudo representam a soma das mudanças de todas as empresas analisadas. No entanto, os efeitos não foram uniformes. Para algumas companhias, tanto o patrimônio líquido quanto o lucro diminuíram. As diferenças são explicadas por mais de 40 novas regras que alteram desde a forma de reconhecer o impacto dos juros pagos em empréstimos até o valor atribuído a máquinas e equipamentos. Outra mudança significativa é a forma de incluir o valor das aquisições de outras empresas nas demonstrações contábeis. Uma das principais mudanças é calcular os ativos das empresas pelo seu valor justo.

Simplificando, quer dizer que, em vez de simplesmente contabilizar quanto a companhia gastou para comprar o bem, os números têm de refletir quanto ele vale no mercado ou por quanto poderia ser vendido. O maior impacto é nos dados do chamado ativo imobilizado, que inclui imóveis, máquinas e equipamentos da companhia. Empresas intensivas em capital, com grandes fábricas e muitos imóveis, percebem diferenças muito expressivas. O patrimônio líquido da Suzano Papel e Celulose, por exemplo, praticamente dobrou, de R$ 3,7 bilhões para R$ 7,2 bilhões, principalmente pelo aumento no valor dos ativos imobilizados. De acordo com a Ernst & Young, a nova norma gerou uma variação de R$ 12 bilhões no patrimônio líquido das empresas. Os lucros também passam a incluir as variações do valor de mercado dos ativos a cada trimestre.

Outra grande mudança ocorreu na maneira de colocar no balanço os resultados de uma aquisição. Antes, a contabilidade comparava o valor pago pela companhia comprada com seu patrimônio líquido. Hoje, o que foi pago é comparado com quanto ela pode gerar de lucro. Esse efeito, chamado de “combinação de negócios”, aumentou o patrimônio líquido das empresas da amostra em R$ 13 bilhões. Não parou por aí. Pela regra antiga, qualquer juro pago nos empréstimos era calculado como despesa. Pela nova, os juros de empréstimos tomados para construir algo que gere receita – uma fábrica ou rodovia, por exemplo – entram no ativo da empresa. O crescimento dos ativos provoca uma contrapartida patrimonial, que chegou a R$ 2,8 bilhões na amostra.

Complexo? Sem dúvida. E essas são só algumas das novas normas às quais o investidor terá de se acostumar. Ramon Jubels, da empresa de consultoria KPMG, diz que os setores que tiveram maiores mudanças foram as concessionárias de serviços públicos, as empresas que administram shoppings e as companhias que têm ativos biológicos, como as de papel e celulose e as do agronegócio. E, como se não bastasse entender as normas que já afetaram os balanços, mais mudanças deverão vir nos próximos anos, diz Paul Suttcliffe, sócio da Ernst & Young responsável pelo IFRS. “Muita gente acha que o trabalho terminou, mas ainda há vários ajustes que serão aplicados só no futuro”, afirma Suttcliffe.

Uma das regras mais importantes, daqui para a frente, será a mudança relativa à consolidação parcial de empresas. Hoje, no caso de uma joint venture em que a empresa tem 50% das ações, entram no balanço metade do lucro e das vendas da associação. A partir de agora, só poderá ser considerada a parcela relativa ao lucro. As vendas ficam de fora. “Isso vai afetar os números de faturamento de companhias com muitas coligadas”, afirma Suttcliffe. E, claro, boa parte dos múltiplos que ajudam o investidor a decidir se compra ou não uma ação deixará de ser comparável com os resultados anteriores. Não tem jeito. O investidor terá de estudar muito para entender a nova numeralha das companhias. Como diria o velho guerreiro Chacrinha, o IRFS veio para confundir e não para explicar.


Deu a louca nos balanços - Mudança nas regras contábeis brasileiras para adaptação aos padrões internacionais altera resultados das companhias abertas e confunde os investidores - Por Tatiana BAUTZER


Capes disponibiliza Plano Nacional de Pós-Graduação 2011-2020

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) disponibilizou ontem [11/08] para download a íntegra do Plano Nacional de Pós-Graduação (PNPG) 2011-2020.

O Plano tem como objetivo definir novas diretrizes, estratégias e metas para dar continuidade e avançar nas propostas para política de pós-graduação e pesquisa no Brasil. A expectativa é de que na próxima década, quando o plano estará em vigor, o país esteja entre os dez maiores produtores de ciência no mundo.

A publicação aborda as metas que foram atingidas e as que não foram do PNPG anterior, além de ter eixos apoiadores - alguns permanecem desde o início dos anos 80 e outros mais recentes, como a parte dedicada à área multi e interdisciplinar. O documento também propõe a criação de uma agenda nacional de pesquisa.

As assimetrias regionais da pós-graduação também são tema do PNPG. A internacionalização, a cooperação internacional e a integração com a educação básica também estão entre os eixos do novo PNPG.

Acesse o PNPG.

Xadrez em São Paulo

A cidade de São Paulo irá receber um torneio Grand Slam de Xadrez, com a participação de Magnus Carlsen (norueguês, o melhor enxadrista da atualidade, o melhor rating e com 19 anos de idade, somente), Anand Viswanathan (indiano, atual campeão e segundo melhor do rating), Levon Aronian (armênio, terceiro melhor do mundo), Ivanchuk (sétimo do mundo, Ucrânia), Hikaru Nakamura (EUA e sexto do rating) e Vallejo Pons (Espanhol, 20o.).

O evento será no Parque do Ibirapuera, numa caixa gigante e transparente. Imperdível.

Novo CPC




CVM edita Deliberação que aprova revisão do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC referente ao Pronunciamento CPC 36


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) edita hoje, 11/08/2011, a Deliberação nº 668/11 que aprova documento de revisão do Comitê de Pronunciamentos Contábeis – CPC referente ao Pronunciamento CPC 36(R2) – Demonstrações Consolidadas.


A revisão dos CPC 36 contempla as alterações feitas pelo IASB após a edição desse documento. Inclui ainda algumas compatibilizações de texto com o propósito de deixar claro que a intenção do Pronunciamento é produzir os mesmos reflexos contábeis que a aplicação do IAS 27.


A versão atualizada do pronunciamento alterado será disponibilizada no site da CVM.


Fonte: aqui

11 agosto 2011

Rir é o melhor remédio

Postado por Isabel Sales
Fonte: Aqui

Bloqueio de escritor: perfeccionismo

ou A Porcaria da Primeira Versão - Por Isabel Sales

Imagine a cena: você vai a uma entrevista de emprego e te perguntam qual o seu maior defeito e sua maior qualidade. Você pensa bem e como uma das respostas escolhe: perfeccionismo. Aparentemente uma característica dedicada, importante... mas como qualidade ou defeito?

A meu ver, algo só é ruim (com suas devidas exceções, claro) quando te atrapalha de alguma forma. O seu perfeccionismo, por exemplo, pode ser algo bom, se você o souber equilibrar, ou algo ruim, se sair do seu controle.

Os perfeccionistas editam enquanto escrevem seu primeiro rascunho. Eles sofrem com o parágrafo introdutório, o que faz com que a qualidade da escrita diminua na medida em que o trabalho aumenta. Eles raramente compartilham rascunhos iniciais e só pedem comentários em trabalhos com a escrita polida. Eles se preocupam em não perder uma referência em particular e então continuam a ler e ler, devorando a literatura. Isso sacrifica parte do tempo que deveria ser empregado na escrita. Lembre-se: sempre haverá um artigo ou trabalho a mais pra ler.

No livro “Demystifying dissertation writing”, a autora Peg Boyle dá algumas dicas para que o perfeccionismo não cause bloqueio de escritor. Por exemplo, quando você começar a escrever, nunca comece pelo parágrafo introdutório. Você pode conseguir escrever parágrafos introdutórios convincentes e eloquentes, mas na defesa da sua tese a sua banca não vai te aprovar com base em alguns parágrafos perfeitos.

Isso é muito importante: enquanto você escreve, não procure por erros de digitação. Se possível, desabilite temporariamente o corretor ortográfico do seu editor de textos. Além disso, esteja preparado para escrever XXXXX como uma marca substitutiva caso você não consiga se lembrar da palavra perfeita. A sua meta é continuar a escrever e não ficar se incomodando com uma palavra, sentença ou parágrafo.

No livro “Bird by bird” a escritora Anne Lamott discorre sobre a “porcaria da primeira versão”. Ela afirma que todos os escritores passam por ela (shitty first draft). É assim que se chega a um bom segundo rascunho e a uma ótima terceira versão. Compartilhe o seu primeiro rascunho com alguém em quem confie, não tenha medo. Assim será possível receber feedbacks valiosos sem que você precise investir tempo demais com o desenho da palavra certa ou com a estrutura sentencial perfeita.

Os perfeccionistas em particular estão suscetíveis a empacar no primeiro rascunho. O que posso dizer? Coloque a primeira versão no papel e aí, apenas aí, comece a trabalhar a eloquência dos parágrafos. Após escrever uma primeira versão “esmigalhada”, você pode ativar o seu perfeccionismo e polir as migalhas até formar uma tese completa e excepcional. Mas – e isso é importante – você precisa estabelecer prazos com o seu orientador ou parceiros de estudos para que haja um incentivo de encerrar o polimento.

Um amigo me ensinou que um rascunho só deixa de ser um rascunho quando é publicado. Sempre há algo que pode ser melhorado, revisado. Mas a partir do momento em que o seu orientador aprovou a sua versão, o único passa que te faltará será: depositar o seu trabalho.