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09 agosto 2011

Quando os contadores passaram a ser respeitados...


Até meados do século XIX o contador não exercia nenhum papel relevante na produção de informações para o público externo. Sua tarefa era rotineira e a função de elaboração das demonstrações financeiras era executada pelos administradores.

Naquele momento o país mais desenvolvido do mundo era a Inglaterra. A revolução industrial fez com que a economia inglesa assumisse um papel de liderança mundial.

Pelo seu papel na economia e seu caráter inovador, o transporte ferroviário corresponderia ao a computação nos dias de hoje. Outra similaridade com os dias de hoje é que também ocorreu uma bolha das ações das empresas de ponta, naquele tempo as ferrovias. Esta bolha recebeu a denominação de Railway Mania e ocorreu na metade do século XIX. Entre 1845 e 1846 as ações atingiram o valor máximo de mais de 50% acima do valor do ano anterior. Em 1849 o valor das ações chegou a um terço do ponto máximo.

O interessante é que em menos de cinco anos o contador passou de uma figura voltada para o trabalho burocrático para uma figura de destaque na empresas ferroviárias. Uma análise dos jornais da época, que faziam descrições dos encontros de acionistas, mostra poucas citações sobre os contadores. Em fevereiro de 1847 o Railway Times não fez qualquer citação a este profissional.

Mas em fevereiro de 1850, somente três anos depois e logo após a queda das ações das empresas ferroviárias, o mesmo Railway Times registra que os encontros dos acionistas estão cheios de informações sobre os contadores.

O que ocorreu neste período de tempo tão curto que mudou a maneira como as pessoas percebiam o trabalho dos contadores?

Uma pesquisa de Andrew Odlyzko, da escola de matemática da Universidade de Minnesota, considera que Robert Lucas Nash foi o grande responsável pela mudança. Segundo Odlyzko, Nash foi um pioneiro na análise das demonstrações contábeis. Suas análises eram muito mais profundas do que aquelas realizadas no seu tempo. Para seus contemporâneos, Nash foi um dos responsáveis pela queda nos preços das ações. Para Odlyzko, Nash foi um pioneiro esquecido da contabilidade.

Para ler mais: The collapse of the Railway Mania, the development of capital market, and Robert Lucas Nash, a forgotten pioneer of accounting and financial analysis. Versão revisada e expandida em 25 de junho de 2011.

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Contador em Alta na Inglaterra

O endereço de aconselhamento profissional unbiased.co.uk lançou uma nova pesquisa que revela que o contador é o consultor profissional mais valorizado quando se trata de aconselhamento financeiro. Das pequenas empresas pesquisadas, 21% acreditavam que seu contador fornece o aconselhamento empresarial mais valioso. 12% dos donos de pequenos negócios citaram os amigos, enquanto 10% um membro de sua família lhes deu os melhores conselhos sobre seus negócios. Um em cada três (31%) acreditam que seu próprio conselho é o mais valioso no que diz respeito à gestão de sua empresa. 


 Dos 54% dos proprietários de pequenas empresas que procuraram aconselhamento profissional sobre sua contabilidade, 48% dizeram que seu contador economizou dinheiro no longo prazo, enquanto 47% assinalaram que tinham ajudado a entender o complexo sistema fiscal do Reino Unido. 

Fonte: aqui

Frase

Nessas horas, vale recorrer aos ensinamentos do megainvestidor americano Warren Buffett. “Quando você sentar-se à mesa de pôquer e não descobrir em meia hora quem é o pato, levante-se”, diz o Oráculo de Omaha. “Nesses casos, o pato é você.”


Fonte: aqui

Carbono


Os certificados de carbono continuam em baixa, confirmando seu status atual de pior commodity do mundo. Um Certificado de Redução de Emissões (CRE), equivalente a 1 tonelada de carbono, estava sendo negociado a 7,4 em Londres na semana passada. Para se ter uma ideia, no auge do êxito do mercado, em 2007, um CRE custava 18. (...)


"Com a crise, a produtividade caiu, as emissões caíram e as empresas acumulam permissões de emissões", explica Carlos Henrique Delpupo, engenheiro e diretor da consultoria Keyassociados. Segundo ele, o problema é que, com excesso de permissões de emissão, as empresas se desobrigam de investir em novas tecnologias para reduzir emissões. 


Fonte: aqui

Guerra Fiscal


A Guerra Fiscal ocorre da seguinte maneira: buscando desenvolvimento e investimentos para seu território, um Estado decide instituir o benefício fiscal e passa a atrair uma série de empresas, gerando empregos e investimentos. Na outra ponta, há o Estado que deixou de ter aquelas empresas em seu território. Para evitar que outras façam o mesmo e desfalquem ainda mais o seu caixa, o governo passa a pressionar as companhias. A ameaça é que, caso se mudem, não terão para quem fornecer seus produtos, já que seus clientes não irão mais se creditar do seu ICMS. (...)


Para diminuir o risco de perder seus clientes e se manter ativa no mercado, a empresa fornecedora faz um verdadeiro malabarismo. Ela mesma assume a contingência da Guerra Fiscal, criando uma nova companhia, de sua propriedade, situada agora no Estado que havia deixado, e que passará a intermediar a operação de compra e venda. Quando exercer a retaliação, o Estado a fará contra uma empresa do mesmo grupo econômico do fornecedor, liberando o comprador (cliente) da descabida perseguição resultante da Guerra Fiscal. (...)


Nesse cenário, são os representantes da empresa intermediária que figuram como responsáveis pelo eventual crime de sonegação fiscal, já que sua empresa é apontada como aquela que se creditou indevidamente do ICMS destacado pelo fornecedor efetivo. Até aqui só há um Estado que se sente prejudicado e exige a adoção de medidas fiscais e criminais contra o "infrator": justamente aquele em que se situa a empresa que adquiriu a mercadoria e que foi beneficiada na etapa anterior. 


Mas a coisa mudou de figura quando o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade da norma incentivadora. O ICMS passou a ser devido e o governo que concedeu o benefício fiscal deverá, com base na Lei de Responsabilidade Fiscal, tomar as medidas necessárias para reaver o imposto que deixou de ser pago.


Assim, mesmo não tendo sido pago ao governo que concedeu o benefício fiscal, passa a ser legítimo o direito ao crédito por parte dos estabelecimentos situados no outro Estado. De acordo com o Supremo, o crime tributário exige a prática de uma conduta fraudulenta por parte do contribuinte, que não pode ser penalmente responsabilizado por conta de cobranças tributárias típicas da Guerra Fiscal. As recentes decisões do STF reforçam a impossibilidade de qualquer acusação de sonegação fiscal que poderia pesar sobre os ombros dos compradores de mercadorias beneficiadas, tendo em vista que, em sendo dever do Estado exigir o imposto, essas empresas possuem o direito ao crédito do ICMS cobrado na etapa anterior. 


Fonte: aqui

A importância da liquidez para o preço


A formação do preço depende de vários fatores. Em termos de um ativo, um dos fatores que alguns não levam em consideração é a liquidez do item que está sendo negociado. Itens de maior liquidez possuem um preço que se aproxima do valor justo.

Numa entrevista  com um caçador de ladrão de obras de arte, Robert Wittman, é possível perceber a importância deste fator:

São ladrões atraídos por grandes nomes, que pensam conseguir 10% do valor da obra pedindo resgate - e muitas vezes conseguem, até da própria polícia, interessada em resolver o caso. Nos anos 1980, um traficante de drogas vendeu um Rembrandt de US$ 1 milhão para um agente do FBI disfarçado por 2% desse valor. Para o ladrão, receber US$ 20 mil por um quadro que ninguém mais compraria até que é um bom negócio. Sempre digo que o mais difícil não é roubar, mas vender uma obra de arte roubada. 

Ele cita um caso pessoal:

O fato é que muitas vezes temos de negociar com os ladrões para ter uma tela de volta, pois eles ameaçam até destruir as obras. Eu mesmo já coloquei US$ 245 mil diante de um ladrão iraquiano para ter de volta um pequeno autorretrato de Rembrandt (pintado em 1630, pertencente ao Museu Nacional Sueco e avaliado em US$ 55 milhões)

Nos dois exemplos, o valor de troca do quadro ficou muito abaixo do seu valor. O que contribuiu com isto foi a falta de liquidez do ativo.