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19 julho 2011

Relatório do Iasb

A receita da Fundação IFRS depende da contribuição recebida de governos, empresas e particulares. Nos dois últimos anos praticamente não ocorreu muita variação na fonte e no valor total: a receita total da entidade foi de 22,7 milhões de libras esterlinas, sendo 16,6 de doações e 5,8 com publicações.
Já as despesas aumentaram substancialmente: era quase 23 milhões de libras e chegou a 24,1 milhões. Boa parte do aumento teve sua origem em salários. 
Assim, quando se compara a receita com a despesa tem-se um déficit crescente. 
Isto faz com que a dependência da doação das Big Four, as quatro grande empresas de auditoria, seja significativa. Suas doações representaram quase 30% das doações recebidas ou 21,8% da receita total. 



"Rodízio" de auditoria

As empresas de auditoria saudaram o aumento de tempo limite proposto para prestação de serviços a companhias abertas no Brasil, mas defendem o fim do "rodízio" exigido pela Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Na quinta-feira, a CVM colocou em consulta pública até 15 de agosto a minuta de instrução que altera de 5 para 10 anos consecutivos o prazo para prestação de serviços de uma mesma auditoria externa para uma companhia, desde que ela tenha um comitê de auditoria em estatuto. "O rodízio não dá uma contribuição importante para o que foi proposto", afirmou o sócio-líder de auditoria da Ernst & Young Terco, Sergio Romani, à Reuters. Um dos principais pontos da troca obrigatória de auditores é evitar vícios e favoritismos na hora de revisar a contabilidade das companhias.

Para Romani, um forte reforço na governança corporativa das companhias, principalmente nos conselhos de administração, seria mais saudável do que a troca obrigatória de auditores. O sócio da KPMG Gilberto Munhoz acrescenta que a troca dos profissionais responsáveis pela análise dos números, e não das auditorias em si, a cada cinco anos também reforçaria a credibilidade do serviço. "O vício da auditoria você minimiza pela rotação dos responsáveis técnicos", sugeriu.

Passar mais tempo auditando uma companhia pode também ajudar na identificação de fraudes e rombos contábeis, apesar de não constituir nenhuma garantia quanto a isso. "Quanto mais tempo, mais você conhece o cliente, os sistemas de controle, a cultura, e há uma auditoria mais eficaz. Mas auditoria não é feita para identificar fraude", afirmou Munhoz.

Em um cenário no qual o fim do rodízio ainda não é previsto, a reforma da instrução, contudo, é considerada bem-vinda. "Se a gente olhar pela ótica de que o rodízio não vai acabar, a nova instrução é muito boa", disse o sócio-líder de auditoria da Ernst & Young Terco. Segundo ele, cinco anos para o rodízio é um prazo muito curto, já que as equipes de auditores têm que se adaptar, por exemplo, a cálculos complexos e controles internos que variam entre empresas.Além disso, as firmas de auditoria investem em treinamentos específicos que precisarão ser feitos novamente a cada rodízio, disse Munhoz, da KPMG.

"A cada cinco anos você treina equipes para determinados nichos de clientes, e todo o investimento você vai perder depois de cinco anos, e tem que treinar novamente. O custo fica muito grande." Custo que pode ficar maior para auditorias de pequeno e médio porte, já que as grandes dominam o mercado de prestação de serviço para companhias abertas e trocam entre si esses contratos.

"Acho que o rodízio é mais prejudicial às pequenas auditorias do que às grandes", disse o diretor superintendente da auditoria UHY Moreira, Paulo Moreira. A UHY Moreira, com sede em Porto Alegre (RS), possui apenas cinco clientes listados na Bovespa, entre eles a Telebrás.

No documento colocado em consulta pública, a CVM argumenta que, mantido o rodízio obrigatório com prazo maior, custos de treinamento de auditores seriam diluídos ao longo do tempo.As auditorias consultadas pela Reuters estão analisando se irão encaminhar sugestões para a modificação da instrução proposta pela CVM.

Fonte: aqui via Alexandre Alcantara

Trustees da Fundação IFRS

A composição dos trustees da Fundação IFRS revela um claro domínio europeu e dos Estados Unidos (quatro dos cinco representantes da América do Norte são deste país). América do Sul (ou seja, Pedro Malan, do Brasil) e África possuem um representante. 

Recompra de ações

Os programas de recompra de ações voltaram. Muito utilizadas em épocas em que o mercado está em baixa, essas operações foram anunciadas –ou renovadas– por diversas empresas neste ano, como Vale, Bradesco e Cyrela.Para o acionista minoritário das companhias, esses programas trazem diversas vantagens, dizem analistas. A recompra de ações é uma forma de a empresa mostrar aos investidores que acredita que seus papéis valem mais do que preço pelo qual estão sendo vendidos.



Com dinheiro em caixa, as companhias compram parte de suas próprias ações, como forma de aumentar sua negociação e, eventualmente, até elevar seu preço. Além disso, como acreditam que os papéis devem subir no longo prazo, elas também podem lucrar com a venda deles no futuro.Outra opção é cancelar as ações compradas, como será feito no caso da Vale.

A mineradora –que tem uma das ações mais negociadas da Bovespa– lançou em 30 de junho um programa para recomprar até 5,9% das ações em circulação. Para isso, vai gastar US$ 3 bilhões (R$ 4,72 bilhões).Desde então, sua ação preferencial teve valorização de 2,77% –nos mesmos 15 dias, a Bolsa caiu 4,69%. “Se a empresa lança esse programa de recompra, é porque entende que as ações dela são um bom investimento em relação a outras aplicações que ela poderia fazer com o seu caixa”, diz Márcio Cardoso, da Título Corretora.

Por conta dessa sinalização positiva, os analistas acreditam que os acionistas dessas empresas devam manter suas posições. Além disso, pode ser um bom momento para comprar esses papéis. A recompra tem um viés positivo para os acionistas”, afirma Marcelo Varejão, analista-chefe da Socopa.

Se a empresa cancela as ações, a participação de cada acionista na empresa aumenta automaticamente, mantendo o valor investido. Assim, o lucro por ação cresce. E, na hora de receber os dividendos, cada investidor terá um retorno maior.

Leandro Martins, da Walpires Corretora, alerta para o fato de que o anúncio da recompra não é suficiente para fazer os papéis começarem a subir de forma constante.“Em 2008, a ação da Vale teve recompra e continuou a cair. O acionista tem que tomar cuidado, fazer uma análise técnica da ação. Preço não é loteria, não é jogo, é preciso acompanhar a cotação”, afirma.

Os analistas concordam, no entanto, que a tendência para os preços é de alta.“A Vale, por exemplo, não faria isso de maneira inconsequente. Se isso fosse só jogada, o mercado perceberia rapidamente”, diz Cardoso, da Título Corretora.



Fonte: Folha de São Paulo -Giuliana Vallone,