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01 julho 2011

Uma nova era no IASB


Hoje começa uma nova era no Iasb. Oficialmente a entidade passa a ter um novo presidente, o holandês Hans Hoogervorst.

Aqui  um texto sobre o legado do ex-chefe. Quando foi escolhido, em outubro de 2010, este blog publicou uma série de artigos sobre o processo (aqui um exemplo). Hoogervorst é historiador e aparece nesta foto:

O novo chefe é holandês, mas seu vice é um britânico. Ele fez carreira na burocracia estatal do seu país, enquanto o vice é originário das empresas de auditoria. No momento da sua escolha afirmamos que o eurocentrismo e o mercado financeiro eram os grandes ganhadores. Os países não europeus e a profissão contábil seriam os perdedores.

Aqui o discurso de boas vindas do novo presidente.

Links


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The Economist Varejo no Brasil

Guardiões da ética nas empresas

Cassino, Pão de Açúcar e Carrefour III


Eis uma reportagem interessante sobre o assunto

O vice-presidente do BNDES, João Carlos Ferraz, afirmou nesta quinta-feira, 30, que a fusão entre as redes varejistas Pão de Açúcar e Carrefour podem conduzir a um cenário de geração de valor para produtos brasileiros (1) no mercado internacional. Ao analisar o tema, "em um nível conceitual" (2), o executivo afirmou ainda que o possível (3) apoio do banco à união das duas empresas também gerará ganhos do BNDES.


"A União, o projeto que as empresas estão apresentando, visa a criação e a geração de valor para todos (4). Portanto, se a inovação (5) tem a ver com valor, ela vai gerar valor", disse. Ele acrescentou que a geração de valor (6) é uma das razões que motivaram a decisão do BNDES de entrar na operação, via BNDESpar, braço de investimentos do banco.


Outro ponto destacado por Ferraz foi o reflexo benéfico que a operação teria no desempenho do banco (7). "Metade do lucro do BNDES é derivada do BNDESpar. Nós vimos aqui uma bela oportunidade de geração de valor, de emprego, que é a nossa missão (8)", disse.


Para o vice-presidente do banco, o projeto também favorece a presença de produtos brasileiros nas gôndolas de supermercados internacionais (9). "Nós, nos nossos supermercados, temos produtos de outros países", lembrou o executivo ao acrescentar que a operação poderia "ser mais um passo" na trajetória de crescimento da penetração de itens brasileiros (10) no mercado internacional já iniciada pelas indústrias de alimentos, agronegócios, moda e de bens de consumo. "Temos que ter mais, uma economia internacionalizada (11)", disse.


Ferraz preferiu não comentar (12) sobre a recente decisão da rede francesa Casino de aumentar a participação no grupo Pão de Açúcar. Quando questionado se as operações entre o Carrefour e o Pão de Açúcar poderiam ser atrapalhadas por uma disputa com o Casino, o executivo se limitou a dizer: "Deixa elas (as negociações) rolarem", concluiu.

Meus comentários:
(1) É muito questionável associar a geração de valor ao processo de fusão. Quanto mais usar o nacionalismo para defender a posição do governo. Segundo Millor http://www2.uol.com.br/millor/ Fernandes, “patriotismo é quando você ama o seu país mais do que qualquer outro. Nacionalismo é quando você odeia todos os países, sobretudo o seu”.
(2) O executivo quis deixar claro que a decisão era técnica. Para isto utilizou a expressão. Mas tanto a decisão é política quanto existe uma clara confusão de conceitos.
(3) Sobre a possibilidade de apoio, as declarações já dizem que o BNDES irá apoiar.
(4) É difícil acreditar numa decisão “win-win” (como chamam alguns consultores). Se todos estão ganhando, qual a razão da reação violenta do grupo Cassino? Por que o grupo Carrefour não respondeu de imediato?
(5) Qual a relação da “inovação” com o processo de fusão? Nenhuma.
(6) A decisão de geração de valor não está clara na operação. Observem que uma forma de mostrar se uma operação gerou valor é analisar o comportamento do mercado acionário. Nos últimos dias, as ações do grupo aumentaram não em razão da qualidade da decisão, mas em razão da compra de ação por parte do grupo Cassino.
(7) Aqui o apelo é para o desempenho. Qual variável de desempenho? Mais adiante o esclarecimento: lucro, geração de valor e emprego. Já sabemos que geração de valor é questionável. Um banco de fomento não pode ter o “lucro” como medida de desempenho. Finalmente emprego; a operação irá claramente reduzir o volume de emprego no setor, pela eliminação de algumas lojas.
(8) Aqui apela para missão do BNDES. Mas será que ele sabe qual a missão da entidade? Eis o que encontrei http://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt/Institucional/O_BNDES/A_Empresa/missao_visao_valores.html: Promover o desenvolvimento sustentável e competitivo da economia brasileira, com geração de emprego e redução das desigualdades sociais e regionais. A operação não irá promover desenvolvimento, não irá gera emprego nem reduzir desigualdades.
(9) Observe que o objetivo de um supermercado é agregar valor para seus acionistas. O Wal-Mart fez isto nos Estados Unidos de que forma? Promovendo a compra de produtos baratos e conquistando mercado. Os produtos adquiridos ajudaram muito a economia chinesa, que fornece ao Wal-Mart os produtos que a empresa deseja. É questionável que um supermercado irá priorizar os produtos brasileiros; irá priorizar os produtos mais rentáveis.
(10) A operação é basicamente doméstica. Assim, é também questionável a defesa que a operação ajudaria os produtos brasileiros a conquistarem os mercados mundiais
(11) Idem.
(12) Ele já se comprometeu demais.

Cassino, Pão de Açúcar e Carrefour II


Na confusão da aquisição do Carrefour, o empresário Abilio Diniz tomou duas atitudes ontem: contratou um jurista de renome com acesso aos tribunais e deu uma entrevista defendendo o negócio.

A primeira parte decorre da acusação de  ilegalidade do negócio por parte do grupo Cassino. E da necessidade de ter um respaldo jurídico, de um advogado com trânsito nas esferas do judiciário brasileiro. Isto conta muito.

A entrevista foi, obviamente, ao Jornal Nacional. Ele defendeu a proposta, dizendo que era um bom negócio para o País, para o BNDES, para o grupo Cassino etc.

Rir é o melhor remédio

O médico aplica medidas de austeridade para Grécia e na espera Portugal, Espanha, Itália e Eire. A enfermeira pergunta quem é o próximo. (The Economist)