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19 junho 2011

O impacto social das universidades

Por Pedro Correia


Uma pesquisa da New Economics Foundation, em conjunto com universidades do Reino Unido, tentou quantificar o impacto social das universidades desta região.

Todos nós sabemos que o ensino superior é essencial para uma economia prosperar. Não obstante ,as universidades oferecem muito mais do que benefícios estritamente econômicos.

O desempenho das universidades é frequentemente avaliado de acordo com um conjunto limitado de indicadores, por exemplo, retorno financeiro para os estudantes e o impacto sobre o crescimento econômico. Tais avaliações são limitadas, pois ignoram o papel que as universidades desempenham na construção de uma sociedade mais forte e civilizada.

Assim, à luz dessas considerações, a pesquisa tentou mensurar o impacto social da educação universitária em termos de valores monetários, que fossem mais representativas do seu real benefício econômico. De acordo com o estudo, as universidades do Reino Unido contribuem com 1,31 bilhão de libras de valor social para a economia. Foram utilizados 3 fatores para a mensuração:

Higher interest in politics (measured through government willingness to pay for higher electoral participation); greater interpersonal trust (valued through the costs of home and personal security, and greater economic growth because of higher levels of social capital); greater self-reported health (valued through savings to the NHS, greater productivity through higher job and life satisfaction)


Várias críticas foram feitas à metodologia da pesquisa, como: baixa qualidade dos testes estatísticos, fatores utilizados na mensuração etc.Alguns acreditam que foi uma tentativa de valorizar a pesquisa.


Leia mais aqui.

18 junho 2011

Rir é o melhor remédio

Fonte: Aqui

Periódicos 2

É interessante conhecer os melhores periódicos de contabilidade, segundo Matherly e Shortridge (“A pragmatic model to estimate journal quality in accounting”, de Michele Matherly e Rebecca Shortridge, Journal of Accounting Education, 2009, p. 14-29):

1. Journal of Accounting Research
2. Journal of Accounting and Economics
3. Contemporary Accounting Research
4. The Accounting Review
5. Review of Accounting Studies
6. Journal of Business, Finance and Accounting
7. National Tax Journal
8. Abacus
9. Journal of Accounting Literature
10. Accounting, Organizations and Society

A lista predomina os periódicos positivistas, começando pelos primeiros colocados. É interessante a presença do CAR, um periódico relativamente recente, mas que se tornou de prestígio com os artigos de Ohlsen na década de noventa. A presença de um periódico específico sobre impostos, em sétimo lugar, mostra que existe lugar para boa pesquisa na área tributária. Abacus é um periódico australiano, na linha tradicional. Em décimo, AOS, um periódico avesso a pesquisa positivista, mas de elevado prestígio.

Periódicos

Em “A pragmatic model to estimate journal quality in accounting”, de Michele Matherly e Rebecca Shortridge (Journal of Accounting Education, 2009, p. 14-29), as autores usam no modelo para determinar os mais relevantes periódicos científicos da área de contabilidade o valor da taxa de submissão. Isto é um aspecto interessante, já que nós, brasileiros, não estamos acostumados a pagar para submeter um artigo num periódico. Nos nossos periódicos, qualquer pessoa pode submeter um artigo.

As autoras consideram que a existência de uma taxa de submissão, e o seu valor, indica que o periódico é muito procurado pelos melhores autores. Além disto, evita que textos de qualidade inadequada sejam submetidos. No Brasil, a pressão dos órgãos públicos que controlam a pesquisa no país, no sentido de que os periódicos sejam de livre acesso cria uma cultura de gratuidade. Ademais, como boa parte dos periódicos estão vinculados as instituições de ensino pública, a cobrança pode representar muito mais um problema do que uma solução.

Capitalismo no Brasil?

Por Pedro Correia




Um levantamento inédito de ÉPOCA identifica 675 empresas na órbita do governo federal e revela a extensão da interferência estatal na economia.

...O economista americano Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia em 2001, afirmou recentemente a ÉPOCA: “Não é o tamanho do Estado que importa, é o que o governo faz”.

De diferentes formas, o governo interfere na gestão de algumas das maiores empresas privadas nacionais, em setores tão distantes quanto metalurgia, criação de animais para abate ou telefonia. A teia de interesses estatais nos negócios é tão complexa, tem tantas facetas e envolve tantos conflitos de interesse que o próprio governo não consegue avaliá-la de modo preciso. Nem o Ministério do Planejamento, a que está ligado o Departamento de Coordenação e Controle das Empresas Estatais, nem a Secretaria do Tesouro Nacional, que controla o caixa federal, sabem quantas empresas no país têm participação estatal. E não há, em nenhuma repartição de Brasília, um diagnóstico completo da atuação e da influência do governo sobre nossa economia.

Nos últimos três meses, uma equipe de jornalistas de ÉPOCA dedicou-se a desfazer o nevoeiro que encobre essa questão. Com o apoio da empresa de informações financeiras Economática, mergulhamos em relatórios ministeriais, balanços e planilhas de dados do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), das estatais, da Bolsa de Valores e das empresas privadas sob influência do governo. Restringimos nosso trabalho às participações do governo federal – um critério conservador para estimar o tamanho do Estado, por omitir as estatais em poder de Estados e municípios. No futebol da economia brasileira, o governo não é apenas juiz, bandeirinha, técnico, zagueiro e artilheiro ao mesmo tempo. Ele também corta o gramado do estádio, costura as redes e – se quiser – pode até mexer no tamanho das traves.

De acordo com o levantamento, existem hoje no país pelo menos 675 empresas de todos os setores com algum tipo de participação ou influência do governo federal. São participações diretas ou indiretas do Tesouro, dos bancos e das empresas estatais ou dos fundos de pensão (entidades híbridas, inegavelmente na órbita do governo). Dessas, o governo controla 276, se somarmos todos os tipos de participação. Levando em conta apenas as 628 empresas não financeiras, o faturamento soma R$ 1,06 trilhão, algo como 30% do nosso Produto Interno Bruto (PIB) ou 2,5 vezes as vendas dos 50 maiores grupos privados nacionais . Nas 247 empresas não financeiras controladas pelo governo, as vendas somam R$ 468,5 bilhões, ou 13% do PIB. E o valor de mercado das 99 empresas cujas ações são negociadas na BM&FBovespa totaliza R$ 1,7 trilhão, ou 71% do valor de mercado das empresas na Bolsa.

A interferência do Estado na economia via estatais, BNDES e fundos de pensão é tão intensa que, durante a pesquisa, ÉPOCA teve de atualizar os dados de muitas companhias que receberam recentemente dinheiro do governo, como o frigorífico JBS ou a Cipher, especializada em sistema de segurança de informação. “O governo brasileiro é um dinossauro com apetite insaciável. Nunca tivemos um capitalismo de Estado tão evidente”, diz o economista Rodrigo Constantino, sócio da Graphus Capital, uma empresa de gestão de recursos do Rio de Janeiro.

Confira tabelas do levantamento aqui.

17 junho 2011