Translate

14 junho 2011

BDO processada

David Albecht informa que a empresa BDO está sendo processada. O valor do processo é de 10,7 bilhões de dólares. A empresa é a sétima em tamanho dos Estados Unidos.

IPO






O gráfico acima mostra as taxas cobradas nos lançamentos de ações nos Estados Unidos (ponto preenchido) e Europa (ponto vazio. É possível perceber que os valores cobrados nos Estados Unidos aproximam-se de 7% do valor da operação. Já na Europa os valores variam num intervalo entre 2 a 6% (embora existam algumas poucas operações fora deste intervalo).

Um cálculo feito por Salmon (The US IPO Cartel) estima que se as IPOs nos Estados Unidos fossem realizadas com as taxas européias isto representaria uma economia de 1 bilhão de dólar por ano.

Fraude e erro

A fraude é revestida de um caráter perverso. Quando alguém faz esse tipo de coisa numa organização acaba prejudicando todo mundo. Prejudica diretamente o proprietário do patrimônio lesado e marca negativamente os demais. Há casos traumáticos que mudam a empresa para sempre: patrões justos se tornam carrascos paranóicos e funcionários amistosos passam a desconfiar da própria sombra. A fraude se manifesta de formas diversas, seja pela falsificação de documentos ou registro de transações fictícias, dentre outras. 

Erros, Fraudes e Auditoria - Reginaldo de Oliveira - Jornal do Commercio - 7 de jun de 2011 (Foto: aqui)

Tecnologia e Contabilidade

Tecnologias melhores podem gerar melhores oportunidades de emprego, mas apenas se as pessoas puderem atualizar seus conhecimentos rápido o bastante para se qualificarem. Isso é algo difícil de fazer a curto prazo, especialmente quando tantos trabalhadores deslocados precisam passar por uma reciclagem ao mesmo tempo. "As pessoas não parecem chegar com o conhecimento certo para trabalhar na manufatura moderna", disse Mishek, notando que os candidatos frequentemente são deficientes em computação, matemática, ciências e contabilidade. "Parece que a tecnologia evoluiu mais rápido que as pessoas." Mais maquinário, menos pessoal - Catherine Rampell - The New York Times - publicado na Tribuna do Norte

Nós não somos importantes

Por Pedro Correia



A Dodd-Frank Wall Street Reform and Consumer Protection Act, como a lei é oficialmente conhecida, tem a tarefa precípua de tratar da incrível tendência do setor financeiro em colocar todo o sistema em risco e, eventualmente, ser socorrido às custas do contribuinte. Esse Act foi proposto, em 2009, por Barney Frank na Câmara e no Senado por Chris Dodd . Apesar de ter por volta de 2300 páginas, ou possivelmente por causa delas, há uma dúvida de qual será seu eventual impacto.

Como já foi noticiado neste blog,um dos principais pontos desta lei é a identificação e regulação do risco sistêmico.Assim, esta norma cria um Conselho de Risco Sistêmico que define quais instituições não-financeiras são "sistemicamente importantes", esse conselho pode regulamentá-las e, como último recurso, dividi-las. Além disso, estabelece um escritório no âmbito do Tesouro dos EUA para recolher, analisar e disseminar informações relevantes para antecipar futuras crises.

Nos últimos meses, diversas empresas,como fundos mútuos, seguradoras, fundos de hedge, foram ao Departamento do Tesouro Americano, ao FED e outras agências reguladoras norte-americanas para tentar persuadir estas autoridadades que suas empresas não sejam classificadas como "sistematicamente importantes".Isso exigiria que eles enfrentassem fiscalização federal mais rigorosa e mantivessem mais dinheiro em caixa.



Decidir quais as empresas devem ser consideradas "sistemicamente importantes " é o cerne da Dodd- Frank, que tem por objetivo precípuo evitar a repetição da recente crise financeira.Não obstante, a falta de critérios específicos para esta classificação ,por parte dos órgãos reguladores, criou muita incerteza para diversas empresas.

Até meados de 2012,os reguladores irão propor critérios mais detalhados. Entre eles estão: tamanho da companhia, como as empresas estão ligados uns as outros, e os níveis de risco global serão mais cuidadosamente definidos.

É interessante observar que Barney Frank, um dos criadores da lei,afirmou que fundos mútuos e seguradoras não devem ser classificadas como "sistematicamente importantes", pois não foram as causas do colapso financeiro.Outra possível explicação para esta posição, é que sua base política em Massachusetts é o lar de muitas dessas empresas.

Entre as empresas que querem evistar esta classificação estão: General Electric,Zurich Financial Services, Citadel and Paulson & Company, BlackRock, Boeing, I.B.M. e Caterpillar.Um dos principais argumentos de defesa, é que elas não querem ser colocadas no mesmo nível de grandes bancos:

"In their comment letters, big asset managers like BlackRock and Fidelity claim that since they manage money on behalf of individual investors, the firms pose little risk to the system. General Electric, a huge lender to businesses and consumers, told Treasury officials that it should not be put in the same category as Goldman Sachs since it does not engage in risky derivatives trading or make other speculative bets with its own money, according to a person close to the discussions."

No entanto, há justificativas curiosas, como a de fundos de hedge. Eles insistem que suas atividades não ameaçam o sistema financeiro, pois controlam apenas $ 1,7 trilhão em ativos, uma gota no oceano perto de 21,4 trilhões de dólares deste mercado. Em suma, they're to small to matter. Será?

Cultura contribui para governos mais eficientes

Por Pedro Correia

Excelente entrevista com o professor do IBMEC-MG ,Cláudio Shikida, sobre as influências dos valores da sociedade para a eficiência do governo:

"Na área econômica, necessariamente não preciso responder apenas a perguntas sobre inflação, moeda e taxa de câmbio.” É assim que Cláudio Shikida, pesquisador e professor do Ibmec-MG, começa a entrevista, deixando claro seu apreço pela economia aplicada. Em seu mais recente estudo sobre o assunto, “Why some states fail: the role of culture” (Por que alguns Estados falham: o papel da cultura, em tradução livre), desenvolvido com os economistas Ari Francisco Araújo Jr. e Pedro Sant'Anna, constata-se que a cultura de uma sociedade contribui para governos mais eficientes. Valores como respeito, tolerância, confiança e obediência foram usados como variáveis na pesquisa para analisar os impactos de instituições formais (governos e seus tipos) e informais (costumes) na economia. "Essa cultura que pesquisamos tem impacto muito positivo sobre o crescimento econômico. Uma sociedade com mais tolerância e respeito ao trabalho alheio é sinal de um Estado saudável, que não é obeso", resume.

O estudo analisou dados de 40 países e foi publicado recentemente na Cato Journal, uma das referências acadêmicas nas áreas de economia e política. Para Shikida, a posição do Brasil não é confortável. “Ainda estamos longe de ser um Estado eficiente. O governo come muito dinheiro e cospe pouco serviço público de qualidade.”

Continua aqui.

IFRS

Observa-se aqui que todas as mudanças estruturais fazem uma ruptura da contabilidade realizada para atendimento ao fisco para agora atender a sociedade dos "stakeholders". Deixa de ter o enfoque meramente fiscal para atender aos diferentes colaboradores envolvidos nas atividades empresariais, sejam eles no âmbito interno ou externo. Têm mais transparência e deixa de ser estática para se tornar dinâmica. 

Na visão dessa abordagem, toda a gestão empresarial estará voltada para o futuro. Na verdade, o novo modelo contábil de representação da realidade deve estar perenemente preocupado com o desdobramento futuro dos FCA (fatores críticos ambientais) (Grant, 1991). e com o futuro que está sendo "moldado" através das decisões atuais. 

Contudo, o cenário é de apreensão. Os impactos da adoção do IFRS são profundos em algumas companhias brasileiras e vêm tirando o sono de muitos diretores financeiros, controllers e analistas. A mudança de critério voltado à essência econômica e demonstração de fato do patrimônio da Entidade causou e causará distorções nos Balanços de diversas empresas. 

IFRS: Os dois lados da moeda - Fonte: aqui