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19 maio 2011

Conheça a Eletrobras

Conheça a Eletrobras – por Isabel Sales

Em consequência a postagem de ontem sobre a Eletrobras, deixe-me fazer um breve resumo pra vocês. Segundo a Wikipédia, a Eletrobras é uma sociedade de economia mista de capital aberto, sob controle acionário do Governo Federal (conforme a nota explicativa 15.1, integrante das demonstrações contábeis de 2010, 52% das ações ordinárias pertencem à União Federal) e foi criada em 1962 para coordenar todas as empresas do setor elétrico. Na década de 1990, com a reestruturação do setor, as responsabilidades da empresa foram restritas e consequentemente foi criada, em 1996, a ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica), em 1998 o ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico), em 2004 a CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica) e, também em 2004, a EPE (Empresa de Pesquisa Energética).

Segundo o sítio da Eletrobras, atualmente a empresa atua nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica e lidera um sistema composto por 12 subsidiárias (ou controladas), 1 empresa de participação, um centro de pesquisas e metade do capital da Itaipu Binacional.

Alguns dados encontrados no balanço social consolidado de 2010:
Há um total de 24.967 empregados. Desses, 77% são homens e 1.416 têm mais do que 60 anos (os adeptos dos programas de demissão voluntária que, até onde sei, será apenas para os que podem se aposentar – o PDV será uma das formas aplicadas pela empresa para melhorar a sua situação financeira). Ademais, há 8.172 empregados terceirizados. Interessante notar que existem 24 empregados analfabetos, apesar da empresa investir cerca de R$ 24.255 mil em educação.

Para entender melhor sobre a empresa, leia:
Capitalização das estatais: aqui.
Balanço da Eletrobras (post de 2009): aqui.
Dividendos: aqui.
Valor residual: aqui.

Errata: Eletrobras

Errata: Eletrobras – por Isabel Sales

Essa deveria ser a continuação de uma postagem de ontem, porém não a intitularei “Eletrobrás 2” por que houve um erro. Desculpem-nos! Após tanto debate sobre acentuar ou não o nome da empresa, ainda assim erramos e, quem sabe, desmerecemos um tanto do dispêndio da publicidade a respeito da nova marca da Eletrobras.

Segue uma errata então: o correto é Eletrobras e não Eletrobrás. Sentiu a diferença? Marcante, não? Percebemos assim que muitos dos gastos com publicidade para lançar a nova Eletrobras, uma, quem sabe, futura tipo-Petrobrás, foram bem aplicados, não é mesmo? Na mensagem da administração do relatório anual de 2010 a primeira frase afirma: “mais do que uma modificação de forma e de cores, a nova marca da Eletrobras, lançada em 2010, após meses de trabalho integrado envolvendo dezenas de profissionais, simbolizou a reinvenção da empresa, cada vez mais preparada para os novos tempos”.

Vamos aproveitar essa “errata”, para acrescentarmos dados a outros pontos mencionados ontem. Comecemos pelo [1] em que afirmamos “É estranho isto, já que uma situação tão grave não surge de repente. E os anos anteriores?”. Esse comentário se referia à frase em que pela primeira vez os auditores foram taxativos em relação a um rombo entre passivos e ativos circulantes das empresas distribuidoras do sistema.

Mas graças ao Google (novo pai dos burros) descobrimos que não, não foi a primeira vez que perceberam que a Eletrobrás apresenta risco de continuidade. Vejam só:

- Há um “formulário de referência” publicado pela Eletrobrás em 30 de junho de 2010, disponível aqui, que na página 172, tratando sobre o exercício social de 2007, afirma: “foram apresentados [pelos auditores independentes] parágrafos de ênfase relatando sobre o risco de continuidade operacional das subsidiárias de nossas controladas Eletronorte, Manaus Energia e Boa Vista Energia, e também sobre a continuidade de nossa controlada Eletroacre. Sobre o tema, a Companhia garante a continuidade operacional de tais investidas por meio de aporte de recursos financeiros”.

Na página 174, sobre o exercício social de 2009 notem os parágrafos de ênfase emitidos pela auditoria independente: “(...) a Companhia mantém provisão para perdas em adiantamentos para futuro aumento de capital em determinadas empresas controladas do segmento de distribuição de energia no montante de R$ 1.858.603 mil, sendo apresentada ainda provisão para passivo a descoberto no montante de R$ 53.660 mil. As empresas vêm apurando prejuízos repetitivos em suas operações, sendo que as informações financeiras dessas controladas foram elaboradas de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil aplicáveis a companhias em regime normal de operações. Os planos da administração com relação ao equacionamento financeiro das referidas empresas incluem o processo de capitalização de dívidas e de adiantamentos para futuro aumento de capital ainda a ser efetivado, conforme mencionado na nota explicativa 42. As demonstrações financeiras não incluem quaisquer ajustes em virtude dessas incertezas”.

Na página 176 (ainda sobre o exercício social de 2009), a Eletrobrás, por sua vez, afirma que: “No que diz respeito ao risco de continuidade operacional de nossas empresas distribuidoras de energia, a Administração garante a continuidade dessas empresas em função de aporte de recursos financeiros e através de um plano de reestruturação dessas companhias”.

Legal. A auditoria vê risco de continuidade, mas a administração da Eletrobras garante a continuidade das empresas. Mas a que custo? E até quando? Vocês se lembram da postagem “energia cara tira indústrias do Brasil”? Pois é! E vocês se lembram da reportagem que saiu na The Economist, edição impressa de fevereiro, sobre o apagão brasileiro? Disponível em português aqui no sítio de notícias do UOL há referências sobre o Brasil ter que investir dinheiro da iniciativa pública e privada para conseguir suprir os problemas e a demanda por energia. E aqui no Estadão falando sobre a energia elétrica no Brasil já ser 2/3 mais cara que nos Estados Unidos, dentre outros fatos que complicam o sistema de distribuição de energia pelo Brasil.

Isso nos traz ao item [2] da postagem de ontem "Já é um avanço esta constatação. Mas será que resolve o problema?" que se refere ao seguinte trecho da reportagem do Valor Econômico: "Esse tipo de concessão não é para ser pública, a não ser que se crie uma cultura, que toma um longo prazo. Todos do setor sabem disso, o presidente da Eletrobras sabe, o governo sabe e os políticos estão começando a perceber.".

Acho que vou criar dissabores ao afirmar isso, mas a verdade é que eu sou a favor da privatização (acho que meu professor, o Dr. Carlos Alberto Ferreira Lima, tentará alterar a nota que recebi em sua matéria e me reprovar caso leia essa postagem). Mas para você, meu querido professor, e para todos os que pensarem em me bloquear no twitter, indico a postagem: Defesa da Privatização na qual se afirma - Não é função do governo fazer um pouco pior ou um pouco melhor o que os outros podem fazer, e sim fazer o que ninguém pode fazer, dentre outras coisas.

Além disso, tempos atrás tive a oportunidade de auxiliar os professores Pedro Oliveira e Paulo Lustosa em uma pesquisa sobre a privatização da Vale que mostrou melhoria na eficiência produtiva no período após a privatização. Na postagem “Brasil, Economia e Governo” destacamos um link para a resposta à pergunta “valeu à pena privatizar a Vale”? Na reportagem são levantados vários pontos contra e a favor, mas no fim do dia a conclusão é de que hoje temos sim uma empresa com mais valor.

A Eletrobras poderia ser uma ótima empresa, como ameaçaram transformar, mas acho que com a mentalidade estatal nos próximos anos pode até haver melhora, mas em uma quantidade sem importância. Pra você isso é o suficiente? Participe nos comentários.

Instituto Ronald McDonald

O Instituto Ronald McDonald é muito conhecido no Brasil pelo trabalho assistencial na luta contra o câncer infantil. Todo ano, em agosto, a rede de fast food McDonalds promove o McDia Feliz que arrecadou, em 2010, 13 milhões de reais. Só nos cofrinhos existentes em cada loja foram 2,7 milhões.

O relatório de atividades do Instituto é muito interessante e comovente. São 56 páginas, com muitas fotos, sobre o que foi feito pelo Instituto. Da parte contábil, na página 51 o parecer dos auditores independentes e na página 52 o Balanço Patrimonial. No título de ambas as páginas: “Transparência”.

Eis o que os auditores dizem sobre os números:

Examinamos as demonstrações financeiras do Instituto Ronald McDonald de Apoio à Criança (Instituto) que compreendem o balanço patrimonial em 31 de dezembro de 2010 e as respectivas demonstrações do resultado das atividades sociais, das mutações do patrimônio social e dos fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, assim como o resumo das principais práticas contábeis e demais notas explicativas. (...)

Em nossa opinião, as demonstrações financeiras acima referidas apresentam adequadamente, em todos os aspectos relevantes, a posição patrimonial
e financeira do Instituto Ronald McDonald de Apoio à Criança em 31 de dezembro de 2010, o desempenho de suas operações e os seus fluxos de caixa para o exercício findo naquela data, de acordo com as práticas contábeis adotadas no Brasil.

Perceberam algo estranho? Apesar dos auditores comentarem sobre as demonstrações financeiras (balanço patrimonial, mutações e fluxos), o Instituto não divulga, no Relatório de Atividades, estas demonstrações. Contador que é contador não participa do McDia Feliz!

Previsões para a economia brasileira

Postado por Pedro Correia

Previsões do Deutsche Bank Research:


Brazil will do much better during 2010-20 than during the 1980-2000 period. However, Brazil will not match Chinese and Indian growth rates. In our baseline scenario, by around 2020 Brazil will have overtaken both France and the UK to become the world’s seventh-largest economy, reclaiming the position it occupied in 1980. Economic and political stability, combined with an abundance of arable land and strategic commodity and energy resources, will also help raise Brazil’s importance. Recent oil and gas finds will turn Brazil into an increasingly important energy player, while it already accounts for 50% of coarse grain production and 50% of world beef exports. In addition, Brazil occupies promising positions in the Hausmannian product space (e.g. biofuel technology, aerospace).

However, even if Brazil surprises by implementing key structural reforms, it will still not match Chinese or Indian growth rates. In global economic and political terms, the rise of China and India will be the pivotal event of the 21st century. Neither will Brazil turn into a high-per-capita, high-tech Korea, whose success is due to high levels of investment, trade openness and human capital accumulation. However, economic and political stability will provide the backdrop for Brazil’s continued economic growth and its increasing international political importance, especially vis-à-vis the advanced economies.

Leia reportagens do Financial Times sobre a economia brasileira: Bolha imobiliária e a fragilidade financeira dos bancos.

Grifos meus.

Google vende títulos

Postado por Pedro Correia



O Wall Street Journal noticiou que o Google tem 37 bilhões de dólares em caixa,mas decidiu vender 3 bilhões de dólares em títulos da dívida norte-americana com vencimento de 3 anos.Ou seja, a empresa está se financiando com dívida,o que é incomum para companhias de tecnologia, pois estas costumam usar o caixa .Portanto, a empresa toma recursos de longo prazo e empresta no curto prazo .O normal seria o inverso, ou seja, fazer o que os bancos fazem.É bom lembrar que as taxas de juros de curto prazo, em economias desenvolvidas, é mais baixa que a de longo prazo.

Por que o Google adotou esta estratégia? O professor de economia Gregory Mankiw não conseguiu enteder o porquê.Não obstante, um leitor de seu blog apresentou uma resposta bem plausível. Segundo ele,apesar do Google ter US $ 37 bilhões em caixa e equivalentes, a maior parte desses recursos está em contas fora dos EUA (uma das estratégias da empresa é canalizar a maior parte dos seus lucros para Irlanda, que possui baixa carga tributária).Desse modo,não é possível usar os $ 37 bilhões nos EUA, sem incorrer em uma taxa de 35 por cento sobre os recursos que forem repatriados.Além disso,os empréstimos de longo prazo são para financiar os gastos nos EUA .

Todas as grandes empresas de tecnologia fazem a mesma coisa (como foi noticiado neste blog: a Microsoft evitou estes custos tributários na compra do Skype).Em outras palavras, diversas empresas dos EUA mantêm seu dinheiro fora do país para evitar as taxas tributárias. Em suma, o Google está apostando que os tributos sobre os recursos repatriados irão diminuir no futuro.

Fonte:Limericks

Ex-executivo da Enron sai da cadeia

O ex-chefe financeiro da empresa de energia Enron, Andrew Fastow, saiu hoje (18/5) da penitenciária onde estava desde setembro de 2006. Ele cumpre uma pena de seis anos por ter sido um dos principais arquitetos do esquema de corrupção ocorrido na empresa, no final de 2001.

Segundo a imprensa internacional, Fastow segue do estado da Luisiana, nos Estados Unidos, para Huston, no Texas, onde vai ficar em uma casa de reabilitação (uma espécie de intermediária entre a prisão e a liberdade), até o dia 17 de dezembro. De acordo com a agência Reuters, os advogados de Fastow afirmaram que o ex-CFO (Chief Financial Officer) teria começado a abusar de álcool e drogas dentro da prisão, o que pode acarretar no encurtamento da pena.

O executivo da extinta Enron foi para a cadeia depois de ser declarado culpado por ajudar a empresa a esconder prejuízos e dívidas e enganar investidores. Prestes a ter a liberdade, a pena de Fastow poderia ter sido muito maior. Sua primeira condenação ocorreu em 2004, quando concordou em pagar 10 anos de prisão em troca de cooperar com as autoridades. A punição, que já era uma regalia, foi reduzida para seis anos quando o acusado resolveu testemunhar contra os ex-presidentes-executivos da Enron Kenneth Lay e Jeffrey Skilling.

Em dezembro de 2001, a Enron, que era uma das maiores empresas dos Estados Unidos, decretou falência, revelando uma dívida de 22 bilhões de dólares, criada após os executivos fraudarem os livros de contabilidade da empresa. Em 2006, os dois principais executivos da Enron foram condenados. Lay morreu antes de receber a sentença, e Skilling teve que pagar 45 milhões de dólares de multa e, hoje, cumpre pena de 24 anos de prisão.

Fonte: Luciana Carvalho, Exame.com

Evite a procrastinação

Postado por Pedro Correia

Dica do wikiHow:

Work! Although this may sound counteractive to your goal of relaxing, procrastination never feels as good as having nothing to do. Get it done now and then you can truly relax.