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16 maio 2011

Empregados

Os carteiros são obrigados a caminhar até 15 quilômetros por dia, carregando sacolas com 11kg nas costas - um sistema da década de 70. Um grupo pequeno usa motos, mas a estatal não paga seguro nem da frota nem individual, o que obriga o trabalhador a arcar com as despesas do próprio bolso se for comprovada sua culpa em um acidente. Só em São Paulo, 628 funcionários têm um passivo a pagar de quase R$ 1 milhão.

Com salário bruto de R$ 850, os trabalhadores da chamada área fim (70% do quadro) recebem quase o mesmo (R$ 741) com o auxílio-alimentação, benefício que não conta para aposentadoria nem FGTS.

(Correios têm um chefe para cada dois servidores e 9 mil estão em licença-médica - O Globo)

Reguladores

O Valor Econômico trouxe duas reportagens sobre a guerra de preços entre as corretoras (Corretoras sob pressão e Programa de qualidade pode limitar a guerra de preços).

O cenário é o seguinte:

a) As corretoras estão numa guerra de preços através da redução das taxas de corretagens
b) O Banco Central estaria preocupado com isto, pois poderia levar a problemas financeiros
c) O Banco Central fez um pedido de estudo para a FGV sobre o setor de corretoras
d) O Banco Central estaria reforçando a fiscalização e investigando práticas desleais
e) Uma das propostas é não divulgar mais o ranking das corretoras. Outra é exigir um programa de qualidade operacional da bolsa; para cumprir seriam necessários investimentos em qualidade e controle

A intervenção do órgão regulador pode ser conservadora. Mas por outro lado é prejudicial ao investidor, que estaria sendo favorecido neste momento pela guerra de preços. O mais interessante é a típica medida do governo: para responder a uma crise, contrate a FGV. Ela provavelmente fará um estudo com os dados que foram produzidos pelo próprio governo, que será entregue após o problema já não ser tão relevante, e as decisões que serão tomadas serão políticas.

Mais provisões

Os balanços do primeiro trimestre dos grandes bancos de varejo divulgados até o momento apontam para uma tendência de elevação da inadimplência. A expectativa de executivos do setor é que o avanço não deva ser grande, mas as instituições financeiras já se previnem, seja aumentando as provisões para devedores, seja privilegiando operações de crédito de menor risco [1].

De forma geral, o índice de atrasos superiores a 90 dias no primeiro trimestre de 2011 até melhorou em relação ao desempenho verificado no quarto trimestre de 2010. É em intervalos inferiores a 90 dias que a alta aparece, o que de certa forma antecipa o movimento de perdas futuras. [2]

A expectativa da administração do Itaú Unibanco é de um aumento nos próximos trimestres entre 0,2 e 0,3 ponto percentual no índice de atrasos superiores a 90 dias, que fechou março em 4,2% - estável na comparação com dezembro. "Todos os segmentos de atuação devem ter algum nível de aumento ao longo dos próximos trimestres", afirmou Rogério Calderón, diretor de controladoria e relações com investidores do Itaú Unibanco, em teleconferência com jornalistas. "Isso normalmente é decorrente do aumento da inflação."

Em decorrência do aumento da inadimplência entre 31 e 90 dias, de 2,3% para 2,9% nesse mesmo período, houve um acréscimo de R$ 270 milhões na despesa de provisão para créditos de liquidação duvidosa do Itaú em relação aos percentuais mínimos exigidos pelo Banco Central (BC), elevando o saldo da provisão complementar do banco para R$ 5,1 bilhões.

Mas, apesar de o Itaú Unibanco ter voltado a aumentar as provisões complementares, o montante requerido pelo BC foi reduzido no trimestre em R$ 306 milhões. Conforme notou Jayme Alves, economista sênior da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), o saldo de provisões para devedores em relação à carteira de crédito do banco recuou para 7,3%, menor patamar desde o quarto trimestre de 2008. "Os níveis atuais de cobertura foram reduzidos, sobretudo nas operações vencidas acima de 60 dias", destacou em ele no informativo semanal da entidade.

No Banco do Brasil (BB), o índice de atrasos superiores a 90 dias caiu de 2,3% em dezembro de 2010 para 2,1% em março de 2011 - abaixo da média do sistema financeiro nacional, de 3,2%. No curto prazo, porém, a tendência de repique já pode ser constatada. Atrasos superiores a 15 dias, por exemplo, passaram de 3,7%, em dezembro, para 4%, em março.

Mas, ao contrário do Itaú, o BB tem preferido agir em outra frente que não a de provisões. A estratégia do banco tem sido dar prioridade produtos de menor risco, a exemplo do crédito consignado e do imobiliário, para pessoas físicas, e das linhas de investimento para empresas. "O fato de termos avançado a carteira [de crédito] durante a crise, focando em operações de baixo risco, nos permite colher os benefícios agora que o ambiente é de mais incerteza [3]", explica Ivan de Souza Monteiro, vice-presidente de finanças do BB. "Para o outro grupo de bancos que volta a atuar agora e encontra esse ambiente, é natural provisionar mais." As despesas com provisões para devedores do BB apresentaram decréscimo de 13,1% nos doze meses encerrados em março. As projeções do banco apontam para um crescimento entre 3,3% a 3,7% em 2011, mas Monteiro acredita que a performance do banco tende a ficar abaixo disso.

No Bradesco, o índice de atrasos superiores a 90 dias se manteve estável em março na comparação com dezembro, em 3,6%, mas os atrasos superiores a 60 dias mostram um leve repique - de 4,3% para 4,4%. "Não é nada que nos preocupe", disse Domingos de Abreu, vice-presidente executivo do Bradesco, por ocasião da divulgação de resultado. O saldo de provisões para devedores teve acréscimo de 2,8% entre dezembro e março, para R$ 16,7 bilhões.


Banco vê sinais de inadimplência - Valor Econômico - 12 maio de 2011

[1] Nem sempre mudança na provisão é sinal de aumento de risco. A provisão tem sido usada para gerenciamento de resultado nas instituições financeiras.
[2] Falta uma análise geral. Perder num segmento e ganhar no outro não significa que os bancos estão perdendo no âmbito geral.
[3] Esta afirmação é contraditória. Durante a crise a instituição escolheu minimizar o risco e agora o ambiente é de maior incerteza?

Nota Fiscal Eletrônica

Apesar de a NF-e (Nota Fiscal Eletrônica) agilizar a imigração de dados entre empresa, cliente e Receita Federal, a implantação do sistema é onerosa, segundo micro e pequenos empresários.Além de ter computadores de última geração e internet em alta velocidade, o empresário precisa adquirir sistema de certificação digital, que legitima o documento virtual.

O software para enviar a NF-e é oferecido gratuitamente pela Secretaria da Fazenda do Governo de São Paulo e por prefeituras mas também pode ser adquirido de empresas desenvolvedoras de programas para gestão empresarial.Para Otávio Alberecht, sócio do Palópoli Advogados, a NF-e exige gastos altos de negócios de pequeno porte.

Segundo ele, é preciso cautela ao utilizar o sistema. “A empresa que cometer erros [como deixar de emitir a nota ou preenchê-la com um valor errado] poderá se dar mal no futuro, quando a Receita Federal cruzar os dados”, diz.A multa gira em torno de R$ 100 por nota não emitida, segundo as secretarias e as prefeituras consultadas pela Folha. O valor é limitado a R$ 1.000 por ação fiscal.

O empresário tem ainda a Certidão Conjunta da Receita Federal (que confirma a regularidade do pagamento de tributos) travada _não poderá ser utilizada enquanto os débitos não forem quitados.O custo é alto, mas não é o principal problema das empresas, pondera Bruno Quick, gerente de políticas públicas do Sebrae Nacional (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).

Segundo ele, o período dado para que elas se adaptem às exigências é o maior empecilho. “Uma transformação estrutural desse porte demanda, no mínimo, três anos de preparação”, opina Quick.Na implantação da NF-e, as empresas obrigadas a emitir o documento tiveram dois anos e meio para se adaptar.


Fonte: Folha de São Paulo

15 maio 2011

Rir é o melhor remédio







Livros personalizados

Livros personalizados – Por Isabel Sales

Que tal um livro personalizado? E não, você não precisa pedir pra sua irmã fazer uma colagem na capa nem nada do tipo. Segundo uma reportagem do Estadão (indicada por Glauber Barbosa, a quem agradeço) para combater a pirataria, as editoras estão investindo em livros personalizados. Você precisa de apenas um capítulo de um livro? Ao invés de copiar, a editora supre a sua demanda.

A editora Saraiva já apresenta em sua página uma opção para livros personalizados para empresas ou instituições de ensino (e não, não estamos ganhando comissão!). Segundo o site, funciona de uma forma similar a como quando vamos montar um livro para fotocópia (tirar alguns capítulos do livro, incluir capítulos de outras fontes, acrescentar uma mensagem personalizada), com o custo também similar, o que eliminaria as cópias ilegais. Interessante. Alguém já utilizou essa ferramenta? Para que o custo seja análogo a de fotocópias, a entidade terá que fazer um pedido considerável, o que não é atraente a usuários individuais. Ao menos não pra mim. Não sei até que ponto isso altera a pirataria, mas a ideia não deixa de ser interessante.

Será que só utilizam livros da própria editora? Imagino que sim, o que, por sua vez, diminui a atratividade da ideia. Pergunto-me como ficará a questão dos direitos autorais recebidos por escritores a cada exemplar vendido. Vou indagar a empresa, se me responderem posto aqui no blog.

Ainda segundo a reportagem do Estadão, o grupo universitário Estácio vai distribuir tablets aos seus alunos (quanto será a mensalidade dessa instituição?) para a leitura de textos, com base em um programa que está sendo desenvolvido em conjunto com a Associação Brasileira de Direitos Reprográficos.

Bem... para assimilar algumas novidades eu preciso “ver com as minhas mãos”. Se eu não tocar num desses tablets com o tal do software contra pirataria, sou cética. Acredito que existem tantos gênios da computação que qualquer bloqueio é quebrado ou amolecido. E a partir daí o que vale é a honestidade de cada um, inclusive das editoras que tem cobrado preços absurdos livrarias afora...

Queridos leitores, hoje percebi que as minhas conversas com meu querido amigo, mestrando e professor voluntário da UnB Glauber Barbosa rendem muitas postagens para esse blog. Espero que quando ele terminar a dissertação se torne um blogueiro, pois com certeza terá muito a acrescentar! (Isso me lembrou duma postagem antiga, mas muito legal em que o professor César questiona “por que temos tão poucos blogs no Brasil?”).

Postagens relacionadas:

Por que não faz sentido controlar o preço do livro eletrônico? Aqui.
Plágio: aqui.
Livro eletrônico: aqui.
E-book: aqui.
Dicas de leitura: aqui.

Parceiros do blog:


Evidenciação: Livro adquirido com recursos particulares, sem ligações com os escritores ou a editora.

IFRS 13

Postado por Pedro Correia



O International Accounting Standards Board (IASB) e o Financial Accounting Standards Board (FASB) emitiram novas orientações sobre a mensuração do valor justo e os requisitos (exigências) de divulgação para as IFRS e o GAAP americano.A orientação, está estabelecida na IFRS 13 e na atualização do Topic 820 in the FASB’s Accounting Standards Codification (anteriormente conhecido como SFAS 157) .A harmonização das exigências de mensuração e divulgação do valor justo constitui importante elemento de resposta, de ambos os órgãos, para a crise financeira.

A crise enfatizou a importância de objetivos comuns na mensuração do valor justo e requisitos de divulgação com redação idêntica em IFRS e EUA GAAP. Segundo o comunicado do IASB, a débâcle de 2008 exigiu a necessidade de: esclarecer como mensurar o valor justo quando o mercado para um ativo ou passivo se torna menos ativo e melhorar a transparência da mensuração e divulgação deste valor em cenários de incerteza. [1]

A IFRS 13 não estende o uso do valor justo, mas ajuda as empresas a decidirem como o fair value deve ser aplicado nos casos em que já é exigido ou permitido pela IFRS e padrões americanos. Esta norma não introduz novas exigências quanto à mensuração de um ativo ou passivo pelo valor justo. Em suma, a IFRS 13 fornece uma definição mais precisa do valor justo e uma única fonte de mensuração do valor justo e seus requisitos de divulgação. A norma entra em vigor em janeiro de 2013, no entanto, é permitida a adoção antecipada.

As orientações e requisitos para a mensuração do valor justo e divulgação de informações sobre estes valores estavam dispersas em muitas normas e, em muitos casos, estas não articulavam uma clara mensuração ou objetivo de divulgação. Desse modo, algumas IFRS’s continham informações limitadas sobre como mensurar o valor justo, enquanto outras continham informações extensivas, que nem sempre eram consistentes entre os padrões contábeis.

A conclusão deste trabalho dos Board’s resulta no alinhamento das normas internacionais e americanas neste importante tema da contabilidade. A presença das mesmas exigências para a mensuração e divulgação do valor justo diminuirá a diversidade das aplicações, e por consequência, provavelmente melhorará a comparabilidade das demonstrações financeiras que usam o IFRS e o US-GAAP.

O IFRS 13 ajudará a aumentar a transparência quando as entidades usam modelos para mensurar o justo valor, particularmente, quando os usuários precisam de mais informações sobre mensuração em condições de incerteza, por exemplo, quando o mercado para um ativo ou um passivo torna-se menos ativa.

Outrossim , aumenta a transparência da mensuração do fair value, exigindo informações pormenorizadas sobre os valores justos calculados com base em modelos.Isto irá proporcionar um aumento da confiança na mensuração do valor justo ,pois a IFRS 13 exige que as entidades divulguem informações sobre as técnicas de avaliação e os inputs utilizados para mensurar o valor justo no nível 3.

Os objetivos do IFRS 13 são: reduzir a complexidade e melhorar a coerência na aplicação da mensuração do valor justo, ter um único conjunto de requisitos para a mensuração de todo valor justo, clarificar a definição do justo valor, melhorar a transparência e aumentar a convergência das IFRS e os US-GAAP.


Leia mais: aqui, aqui,aqui


[1]Como afirma Lustosa (2010): “...a justiça de uma medida de valor está mais na capacidade de ela expressar os conceitos corretos de mensuração do que na exatidão da medida”.