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15 maio 2011

Rir é o melhor remédio







Livros personalizados

Livros personalizados – Por Isabel Sales

Que tal um livro personalizado? E não, você não precisa pedir pra sua irmã fazer uma colagem na capa nem nada do tipo. Segundo uma reportagem do Estadão (indicada por Glauber Barbosa, a quem agradeço) para combater a pirataria, as editoras estão investindo em livros personalizados. Você precisa de apenas um capítulo de um livro? Ao invés de copiar, a editora supre a sua demanda.

A editora Saraiva já apresenta em sua página uma opção para livros personalizados para empresas ou instituições de ensino (e não, não estamos ganhando comissão!). Segundo o site, funciona de uma forma similar a como quando vamos montar um livro para fotocópia (tirar alguns capítulos do livro, incluir capítulos de outras fontes, acrescentar uma mensagem personalizada), com o custo também similar, o que eliminaria as cópias ilegais. Interessante. Alguém já utilizou essa ferramenta? Para que o custo seja análogo a de fotocópias, a entidade terá que fazer um pedido considerável, o que não é atraente a usuários individuais. Ao menos não pra mim. Não sei até que ponto isso altera a pirataria, mas a ideia não deixa de ser interessante.

Será que só utilizam livros da própria editora? Imagino que sim, o que, por sua vez, diminui a atratividade da ideia. Pergunto-me como ficará a questão dos direitos autorais recebidos por escritores a cada exemplar vendido. Vou indagar a empresa, se me responderem posto aqui no blog.

Ainda segundo a reportagem do Estadão, o grupo universitário Estácio vai distribuir tablets aos seus alunos (quanto será a mensalidade dessa instituição?) para a leitura de textos, com base em um programa que está sendo desenvolvido em conjunto com a Associação Brasileira de Direitos Reprográficos.

Bem... para assimilar algumas novidades eu preciso “ver com as minhas mãos”. Se eu não tocar num desses tablets com o tal do software contra pirataria, sou cética. Acredito que existem tantos gênios da computação que qualquer bloqueio é quebrado ou amolecido. E a partir daí o que vale é a honestidade de cada um, inclusive das editoras que tem cobrado preços absurdos livrarias afora...

Queridos leitores, hoje percebi que as minhas conversas com meu querido amigo, mestrando e professor voluntário da UnB Glauber Barbosa rendem muitas postagens para esse blog. Espero que quando ele terminar a dissertação se torne um blogueiro, pois com certeza terá muito a acrescentar! (Isso me lembrou duma postagem antiga, mas muito legal em que o professor César questiona “por que temos tão poucos blogs no Brasil?”).

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Evidenciação: Livro adquirido com recursos particulares, sem ligações com os escritores ou a editora.

IFRS 13

Postado por Pedro Correia



O International Accounting Standards Board (IASB) e o Financial Accounting Standards Board (FASB) emitiram novas orientações sobre a mensuração do valor justo e os requisitos (exigências) de divulgação para as IFRS e o GAAP americano.A orientação, está estabelecida na IFRS 13 e na atualização do Topic 820 in the FASB’s Accounting Standards Codification (anteriormente conhecido como SFAS 157) .A harmonização das exigências de mensuração e divulgação do valor justo constitui importante elemento de resposta, de ambos os órgãos, para a crise financeira.

A crise enfatizou a importância de objetivos comuns na mensuração do valor justo e requisitos de divulgação com redação idêntica em IFRS e EUA GAAP. Segundo o comunicado do IASB, a débâcle de 2008 exigiu a necessidade de: esclarecer como mensurar o valor justo quando o mercado para um ativo ou passivo se torna menos ativo e melhorar a transparência da mensuração e divulgação deste valor em cenários de incerteza. [1]

A IFRS 13 não estende o uso do valor justo, mas ajuda as empresas a decidirem como o fair value deve ser aplicado nos casos em que já é exigido ou permitido pela IFRS e padrões americanos. Esta norma não introduz novas exigências quanto à mensuração de um ativo ou passivo pelo valor justo. Em suma, a IFRS 13 fornece uma definição mais precisa do valor justo e uma única fonte de mensuração do valor justo e seus requisitos de divulgação. A norma entra em vigor em janeiro de 2013, no entanto, é permitida a adoção antecipada.

As orientações e requisitos para a mensuração do valor justo e divulgação de informações sobre estes valores estavam dispersas em muitas normas e, em muitos casos, estas não articulavam uma clara mensuração ou objetivo de divulgação. Desse modo, algumas IFRS’s continham informações limitadas sobre como mensurar o valor justo, enquanto outras continham informações extensivas, que nem sempre eram consistentes entre os padrões contábeis.

A conclusão deste trabalho dos Board’s resulta no alinhamento das normas internacionais e americanas neste importante tema da contabilidade. A presença das mesmas exigências para a mensuração e divulgação do valor justo diminuirá a diversidade das aplicações, e por consequência, provavelmente melhorará a comparabilidade das demonstrações financeiras que usam o IFRS e o US-GAAP.

O IFRS 13 ajudará a aumentar a transparência quando as entidades usam modelos para mensurar o justo valor, particularmente, quando os usuários precisam de mais informações sobre mensuração em condições de incerteza, por exemplo, quando o mercado para um ativo ou um passivo torna-se menos ativa.

Outrossim , aumenta a transparência da mensuração do fair value, exigindo informações pormenorizadas sobre os valores justos calculados com base em modelos.Isto irá proporcionar um aumento da confiança na mensuração do valor justo ,pois a IFRS 13 exige que as entidades divulguem informações sobre as técnicas de avaliação e os inputs utilizados para mensurar o valor justo no nível 3.

Os objetivos do IFRS 13 são: reduzir a complexidade e melhorar a coerência na aplicação da mensuração do valor justo, ter um único conjunto de requisitos para a mensuração de todo valor justo, clarificar a definição do justo valor, melhorar a transparência e aumentar a convergência das IFRS e os US-GAAP.


Leia mais: aqui, aqui,aqui


[1]Como afirma Lustosa (2010): “...a justiça de uma medida de valor está mais na capacidade de ela expressar os conceitos corretos de mensuração do que na exatidão da medida”.

O mundo das finanças, as esfirras e o efeito contágio

Postado por Pedro Correia


O mundo tem acompanhado com atenção o desenrolar da situação política no Egito. Após anos de ditadura, a população finalmente decidiu dar um basta ao governo de Mubarak. Inspirados pelos acontecimentos na Tunísia, porém seguindo uma dinâmica política, econômica e social distinta, os egípcios tomaram as rédeas de seu futuro.

Muito bom, certo? Afinal, ninguém deseja que uma ditadura como essas continue. Porém, aparentemente, para os mercados, não. Basta ver as fortes quedas dos principais ativos de risco, principalmente, os associados a mercados emergentes e, sobretudo, os árabes. Informações concretas, como o fato do Egito não ameaçar a oferta global de petróleo ou de que o canal de Suez pode ser facilmente contornado sem ameaçar a distribuição dessa commodity, parecem não ser muito importantes.

Não foi raro ouvirmos recentemente em entrevistas, relatórios, análise em comitês de investimentos e conversas informais, que a situação poderia se alastrar para outras nações do mundo árabe e aí sim afetar fortemente a produção e o transporte de petróleo. Isso seria um risco enorme para a frágil recuperação mundial. A estabilidade dos regimes na Argélia, Marrocos e até Arábia Saudita estariam em risco.

O fato desses comentários serem feitos por profissionais que jamais pisaram em qualquer um desses países e de que teriam muita dificuldade em dizer se são governados por presidentes, reis ou primeiros ministros (nem ouse perguntar o nome dos governantes dessas nações...), parece ser de pouca importância. O mais próximo que chegaram de algo minimamente relacionado ao mundo árabe muito provavelmente foi uma esfirra ou um quibe cru. Dizer que o regime saudita corre risco de ruir, atualmente, equivale a falar que a rainha da Inglaterra deveria ter ficado alarmada com os tumultos políticos de 2005 na Ucrânia.

Mas por que isso ocorre? Afinal, os mercados não são racionais? Os agentes não usam toda a informação que possuem para tomar a melhor decisão? A cadeira de finanças comportamentais denomina esse tipo de análise superficial e o processo decisório resultante de efeito disponibilidade. Segundo esse conceito, os indivíduos se valem de elementos simples, de fácil acesso e assimilação para construir previsões e estimativas, que são fortemente influenciadas por informações que estejam imediatamente disponíveis.

Registrada pela primeira vez na literatura acadêmica por Amos e Tversy (1974), o efeito disponibilidade está ligado ao princípio de que as pessoas avaliam a probabilidade de um evento ocorrer baseadas na facilidade com a qual encontram exemplos similares ou na facilidade com que tais exemplos vem à mente.

Em um estudo criativo, os dois pesquisadores pediram a uma amostra representativa da população americana que estimasse o que é mais frequente, palavras em inglês que começam com a letra K ou palavras em inglês onde a letra K aparece em terceiro lugar (terceira letra da esquerda para a direita)? 70% dos respondentes estimou que as palavras que começam com a letra K são mais numerosas. Na verdade, as palavras onde a letra K aparece em terceiro lugar são 2 vezes mais frequentes! O fato de ser mais fácil pensar em palavras que começam com K explica porque um percentual tão elevado errou feio a estimativa.

Outros exemplos da vida cotidiana também são capazes de evidenciar tal tendência. Por exemplo, um motorista que acabou de sofrer um acidente tende a dirigir com mais cautela nas semanas seguintes à colisão, ainda que a probabilidade objetiva de que sofra um novo acidente não tenha sofrido alteração. O que aumentou momentaneamente foi a probabilidade subjetiva que a vítima do acidente atribui à possível repetição de tal evento.

No mundo financeiro, em que o dinamismo e a velocidade das transações e, consequentemente, das análises, só aumenta, o efeito disponibilidade, bem como o efeito contágio resultante, tem origem na insuficiência de informação ou na simples ignorância quanto a determinado tema. Dessa forma, os indivíduos recorrem e atribuem um peso maior ao raciocínio por analogia e pouco ou nenhum peso ao raciocínio lógico no momento de fazer um julgamento e tomar uma posição. E mais uma vez, lá se vai a hipótese de racionalidade por água abaixo.

Aquiles Mosca é estrategista de investimentos pessoais e superintendente executivo comercial do Santander Asset Management. É autor dos livros "Investimento sob medida" e "Finanças Comportamentais".

Fonte: Valor Econômico

Origem do Caixa

Postado por Pedro Correia

Recentemente, a Microsoft anunciou a compra do Skype por US$ 8,5 bilhões, em uma das maiores aquisições da história da companhia de Bill Gates.O negócio foi fechado com o pagamento em caixa. No entanto, um ponto crucial não foi muito comentado:Qual é o origem deste caixa?

Therese Poletti do sítio Market Watch mostra que no dia 31 de março deste ano, a Microsoft informou que 42 bilhões de dólares de seus 50,2 bilhões em caixa e investimentos de curto prazo eram mantidos por subsidiárias no exterior e que esta quantia estava sujeita à "tributos de repatriamento de caixa."

O problema para as empresas dos EUA é que a repatriação de dinheiro para os EUA tem elevados custos tributários. Em 2004, o presidente George W. Bush declarou um "feriado fiscal" permitindo que as corporações trouxessem dinheiro de volta para os EUA sem o pagamento de tributos.

No caso deste negócio, alguns analistas acreditam que,provavelmente a Microsoft usará o caixa das subsidiárias no estrangeiro,pois o custo de oportunidade em utilizar esses recursos é menor que usar o caixa oriundo dos EUA.

Quer dicas de leitura?

Quer dicas de leitura? Por Isabel Sales

Os livros de negócios mais vendidos em abril (lista do jornal The New York Times):

The Big Short, de Michael Lewis. Discursa sobre a crise dos últimos anos e mostra como alguns investidores fizeram a sua fortuna apostando contra os títulos de crédito imobiliário.

Drive, de Daniel H. Pink. Já comentado no blog, fala sobre o que nos motiva. Relembre: aqui e aqui.

Finding the Uncommon Deal, de Adam Leitman Bailey. Um livro que ensina a comprar imóveis, negociar e encontrar as melhores opções.

The Tipping Point, de Malcom Gladwell. O livro é uma análise refinada das epidemias sociais e há versão em português: “O Ponto da Virada”, publicado pela editora Sextante. Na postagem “sete livros que recomendo”, escrita pelo professor César, Gladwell está na 3ª posição.

The Checklist Manifesto, de Atul Gawande. Uma forma simples de gerenciar a complexidade.

Freakonomics, de Steven D. Levitt e Stephen J. Dubner. Livro que dispensa apresentações e está em 4º na postagem “sete livros que recomendo”. A versão em português tem o mesmo título e é publicada pela editora Campus. Algumas postagens anteriores sobre o livro no blog: aqui, aqui e aqui.

Unfair Advantage, de Robert T. Kiyosaki. O autor de Pai Rico, Pai Pobre fala sobre estratégias financeiras as quais nomeia de “unfair advantage”. As estratégias são aplicadas a diversas situações que lidam com impostos, dívidas, risco.

The Black Swan, de Nassim Nicholas Taleb. A Lógica do Cisne Negro, no Brasil, publicado pela editora Best Seller. Cisne negro é um evento imprevisível, impactante e que é a base de quase tudo sobre o mundo, da ascensão das religiões à vida pessoal.

The Quants, de Scott Patterson. O livro fala sobre como uma nova geração de matemáticos conquistou Wall Street e quase a destruiu. Mais no blog: aqui.

10˚ The Accidental Billionaires, de Ben Mezrich. Livro que fala sobre como dois alunos de Harvard criaram o Facebook.


Mais dicas de leitura publicadas anteriormente no blog:

Como gostar de métodos quantitativos? Aqui. Fique atento para as dicas de leitura no fim da postagem.

Sete livros que recomendo: aqui.

5 grandes livros de finanças em língua portuguesa: aqui.

10 melhores livros de negócios de 2008: aqui.

Mais uma lista: os melhores livros: aqui.