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11 maio 2011

Alto custo de transação nas decisões públicas

Postado por Pedro Correia



Imaginemos que o parlamento está prestes a votar uma lei que autoriza um aumento de 0,5% na tarifa de telefonia. Uma empresa telefônica que fature, digamos, R$ 2 bilhões por ano, tem uma expectativa de ganho de R$ 10 milhões com a aprovação da lei. Para ela será lucrativo gastar, digamos, R$ 1 milhão em pagamento a lobistas para pressionar pela aprovação da lei. Além disso, como são poucas as empresas de telefonia operando no país, será fácil, para elas, juntarem-se para financiar o lobby em favor do projeto.

Olhemos, agora, o lado de um consumidor que gaste R$ 2 mil por ano em sua conta de telefone. Para ele, o custo adicional da aprovação da lei será de R$ 10. Vale a pena para ele fazer esforço e se mobilizar com vistas a economizar R$ 10? Quanto tempo e dinheiro ele irá gastar para conclamar os milhares de usuários de telefone a se organizarem para protestar em conjunto?

Ou seja, os lobbies em favor de interesses específicos, de grupos restritos, levam vantagem nas decisões políticas, pois têm menor custo de transação e maior resultado financeiro esperado nas decisões tomadas pelo governo; enquanto que, para a maioria que paga a conta, não vale a pena o custo de se mobilizar para brecar a demanda do lobby (o custo é dividido por todos e o benefício é concentrado).

Todos os grupos que conseguirem arcar com os custos de mobilização tendem a levar vantagem no processo de decisão política em detrimento do contribuinte: sindicatos de trabalhadores, movimentos de trabalhadores sem terra, federações empresariais, clubes de futebol, etc.

Um custo de transação adicional está na inércia das regras e na dificuldade para se alterar leis. A agenda do parlamento é congestionada e os projetos de lei devem esperar na fila a oportunidade para serem votados. Assim, um projeto de lei que revogue um privilégio injustificado de um grupo social pode simplesmente não ser aprovado porque o lobby dos beneficiários obtém sucesso em mantê-lo no final da fila.



Texto do economista Marcos Mendes

10 maio 2011

Rir é o melhor remédio

O segredo do sucesso de Madonna

Percepção e Corrupção

Os países menos corruptos:

1. Dinamarca
2. Nova Zelândia
3. Cingapura
4. Finlândia
5. Suécia
6. Canadá
7. Holanda
8. Austrália
9. Suiça
10. Noruega

Os mais corruptos

168. Guiné Equatorial
169. Burundi
170. Chade
171. Sudão
172. Turquemistão
173. Usbequistão
174. Iraque
175. Afeganistão
176. Myamar
177. Somália

O Brasil está em 68o.

Custo e Receita nas Empresas Aéreas

Administradores de viagens corporativas e grupos de consumidores de viagens aéreas têm se queixado de que todas essas novas taxas - incluindo os de bagagem despachada, prioridade de embarque e de alimentos durante o voo e bebidas - tornaram cada vez mais difícil calcular os custos reais da viagem. (The Real Cost of Airline Travel Remains a Mystery, for Now – Joe Sharkey – New York Times, 9 de abr 2011

Uma das reclamações é que as empresas estão contabilizando as receitas de maneiras diferentes. Uma das reclamações é que as empresas não estão preocupadas com a evidenciação das suas receitas. Existe uma estimativa de que os “adicionais” cheguem a 11 bilhões de dólares. Outra estimativa fala em 20% do custo de um bilhete deve corresponder a estas taxas (comida, bagagem e outros serviços).

Para as empresas, num momento em que os custos estão aumentando (petróleo em alta, por exemplo), estas receitas são relevantes para sua lucratividade.

Teste 471

Durante uma auditoria externa, os auditores gastam pelo menos três ____ consecutivos interagindo com o cliente e desenvolvendo relacionamentos entre a equipe e o auditor e o cliente

dias
semanas
meses

Resposta do Anterior: Gisele. Fonte: Aqui

Problema principal-agente e informação assimétrica

Postado por Pedro Correia



Texto de Marcos Mendes sobre as consequências da assimetria de informação no setor público:

Os eleitores não têm como monitorar plenamente os políticos eleitos. E os políticos eleitos não têm como monitorar os servidores que nomeiam para gerenciar as políticas públicas. Por isso, servidores e políticos podem, no exercício da função, buscar os seus objetivos individuais (ampliar poder político, enriquecer, trabalhar pouco, etc.) em vez de buscar os objetivos da comunidade, uma vez que não há informação suficiente para que se conheça a real eficácia de sua gestão.

O problema do principal–agente surge em condições de informação assimétrica, ou seja, quando os atores envolvidos não possuem a mesma quantidade ou qualidade de informação. No caso, o “principal” contrata o “agente” numa situação em que pode haver conflito de interesses, de forma que o “agente”, por deter informação privilegiada, e terá incentivos para tirar proveito pessoal do negócio do “principal”. Por exemplo, um eleitor (principal) não conhece todos os detalhes contratuais e de custos de uma compra pública, o que abre espaço para um agente (gestor público) superfaturar a compra e obter ganho privado.

Diversos fenômenos conhecidos surgem desse problema. Suponha uma empresa pública que preste serviço de abastecimento de água. A intenção inicial do governo, ao criar essa empresa, foi lidar com uma falha de mercado conhecida como “monopólio natural”. Não é eficiente que várias empresas fornecedoras de água instalem encanamentos pela cidade para distribuir água às residências. O custo seria muito alto. É mais barato ter uma única rede de distribuição. Mas, nesse caso, a empresa operadora será monopolista e poderá cobrar muito caro pela água. Uma solução possível é prestar o serviço por meio de uma empresa estatal que, não tendo fins lucrativos e sendo voltada para o bem coletivo, irá estabelecer um preço justo para a água.

Ocorre que os políticos e servidores nomeados para gerenciar a empresa (agentes) podem resolver usar o poder de monopólio em proveito próprio. Aproveitando-se da menor informação que os eleitores (principais) têm sobre custos e receitas da empresa, os “agentes”, em vez de fixar um preço da água que apenas cubra os custos operacionais e de investimento, fixarão preço mais elevado e usarão o excedente em seu favor (altos salários, participações no lucro, baixo esforço para ser eficiente, contratação de pessoas de seu grupo político, etc.).

Outro exemplo interessante: uma conhecida falha de mercado (associada à falta de informações relativas a garantias para empréstimos) faz com que alguns setores da sociedade (como pequenos agricultores, micro e pequenos empresários) não tenham acesso ao crédito oferecido pela rede bancária tradicional. Essa falha de mercado justificou a criação de bancos estaduais no Brasil, voltados a ofertar crédito a tais segmentos. Mas o resultado foi uma falha de governo. Os governadores e gestores dos bancos estaduais (agentes) passaram a gerir tais bancos em desacordo com os objetivos anunciados aos eleitores (principais): os bancos estaduais viraram, em sua maioria, financiadores de campanhas eleitorais e de “empresários amigos”, deixando grandes rombos financeiros que acabaram sendo pagos pelo governo federal. O resultado final, em termos de bem-estar social, foi negativo.

Distribuição da Pobreza

Postado por Pedro Correia



No livro "Economia dos Pobres" os economistas Abhijit Banerjee e Esther Duflo descreveram os resultados de uma série de pesquisas domiciliares, que foram realizados em países em desenvolvimento . Seus dados permitem a comparação da distribuição total do consumo por pessoa em diversos países em desenvolvimento, para além das figuras mais comumente disponíveis sobre a fração de pessoas que vivem com menos de 2 dólares por dia. Em alguns destes países, muitos dos que consomem o suficiente para garantir que estão acima da linha da pobreza são, na verdade apenas um pouco melhor do que aqueles abaixo da linha. Quase 80% dos 30,6% dos moradores de Blangladesh que têm mais de 2 dólares por dia, de fato consomem apenas entre US $ 2 e US $ 4 por dia. Um pouco de má sorte, como por exemplo uma colheita ruim, pode enviá-los para abaixo da linha da pobreza.




Fonte: The Economist