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10 maio 2011

Problema principal-agente e informação assimétrica

Postado por Pedro Correia



Texto de Marcos Mendes sobre as consequências da assimetria de informação no setor público:

Os eleitores não têm como monitorar plenamente os políticos eleitos. E os políticos eleitos não têm como monitorar os servidores que nomeiam para gerenciar as políticas públicas. Por isso, servidores e políticos podem, no exercício da função, buscar os seus objetivos individuais (ampliar poder político, enriquecer, trabalhar pouco, etc.) em vez de buscar os objetivos da comunidade, uma vez que não há informação suficiente para que se conheça a real eficácia de sua gestão.

O problema do principal–agente surge em condições de informação assimétrica, ou seja, quando os atores envolvidos não possuem a mesma quantidade ou qualidade de informação. No caso, o “principal” contrata o “agente” numa situação em que pode haver conflito de interesses, de forma que o “agente”, por deter informação privilegiada, e terá incentivos para tirar proveito pessoal do negócio do “principal”. Por exemplo, um eleitor (principal) não conhece todos os detalhes contratuais e de custos de uma compra pública, o que abre espaço para um agente (gestor público) superfaturar a compra e obter ganho privado.

Diversos fenômenos conhecidos surgem desse problema. Suponha uma empresa pública que preste serviço de abastecimento de água. A intenção inicial do governo, ao criar essa empresa, foi lidar com uma falha de mercado conhecida como “monopólio natural”. Não é eficiente que várias empresas fornecedoras de água instalem encanamentos pela cidade para distribuir água às residências. O custo seria muito alto. É mais barato ter uma única rede de distribuição. Mas, nesse caso, a empresa operadora será monopolista e poderá cobrar muito caro pela água. Uma solução possível é prestar o serviço por meio de uma empresa estatal que, não tendo fins lucrativos e sendo voltada para o bem coletivo, irá estabelecer um preço justo para a água.

Ocorre que os políticos e servidores nomeados para gerenciar a empresa (agentes) podem resolver usar o poder de monopólio em proveito próprio. Aproveitando-se da menor informação que os eleitores (principais) têm sobre custos e receitas da empresa, os “agentes”, em vez de fixar um preço da água que apenas cubra os custos operacionais e de investimento, fixarão preço mais elevado e usarão o excedente em seu favor (altos salários, participações no lucro, baixo esforço para ser eficiente, contratação de pessoas de seu grupo político, etc.).

Outro exemplo interessante: uma conhecida falha de mercado (associada à falta de informações relativas a garantias para empréstimos) faz com que alguns setores da sociedade (como pequenos agricultores, micro e pequenos empresários) não tenham acesso ao crédito oferecido pela rede bancária tradicional. Essa falha de mercado justificou a criação de bancos estaduais no Brasil, voltados a ofertar crédito a tais segmentos. Mas o resultado foi uma falha de governo. Os governadores e gestores dos bancos estaduais (agentes) passaram a gerir tais bancos em desacordo com os objetivos anunciados aos eleitores (principais): os bancos estaduais viraram, em sua maioria, financiadores de campanhas eleitorais e de “empresários amigos”, deixando grandes rombos financeiros que acabaram sendo pagos pelo governo federal. O resultado final, em termos de bem-estar social, foi negativo.

Distribuição da Pobreza

Postado por Pedro Correia



No livro "Economia dos Pobres" os economistas Abhijit Banerjee e Esther Duflo descreveram os resultados de uma série de pesquisas domiciliares, que foram realizados em países em desenvolvimento . Seus dados permitem a comparação da distribuição total do consumo por pessoa em diversos países em desenvolvimento, para além das figuras mais comumente disponíveis sobre a fração de pessoas que vivem com menos de 2 dólares por dia. Em alguns destes países, muitos dos que consomem o suficiente para garantir que estão acima da linha da pobreza são, na verdade apenas um pouco melhor do que aqueles abaixo da linha. Quase 80% dos 30,6% dos moradores de Blangladesh que têm mais de 2 dólares por dia, de fato consomem apenas entre US $ 2 e US $ 4 por dia. Um pouco de má sorte, como por exemplo uma colheita ruim, pode enviá-los para abaixo da linha da pobreza.




Fonte: The Economist

Credor dos clubes

Por Pedro Correia

Visível para o torcedor nas camisas de seus times, o banco BMG tornou-se também o principal financiador dos buracos nas contas dos clubes. Levantamento da Folha em 17 balanços de equipes da Série A do Brasileiro mostra uma dívida de pelos menos R$ 132,3 milhões com a instituição financeira mineira ao final do ano passado. A maior parte foi emprestada durante 2010. Ao final de 2009, eram só R$ 13,7 milhões. Esses valores podem ser maiores porque vários documentos não informam os credores bancários.

Assim, o BMG tornou-se o principal banco no futebol, superando o BIC Banco, ao qual os clubes registram dever R$ 90 milhões. Foi também no ano passado que o banco mineiro se tornou o principal patrocinador no futebol do país. E passou a comprar e vender direitos de jogadores por meio de empresa subsidiária.De propriedade de Ricardo Guimarães, ex-presidente do Atlético-MG, o BMG ganhou notoriedade por estar envolvido no escândalo do mensalão. E atua no mercado de empréstimos consignados.Seus principais devedores são São Paulo, Corinthians, Palmeiras, Santos, Flamengo e Vasco --só não patrocina palmeirenses e corintianos.

"Em função do patrocínio, cria-se um relacionamento mais estreito", explicou o diretor de finanças do São Paulo, Oswaldo Vieira de Abreu.Seu clube pegou R$ 40,6 milhões em 2010. Os empréstimos são feitos com garantias de rendas futuras, isto é, contratos de patrocínio e de TV. A receita que o time tem pode voltar para o banco.O patrocínio do próprio BMG pode ser usado na quitação. Por enquanto, não há nessa relação com o São Paulo negociações de atletas.

O Corinthians deve R$ 36,7 milhões ao banco. "O BMG tem política agressiva de taxas. [O banco escolhido] Depende do momento", contou o diretor financeiro corintiano, Raul Corrêa da Silva. Pelo balanço corintiano, o BMG é quem cobra os juros mais altos entre as instituições que tem relação com o clube: 1,9% por mês ou CDI (Certificado de Depósito Interbancário) mais 0,65%. Os juros cobrados mudam para cada clube. Mas o que pesa em favor do BMG é liberar o dinheiro às vezes em 24 horas. O Bradesco, por exemplo, pode demorar sete dias.

Ser dependente de Ricardo Guimarães se mostrou danoso a longo prazo para seu próprio clube de coração. O presidente do Atlético-MG, Alexandre Kalil, contou que zerou empréstimos do BMG. "Preferimos o BIC." Mas restaram R$ 108 milhões em dívida do clube com a empresa EGL Empreendimentos, também de Guimarães. O empréstimo foi contraído justamente na gestão do banqueiro no Atlético-MG. Hoje, o time mineiro ostenta o maior débito absoluto entre todos os times do país.

Questionado pela Folha, o BMG não quis falar dos empréstimos a clubes, nem da relação deles com sua atuação no futebol. "Em obediência à legislação aplicável no tocante ao sigilo bancário que as instituições devem guardar, o BMG não se manifesta acerca de suas operações financeiras", disse a assessoria.
Fonte: Folha de São Paulo

A percepção da inflação cria a realidade

Postado por Pedro Correia

Em 1967 o economista Milton Freedman proferiu um discurso para a American Economic Association, onde afirmou que:

" A taxa de inflação que a economia alcança,em grande parte,é o resultado da taxa de inflação que as pessoas esperam. Quando todo mundo espera que a inflação seja alta, os trabalhadores reivindicam aumentos salariais, e as companhias empurram os preços para cima para acompanhar os aumentos de custos previstos. Quando todo mundo espera que a inflação seja amena , os trabalhadores e as empresas são menos agressivos. Em suma,a percepção da inflação - ou da falta dela - cria a realidade."

Fonte: American Economic Association

Viés da Confirmação

Postado por Pedro Correia

No artigo intitulado Perception ≠ Reality: Analyzing Specific Allegations of NBA Referee Bias foram analisadas as acusações do gestores do time de basquete, Miami Heat, de que os árbritos da NBA, Steve Javie and Derrick Stafford, tinham a tendência de prejudicar esta equipe de basquete. Estas acusações foram feitas, pois,em 2007, um escândalo de apostas com a participação de árbritos da NBA veio à tona. As investigações do FBI sobre o caso mostraram que, o árbitro Tim Donaghy colaborava e participava de uma esquema de apostas em jogos, que ele apitava.Em 15 de agosto de 2007, Donaghy confessou ser culpado das acusações , e um ano depois, foi condenado a 15 meses de prisão e três anos de liberdade supervisionada.

A credibilidade dos árbritos estava abalada, assim, alguns times fizeram um série de acusações contra alguns juízes da liga de basquete norte-americana. Uma dessas foi o caso estudado pelo artigo supracitado.Os pesquisadores analisaram jogos do Miami Heat, no período de 9 anos, que foram apitados pelos árbritos :Steve Javie and Derrick Stafford.O estudo concluiu que nenhum dos juízes apresentou erro sistemático que teve um efeito adverso sobre o Miami Heat. Ou seja, não foi confirmada a tendência dos árbritos prejudicarem o time de Miami. Em verdade, nos jogos apitados por esses juízes o Miami Heat teve um desempenho um pouco melhor.

Não obstante,os resultados empíricos do estudo demonstram que o Miami Heat utilizou o "viés da confirmação" para justificar o mau desempenho do time. Este viés ocorre quando o indivíduo procura encontrar uma informação que confirme a sua visão da situação real.Neste caso, os gestores utilizaram a informação do escândalo para justificar a sua visão da situação real. Em outras palavras, o Miami Heat realizou conclusões generalizadas apoiada por provas reais.



Bancos mais fortes do mundo

Para quem gosta de ranking, eis a relação dos bancos mais fortes do mundo:

1. Oversea-Chinese Banking – Cingapura
2. Svenska Handelsbanken – Suécia
3. National Bank of Canada
4. Canadian Imperial Bank of Commerce
5. DBS Group Holdings - Cingapura
6. United Overseas Bank – Cingapura
7. RFTH Trhird Bancorp – EUA
8. Banco Bradesco
9. UBS – Suiça
10. Boc Hong Kong
11. Banco Santander Brasil

Fonte: Aqui