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07 maio 2011

Índice de Globalização KOF

Por Pedro Correia

Alguns trechos do excelente artigo do economista Pedro Alburque:

"Um fato pouco presente nos debates nacionais é o elevado contraste entre o grau de globalização da economia e da política brasileira. O respeitado Instituto Federal de Tecnologia da Suíça calcula anualmente o Índice de Globalização KOF, no qual globalização é definida como “o processo de criação de redes de conexões entre atores a distâncias multicontinentais, mediado por uma variedade de fluxos incluindo os de pessoas, informações e idéias, capitais e bens”. De acordo com o recém-publicado Índice KOF de 2010, o Brasil é politicamente um dos países mais globalizados, ocupando a 19ª posição entre 208 países. Sob o ponto de vista econômico e social, porém, seu desempenho é medíocre, ocupando a 91ª posição em globalização econômica, ao lado de países como Albânia, Azerbaijão, Gana e Bolívia, e a 124ª posição em globalização social, abaixo de países como Paraguai, Namíbia, Cuba, e Sri Lanka. Os fracos resultados nos índices de globalização econômica e social levam o Brasil a ocupar a 75ª posição no índice geral, abaixo, portanto, do Cazaquistão, país que obteve infame notoriedade graças ao filme “Borat”.

O problema com baixos índices de globalização como os apresentados pelo Brasil é que eles são altamente correlacionados com índices de desenvolvimento econômico e social. Os países mais globalizados, não coincidentemente, são também os países mais ricos, cujos cidadãos são mais educados e que oferecem os melhores níveis de bem-estar social às suas populações"

Al-Qaeda

Postado por Pedro Correia




O gráfico abaixo mostra um linha do tempo com todos os ataques da Al-Qaeda, que tiveram vítimas fora do Afeganistão e do Iraque,desde de 1992 até 2008.É interessante observar que a maior parte foi feita na África e no Oriente Médio.




Fonte: The Economist

06 maio 2011

Rir é o melhor remédio







Criatividade na propaganda

Banco lucra mais se adotar padrão IFRS

Os lucros dos principais bancos do país poderiam ter sido 25% maiores em 2009, com uma diferença positiva de R$ 8,7 bilhões, caso as instituições financeiras tivessem adotado oficialmente o padrão internacional de contabilidade, conhecido como IFRS, a partir daquele ano. Em 2010, o ganho teria sido 4% maior que o publicado.

O patrimônio líquido desse grupo de bancos ficou 9% maior no sistema internacional, somando R$ 284,6 bilhões ao fim de 2010, enquanto os ativos totais recuaram 1,5%, a R$ 3,21 trilhões. O Valor levantou os dados de mais de vinte bancos, mas os números se referem apenas aos dez maiores por ativos que apresentaram o lucro comparativo de 2009 em IFRS.




Por decisão do Banco Central, e ao contrário do que ocorreu para as companhias abertas não financeiras, os bancos não adotaram o modelo internacional de forma oficial.[1] A divulgação do balanço em IFRS é apenas uma obrigação adicional para as instituições de capital aberto ou que sejam obrigadas a ter comitê de auditoria devido ao seu porte. O prazo final para entrega era 30 de abril, mas alguns bancos ainda estão atrasados.[2]

Diversas normas do IFRS, usadas em mais de cem países, incluindo aqueles da União Europeia, diferem da prática contábil[3] determinada pelo Banco Central. Mas a regra que “chamou mais atenção” em termos quantitativos e de frequência entre os grandes bancos foi o tratamento dado às provisões para perdas com empréstimos, diz Ricardo Anhesini, sócio da área de serviços financeiros da KPMG.

Seguindo as normas do Banco Central e seus próprios critérios prudenciais, os bancos locais fizeram provisões ao longo de 2009 em valores superiores às perdas realmente registradas. Ao apresentar os número em IFRS, esse “excesso de prudência” é revertido[4] e [6], com impacto positivo no lucro, algo que ocorreu para Banco do Brasil, Itaú Unibanco e Bradesco, os três principais do país.

No padrão brasileiro, os bancos usam uma tabela de risco do BC e também fazem provisões voluntárias, na medida em que preveem que no futuro haverá deterioração na carteira de crédito. Quando a perda realmente ocorre, o colchão para absorvê-la já está lá. Se a inadimplência não aumenta como o esperado, os bancos podem reverter provisões ou usar a reserva feita com antecedência para cobrir novas operações de crédito geradas.[5]


Pelo IFRS, só se registra uma baixa no valor da carteira de empréstimo quando a inadimplência efetivamente ocorre, o que é chamado de perda incorrida.[6]


Há vinte anos, segundo Anhesini, era mais comum ver o contrário, com a provisão no balanço brasileiro inferior àquela divulgada nas regras contábeis de países desenvolvidos. “Isso é reflexo da ação do Banco Central, com seu conjunto normativo.” [5]


Se ainda estivéssemos em meados de 2008, antes do estouro da crise financeira internacional[5], esse tipo de comparação entre os padrões contábeis levaria uma conclusão rápida de que o sistema brasileiro é excessivamente conservador[8], com a possibilidade de sacrificar dividendos que pertenceriam aos acionistas.

Mas os efeitos da turbulência foram fortes o suficiente para mudar a lógica tanto do Conselho de Normas Internacionais de Contabilidade (Iasb), que emite as IFRS, como do Fasb, seu par norte-americano, responsável pelo padrão americano US Gaap.

Os dois órgãos trabalham em uma norma conjunta que deve mudar o sistema para perda esperada, explica Diego Fresco, sócio da PwC. Esse modelo ficará mais próximo ao usado no Brasil, ainda que sem a tabela padrão do Banco Central. “No novo modelo do Iasb, cada entidade vai ter que desenvolver sua própria expectativa de perda”, afirma o especialista´.[4] e[6]

Outra diferença relevante entre os dois sistemas contábeis se refere à amortização do ágio – que não existe no IFRS -, e que tem efeito drástico nos números do Santander, que já usa o IFRS como referência, inclusive para pagamento de dividendos. Mas caso outros bancos brasileiros façam aquisições relevantes, isso valerá também para eles.

Embora o tratamento dado a obrigações legais seja diferente no IFRS, apenas bancos como HSBC e Citibank decidiram mudar a forma de fazer o registro. Pela regra do BC, se existe uma lei exigindo o pagamento de um tributo por determinada alíquota, por exemplo, isso é obrigação legal e esse passivo deve ser registrado, ainda que haja contestação na Justiça e que o banco considere que as chances de ganhar são grandes ou prováveis.


Pela regra internacional, o banco não precisa registrar o passivo se considera provável que vencerá a causa. [4]


Outra permissão do IFRS que não foi usada amplamente é a possibilidade de reconhecer créditos fiscais com prazo de realização maior que dez anos.[7]



Fonte: Fernando Torres, Valor Economico


Comentários de Pedro Correia:


[1]A adoção do IFRS para as demonstrações financeiras individuais dos bancos é um dos grandes desafios do Bacen.


[2]Veja os Comunicados 14256/06 e 16688/08 do Bacen.


[3]Após divulgação da lei 11638/07, o Bacen vem divulgando uma série de normas em consoância com as IFRS.No entanto, há várias divergências.A mais relevante é sobre o IAS 39, que trata de instrumentos financeiros.Outrossim, a IFRS 7, que trata da evidenciação destes mesmos instrumentos.Além disso, a estrutura das normas do Bacen é diferente do IASB. As IFRS possuem mais detalhes , exemplos e orientações.


[4]Talvez seja mais um indício, que as normas baseada em princípios têm o "excesso" de julgamento como uma das principais características .Em verdade, são mais subjetivas.


[5]A regulaçao do Bacen é muito boa .Isto foi visto no decorrer da crise de 2008.


[6]O IFRS 9 trata da PDD para perdas esperadas.É um dos temas mais importantes para as instituições financeiras.Um ponto interessante sobre esta norma é o fato que, dado o modelo de negócio da IF a sua carteira de crédito é aberta em "good book and bad book". Esta abertura é feita com base na política interna de gerenciamento de risco de cada entidade.Várias críticas já foram feitas a esta norma do IASB,como:o reconhecimento da perda é tardio.


[7]Mais um exemplo de IFRS,que é baseado em regras.


[8]É interessante observar a nova Estrutura Conceitual,oriunda do trabalho em conjunto do FASB e IASB, que está em fase em desenvolvimento. A primeira etapa já foi concluída em 28 de setembro de 2010.Veja aqui.


[8]Inúmeras alterações foram feitas em relação à "antiga estrutura".Um das mais importantes é a mudança dos objetivos das demonstrações financeiras. Atualmente, o foco é fornecer informações sobre a posição financeira e patrimonial para um grande número de usuários.Neste novo framework,o objetivo é:fornecer informações financeiras que sejam úteis para os atuais e futuros investidores e credores. Outra alteração relevante foi a remoção do conservadorismo e da confiabilidade das caracteríticas qualitativas das demonstrações financeiras.Estas foram substituídas pela representação adequada (faithful representation), que visa apresentar a essência econômica da transação.

Dropbox

Eu já perdi arquivos de todas as formas possíveis e imagináveis. Já terminei uma apresentação pra uma aula do mestrado e não achei por um bom tempo aonde eu a tinha armazenado (foi parar em uma pasta de arquivos temporários da internet porque eu utilizei diretamente um anexo do Outlook sem utilizar a opção de salvar numa pasta regular), já fui vítima de bruxaria e o arquivo simplesmente não abria mais, já tive pastas deletadas por irmãos desatentos, isso sem contar no bom e velho vírus! Recentemente teve um dilúvio em Brasília que danificou prédios da UnB. Li e ouvi relatos de pessoas que perderam computadores e backups. Isso tudo só tem um resultado: desespero total.

Quem já sofreu a perda de um importante trabalho sabe como o luto é doloroso. E para vocês que eu escrevo essa postagem! Existe salvação!!! Existem formas mais fáceis de não sermos alvo das tocaias do destino!!! (Ao menos em relação aos arquivos digitais, por hora).

Vou contar pra vocês um segredo valioso: existe um tal dum programa çhamado “dropbox” que já salvou algumas vidas. A magia do programa, de uma forma resumida, é a seguinte: ao instalá-lo, é criada uma pasta no seu computador. Você simplesmente copia seus arquivos pra lá e é tudo sincronizado com a sua pasta na web de forma automática! Sem precisar mandar e-mails com cópias, sem precisar de formulários na web. (Você pode inclusive compartilhar essa pasta com o seu orientador pra que ele esteja sempre atualizado quanto ao progresso do seu trabalho! Mas né... não vamos falar sobre isso.)

Vou repetir uma parte: “Você simplesmente copia seus arquivos pra lá e é tudo sincronizado com a sua pasta na web de forma automática”. Depois que você salvou o arquivo no Dropbox uma vez, ele vai se atualizando sozinho de acordo com as modificações no arquivo mestre do seu computador, independente da pasta que ele esteja. Isso por que eles são linkados pelo programa. Sensacional!

Mais algumas vantagens:
- A troca de arquivos entre usuários é segura, pois utiliza certificados digitais SSL (Secure Socket Layer);
- A interface é simples;
- Não há publicidade e propaganda.

Modo de usar: Baixe o programa e cadastre-se. Depois de instalado, aparecerá uma caixinha azul no seu desktop (ou na sua lista de programas). Basta clicar no ícone que a pasta do Dropbox se abrirá. Para copiar os arquivos, faça da mesma forma como você já movimenta arquivos entre pastas e drives (copiar -> colar; ctrl + c -> ctrl + v).
O programa já cria algumas pastas, mas você pode acrescentar outras e utiliza-las sem problemas.
O site disponibiliza um vídeo para quem quiser aprender mais: aqui.

Mas...O único problema é que o espaço de graça é pequeno. Para poder utilizar melhor os recursos do programa é necessário pagar. O básico é de graça e te oferece 2 GB de memória. Para ter 50 GB você deve pagar uma mensalidade de US$ 9,99; para 100GB a mensalidade é de US$ 19,99.

Porém... Há outras formas de aumentar o seu espaço, dentre elas:

- Utilizando o recurso "envio da câmera";
- Fazer um "tour";
- Instalar no seu desktop, em seguida no seu celular;
- Indicar amigos (500MB por cada convite aceito);
- Compartilhar pastas;
- Enviar sugestões de melhoria...

[Série "Invadindo o mundo da ciência da informação": Portal CapesAgregador de FeedsDropboxJabRefPlagius]

Custo Perdido

Eis um bom exemplo de custo perdido:

"Em algum momento, os ativos nos quais a aposentadoria dos participantes está investida terão de ser monetizados", afirmou o diretor de participações da Previ, Marco Geovanne.

Em 2008, o empreendimento chegou a ser negociado por cerca de R$ 200 milhões. Estima-se que a Costa do Sauipe já tenha sugado mais de R$ 1 bilhão em recursos.

Costa do Sauipe registra o 1o lucro de sua história - Glauber Gonçalves, Estado de São Paulo, 4 de mai 2011, B20

Caixa e Equivalentes

O termo disponível ou disponibilidades deveria ser utilizado para designar a moeda corrente que uma empresa possui mais os recursos na conta corrente da empresa e as aplicações financeiras de curtíssimo prazo.

Com a adoção das normas internacionais, adotamos também o termo “caixa e equivalentes de caixa” para referir ao disponível. Tanto é assim que a demonstração da movimentação financeira recebeu a denominação no Brasil de Demonstração dos Fluxos de Caixa. E parece que o termo já se consagrou na área contábil.

Quando uma empresa divulga suas demonstrações contábeis, geralmente apresenta no balanço patrimonial o item “Caixa e Equivalentes de Caixa”.  Algumas detalham nas notas explicativas a composição deste grupo de contas.

É o que fez a empresa TCI, uma empresa de Business Process Outsourcing (BPO) ou, em português, de terceirização de processos de negócios. Esta empresa fechou o ano de 2010 com um ativo de 197 milhões de reais e obteve receitas durante o ano de 2010 no valor de R$151 milhões.

Quando se analisa a composição do ativo observa-se que 70% é de curto prazo. Destacou-se, na data de 31 de dezembro de 2010, o volume de contas a receber (R$86 milhões ou 44% do ativo), estoques (10%) e títulos a recuperar (4,6%). O valor de Caixa e Equivalentes era de R$7,7 milhões ou quase 4% do ativo. Apesar de não ser um valor expressivo, é interessante notar que, conforme notas explicativas da empresa, R$206 mil eram em moeda corrente e o restante na conta movimento (R$7,5 milhões). (Os valores das aplicações financeiras foram evidenciados a parte, num total de R$5,9 milhões).

Deixar esta quantidade de dinheiro numa conta bancária é um custo de oportunidade significativo: imagine que 12% ao ano sobre este valor representaria quase R$1 milhão. Talvez seja pouco para uma empresa com um lucro de R$35 milhões. Talvez.