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15 abril 2011

Não existe almoço (nem grande ideia) grátis

Por Pedro Correia


No mercado financeiro costuma-se dizer que não existe almoço grátis, frase atribuída ao economista Milton Friedman, prêmio Nobel de 1976. Na coluna de Elio Gaspari publicada no Jornal Folha de São Paulo de 09/08/1998 com o título "Não existe alomoço (nem grande ideia) grátis", o jornalista informa que essa frase é do economista alemão Gustav von Schmolder. A métafora econômica é do Vilfredo Pareto, que desenvolveu o ótimo de pareto.


Texto de Juan Carlos Laponni in Projetos de Investimento

LDO de 2012 deve flexibilizar licitações para obras da Copa e das Olimpíadas

Por Pedro Correia


O governo deve fixar no projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2012, que será enviado nesta sexta-feira ao Congresso Nacional, regras mais flexíveis[1] para a realização das obras da Copa do Mundo e das Olimpíadas. A intenção é dar tratamento especial a obras públicas relacionadas a eventos especiais, como aeroportos, estradas e metrôs, para que, com o controle flexibilizado[1], elas andem com mais agilidade e não sejam interrompidas a todo momento.


Para 2011, o governo já havia modificado algumas regras favorecendo esse tipo de obra, principalmente em relação à tabela de preços usada nas licitações, além de ter estabelecido um diálogo maior com o Tribunal de Contas da União (TCU), que fiscaliza as obras públicas.


Fonte: O Globo


[1]O país tem uma série de normas e regras, que além de serem falhas são flexibilizadas para compensar erros de planejamento.Assim, quanto mais permissivo e flexível forem estas regras maior será o sentimento de impunidade. A falta de planejamento foi atropelada juntamente com o controle da gestão das obras da copa do mundo.Nos resta aguardar qual será o resultado disto.

A era da irresponsabilidade fiscal

Por Pedro Correia
Fonte: The Economist

Definição de segmento será verificada pela CVM

Postado por Pedro Correia

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) vai verificar os critérios usados pelas empresas para definir seus segmentos ou para dizer que possuem apenas uma área de negócio, impedindo a divulgação de lucro de forma quebrada, conforme exigido.


“Nunca vi um cliente comentar: ‘Essa informação por segmento é muito legal e vai ajudar o meu acionista’. O mais comum é ele dizer que não quer divulgar porque o concorrente vai se aproveitar dessa informação”, resume Paul Sutcliffe, sócio de auditoria da Ernst & Young Terco. Segundo ele, o problema é que o IFRS foi feito num ambiente em que a maioria das empresas divulga balanços, o que não é o caso do Brasil.


Danilo Simões, sócio da KPMG, diz que já houve casos no exterior de o órgão regulador verificar relatórios apresentados ao conselho para saber como as informações eram tratadas.


Mas para ser classificado como um segmento[2], uma área de negócios deve ter receitas e despesas de forma independente. “Às vezes cada loja gera uma receita, mas as compras e o marketing são feitos em nível nacional”, diz Sutcliffe.[1]


A Telesp, que divulga receita de telefonia fixa, transmissão de dados e TV por assinatura, diz que “é preciso não confundir unidades geradoras de receita (ou produtos) com segmentos”. A Oi considerou voz e dados um único segmento, mas separou as áreas de internet e TV paga.[1]


Fonte: Fernando Torres, Valor Economico


[1] Como já foi dito aqui:A partir do momento que a contabilidade torna-se mais subjetiva o profissional contábil terá mais alternativas para a escolha. Veja : Por que o contador influencia a medida?


[2] O CPC 22 e o IFRS 8 tratam das Informações por Segmento.Segue o resumo do CPC 22.

IPO de uma empresa latino-americana mais bem-sucedido desde a crise financeira internacional

Por Pedro Correia


A Arcos Dorados, empresa que opera franquias do McDonald’s [1]na America Latina, fez uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) na bolsa de Nova York, na qual levantou US$ 1,25 bilhão. A companhia tem como um dos sócios a Gávea Investimentos, do ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga. A Arcos Dorados é a maior franquia do McDonald’s do mundo


O jornal britânico “Financial Times” observa que este foi o mais bem sucedido IPO de uma empresa latino-americana desde a crise financeira internacional. Pela primeira vez desde 2007, uma companhia da região vende, na oferta pública, ações com preço acima do intervalo previsto.


O valor esperado do papel era de US$ 13 a US$ 15, mas na oferta acabou saindo por US$ 17, devido à forte demanda. E a euforia não acabou. Nesta quinta-feira, primeiro dia de negociação na bolsa de Nova York, as ações da Arcos Dorados subiam 27,7% por volta das 12h (de Brasília), a US$ 21,71.


Texto de Sílvio Guedes Crespo



[1] É interessante observar que entrar na Universidade do Mc Donald's , localizada na China,é mais difícil que entrar em Harvard. Leia aqui.

Petrobras é a segunda empresa mais lucrativa de capital aberto na América Latina e EUA, diz Economatica

Por Pedro Correia


Um estudo feito pela consultoria Economatica com base no lucro de 2107 empresas de capital aberto em toda a América Latina, mais os Estados Unidos, mostrou que a Petrobras é a segunda empresa mais lucrativa de 2010. Com lucro líquido de US$ 21,1 bilhões, a brasileira só perde para a Exxon Mobil, com lucro de US$ 30,4 bilhões. Em 2009, a Petrobras era a terceira do ranking, e a Exxon tinha a segunda colocação.


Salto maior, entretanto, deu a Vale. A mineradora, que em 2009 era a 27ª colocada, pulou para a 6ª colocação no ano passado, com lucro de US$ 18 bilhões. Em rentabilidade a Vale é a 6ª e a Petrobras apenas a 15ª da lista.


A boa notícia para o Brasil é que o lucro de Petrobras e da Vale superam o de empresas como Apple (lucro de US$ 16,63 bilhões) e Walmart (US$ 16,96 bilhões). Entre as vinte empresas mais lucrativas da amostra, a Economatica apontou apenas duas empresas latinas, justamente Petrobras e Vale. O setor com mais empresas entre as vinte mais lucrativas é o de eletroeletrônicos, com cinco representantes, seguido pelo setor de petróleo e gás, com quatro empresas.


Fonte: O Globo

BC estimula consolidação de bancos

Postado por Pedro Correia

O Banco Central, com uma ajuda do Fundo Garantidor de Créditos (FGC), está “estimulando” uma consolidação no sistema financeiro nacional, segundo executivos de bancos. Tem chamado informalmente instituições financeiras em situação mais confortável a comprar os bancos com mais necessidade de capital e perdas recorrentes. Em troca, o FGC oferece empréstimos com juros mais baixos do que os do mercado. Muitas vezes os empréstimos se tornam dívida subordinada, que entra como capital no balanço da instituição financeira compradora, ajudando a dar para a instituição compradora mais espaço para criar ativos e emprestar.


Razões políticas, econômicas e pressões diversas podem levar o banco consolidador a concordar com a aquisição. Fundos de private equity estrangeiros interessados em bancos médios, que têm visto o preço de suas ações cair, podem ajudar no processo de consolidação. Até mesmo a investidores estratégicos nacionais e estrangeiros o BC tem oferecido bancos menores em situação mais difícil e com pouco capital em troca de uma licença imediata. O processo de aprovação de licença de um banco pelo BC, depois de colocado o pedido, pode durar mais de um ano.


Segundo apurou o Valor, o estímulo do BC é parte determinante no processo de compra de diversos bancos médios como:o Banco Schahin que estava com o índice de Basileia de 10,97% em dezembro;O Banco Morada que tinha o índice de alavancagem de 11% e patrimônio de R$ 69,4 milhões em dezembro;O Banco Matone, comprado pelo JBS em março, estava em dezembro com um índice de Basileia de 4,3%, muito abaixo do mínimo exigido pelo BC.


...O caso do Banco Panamericano e o aperto de liquidez decorrente para os bancos pequenos e médios, principalmente os que fazem cessão de carteiras de crédito consignado, só tornou o processo mais urgente. A retirada imediata de estímulos à captação dos bancos menores colocados na época da crise de 2008 tem agravado a preocupação mais urgente com o caixa dessas instituições financeiras no curto prazo e acelerado o processo de consolidação. Para completar, mudanças contábeis previstas para o início de 2012 vão apertar mais o patrimônio dos bancos que vivem de conceder crédito consignado e vender carteiras.


...Em janeiro do ano que vem, os bancos médios terão ainda de reduzir em 20% ao ano os limites de captação dos depósitos a prazo com garantia do FGC. O estoque dessas transações era de mais de R$ 20 bilhões em abril. Para completar, os bancos médios têm de lidar com medidas macroprudenciais do BC, que impactam o crédito de longo prazo, e mudanças contábeis que vão impedir o negócio no qual se especializaram: produzir crédito consignado para vender e contabilizar os ganhos na hora da venda.


Fonte: Cristiane Perini Lucchesi, Valor Economico via Marcos Assis