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16 março 2011

Investidor

Após perder US$ 2 milhões (R$ 3,3 milhões) com a compra de ações no Brasil no fim dos anos 1990, o investidor Ned Smith Junior ingressou com recurso na Justiça na tentativa de obter os valores de volta junto às corretoras e bancos locais que fizeram as aplicações. Mas Ned não apenas perdeu a causa no Superior Tribunal de Justiça (STJ) - instância máxima para julgar esse tipo de questão no Judiciário - como seu processo marcou um entendimento importante do tribunal a respeito de quais investidores podem pedir ressarcimento por prejuízos em aplicações financeiras.
O STJ fez uma diferenciação entre dois tipos de investidores: os habituais e os esporádicos. Os primeiros são aqueles que atuam diariamente no mercado e operam com risco. Os segundos são os que possuem poucas aplicações que não contêm grandes riscos como CDBs e fundos DIs.
"O grande investidor ou investidor habitual conhece o negócio, acompanha o mercado, sabe os riscos que corre", afirmou ao Valor o ministro Sidnei Beneti, relator do caso. Esse investidor "profissional" teria menos chances de vencer ações na Justiça em caso de perdas no mercado financeiro pois é visto como alguém que monitora o mercado e faz aplicações quase diariamente com a percepção de possíveis prejuízos.
"Já o investidor episódico, que aplica em fundos DI e CDBs, é diferente", completou o ministro. Nessa visão, o investidor de CDBs não seria um profissional, mas apenas alguém que aplica seus recursos em intervalos de tempo maiores. Esse investidor teria mais chances de ser protegido pela Justiça, caso perca quantias por má administração de bancos e corretoras, pois é considerado mais vulnerável à atuação dos administradores. (...)
STJ rejeita reparação de perda na bolsa - Juliano Basile - Valor - 14 mar 2011

5 Grandes Livros de Finanças Comportamentais em Língua Portuguesa

O Mito dos Mercados Racionais – Justin Fox – conta a história do conceito de mercado racional. São 16 capítulos que tratam de finanças modernas.

Psicologia Econômica – Vera Ferreira – Uma tese que foi transformada em livro. É bastante completo no assunto. Para os leitores com maior rigor acadêmico

Finanças Comportamentais – Aquiles Mosca – Coletânea de artigos que foram publicados no Valor Econômico. Estilo acessível é um atrativo

Previsivelmente Irracional – Dan Ariely – Acho que este deveria ser a primeira leitura em Finanças Comportamentais. Apesar do autor evitar os conceitos, é um livro muito acessível e interessante. 

Positivamente Irracional – Dan Ariely – Segundo livro de Ariely, ainda uma boa leitura.

O Mito dos Mercados Racionais

Foi lançado o livro de Justin Fox em língua portuguesa. No início do ano fiz um comentário sobre o livro em inglês e a tradução é muito oportuna. Para quem leu O Desafio aos Deuses, de Peter Bernstein, o livro de Fox é um excelente complemento. Recomendo para quem gosta de Finanças Modernas, principalmente para aqueles que acompanham Finanças Comportamentais. Eis o texto sobre o livro:
O livro The Myth of Rational Market, de Justin Fox, conta a história do conceito de mercado racional. A obra está dividida em 16 capítulos, sendo que cada capítulo geralmente dedicado a uma pessoa de destaque. O capítulo 1 inicia-se com as pesquisas de Irving Fisher, um dos mais brilhantes economistas e talvez o primeiro teórico da área de finanças. O trabalho de Macaulay na década de 30 é tema do segundo capítulo. Os dois primeiros capítulos compõem o período inicial do tema. A seguir quatro capítulos que narram à ascensão do mercado racional, com os trabalhos de Markowitz, a teoria de random walk de Samuelson, a suposição de Modigliani e Miller e a proposição de Gene Fama. Em termos temporais, estes capítulos dizem respeito à década de 50 e 60, quando a teoria de finanças começa o período de consolidação. Três capítulos seguintes dizem respeito à conquista de Wall Street, quando os teóricos conseguem influenciar as decisões de investimento. Os capítulos são dedicados ao investidor Jack Bogle, ao falecido Fischer Black (da teoria de opções) e Michael Jensen. A década de 70 representa a possibilidade de colocar em prática as conquistas da teoria. Os quatro capítulos seguintes representam os problemas encontrados na prática. Os trabalhos de Dick Thaler (finanças comportamentais), Bob Shiller (exuberância irracional), Warren Buffett e Ed Thorp (o primeiro, o grande investidor; o segundo, investidor e estudioso de jogos de azar) e a Alan Greenspan, ex-presidente do FED. A última parte diz respeito “a queda” do mercado racional. São três capítulos, onde Fox mostra como a teoria tem sido cada vez mais questionada e alguns dos seus grandes proponentes, incluindo Gene Fama, passaram a ter ressalvas sobre a mesma. São destacados os trabalhos do russo-americano Andrei Shleifer , novamente Mike Jensen e novamente Gene Fama & Dick Thaler. Em poucas palavras, o livro é muito bom. Traça um grande perfil histórico das finanças modernas, muito parecido com o texto Desafio aos Deuses, outro texto excepcional. São mais de trezentas páginas agradáveis, com diversos casos e situações importantes. É um livro importante para quem deseja aprofundar o estudo de finanças. Tenho algumas pequenas ressalvas, como o fato de Fox repetir três vezes no texto a afirmação de Jensen sobre o mercado racional. Mas nada que prejudique sua avaliação global.
Parceiros do blog:


Evidenciação: Livro adquirido com recursos particulares, sem ligações com os escritores ou a editora.

15 março 2011

Rir é o melhor remédio





Cachorro. Fonte: aqui

Teste 446

Conforme postagem sobre a questão da busca no Google, 34% do tráfego do Google vai para o primeiro resultado. Uma ferramenta do próprio Google estima que o número de buscas pela palavra “contabilidade” no Brasil é de um milhão por mês. Hoje de manhã, ao digitar esta palavra no meu computador apareceu, em primeiro lugar, um link para “Escritório Contabilidade” (Sempre Empresarial), localizado em São Paulo. Para saber quanto se pagaria, é necessário multiplicar o número de cliques diários estimados (nem todas pessoas que buscam “contabilidade” clicam num resultado) pelo valor unitário. O próprio Google estima em 223 o número de cliques diários. A este valor, o Google cobra um preço por clique (chamado de, olha a ironia, CPC). No caso do CPC para a palavra contabilidade, o valor seria de R$0,42. Considerando um mês de 30 dias, o custo mensal para uma empresa aparecer nos resultados da busca seria de quanto?

 Resposta: Drogas, pessoas e fauna. Fonte: aqui

Links

Ghosn, da Renault, pede desculpas sobre a acusação de espionagem

Mas a Renault brasileira censura um sítio sobre a qualidade do seu carro

A demissão do economista do Santander (depois do bate-boca com a Petrobrás)

O que está acontecendo com o Santander no Brasil

Os povos mais preocupados da Europa: os portugueses em primeiro

Um endereço com o tempo de várias cidades no mundo 

Os gestores de fundo hedge mais bem remunerados do mundo

Ontem (Março, dia 14 ou 3/14) foi o dia do Pi. aqui um bolo para ele, um fato sobre o número e uma piada

A paciência do Iasb está esgotando

Passagem de pedestre mais cheia do mundo (foto)

Como citar uma legislação

O Mito do Pequeno Crescimento da Economia Japonesa

Postado por Pedro Correia
O lento crescimento japonês não se deve a insuficiência de políticas macroeconômicas agressivas, mas ao pequeno crescimento demográfico. Daniel Gross Diretor, do Centro de Estudos de Política Europeia, vai direto ao ponto e mostra porque o Japão não está com a economia estagnada. Segundo ele a base da história de terror sobre o Japão é que o PIB cresceu na última década a uma taxa média anual de apenas 0,6% em comparação com 1,7% para os EUA. A diferença é realmente muito menor do que muitas vezes assumida, mas à primeira vista, uma taxa de crescimento de 0,6%, qualifica-se a economia japonesa como uma década perdida.
"Assim, de acordo com esse raciocínio, pode-se argumentar que boa parte da Europa também "perdeu" a última década,a Alemanha alcançou taxas de crescimento semelhantes ao Japão (0,6%) e Itália fez ainda pior (0,2%), a França e a Espanha foram um pouco melhor. Mas este quadro de estagnação em muitos países é enganoso, porque deixa de fora um fator importante:a demografia.

Como se deve comparar registros de crescimento entre um grupo de semelhantes, os países desenvolvidos? A melhor medida não é o crescimento do PIB global, mas o crescimento da renda per capita da população em idade ativa (ou seja, População Economicamente Ativa). Este último elemento é importante porque só a população em idade ativa representa o potencial produtivo da economia. Se dois países alcançarem o mesmo crescimento médio na renda per capita da PEA , deve-se concluir que ambos foram igualmente eficientes no uso do seu potencial, mesmo se suas taxas de crescimento do PIB global são diferentes.

Quando se olha para o PIB / PEA (definidos como população na faixa etária de 20-60), obtém-se um resultado surpreendente: o Japão tem feito realmente melhor do que os EUA ou a maioria dos países europeus ao longo da última década. A razão é simples: as taxas globais de crescimento do Japão foram bastante baixos, mas o crescimento foi conseguido apesar de uma queda na população economicamente ativa.

A diferença entre o Japão e os EUA é nítida aqui: em termos de crescimento do PIB global, tratava-se de um ponto percentual, mas é maior em termos de taxas de crescimento de acordo com a PEA - mais de 1,5 pontos percentuais, dado que os EUA população em idade ativa cresceu 0,8%, enquanto o Japão tem vindo a diminuir na mesma taxa.

Outra indicação de que o Japão tem utilizado plenamente o seu potencial é que a taxa de desemprego tem sido constante ao longo da última década. Em contrapartida, a taxa de desemprego nos EUA quase dobrou, já próximo dos 10%. Pode-se assim concluir que os EUA deveriam ter o Japão como um exemplo não de estagnação, mas de como conseguir um crescimento máximo de um potencial limitado. "