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15 março 2011

Rir é o melhor remédio





Cachorro. Fonte: aqui

Teste 446

Conforme postagem sobre a questão da busca no Google, 34% do tráfego do Google vai para o primeiro resultado. Uma ferramenta do próprio Google estima que o número de buscas pela palavra “contabilidade” no Brasil é de um milhão por mês. Hoje de manhã, ao digitar esta palavra no meu computador apareceu, em primeiro lugar, um link para “Escritório Contabilidade” (Sempre Empresarial), localizado em São Paulo. Para saber quanto se pagaria, é necessário multiplicar o número de cliques diários estimados (nem todas pessoas que buscam “contabilidade” clicam num resultado) pelo valor unitário. O próprio Google estima em 223 o número de cliques diários. A este valor, o Google cobra um preço por clique (chamado de, olha a ironia, CPC). No caso do CPC para a palavra contabilidade, o valor seria de R$0,42. Considerando um mês de 30 dias, o custo mensal para uma empresa aparecer nos resultados da busca seria de quanto?

 Resposta: Drogas, pessoas e fauna. Fonte: aqui

Links

Ghosn, da Renault, pede desculpas sobre a acusação de espionagem

Mas a Renault brasileira censura um sítio sobre a qualidade do seu carro

A demissão do economista do Santander (depois do bate-boca com a Petrobrás)

O que está acontecendo com o Santander no Brasil

Os povos mais preocupados da Europa: os portugueses em primeiro

Um endereço com o tempo de várias cidades no mundo 

Os gestores de fundo hedge mais bem remunerados do mundo

Ontem (Março, dia 14 ou 3/14) foi o dia do Pi. aqui um bolo para ele, um fato sobre o número e uma piada

A paciência do Iasb está esgotando

Passagem de pedestre mais cheia do mundo (foto)

Como citar uma legislação

O Mito do Pequeno Crescimento da Economia Japonesa

Postado por Pedro Correia
O lento crescimento japonês não se deve a insuficiência de políticas macroeconômicas agressivas, mas ao pequeno crescimento demográfico. Daniel Gross Diretor, do Centro de Estudos de Política Europeia, vai direto ao ponto e mostra porque o Japão não está com a economia estagnada. Segundo ele a base da história de terror sobre o Japão é que o PIB cresceu na última década a uma taxa média anual de apenas 0,6% em comparação com 1,7% para os EUA. A diferença é realmente muito menor do que muitas vezes assumida, mas à primeira vista, uma taxa de crescimento de 0,6%, qualifica-se a economia japonesa como uma década perdida.
"Assim, de acordo com esse raciocínio, pode-se argumentar que boa parte da Europa também "perdeu" a última década,a Alemanha alcançou taxas de crescimento semelhantes ao Japão (0,6%) e Itália fez ainda pior (0,2%), a França e a Espanha foram um pouco melhor. Mas este quadro de estagnação em muitos países é enganoso, porque deixa de fora um fator importante:a demografia.

Como se deve comparar registros de crescimento entre um grupo de semelhantes, os países desenvolvidos? A melhor medida não é o crescimento do PIB global, mas o crescimento da renda per capita da população em idade ativa (ou seja, População Economicamente Ativa). Este último elemento é importante porque só a população em idade ativa representa o potencial produtivo da economia. Se dois países alcançarem o mesmo crescimento médio na renda per capita da PEA , deve-se concluir que ambos foram igualmente eficientes no uso do seu potencial, mesmo se suas taxas de crescimento do PIB global são diferentes.

Quando se olha para o PIB / PEA (definidos como população na faixa etária de 20-60), obtém-se um resultado surpreendente: o Japão tem feito realmente melhor do que os EUA ou a maioria dos países europeus ao longo da última década. A razão é simples: as taxas globais de crescimento do Japão foram bastante baixos, mas o crescimento foi conseguido apesar de uma queda na população economicamente ativa.

A diferença entre o Japão e os EUA é nítida aqui: em termos de crescimento do PIB global, tratava-se de um ponto percentual, mas é maior em termos de taxas de crescimento de acordo com a PEA - mais de 1,5 pontos percentuais, dado que os EUA população em idade ativa cresceu 0,8%, enquanto o Japão tem vindo a diminuir na mesma taxa.

Outra indicação de que o Japão tem utilizado plenamente o seu potencial é que a taxa de desemprego tem sido constante ao longo da última década. Em contrapartida, a taxa de desemprego nos EUA quase dobrou, já próximo dos 10%. Pode-se assim concluir que os EUA deveriam ter o Japão como um exemplo não de estagnação, mas de como conseguir um crescimento máximo de um potencial limitado. "

Por que o Brasil não utiliza as reservas internacionais para financiar investimentos públicos em infraestrutura?

Postado por Pedro Correia
O consultor legislativo do senado , Marcos Mendes, explica porque usar as reservas internacionais para financiar esses investimentos não é uma boa opção. Segundo ele, isso equivaleria, em última instância, a financiar os gastos por meio de endividamento público.
"Financiar investimentos com endividamento não é, a princípio, uma opção ruim. Mas fazê-lo por meio do uso das reservas internacionais geraria efeitos colaterais indesejáveis: no curto prazo, haveria valorização da moeda nacional em relação ao dólar. Isso geraria impacto negativo sobre as exportações e sobre a competitividade das indústrias nacionais em relação a produtos importados. Em ambos os casos haveria perda de empregos no país. No médio prazo haveria mais inflação.

Quando o governo se endivida para comprar dólares ele ao mesmo tempo aumenta o seu passivo (pelo aumento da dívida interna) e o seu ativo (pela compra de dólares). Isso significa que a dívida líquida (passivo menos ativo) não se altera.

Se o governo decidir vender as reservas (um ativo) para financiar uma despesa (o investimento em infraestrutura) a dívida líquida vai aumentar, pois o governo terá se desfeito de um ativo (as reservas) e o seu passivo (a dívida pública) terá ficado do mesmo tamanho.

Mas se os investimentos em infraestrutura representam, de fato, um ativo do Tesouro, porque eles não são deduzidos para fins de cálculo da dívida líquida? Se isso fosse feito, não haveria aumento na dívida. Ocorre que os investimentos em infraestrutura não têm a mesma liquidez que títulos do Tesouro ou dinheiro. Da mesma forma que se diz que um indivíduo se endividou para comprar um carro, diz-se que o governo se endividou para fazer obras. O indivíduo até pode argumentar que a sua situação patrimonial não mudou, pois o valor do carro compensa o valor da dívida. Mas sabe-se que o carro se deprecia ao longo do tempo (assim como os investimentos do governo) e que não tem liquidez imediata (se o indivíduo precisar vender o carro para pagar a dívida, terá dificuldade ou precisará aceitar um desconto no preço).

Aumentar a dívida para fazer investimentos não é necessariamente ruim. É um recurso legítimo. Assim como o carro presta um serviço ao indivíduo, o investimento em infraestrutura presta um serviço ao País (facilitando o crescimento econômico e gerando mais renda). Por isso, se o valor da nova renda que o investimento em infraestrutura trouxer para o País for maior do que os juros a serem pagos sobre a dívida, vale a pena fazer o investimento.

Mas o fato concreto que importa ressaltar é que o uso das reservas internacionais não é uma solução mágica para expandir os investimentos em infraestrutura. Em última instância, estará havendo um aumento do endividamento público para fazer tais investimentos. Logo, seria mais fácil financiar os investimentos diretamente via emissão de títulos, sem a complicação de se mexer com as reservas."
Texto de Marcos Mendes

Quem criou valor?




O gráfico abaixo mostra o processo de criação de valor para o acionista no mercado acionário dos Estados Unidos, no período compreendido entre 1991 a 2010.  

O valor criado para o acionista é dado pela seguinte expressão:

Valor de Mercado Inicial do Patrimônio Líquido x (retorno do acionista – Ke)

Sendo que o “Ke” é obtido pela soma do título sem risco do tesouro dos Estados Unidos, ou título sem risco, mais o prêmio pelo risco. Neste mercado, o título sem risco variou entre 8,1% a 2,3% ao ano. Já o prêmio pelo risco variou entre 5,8% a 3,8%. Ou seja, o Ke esteve entre 13,9%, em 1991, a 6,3% (em 2009). Já o retorno do acionista é dado pela divisão entre o valor adicionado para o acionista pelo valor do patrimônio líquido inicial, a preços de mercado.

Em outras palavras, para que uma empresa crie valor para seu acionista é necessário que o retorno seja superior ao custo do capital próprio. Pelo gráfico é possível perceber que isto ocorreu em alguns anos, principalmente no período entre 1995 a 1999, quando ocorreu a bolha da internet.  Depois deste período, o mercado sofreu duas grandes quedas, que comprometeram o valor criado para o acionista (vide aqui em Por que nem sempre quando uma ação se valoriza o acionista ganha?).

A análise foi realizada para as maiores empresas do mercado acionário dos Estados Unidos. E o resultado foi surpreendente. As empresas que mais criaram valor para seus acionistas, em US$ bilhões, foram:

1.      Apple = 212 bilhões
2.      Exxon Mobil = 86
3.      IBM = 78
4.      Altria Group = 70
5.      Chevron = 67
6.      Oracle = 52
7.      Occidental Petroleum = 51
8.      Amazon = 48
9.      Caterpillar = 37
10.  McDonald´s = 34

É interessante notar que nesta lista existem três petrolíferas e uma vendedora de fast-food, setores que não são vistos com bons olhos pelos investidores. Os maiores perdedores foram:
1.      
American Intl Group = - 217 bilhões
2.      Pfizer = -188 bilhões
3.      General Eletric = -183
4.      Bank of America = -170
5.      Citigroup = -169
6.      Time Warner = -130
7.      AT&T = -111
8.      Cisco = -105
9.      Microsoft = -72
10.  Intel = -72 bilhões

Observem que na lista dos grandes perdedores estão dois bancos, quatro empresas de tecnologia, incluindo a Microsoft, e a GE. Quanto a GE é importante notar que esta empresa caracterizou-se por ter uma gestão extremamente agressiva na época de Jack Welch. Seu foco era o acionista. O desempenho no período foi muito ruim.

Mas talvez a surpresa da lista seja a presença da Microsoft. O acionista da empresa perdeu 72 bilhões no período, uma quantia substancial. Esta empresa chegou a valer mais de 600 bilhões de dólares e hoje possui um valor de mercado de 240 bilhões.

Durante a crise financeira, algumas empresas sofreram pesadas perdas. No período de 2007 a 2008 as maiores perdas, em termos percentuais, foram:

1.      Lehman Brothers = - 98%
2.      Washington Mutu = -98%
3.      Dana = -95%
4.      Circuit City Store = -92%
5.      Delphi = -92%
6.      Freddie Mac = -89%
7.      Fannie Mae = -88%
8.      Delta Air Lines = -88%
9.      Ambac = -88%
10.  American Intl Group = -85%

Em termos de valores, as maiores perdas provocadas pela crise foram:

1.      Citigroup = -237 bilhões
2.      GE = -222
3.      AIG = -182
4.      BoFA = -169
5.      Altria = -149
6.      Microsfot = -121
7.      Wachovia = -78
8.      Cisco = -71
9.      Morgan Stanley = -68
10.  Pfizer = -67 bilhões

Busca

Um texto no jornal Estado de São Paulo (Jogos e Trapaças, Link, p. 2, 4 e 5, Traduzido do New York Times) mostra como alguns empresas tentam burlar o mecanismo de busca do Google [onde este blog está hospedado]. O motivo:
Um estudo publicado em maio de 2010 por Daniel Ruby, da Chikita, rede de publicidade on line formada por 100 mil sites, revelou que, em média, 34% do tráfego recebido pelo Google via para o primeiro resultado da lista. É o dobro da fatia absorvida pelo segundo colocado.
Assim, aparecer em primeiro na lista do Google pode ser vantajoso. A reportagem analisa o caso da J.C. Penney, que aparecia em muitos resultados em primeiro lugar. A empresa alega que não teve culpa. O Google afirma não consegue descobrir todos os casos. Mais adiante:
Outra hipótese, que vai agradar fãs das teorias da conspiração: em 2010, a Advertising Age obteve documentos do Google que listava alguns dos seus maiores anunciantes, entre eles AT&T, eBay e, claro, J.C. Penney. De acordo com o documento, a empresa gastava US$2,46 milhões mensais em anúncios pagos do Google – que vêem ao lado dos resultados orgânicos.