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15 março 2011

Por que o Brasil não utiliza as reservas internacionais para financiar investimentos públicos em infraestrutura?

Postado por Pedro Correia
O consultor legislativo do senado , Marcos Mendes, explica porque usar as reservas internacionais para financiar esses investimentos não é uma boa opção. Segundo ele, isso equivaleria, em última instância, a financiar os gastos por meio de endividamento público.
"Financiar investimentos com endividamento não é, a princípio, uma opção ruim. Mas fazê-lo por meio do uso das reservas internacionais geraria efeitos colaterais indesejáveis: no curto prazo, haveria valorização da moeda nacional em relação ao dólar. Isso geraria impacto negativo sobre as exportações e sobre a competitividade das indústrias nacionais em relação a produtos importados. Em ambos os casos haveria perda de empregos no país. No médio prazo haveria mais inflação.

Quando o governo se endivida para comprar dólares ele ao mesmo tempo aumenta o seu passivo (pelo aumento da dívida interna) e o seu ativo (pela compra de dólares). Isso significa que a dívida líquida (passivo menos ativo) não se altera.

Se o governo decidir vender as reservas (um ativo) para financiar uma despesa (o investimento em infraestrutura) a dívida líquida vai aumentar, pois o governo terá se desfeito de um ativo (as reservas) e o seu passivo (a dívida pública) terá ficado do mesmo tamanho.

Mas se os investimentos em infraestrutura representam, de fato, um ativo do Tesouro, porque eles não são deduzidos para fins de cálculo da dívida líquida? Se isso fosse feito, não haveria aumento na dívida. Ocorre que os investimentos em infraestrutura não têm a mesma liquidez que títulos do Tesouro ou dinheiro. Da mesma forma que se diz que um indivíduo se endividou para comprar um carro, diz-se que o governo se endividou para fazer obras. O indivíduo até pode argumentar que a sua situação patrimonial não mudou, pois o valor do carro compensa o valor da dívida. Mas sabe-se que o carro se deprecia ao longo do tempo (assim como os investimentos do governo) e que não tem liquidez imediata (se o indivíduo precisar vender o carro para pagar a dívida, terá dificuldade ou precisará aceitar um desconto no preço).

Aumentar a dívida para fazer investimentos não é necessariamente ruim. É um recurso legítimo. Assim como o carro presta um serviço ao indivíduo, o investimento em infraestrutura presta um serviço ao País (facilitando o crescimento econômico e gerando mais renda). Por isso, se o valor da nova renda que o investimento em infraestrutura trouxer para o País for maior do que os juros a serem pagos sobre a dívida, vale a pena fazer o investimento.

Mas o fato concreto que importa ressaltar é que o uso das reservas internacionais não é uma solução mágica para expandir os investimentos em infraestrutura. Em última instância, estará havendo um aumento do endividamento público para fazer tais investimentos. Logo, seria mais fácil financiar os investimentos diretamente via emissão de títulos, sem a complicação de se mexer com as reservas."
Texto de Marcos Mendes

Quem criou valor?




O gráfico abaixo mostra o processo de criação de valor para o acionista no mercado acionário dos Estados Unidos, no período compreendido entre 1991 a 2010.  

O valor criado para o acionista é dado pela seguinte expressão:

Valor de Mercado Inicial do Patrimônio Líquido x (retorno do acionista – Ke)

Sendo que o “Ke” é obtido pela soma do título sem risco do tesouro dos Estados Unidos, ou título sem risco, mais o prêmio pelo risco. Neste mercado, o título sem risco variou entre 8,1% a 2,3% ao ano. Já o prêmio pelo risco variou entre 5,8% a 3,8%. Ou seja, o Ke esteve entre 13,9%, em 1991, a 6,3% (em 2009). Já o retorno do acionista é dado pela divisão entre o valor adicionado para o acionista pelo valor do patrimônio líquido inicial, a preços de mercado.

Em outras palavras, para que uma empresa crie valor para seu acionista é necessário que o retorno seja superior ao custo do capital próprio. Pelo gráfico é possível perceber que isto ocorreu em alguns anos, principalmente no período entre 1995 a 1999, quando ocorreu a bolha da internet.  Depois deste período, o mercado sofreu duas grandes quedas, que comprometeram o valor criado para o acionista (vide aqui em Por que nem sempre quando uma ação se valoriza o acionista ganha?).

A análise foi realizada para as maiores empresas do mercado acionário dos Estados Unidos. E o resultado foi surpreendente. As empresas que mais criaram valor para seus acionistas, em US$ bilhões, foram:

1.      Apple = 212 bilhões
2.      Exxon Mobil = 86
3.      IBM = 78
4.      Altria Group = 70
5.      Chevron = 67
6.      Oracle = 52
7.      Occidental Petroleum = 51
8.      Amazon = 48
9.      Caterpillar = 37
10.  McDonald´s = 34

É interessante notar que nesta lista existem três petrolíferas e uma vendedora de fast-food, setores que não são vistos com bons olhos pelos investidores. Os maiores perdedores foram:
1.      
American Intl Group = - 217 bilhões
2.      Pfizer = -188 bilhões
3.      General Eletric = -183
4.      Bank of America = -170
5.      Citigroup = -169
6.      Time Warner = -130
7.      AT&T = -111
8.      Cisco = -105
9.      Microsoft = -72
10.  Intel = -72 bilhões

Observem que na lista dos grandes perdedores estão dois bancos, quatro empresas de tecnologia, incluindo a Microsoft, e a GE. Quanto a GE é importante notar que esta empresa caracterizou-se por ter uma gestão extremamente agressiva na época de Jack Welch. Seu foco era o acionista. O desempenho no período foi muito ruim.

Mas talvez a surpresa da lista seja a presença da Microsoft. O acionista da empresa perdeu 72 bilhões no período, uma quantia substancial. Esta empresa chegou a valer mais de 600 bilhões de dólares e hoje possui um valor de mercado de 240 bilhões.

Durante a crise financeira, algumas empresas sofreram pesadas perdas. No período de 2007 a 2008 as maiores perdas, em termos percentuais, foram:

1.      Lehman Brothers = - 98%
2.      Washington Mutu = -98%
3.      Dana = -95%
4.      Circuit City Store = -92%
5.      Delphi = -92%
6.      Freddie Mac = -89%
7.      Fannie Mae = -88%
8.      Delta Air Lines = -88%
9.      Ambac = -88%
10.  American Intl Group = -85%

Em termos de valores, as maiores perdas provocadas pela crise foram:

1.      Citigroup = -237 bilhões
2.      GE = -222
3.      AIG = -182
4.      BoFA = -169
5.      Altria = -149
6.      Microsfot = -121
7.      Wachovia = -78
8.      Cisco = -71
9.      Morgan Stanley = -68
10.  Pfizer = -67 bilhões

Busca

Um texto no jornal Estado de São Paulo (Jogos e Trapaças, Link, p. 2, 4 e 5, Traduzido do New York Times) mostra como alguns empresas tentam burlar o mecanismo de busca do Google [onde este blog está hospedado]. O motivo:
Um estudo publicado em maio de 2010 por Daniel Ruby, da Chikita, rede de publicidade on line formada por 100 mil sites, revelou que, em média, 34% do tráfego recebido pelo Google via para o primeiro resultado da lista. É o dobro da fatia absorvida pelo segundo colocado.
Assim, aparecer em primeiro na lista do Google pode ser vantajoso. A reportagem analisa o caso da J.C. Penney, que aparecia em muitos resultados em primeiro lugar. A empresa alega que não teve culpa. O Google afirma não consegue descobrir todos os casos. Mais adiante:
Outra hipótese, que vai agradar fãs das teorias da conspiração: em 2010, a Advertising Age obteve documentos do Google que listava alguns dos seus maiores anunciantes, entre eles AT&T, eBay e, claro, J.C. Penney. De acordo com o documento, a empresa gastava US$2,46 milhões mensais em anúncios pagos do Google – que vêem ao lado dos resultados orgânicos.

Por que nem sempre quando uma ação valoriza o acionista ganha?


Quando um investidor aloca parte dos seus recursos no mercado acionário, ele deseja que o seu dinheiro se valorize. Imagine que ele aplicou 100 reais em ações e ao final do ano possua R$108,70. Isto significa uma valorização de 8,70%. Ele fez uma boa aplicação, certo?

Depende do referencial. Tradicionalmente comparamos o retorno no mercado acionário com um parâmetro. O mais conhecido deles é dado pela soma do retorno de um título sem risco mais o prêmio pelo mercado. Se um título sem risco teve um retorno de 5,3% e o prêmio por investir no mercado acionário é de 4,3%, este parâmetro é aproximadamente de 9,6%. Observe que este valor é superior ao 8,7% que se obteve na aplicação. Ou seja, deveríamos ter obtido no mínimo 9,6%, mas o retorno foi somente de 8,7%. Esta diferença representa uma perda na criação do valor para o acionista.

Uma pesquisa feita por três professores do IESE da Espanha mostrou que durante um período longo de tempo, entre 1991 a 2010, o mercado acionário dos Estados Unidos, o principal mercado de ações do mundo, teve uma rentabilidade de 8,7% ao ano. Ou seja, o investidor neste período teve uma grande perda no período. Segundo os cálculos destes pesquisadores, durante o período os investidores perderam 4,5 trilhões de dólares. Mas este desempenho não foi uniforme ao longo do tempo. Num primeiro período, os investidores ganharam 5,1 trilhões. Mas com o estouro da bolha de internet e a crise financeiro de 2008, o período seguinte trouxe perdas de 9,6 trilhões.

Isto mostra que nem sempre quando o mercado valoriza estamos ganhando. É necessário comparar com o nosso referencial.

Para ler mais: FERNANDEZ, Pablo; AGUIRREAMALLOA, Javier; CORRES, Luis. Shareholder value creators in the S&P 500: 1991-2010. 

Contra o cigarroF

Fonte: aqui

Será que a arte abstrata têm valor?

Eis um experimento interessante sobre a arte abstrata:
Para descobrir, Hawley-Dolan pediu a 32 estudantes de arte e 40 estudantes de psicologia para comparar pares de quadros. Um pedaço de cada par foi o trabalho de um artista reconhecido, como Kline, Rothko, Cy Twombly, Gillian Ayre, e outros mais. O outro veio da obra de pintores menos conhecidos, incluindo pré-escolares, elefantes, chimpanzés, gorilas e macacos. As pinturas foram colocadas uma ao lado da outra de acordo com a cor, a qualidade da linha, a pincelada e os alunos tinham de dizer qual eles preferiam e qual era a melhor. Ambos os grupos de alunos preferiram as peças profissionais aos dos amadores, julgando-as superiores. Mesmo os estudantes de psicologia, que não tinha experiência em artes, sentiram a mesma coisa, embora, como você poderia esperar, a sua preferência por trabalhos profissionais fosse um pouco mais fraca.
Fonte: aqui

Ruas mais caras do mundo

Fonte: aqui