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14 março 2011

Esportes e Cartel

Com a possível exceção dos membros da OPEP, os donos da NFL tem praticamente o negócio fantástico: eles são efetivamente membros de um cartel capaz de limitar a concorrência, aumentar o poder de barganha e manter os custos baixos. Em vez de competir uns contra os outros pelo dinheiro da TV, os donos dividem, reduzindo o risco e garantindo uma receita estável, independentemente de quão bem estão suas equipes. O resultado de tudo isso foi muito bem resumido por Richard Walden, chefe de finanças esportivas do JPMorgan Chase, que afirmou: "Eu nunca vi um time da NFL perder dinheiro."
Então porque é que os proprietários infelizes? Bem, a crise tornou mais difícil aumentar os preços dos ingressos e obter dos estados e dos municípios subsídios para os novos estádios. E os jogadores são as maiores despesas que as equipes possui: eles ficam sessenta por cento de tudo o que a liga obtém acima de um bilhão de dólar. Os proprietários acham que é muito alto e querem que os jogadores aceitem sessenta por cento de todas as receitas acima dois bilhões
As economias modernas têm um mecanismo muito eficaz para decidir se os salários são realmente altos demais: ele é chamado de mercado livre. É assim que os salários da maioria das pessoas estão definidos (...) Mas os donos da NFL nunca gostaram da idéia de um mercado de trabalho livre, que pode custar-lhes mais e também ameaçam o equilíbrio competitivo da liga.
Scrimmage - James Surowiecki - New Yoker - 21 mar 2011

Ética nas universidades brasileiras

Postado por Pedro Correia
A discussão de Glaeser diz respeito à American Economic Association que, argumenta-se, deveria impor limites éticos à profissão. No entanto, ele conclui - a meu ver corretamente - que:

Universities have the resources to develop ethical guidelines and the power to enforce them. They are the employers of academic economists, and ethical lapses damage them, too. They are the natural institutional guardians of their employees’ professional behavior.

A conclusão aplica-se também às universidades brasileiras. Elas pecam, em sua grande maioria, por não estabelecer diretrizes claras quanto ao comportamento esperado dos alunos no que diz respeito a plágio, cola e comportamento admissível de forma geral. Da mesma forma, poucas têm um código de ética para seus docentes e pesquisadores. É certo que códigos de ética representam apenas um incentivo soft para limitar o comportamento, porém são importantes à medida que sinalizam o que não é apropriado e podem ser complementados por medidas disciplinares.

Texto de Ronald Hilbrecht

Jogo dos erros: Egito

Jogo dos erros: Egito - Postado por Pedro Correia

Egito é um país pobre de recursos naturais, localizado em uma região estratégica, com alto desemprego e grande desigualdade. Correto?

Não! Apesar de ser um país de renda per capita mais baixa que o Brasil, o Egito tem índices de desigualdade significativamente mais baixos do que os nossos. O índice de GINI, que mede desigualdade e vai de 0 (total igualdade) a 1 (total desigualdade), era 0.55 para o Brasil em 2007 e 0.32 para o Egito em 2005 (Fonte: World Bank/WDI).

Mas o Egito padece de uma economia com falta de dinamismo, estagnada, diferente da economia brasileira! Correto?

Não! Vide o gráfico abaixo para o crescimento acumulado do PIB de 1979 a 2010 para o Egito e o Brasil. Não há duvida alguma que nos últimos 30 anos o PIB do Egito cresceu mais rápido que o brasileiro (Fonte: IMF/WEO de outubro de 2010).


Mais que isso: Enquanto o Brasil cresceu aproximadamente 4% ao ano nos últimos 8 anos, o Egito cresceu 5.3% no mesmo período (Fonte: IMF/WEO de outubro de 2010, dados preliminares para 2010).

Além disso, os dados per capita nao mudam a mensagem
:




Em 1980 a renda per capita do Egito era pouco mais que um terço da renda per capita brasileira (Fonte: WEO/IMF). Esta é uma diferença nada desprezível e pode explicar uma parte significativa da diferença em desempenho. Ainda assim, acho que vale a pena ser um pouco cético com relação às explicações enlatadas da crise egípcia como conseqüência de mau desempenho econômico. O Egito não é uma estrela do crescimento econômico, mas também não é um meteoro. Em relação ao comércio exterior, o Egito exporta também gás natural, algodão e manufaturas, em particular têxteis (que se valem da mão-de-obra ainda barata), e insumos intermediários como aço, cerâmica e cimento.


Texto de Irineu de Carvalho

13 março 2011

Rir é o melhor remédio

Adaptado daqui

Top 100: As Melhores Universidades do Mundo

Top 100: as melhores universidades do mundo - Por Isabel Sales

Na semana passada foi divulgado o ranking das melhores universidades do mundo pela THE (Times Higher Education), instituição londrina, principal referência para esse tipo de avaliação. (Agradeço ao Glauber Barbosa pela dica). A primeira colocação ficou com Harvard (Estados Unidos); a partir da da 51ª posição as universidades foram agrupadas em blocos de 10 devido às diferenças serem poucas. A ordenação nesses grupos é alfabética.

Resultados: Os Estados Unidos tem 45% das melhores Universidades. Em seguida aparece o Reino Unido com 12%, o Japão com 5%. Dos países do BRIC, o Brasil não apareceu uma vez sequer; a Rússia e a Índia apareceram uma vez (33º Lomonosov Moscow State University e, no Grupo de 91-100, o Indian Institute of Science); a China, por sua vez, se destacou duas vezes (35º Tsinghua University e 43º Pekin University).


Eu torço muito pela equipe na qual estou. Esforço-me, por exemplo, pra que as minhas atitudes ajudem a minha turma do mestrado a se destacar. Procuro as formas com que nós podemos ajudar a nota do Programa Multi a melhorar. Fico na torcida pela minha universidade, pelos meus colegas e professores, pelo meu país. Pollyanna, talvez.

O Brasil foi o único país emergente que não conseguiu uma colocação. E aqui entra não exatamente um espírito competitivo, de querer que estejamos sempre entre os melhores, mas sim de ver o potencial brasileiro alcançar os níveis merecidos. A The Economist publicou uma reportagem, também na semana passada, afirmando que o Brasil, devido ao crescimento do PIB, passou a ser a 7ª maior economia mundial. A sétima!!!! Perdendo apenas para: Estados Unidos, China, Japão, Alemanha, França e Inglaterra!!!

Me pergunto: o que temos que fazer pra mudar essa situação? Como as universidades, os alunos e os educadores podem trabalhar rumo a melhores resultados?

Eu vejo as notícias afirmando que o governo está cortando verbas da educação e das universidades e fico inconformada. (Sétima maior economia!!!) Mas além disso, além do governo, incluindo todos os empecilhos e problemas que enfrentamos, como agir de forma a mudar tudo isso?

Não estou criando um clímax pra sugerir uma resposta. Eu realmente não sei. Talvez a nossa luta por aprimorar os cursos da Universidade de Brasília ajudem de uma forma consequente o progresso da educação. Assim como as melhorias que você faz na sua instituição. Talvez não. Mas realmente acredito que um resultado como esse exige que todos nós paremos e ponderemos um bocado. Esse resultado é inaceitável.

China e EUA se estudam

China e EUA se estudam - Postado por Pedro Correia
Quando Barack Obama visitou a China em 2009 ele disse que queria que os EUA enviassem para a China 100 mil alunos ao longo de quatro anos, a figura atual é de cerca de 14.000. O fluxo de alunos no outro sentido é muito bem estabelecido: os chineses agora formam o maior grupo de estudantes estrangeiros (mais de 127 mil) em universidades dos Estados Unidos. Estudantes americanos, por sua vez, têm demonstrado um interesse muito maior em aprender chinês na última década. Infelizmente, não existem dados sobre quantos deles desistem, derrotado pelos milhares de caracteres necessários para ler um texto básico. Veja o gráfico:

Fonte:The Economist

É possível comprar poucas ações?

É possível comprar poucas ações? - Postado por Pedro Correia

Para quem quer investir menos, existe o mercado fracionário, em que é possível comprar quantidades inferiores a um lote completo.

A venda e compra de ações em lote é predominante pela sua praticidade. Dessa forma é mais fácil fazer coincidir os interesses de compradores e vendedores. Dificilmente se encontraria ao mesmo tempo, por exemplo, um investidor interessado em comprar 133 ações de uma empresa e outro disposto a vender exatamente a mesma quantidade.

A padronização torna a negociação mais eficiente, proporcionando um atributo muito desejável em mercados de ações: a liquidez. As ações mais líquidas são aquelas das quais você consegue livrar-se mais rápido se precisar do dinheiro ou se não estiver muito confiante sobre o futuro da empresa.
O mercado fracionário exige mais negociações e, assim, é menos líquido. Exatamente por essa diferença na dinâmica, os preços do mercado fracionário podem ser diferentes dos valores no chamado mercado integral.
Quando se negocia uma ação no mercado fracionário, além das quatro letras e um número que identificam a empresa (exemplo: PETR3 para Petrobras ON), encontra-se uma letra final F (exemplo: PETR3F).

Texto de Juliana Seabra - Jornalista e Mestre em Economia pela Unicamp