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11 março 2011

Rir é o melhor remédio


O livro O Jeitinho Americano, do colunista do Estado de São Paulo Matthew Shirts (Editora Realejo) é uma delícia. Shirts, um americano que vive e admira o Brasil, discute muitos assuntos, principalmente o choque cultural entre dois países tão diferentes. A crônica Como Aprendi Português é hilária. Eis um trecho de outra crônica (Universos Paralelos):

Nunca esqueço de um jantar em que Jeff contou da palestra que assistira na universidade durante a tarde com o economista Milton Friedman, ganhador do Prêmio Nobel e o mais famoso defensor do capitalismo sem restrições. “Se o mercado é tudo, “ perguntou Jeff ao Friedman, “quanto o senhor quer para mudar de ideia?” A plateia, disse, veio abaixo. 

As instituições financeiras sistematicamente importantes

As instituições financeiras sistematicamentes importantes- Postado por Pedro Correia

A lei Dodd–Frank Wall Street Reform criou o Conselho de Supervisão da Estabilidade Financeira que tem como uma das tarefas definir quais instituições financeiras são sistemicamente importantes.
Antes da úlitma crise as empresas geraram muito risco sitêmico sem ter que arcar com nenhuma penalidade. Assim, percebe-se que a identificação de instituições finaceiras que possam difundir riscos sitêmicos é fundamental para evitar novas crises. No entanto, o presidente do Conselho de Supervisão da Estabilidade Financeira e secretário Tesouro Americano, Timothy Geithner,acredita que: não é possível criar critérios eficazes puramente objetivos para avaliar o risco sistêmico.

Não obstante, os pesquisadores da NYU, Acharya, Viral V, Thomas F. Cooley e Matthew P. Richardson, afirmam que isso não é verdade, pois o conselho esquece qual é o elemento crítico na avaliação de risco. Esse elemento é o grau de correlação entre o risco de uma empresa e todo o setor financeiro. O foco principal do Conselho está no tamanho das instituições, designando as empresas com mais de 50 bilhões de ativos como sistematicamente importantes. Os autores acreditam que o ponto crítico não é o tamanho, mas o quão próximo o risco de uma firma está para o resto do setor financeiro.

O grau de correlação entre o risco de uma empresa e todo o setor financeiro pode identificar a maioria das empresas que elevam o risco sistêmico . Se algumas forem esquecidas segundo esse critério, o Conselho pode adicionar informações mais subjetivas de modo à indentificá-las.

Apesar da crise financeira ter iniciado em meados de 2007, o risco sistêmico emergiu plenamente apenas em setembro de 2008. Nessa época, a Fannie Mae, Freddie Mac, Lehman Brothers, AIG, Wachovia, Washington Mutual e Merrill Lynch e Citigroup, tiveram graves problemas. Esse risco não era apenas dessas instituições financeiras, mas também foi gerado por outros grandes bancos, bancos de investimento e companhias de seguros, que estavam com dificuldades.

De modo a classificar as 10 instituições financeiras sistematicamente mais importantes, os eminentes acadêmicos da New York University's Stern School of Business utilizaram ferramentas da teoria econômica para montar o seguinte ranking:


O principal fator do ranking é a Contribuição para Risco Sistêmico, SRISK%, que é o percentual de insuficiência de capital do setor financeiro que seria vivida por esta empresa em caso de crise. As empresas com uma elevada percentagem de déficit de capital em caso de crise, não são apenas os maiores perdedores, mas também são as empresas que criam ou ampliam a crise.

Atualmente, as instituição que mais contribui para o risco é o Bank of America e as cinco instituições mais arriscadas representam mais de 70% do risco. Os autores afirmam que esse método teria produzido um top dez em julho de 2007, incluindo Citigroup, Merrill Lynch, Freddie Mac, Fannie Mae, Bear Stearns e Lehman Brothers.

As informações foram retiradas do seguinte paper : A tax on systemic risk

Patrimônio de Referência

O Patrimônio de Referência (PR) é uma informação importante para as instituições financeiras. O seu cálculo é determinado por uma metodologia do Conselho Monetário Nacional (Resolução 3444/2007). Esta resolução determina que ao valor do patrimônio líquido de cada instituição financeira sejam somados alguns itens (provisão, dívidas subordinadas, instrumentos híbridos de capital  de dívidas) e subtraídos outros (reservas, créditos tributários, ativos diferidos, entre outros), que resultarão no valor do PR.

Uma dissertação de mestrado em Regulação e Gestão de Negócios, defendida na Universidade de Brasília (Acordo de Basileia II no Brasil: Implementação, supervisão e fatores de risco dos principais bancos brasileiros, Agostinho Garrido Carvalho) mostra uma informação interessante sobre o PR dos bancos brasileiros. A tabela abaixo resume a posição de final de junho de 2010. Na primeira coluna, os valores somados do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal. Na segunda coluna, os valores do Bradesco e Itaú. Nos bancos públicos, o patrimônio líquido representava 58% do PR, enquanto nos dois bancos particulares o percentual era de 82%. O que faz esta diferença refere-se aos instrumentos híbridos e as dívidas subordinadas. No primeiro caso, destaca-se o empréstimo que a União fez para a Caixa Econômica, que por determinação do CMN foi classificada no PR.



É interessante notar a evolução no tempo destes valores. A tabela abaixo apresenta a mesma informação para o final de 2008. Ou seja, na crise financeira. Enquanto os bancos privados melhoraram o valor do PR (de 115 bilhões para 124 bilhões) a partir do patrimônio líquido, o aumento do PR nos bancos públicos (de 65 para 91 bilhões) ocorreu nas dívidas subordinadas e nos instrumentos híbridos.


Isto mostra como o governo interferiu durante a crise, através dos bancos públicos, com “aporte de capital sobre a forma de dívida subordinada ou instrumentos híbridos de capital e dívida”, afirma Carvalho. 

Teste 444


Para aqueles que acreditam que entendem de tecnologia. Duas máquinas, uma de 2011 e outra de 1954. Qual é qual?

Resposta do Anterior: Rio de Janeiro. Fonte: para o PIB, aqui. Para o valor dos Restos a Pagar, aqui.

Links

A importância de saber escrever nos MBAs


No Mundo:


Bancos espanhóis precisam aumentar seu capital, informou o Banco da Espanha


Coréia do Norte e os créditos de carbono

Executivo chefe do Santander não pode ser banqueiro nos próximos três meses

A Índia desistiu do IFRS?


Será que existiu espionagem na Renault?. Renault considera a possibilidade de inocentar os acusados 


No Brasil:



The Economist critica as leis trabalhistas brasileiras (aqui um resumo em português)

The Economist analisa o PIB brasileiro

Diferença entre o preço da ação ordinária e preferencial diminui

Multas e termos de compromissos da CVM chegaram a 240 milhões em 2010

União tenta evitar derrota no valor de 10 bilhões no Supremo

Risco País

A tabela mostra a posição dos países mais arriscados do mundo, segundo a informação dos juros (CDS 5 anos). Na terceira coluna, a variação em relação a outubro de 2010. É interessante notar os efeitos dos protestos no Oriente Médio e África, mas os três países mais arriscados do mundo permanecem os mesmos. A Argentina apresentou uma melhora no seu risco (de 749 para 591), mas ainda é mais arriscada que a Irlanda, por exemplo. A Grécia piorou (de 775 para 1034), mas a primeira posição ainda é da Venezuela de Chavez, que paga uma taxa de juros muito elevada no mercado mundial.

Licitação

O governo vai mudar as regras da Lei de Licitações para facilitar as obras da Olimpíada do Rio em 2016 e dos aeroportos das cidades-sede da Copa do Mundo de 2014. O plano é aprovar, no Congresso, uma emenda à Medida Provisória 510, que está em tramitação e regula "o cumprimento de obrigações tributárias por consórcios que realizem negócios jurídicos em nome próprio".Os objetivos das alterações, que são o primeiro passo para a "modernização" da lei nº 8.666, de 1993, são a simplificação do sistema de recursos; a inversão da fase de habilitação nas licitações, que seria feita após o julgamento das propostas; e a realização de projetos executivos e obras pela mesma empresa, eliminando a necessidade de duas licitações para um mesmo empreendimento.Governo tem pressa em mudar Lei de Licitações - Caio Junqueira - Valor Econômico - 9 mar 2011