Aswath Damoradan fez breve análise da integração da economia comportamental com a avaliação de ativos. Segundo o professor de finanças da Stern School of Business para ganhar dinheiro com valuation é preciso avaliar o valor dos ativos mas seu preço deve se mover em direção aquele valor. A economia comportamental proporciona diversas dimensões sobre o assunto. Ele formulou três perguntas de modo a mostrar a relevância da integração da economia comportamental com o valuation. São estas:
1º- Por que diferentes analistas chegam a diferentes estimativas de valor para a mesma empresa? Quando você avalia o valor de uma empresa, você é um dos muitos a fazê-lo, muitas vezes com base na mesma informação que os outros investidores, e muitas vezes usando os mesmos modelos. Então, por que diferentes analistas chegam a diferentes estimativas do valor? Ao olhar para a interação entre psicologia e avaliação, a economia comportamental proporciona insights interessantes sobre porque os valores que chegamos são diferentes (e por extensão, por que alguns de nós são os compradores e outros são vendedores) e os erros sistemáticos (superavaliação ou subavaliação) que nós fazemos por conseqüência.
2ª Por que o preço difere do valor? No mundo da economia clássica, o preço pode desviar do valor, porque os investidores cometem erros, ou porque o preço pode refletir informações que o analista não pode ter, ou vice-versa. Com a economia comportamental, estamos aprendendo que, que os investidores podem se comportar de maneiras (por exemplo: se recusar a vender “lossers”, querer fazer parte da multidão, ser bastante confiante e avaliar de forma equivocada as probabilidades) o que faz com que os preços divirjam do valor em quantidades significativas.
3ª Quando o valor e o preço vão convergir? A economia comportamental pode nos fornecer pistas sobre a rapidez com que a convergência entre preço e valor vai acontecer e por que a velocidade pode variar entre os diferentes ativos. Isso seria extremamente útil para o investidor. Assim, poderemos ser capazes de responder a uma pergunta que, historicamente, nos iludiu: Se eu comprar uma ação barata hoje (e estou certo sobre o preço ser o mais barato), quanto tempo tenho de esperar até que minha “aposta” retorne o que paguei?
Como investidores, nos cabe não só se familiarizar com os achados em finanças comportamentais, mas também devemos reconhecer quando o instinto de seguir pode danificar carteiras. Meir Statman, um dos economistas comportamentais que mais gosto, escreveu um grande livro sobre como os investidores podem vencer os seus impulsos e tomar melhores decisões.
Tradução livre de Pedro Correia