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05 março 2011

Efeitos do poder de compra da Petrobrás nos seus fornecedores.

Efeitos do poder de compra da Petrobrás nos seus fornecedores. - Por Pedro Correia

Entre 2009 e 2010, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) fez um amplo estudo para estimar o impacto das atividades da Petrobras sobre o desenvolvimento produtivo e tecnológico dos seus fornecedores no Brasil. O estudo foi publicado em novembro de 2010 e está disponível em um livro no site do IPEA.Quando se compara os fornecedores da Petrobras com os não fornecedores, nota-se que os primeiros: a) pagam um salário médio 80% maior; b) têm um porte médio maior (ganhos de escala); c) rotatividade da mão de obra menor; d) empregam 42,1% de todos os engenheiros que têm carteira assinada na indústria e serviços selecionados pelo estudo; e e) empregam também 43,3% dos profissionais científicos e 45,9% dos pesquisadores dos setores analisados. No entanto, os resultados não são tão espetaculares quando se investigam os efeitos dinâmicos do relacionamento com a Petrobras.

No caso do engajamento em atividades de inovação, o resultado da pesquisa mostra que, de fato, o crescimento no número de pesquisadores, engenheiros e profissionais científicos é maior para empresas que passam a fornecer para a Petrobras do que para os não fornecedores. No entanto, na pesquisa qualitativa com cerca de 100 fornecedores, 75% deles afirmam que o desenvolvimento de novos produtos decorreu de esforços próprios de inovação e apenas 8,3% destacam a parceria com a Petrobras como principal fonte. Ou seja, as empresas inovam por esforço próprio e não porque contam com uma ajuda tutorial da Petrobras.

Os pesquisadores investigaram também se o fato de se tornar um fornecedor da Petrobras aumentaria o acesso ao crédito do BNDES e se aumentaria o investimento. Essa hipótese, no entanto, não foi comprovada.

Um dos capítulos do livro (capítulo 5) analisa o efeito da Petrobras nos fornecedores de máquinas e equipamentos. As empresas que fornecem para a estatal são grandes exportadoras (exportaram US$ 2,3 bilhões em 2006), mas são também grandes importadores (importaram US$ 2 bilhões no mesmo período). Adicionalmente, a tabela 1 da página 63 mostra que, com exceção de três produtos, a demanda da petroleira não chega a 10% do total de compras do setor, o que mostra ser a demanda da Petrobras insuficiente para modificar o padrão de especialização da indústria de máquinas e equipamentos no Brasil. No caso da inovação neste setor, apesar de os fornecedores da Petrobras empregarem um maior número de trabalhadores em carreiras técnico-cientificas, “esses profissionais estariam sendo empregados mais para a adaptação tecnológica do que para a geração de tecnologias endógenas às firmas” (página 75).

O capítulo 6 analisa a indústria naval e mostra que as encomendas da Petrobras foram importantes para reativar a indústria naval no Brasil que, em 2009, já empregavam cerca de 232 mil trabalhadores. No entanto, dados para a indústria naval mostraram também que os gastos em P&D (em percentual da receita líquida) são inexpressivos no setor e que existem apenas 21 pessoas (sendo sete deles doutores) ocupados em P&D. Ao contrário do Japão e Coreia do Sul, está-se criando, no Brasil, uma grande indústria de montagem de navios; ou indústrias maquiladoras do setor naval (páginas 84-85).

Por fim, um dado interessante, que não aparece no livro publicado mas escutei de pesquisadores que participaram da pesquisa, é que mais da metade das compras da Petrobras (entre 55% e 60%), no setor industrial doméstico, de 2004 a 2007, são compras de empresas brasileiras de capital estrangeiro. Ou seja, a exigência de conteúdo nacional parece estar funcionando muito mais para atrair empresas estrangeiras para o Brasil do que como estímulo ao desenvolvimento de empresas nacionais.

Em resumo, a Petrobras é uma grande empresa, com acionistas estrangeiros e com mais da metade de fornecedores industriais que são empresas estrangeiras no Brasil. Isso não é, necessariamente, ruim; e talvez seja essencial para que a estatal continue como a empresa mais inovadora no Brasil e América do Sul. Dito isso, precisamos entender que os dilemas para o crescimento do Brasil são muito maiores que o crescimento da Petrobras. Assim, controle o seu entusiasmo com o “petróleo é nosso”.

As compras da Petrobras: controle seu entusiasmo
Mansueto Almeida é técnico de planejamento e pesquisa do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Valor Econômico - 04/03/2011

Uma tese é uma tese

Uma tese é uma tese - Mario Prata
Postado por Isabel Sales

Sabe tese, de faculdade? Aquela que defendem? Com unhas e dentes? É dessa tese que eu estou falando. Você deve conhecer pelo menos uma pessoa que já defendeu uma tese. Ou esteja defendendo. Sim, uma tese é defendida. Ela é feita para ser atacada pela banca, que são aquelas pessoas que gostam de botar banca.

As teses são todas maravilhosas. Em tese. Você acompanha uma pessoa meses, anos, séculos, defendendo uma tese. Palpitantes assuntos. Tem tese que não acaba nunca, que acompanha o elemento para a velhice. Tem até teses pós-morte.

O mais interessante na tese é que, quando nos contam, são maravilhosas, intrigantes. A gente fica curiosa, acompanha o sofrimento do autor, anos a fio. Aí ele publica, te dá uma cópia e é sempre - sempre - uma decepção. Em tese. Impossível ler uma tese de cabo a rabo.

São chatíssimas. É uma pena que as teses sejam escritas apenas para o julgamento da banca circunspecta, sisuda e compenetrada em si mesma. E nós?

Sim, porque os assuntos, já disse, são maravilhosos, cativantes, as pessoas são inteligentíssimas. Temas do arco-da-velha. Mas toda tese fica no rodapé da história. Pra que tanto sic e tanto apud? Sic me lembra o Pasquim e apud não parece candidato do PFL para vereador? Apud Neto.

Escrever uma tese é quase um voto de pobreza que a pessoa se autodecreta. O mundo pára, o dinheiro entra apertado, os filhos são abandonados, o marido que se vire. Estou acabando a tese. Essa frase significa que a pessoa vai sair do mundo. Não por alguns dias, mas anos. Tem gente que nunca mais volta.

E, depois de terminada a tese, tem a revisão da tese, depois tem a defesa da tese. E, depois da defesa, tem a publicação. E, é claro, intelectual que se preze, logo em seguida embarca noutra tese. São os profissionais, em tese. O pior é quando convidam a gente para assistir à defesa. Meu Deus, que sono. Não em tese, na prática mesmo.

Orientados e orientandos (que nomes atuais!) são unânimes em afirmar que toda tese tem de ser - tem de ser! - daquele jeito. É pra não entender, mesmo. Tem de ser formatada assim. Que na Sorbonne é assim, que em Coimbra também. Na Sorbonne, desde 1257. Em Coimbra, mais moderna, desde 1290.

Em tese (e na prática) são 700 anos de muita tese e pouca prática.

Acho que, nas teses, tinha de ter uma norma em que, além da tese, o elemento teria de fazer também uma tesão (tese grande). Ou seja, uma versão para nós, pobres teóricos ignorantes que não votamos no Apud Neto.

Ou seja, o elemento (ou a elementa) passa a vida a estudar um assunto que nos interessa e nada. Pra quê? Pra virar mestre, doutor? E daí? Se ele estudou tanto aquilo, acho impossível que ele não queira que a gente saiba a que conclusões chegou. Mas jamais saberemos onde fica o bicho da goiaba quando não é tempo de goiaba. No bolso do Apud Neto?

Tem gente que vai para os Estados Unidos, para a Europa, para terminar a tese. Vão lá nas fontes. Descobrem maravilhas. E a gente não fica sabendo de nada. Só aqueles sisudos da banca. E o cara dá logo um dez com louvor. Louvor para quem? Que exaltação, que encômio é isso?

E tem mais: as bolsas para os que defendem as teses são uma pobreza.

Tem viagens, compra de livros caros, horas na Internet da vida, separações, pensão para os filhos que a mulher levou embora. É, defender uma tese é mesmo um voto de pobreza, já diria São Francisco de Assis. Em tese.

Tenho um casal de amigos que há uns dez anos prepara suas teses. Cada um, uma. Dia desses a filha, de 10 anos, no café da manhã, ameaçou:

- Não vou mais estudar! Não vou mais na escola.

Os dois pararam - momentaneamente - de pensar nas teses.

- O quê? Pirou?

- Quero estudar mais, não. Olha vocês dois. Não fazem mais nada na vida. É só a tese, a tese, a tese. Não pode comprar bicicleta por causa da tese. A gente não pode ir para a praia por causa da tese. Tudo é pra quando acabar a tese. Até trocar o pano do sofá. Se eu estudar vou acabar numa tese. Quero estudar mais, não. Não me deixam nem mexer mais no computador. Vocês acham mesmo que eu vou deletar a tese de vocês?

Pensando bem, até que não é uma má idéia!

Quando é que alguém vai ter a prática idéia de escrever uma tese sobre a tese? Ou uma outra sobre a vida nos rodapés da história?

Acho que seria uma tesão.

04 março 2011

Rir é o melhor remédio



Cúpido na frente do empregado da Receita Federal. Cupido tenta fazer com que o funcionário seja compassivo, com suas flechas...

Filho de Kadafi investigado por plágio

Filho de Kadafi investigado por plágio em sua tese de doutorado

Fonte: O Globo

Diante de um escândalo envolvendo acusações de plágio na tese de doutorado defendida em 2007 pelo filho preferido do ditador Muamar Kadafi, a London School of Economics (LSE), prestigiosa instituição britânica, está empregando esforços para desvincular sua imagem do regime líbio.

Além de afirmar que está investigando acusações de que Saif al-Islam tenha copiado ou contratado um ghostwriter para escrever o trabalho de 429 páginas - que disserta principalmente sobre o direito de todos os indivíduos a participar do poder político - a LSE anunciou o corte de todos os laços financeiros com a família Kadafi.

A instituição havia aceitado - sob protestos de um único professor - uma doação de 1,5 milhão de libras (cerca de R$ 4 milhões) de uma organização comandada por al-Islam, mas a LSE afirma que, até hoje, recebeu apenas 300 mil libras do filho do ditador.

Essa soma será agora empregada num programa de bolsas de estudos destinadas a estudantes líbios, e a direção afirmou que não cobrará da Fundação Kadafi para o Desenvolvimento de Caridade Internacional o resto do valor prometido.

Na semana passada, estudantes da LSE haviam ocupado a sala dos professores e o escritório do diretor em protesto à associação da imagem da universidade ao regime de Trípoli.

- Os alunos estão dizendo: 'É dinheiro sujo, devolva' - afirmou Charlotte Gerada, presidente do grêmio estudantil. - A LSE tem orgulho de ser comprometida com a justiça social e os princípios democráticos, e nós deveríamos pensar com mais cuidado sobre a origem do dinheiro que aceitamos.

Para o diretor da instituição, Howard Davies, a doação foi um risco que se voltou contra eles.

- Não estou envergonhado pelo que fizemos com o dinheiro, mas está claro que ele vem de uma fonte com a qual não queríamos estar associados atualmente - explicou Davies.

Um dos mentores de al-Islam na escola, David Held lamentou o caminho escolhido pelo jovem, que é descrito pelo professor como "uma pessoa dividida entre a lealdade à família e o desejo de seu país".

- Os eventos recentes mostram que ele, tragicamente, mas fatalmente, fez as escolhas erradas - julgou Held.

Ironicamente ou não, o conteúdo de sua tese, "O Papel da Sociedade Civil na Democratização de Instituições Globais", contrasta profundamente com a mais recente imagem de al-Islam mostrada ao mundo.

Apesar de ter levado anos para construir uma reputação de reformista e aberto a mudanças políticas - o que lhe rendeu um bom trânsito com lideranças ocidentais - na hora do aperto, al-Islam foi à televisão alertar que "rios de sangue correriam" caso os rebeldes continuassem a tentar derrubar o governo. A mesma pessoa que, quatro anos antes, defendia em sua tese que "a liberdade é um direito inalienável dos indivíduos, e um governo justo deve protegê-la em sua Constituição e em suas leis".

O escândalo estourou quando um grupo de blogueiros afirmou ter encontrado 17 plágios na tese, que tem como base os autores John Rawls, David Hume e Ned McClennen.

Postado por Isabel Sales. Indicado por Glauber Barbosa, a quem agradeço.

(Leia mais aqui)

Teste do Marshmallow

Teste do Marshmallow - Postado por Pedro Correia
Para testar a capacidade de uma pessoa esperar uma recompensa, o professor Walter Mischel, da Universidade de Stanford, na Califórnia conduziu, em 1972, o Teste do Marshmallow. O teste foi feito com um grupo de crianças de quatro anos de idade, cada um das quais recebeu um marshmallow. Se a criança pudesse resistir a comer o marshmallow, era prometido que ela receberia outro. Em suma, busca-se medir quanto uma criança consegue esperar para obter alguma coisa em troca.

Os cientistas analisaram o tempo que cada criança resistiu à tentação de comer o marshmallow, e se isso teve ou não algum efeito sobre sua vida. Em seguida, os pesquisadores da universidade, estudaram o progresso no desenvolvimento de cada criança participante na adolescência, e relataram que as crianças capazes de esperar a recompensa eram mais bem ajustadas psicologicamente, tinham mais confiança e, como estudantes do ensino médio, tiveram notas significativamente maiores.

Veja o vídeo e entenda o teste.
Os resultados forneceram aos pesquisadores grande conhecimento sobre a psicologia do auto-controle. O experimento foi repetido muitas vezes depois, e o estudo original da Universidade de Stanford é considerado como uma das experiências mais bem sucedidas sobre o comportamento humano.
Essa habilidade de o indivíduo esperar o que ele quer é um atributo intelectual conhecido como auto-controle, força de vontade, etc. Assim, em termos de contabilidade, o investidor deve calcular o valor presente líquido de recompensas futuras, e adiar recompensas a curto prazo de menor valor
. O teste também está relacionado com um dos parâmetros mais interessantes, usados e estudados na teoria econômica que é o que representa a taxa de desconto intertemporal (ou impaciência), o beta.
Pra quem gostou do vídeo.Veja mais aqui.

Por que os filmes afetam o comportamento do mercado?

Existem duas maneiras dos filmes que estão passando no cinema afetarem o mercado acionário. A primeira, através do desempenho do setor, que poderá afetar a bolsa. Se uma empresa de cinema, com capital aberto, obtém boas bilheterias, isto irá valorizar suas ações. É difícil acreditar que isto seja relevante já que o setor de cinema representa muito pouco do mercado de ações.

Uma pesquisa conduzida por uma professora da Universidade de Copenhague, Gabriele Lepori, descobriu que existe uma relação entre os filmes de comédia e o mercado (Positive Mood, Risk attitudes, and investment decisions: Field evidence from comedy movie attendance in the U.S.).

Nos dias de hoje, um filme quando estréia concentra suas forças na primeira semana de exibição. Nesta data, o filme ocupa muitas salas e as pessoas querem assistir o filme o mais cedo possível. Assim, nos dias atuais, é possível determinar os efeitos de um filme sobre o mercado acionário considerando a data de sua estréia (sexta-feira, geralmente) e o desempenho do mercado no dia seguinte (segunda-feira).

Lepori usou dados entre 1995 a 2010, que incluiu o número de pessoas que assistiram filmes e o tipo de filme. A questão explorada por Lepori são as comédias. Quando as pessoas assistem uma comédia isto pode ter efeito sobre o risco. Existem duas teorias aqui: uma afirma que o bom humor tende a sinalizar de forma positiva sobre o ambiente, aumentando o nível de risco assumido; outra, afirma que o bom humor tende a fazer com que os investidores desejem manter o status quo. Ou seja, há controvérsia na teoria se assistindo a uma comédia aumentaríamos ou reduziríamos o nível de risco.

O interessante do trabalho de Lepori é que ela isolou o efeito de outras variáveis. Com isto, a pesquisadora pode verificar se uma comédia de muito sucesso provoca uma redução no mercado acionário.

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Custo

Genial este estudo de caso sobre custos: como as empresas conseguem economizar no custo de fabricação e ainda criam um produto diferenciado. O chocolate com ar!
A receita das barras de chocolate é razoavelmente comum: cacau, manteiga de cacau ou outros óleos, adoçantes e, talvez, algumas nozes ou frutas. Com os atuais preços do cacau, açúcar e outras commodities nas alturas, os fabricantes de doces estão descobrindo que um simples ingrediente - ar - pode ajudar a inflar os lucros. A Nestlé vem dando grande destaque a sua marca e chocolate aerado - Aero [vendido no Brasil como Suflair] -, a Barry Callebaut está agregando mais ar aos recheios e a Cadbury lançou em 2010 uma nova versão de suas barras arejadas Wispa, depois de ter reintroduzido a marca em 2007. Nos últimos quatro anos, os preços do cacau mais do que dobraram em meio às baixas colheitas e ao aumento da demanda. Em 22 de fevereiro, o cacau atingiu cotação de US$ 3.608 por tonelada, nível que não era visto há 30 anos. O açúcar, ao qual os fabricantes normalmente recorrem quando o cacau está muito elevado, também está em alta, após o mau clima ter prejudicado as colheitas no Brasil. Os contratos futuros do açúcar refinado chegaram a US$ 857 por tonelada em 2 de fevereiro, maior patamar desde, pelo menos, 1989. Isso torna o "ar" um passo natural. A densidade do chocolate pode ser cortada até pela metade com o acréscimo de dióxido de carbono ou óxido nitroso para fazer bolhas, diz Stephen Beckett, autor de "The Science of Chocolate" e ex-pesquisador da Nestlé. "Quando se areja, o chocolate tende a ficar mais cremoso", diz Beckett. "Sua densidade fica tão baixa que derrete mais facilmente e proporciona um sabor diferente." Os fabricantes de chocolate dizem que as bolhas de ar tornam os doces mais cremosos e os fazem engordar menos. Um benefício adicional é que o ar aumenta o volume do doce, sem trazer grande custo adicional, embora existam limites à estratégia, já que a maioria das barras é precificada de acordo com o peso. "O ar equivale a menos calorias e, na verdade, é possível vender isso", diz James Amoroso, consultor especializado em indústrias alimentícias, que trabalha em Walchwil, Suíça. "Se você tiver algo light [...] você pode ganhar dinheiro." O executivo-chefe da Nestlé, Paul Bulcke, diz que há muito "potencial de eficiência" com os doces. Acrescenta, no entanto, que "não brincaria demasiado com a substituição do cacau". "Não queremos simplesmente dizer: 'Como podemos tirar o chocolate [do produto]?'" A Nestlé gastará 15 milhões de libras esterlinas (US$ 24 milhões) para comercializar o Aero no Reino Unido e Irlanda neste ano, o maior orçamento promocional da empresa já reservado para a marca de chocolate aerado. A Callebaut, que produz chocolate em grandes volumes para a Nestlé, Hershey e Kraft Foods, entre outras empresas, está lançando recheios aerados "texturizados", como caramelo e avelã, para algumas de suas barras. Adicionar ar oferece uma melhor "experiência ao paladar", diz Paul Pruett, executivo-chefe da Bubble Chocolate, de Salem, Massachusetts, que começou a vender chocolate aerado nos Estados Unidos em 2009. As empresas buscam há muito tempo formas de produzir doces mais baratos para os mercados de massa. A Cadbury começou a vender uma barra Dairy Milk menor no Reino Unido. Com dois quadrados a menos, a barra ficou com 120 gramas, em vez dos 140 gramas anteriores. Uma alternativa é adicionar óleo vegetal, embora muitos países tenham regulamentação sobre os ingredientes de qualquer doce que seja vendido como sendo chocolate. Na União Europeia, por exemplo, o conteúdo de gordura nos doces rotulados como chocolate precisa ter pelo menos 95% de manteiga de cacau. As primeiras barras arejadas chegaram às prateleiras em 1935, quando a Rowntree, posteriormente comprada pela Nestlé, lançou o Aero. Em 1937, a Nestlé começou a vender chocolates aerados sob sua marca Cailler. No fim dos anos 30, a Rowntree vendeu máquinas de arejamento para rivais como a Lindt & Sprüngli e Van Houten. Nos anos 80, fabricantes na União Soviética começaram a produzir barras arejadas. Embora a tecnologia tenha se mantido ao longo dos anos, o consultor Amoroso adverte que os fabricantes não deveriam introduzir muitas mudanças rapidamente. "É preciso atrair o consumidor", diz. "De outra forma, esqueçam
Valor Econômico - Ar no Chocolate ajuda a aumentar o lucro - Tom Mulier - Bloomberg, via Valor Econômico (fonte, aqui)