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04 março 2011

Por que os filmes afetam o comportamento do mercado?

Existem duas maneiras dos filmes que estão passando no cinema afetarem o mercado acionário. A primeira, através do desempenho do setor, que poderá afetar a bolsa. Se uma empresa de cinema, com capital aberto, obtém boas bilheterias, isto irá valorizar suas ações. É difícil acreditar que isto seja relevante já que o setor de cinema representa muito pouco do mercado de ações.

Uma pesquisa conduzida por uma professora da Universidade de Copenhague, Gabriele Lepori, descobriu que existe uma relação entre os filmes de comédia e o mercado (Positive Mood, Risk attitudes, and investment decisions: Field evidence from comedy movie attendance in the U.S.).

Nos dias de hoje, um filme quando estréia concentra suas forças na primeira semana de exibição. Nesta data, o filme ocupa muitas salas e as pessoas querem assistir o filme o mais cedo possível. Assim, nos dias atuais, é possível determinar os efeitos de um filme sobre o mercado acionário considerando a data de sua estréia (sexta-feira, geralmente) e o desempenho do mercado no dia seguinte (segunda-feira).

Lepori usou dados entre 1995 a 2010, que incluiu o número de pessoas que assistiram filmes e o tipo de filme. A questão explorada por Lepori são as comédias. Quando as pessoas assistem uma comédia isto pode ter efeito sobre o risco. Existem duas teorias aqui: uma afirma que o bom humor tende a sinalizar de forma positiva sobre o ambiente, aumentando o nível de risco assumido; outra, afirma que o bom humor tende a fazer com que os investidores desejem manter o status quo. Ou seja, há controvérsia na teoria se assistindo a uma comédia aumentaríamos ou reduziríamos o nível de risco.

O interessante do trabalho de Lepori é que ela isolou o efeito de outras variáveis. Com isto, a pesquisadora pode verificar se uma comédia de muito sucesso provoca uma redução no mercado acionário.

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Custo

Genial este estudo de caso sobre custos: como as empresas conseguem economizar no custo de fabricação e ainda criam um produto diferenciado. O chocolate com ar!
A receita das barras de chocolate é razoavelmente comum: cacau, manteiga de cacau ou outros óleos, adoçantes e, talvez, algumas nozes ou frutas. Com os atuais preços do cacau, açúcar e outras commodities nas alturas, os fabricantes de doces estão descobrindo que um simples ingrediente - ar - pode ajudar a inflar os lucros. A Nestlé vem dando grande destaque a sua marca e chocolate aerado - Aero [vendido no Brasil como Suflair] -, a Barry Callebaut está agregando mais ar aos recheios e a Cadbury lançou em 2010 uma nova versão de suas barras arejadas Wispa, depois de ter reintroduzido a marca em 2007. Nos últimos quatro anos, os preços do cacau mais do que dobraram em meio às baixas colheitas e ao aumento da demanda. Em 22 de fevereiro, o cacau atingiu cotação de US$ 3.608 por tonelada, nível que não era visto há 30 anos. O açúcar, ao qual os fabricantes normalmente recorrem quando o cacau está muito elevado, também está em alta, após o mau clima ter prejudicado as colheitas no Brasil. Os contratos futuros do açúcar refinado chegaram a US$ 857 por tonelada em 2 de fevereiro, maior patamar desde, pelo menos, 1989. Isso torna o "ar" um passo natural. A densidade do chocolate pode ser cortada até pela metade com o acréscimo de dióxido de carbono ou óxido nitroso para fazer bolhas, diz Stephen Beckett, autor de "The Science of Chocolate" e ex-pesquisador da Nestlé. "Quando se areja, o chocolate tende a ficar mais cremoso", diz Beckett. "Sua densidade fica tão baixa que derrete mais facilmente e proporciona um sabor diferente." Os fabricantes de chocolate dizem que as bolhas de ar tornam os doces mais cremosos e os fazem engordar menos. Um benefício adicional é que o ar aumenta o volume do doce, sem trazer grande custo adicional, embora existam limites à estratégia, já que a maioria das barras é precificada de acordo com o peso. "O ar equivale a menos calorias e, na verdade, é possível vender isso", diz James Amoroso, consultor especializado em indústrias alimentícias, que trabalha em Walchwil, Suíça. "Se você tiver algo light [...] você pode ganhar dinheiro." O executivo-chefe da Nestlé, Paul Bulcke, diz que há muito "potencial de eficiência" com os doces. Acrescenta, no entanto, que "não brincaria demasiado com a substituição do cacau". "Não queremos simplesmente dizer: 'Como podemos tirar o chocolate [do produto]?'" A Nestlé gastará 15 milhões de libras esterlinas (US$ 24 milhões) para comercializar o Aero no Reino Unido e Irlanda neste ano, o maior orçamento promocional da empresa já reservado para a marca de chocolate aerado. A Callebaut, que produz chocolate em grandes volumes para a Nestlé, Hershey e Kraft Foods, entre outras empresas, está lançando recheios aerados "texturizados", como caramelo e avelã, para algumas de suas barras. Adicionar ar oferece uma melhor "experiência ao paladar", diz Paul Pruett, executivo-chefe da Bubble Chocolate, de Salem, Massachusetts, que começou a vender chocolate aerado nos Estados Unidos em 2009. As empresas buscam há muito tempo formas de produzir doces mais baratos para os mercados de massa. A Cadbury começou a vender uma barra Dairy Milk menor no Reino Unido. Com dois quadrados a menos, a barra ficou com 120 gramas, em vez dos 140 gramas anteriores. Uma alternativa é adicionar óleo vegetal, embora muitos países tenham regulamentação sobre os ingredientes de qualquer doce que seja vendido como sendo chocolate. Na União Europeia, por exemplo, o conteúdo de gordura nos doces rotulados como chocolate precisa ter pelo menos 95% de manteiga de cacau. As primeiras barras arejadas chegaram às prateleiras em 1935, quando a Rowntree, posteriormente comprada pela Nestlé, lançou o Aero. Em 1937, a Nestlé começou a vender chocolates aerados sob sua marca Cailler. No fim dos anos 30, a Rowntree vendeu máquinas de arejamento para rivais como a Lindt & Sprüngli e Van Houten. Nos anos 80, fabricantes na União Soviética começaram a produzir barras arejadas. Embora a tecnologia tenha se mantido ao longo dos anos, o consultor Amoroso adverte que os fabricantes não deveriam introduzir muitas mudanças rapidamente. "É preciso atrair o consumidor", diz. "De outra forma, esqueçam
Valor Econômico - Ar no Chocolate ajuda a aumentar o lucro - Tom Mulier - Bloomberg, via Valor Econômico (fonte, aqui)

Indústria de Música


O gráfico mostra a evolução do mercado de música, de 1973 até os dias de hoje. Os valores estão ajustados pela inflação e pela população, o que torna o gráfico mais real. De azul, no início da série histórica, os discos de vinil. Depois, as fitas cassetes. Os CDs substituíram o vinil e resultado no ápice da indústria, no final dos anos 1990. A era digital mostra a crise da indústria.

Entretanto o gráfico não diz que a "nova era" apresenta uma vantagem sobre as anteriores: o menor custo de distribuição e de produção. 

Imposto Efetivo no mundo


Nós usamos informações publicamente disponíveis das demonstrações contábeis para 11.602 empresas de capital aberto de 82 países entre 1988-2009 para estimar o nível  de imposto efetivo dos países (ETRs). Descobrimos que o local de uma multinacional e suas subsidiárias afeta substancialmente seu imposto efetivo em todo o mundo. As empresas japonesas sempre enfrentaram maior ETRs. Multinacionais dos EUA estão entre as mais tributadas.Multinacionais sediadas em paraísos fiscais enfrentam as mais baixas taxas. Nós achamos que ETRs têm diminuído ao longo das últimas duas décadas; no entanto, a classificação ordinal de países com impostos elevados para países com baixos impostos pouco mudou. Também encontramos pouca diferença entre os ETRs das multinacionais e das empresas nacionais. 

Douglas A. Shackelford

Previsão é para os pássaros (e ratos), não para os humanos

No experimento, os pesquisadores faziam piscar duas luzes, uma verde e uma vermelha, numa tela. Quatro de cada cinco vezes era a verde; na outra vez, a luz vermelha acendia. Mas a seqüência exata era mantida aleatória. Quando recompensado se a escolha era correta, ratos e pombos rapidamente descobriam que a melhor estratégia era sempre escolher verde, garantindo 80 por cento de acertos. Os seres humanos, no entanto, tentaram antecipar quando a luz vermelha acendia. Esta estratégia equivocada leva em média as pessoas a escolherem a luz com precisão de apenas 68 por cento no tempo. Mais estranho ainda os seres humanos persistiam nesse comportamento, mesmo quando os investigadores dizem a eles que as luzes piscando eram aleatórias. E enquanto os roedores e pássaros aprenderam rapidamente como maximizar sua pontuação, as pessoas muitas vezes tinham pior desempenho quanto mais eles tentavam descobrir.
Forecasting Is for the Birds (and Rats) - By CATHERINE RAMPELL

Comitê de Identificação de Riscos


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) instituiu o Comitê de Identificação de Riscos (CIR), composto pelos membros do Colegiado, pelos titulares das Superintendências e pelos titulares da Procuradoria Federal Especializada – PFE e da recém-criada Assessoria de Análise e Pesquisa - ASA. A CVM poderá, quando entender que é relevante, convidar participantes do mercado para reuniões do CIR.

O CIR tem por objetivo o exame regular das atividades do mercado e de seus participantes, em particular os impactos de novos produtos, atividades e serviços. Adicionalmente, esse fórum de discussão tem por tarefa analisar se os poderes conferidos ao regulador, sua estrutura operacional e seus regulamentos são suficientes para mitigar os potenciais riscos emergentes identificados.

Dessa forma, o Comitê de Identificação de Riscos complementa os diversos mecanismos de identificação e monitoramento de riscos já existentes na CVM, como é o caso, por exemplo, da supervisão preventiva orientada pelo modelo de supervisão baseada em risco, além de formalizar e conferir um caráter mais sistemático à atividade de avaliação dos seus mercados já realizada pelas áreas da CVM.

A constituição do CIR reflete a conclusão a que chegaram reguladores do mundo todo quanto a formas de prevenção de novas crises como a crise financeira internacional que eclodiu em 2008. O consenso internacional aponta para a necessidade de uma atuação permanente dos supervisores e reguladores dos mercados na identificação de inovações e mudanças significativas, e dos mecanismos de mitigação de riscos que devem ser implementados para lidar com novas realidades.

O CIR permitirá à CVM atender aos Princípios 6 e 7 da International Organization of Securities Commissions – IOSCO, aprovados em 2010 e que estabelecem (i) a necessidade de o regulador adotar um processo, apropriado ao seu mandato, de monitoramento/gerenciamento/mitigação do risco sistêmico ou contribuir com esse processo e (ii) a necessidade de o regulador implantar um processo regular de revisão do perímetro regulatório ou contribuir para essa ação.

Título do tesouro

O gráfico mostra a evolução de 200 anos do título do tesouro dos EUA.