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04 março 2011

Previsão é para os pássaros (e ratos), não para os humanos

No experimento, os pesquisadores faziam piscar duas luzes, uma verde e uma vermelha, numa tela. Quatro de cada cinco vezes era a verde; na outra vez, a luz vermelha acendia. Mas a seqüência exata era mantida aleatória. Quando recompensado se a escolha era correta, ratos e pombos rapidamente descobriam que a melhor estratégia era sempre escolher verde, garantindo 80 por cento de acertos. Os seres humanos, no entanto, tentaram antecipar quando a luz vermelha acendia. Esta estratégia equivocada leva em média as pessoas a escolherem a luz com precisão de apenas 68 por cento no tempo. Mais estranho ainda os seres humanos persistiam nesse comportamento, mesmo quando os investigadores dizem a eles que as luzes piscando eram aleatórias. E enquanto os roedores e pássaros aprenderam rapidamente como maximizar sua pontuação, as pessoas muitas vezes tinham pior desempenho quanto mais eles tentavam descobrir.
Forecasting Is for the Birds (and Rats) - By CATHERINE RAMPELL

Comitê de Identificação de Riscos


A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) instituiu o Comitê de Identificação de Riscos (CIR), composto pelos membros do Colegiado, pelos titulares das Superintendências e pelos titulares da Procuradoria Federal Especializada – PFE e da recém-criada Assessoria de Análise e Pesquisa - ASA. A CVM poderá, quando entender que é relevante, convidar participantes do mercado para reuniões do CIR.

O CIR tem por objetivo o exame regular das atividades do mercado e de seus participantes, em particular os impactos de novos produtos, atividades e serviços. Adicionalmente, esse fórum de discussão tem por tarefa analisar se os poderes conferidos ao regulador, sua estrutura operacional e seus regulamentos são suficientes para mitigar os potenciais riscos emergentes identificados.

Dessa forma, o Comitê de Identificação de Riscos complementa os diversos mecanismos de identificação e monitoramento de riscos já existentes na CVM, como é o caso, por exemplo, da supervisão preventiva orientada pelo modelo de supervisão baseada em risco, além de formalizar e conferir um caráter mais sistemático à atividade de avaliação dos seus mercados já realizada pelas áreas da CVM.

A constituição do CIR reflete a conclusão a que chegaram reguladores do mundo todo quanto a formas de prevenção de novas crises como a crise financeira internacional que eclodiu em 2008. O consenso internacional aponta para a necessidade de uma atuação permanente dos supervisores e reguladores dos mercados na identificação de inovações e mudanças significativas, e dos mecanismos de mitigação de riscos que devem ser implementados para lidar com novas realidades.

O CIR permitirá à CVM atender aos Princípios 6 e 7 da International Organization of Securities Commissions – IOSCO, aprovados em 2010 e que estabelecem (i) a necessidade de o regulador adotar um processo, apropriado ao seu mandato, de monitoramento/gerenciamento/mitigação do risco sistêmico ou contribuir com esse processo e (ii) a necessidade de o regulador implantar um processo regular de revisão do perímetro regulatório ou contribuir para essa ação.

Título do tesouro

O gráfico mostra a evolução de 200 anos do título do tesouro dos EUA.

03 março 2011

Rir é o melhor remédio

Qualidade acima de tudo. Fonte: New Yorker

Teste 441

Você reclama do orçamento público brasileiro. Mas alguns dos problemas parecem universais. Veja por exemplo o gasto com o patrocínio das equipes da Nascar (corrida de automóveis) por parte do Tio Sam. Este gasto está no orçamento:

 (a) da defesa
 (b) da saúde
 (c) da indústria

 Resposta do anterior: Argentina. Fonte: aqui

Por que situação do Brasil é preocupante?

O Brasil é a letra inicial dos BRICs. A economia está crescendo, os investimentos confirmam um otimismo, iremos sediar dois eventos esportivos internacionais etc. Mas a situação do Brasil é confortável?

Um relatório da Nomura mostra uma situação desconfortável. Veja o seguinte quadro, de setembro de 2010. Os ativos correspondem aos investimentos de brasileiros no exterior, além das reservas. Observe que os ativos brasileiros representam 548 bilhões de dólares, sendo 166 investimentos diretos no exterior e 275 bilhões em reservas. O grande problema é que estas reservas estão investidas em títulos de baixo risco, com baixa remuneração.


Agora o passivo. São 436 bilhões de dólares em investimento direto, 386 bilhões em ações, 221 em títulos de renda fixa e 156 em outros investimentos. Enquanto os ativos possuem um rendimento de 6,7%, o passivo é remunerado a 16,5%. A conta é simples:

Remuneração do ativo = 548 bilhões x 6,7% = 37 bilhões por ano

Remuneração do passivo = 1205 bilhões x 16,5% = 199 bilhões

A diferença é de 162 bilhões. Como cobrir esta diferença? Uma resposta é através da balança comercial. Mas sabemos que o desempenho nos últimos anos tem sido decepcionante, em parte por conta do câmbio.

Outra possibilidade é a transformação do país em exportador de petróleo. Mas será possível isto a curto prazo?

O Financial Times, ao analisar o relatório da Nomura, faz algumas ponderações: (a) a análise é realizada usando suposições históricas, que podem não repetir; (b) a economia brasileira ainda é muito fechada, indicando que os fatores internos podem ser relevantes; e (c) existe uma grande semelhança com o Brasil da década de setenta.

Associação entre o lucro das companhias e o desempenho das ações

Associação entre o lucro das companhias e o desempenho das ações - Por Pedro Correia

Segundo tese de doutorado defendida no fim de janeiro pelo professor João Batista Nast de Lima, na USP, a adoção da etapa intermediária entre o modelo contábil brasileiro e o IFRS aumentou a associação existente entre os resultados das companhias e o preço das ações negociada na BMeF Bovespa.
No período de 1995 a 2007 o lucro e patrimônio líquido divulgados no balanço anual das companhias explicavam 16% dos preços de uma ação sendo o restante determinado por outros fatores, como macroeconomia, questões setoriais. Com as novas regras contábeis, segundo o estudo, esse índice chamado tecnicamente de coeficiente de determinação, aumentou para 47% em 2008 e foi de 23% no período de 2008 a 2009.
O estudo também analisou a variação do lucro e do patrimônio entre diferentes períodos e o retorno das ações nesse intervalo. Os resultados também mostraram que as novas regras elevaram a associação entre a variação dos dados contábeis e das cotações do papel na bolsa.
A amostra observada foi de 107 empresas, que participaram do índice Ibovespa em algum momento durante o período de 1995 a 2009. No total foram 2277 balanços observados. O estudo destaca que a qualidade da informação contábil depende não apenas das norma usadas em determinado país, mas também de fatores institucionais como estágio de desenvolvimento do mercado de capitais, a estrtura de capital das empresas, a concentração da propriedade e o sistema tributário vigente.Segundo Nast de Lima, o Brasil tinha todas as caracteríticas que levavam uma informação contábil de baixa qualidade.
"Temos ainda alguns fatores [ que favorecem a informação contábil de baixa qualidade] que permanecem. Eu quis verificar se o regramento novo conseguiria romper essa baixa informatividade", afirma o pesquisador que foi orientado por Alexandre Broedel, diretor da CVM e também professor da USP. A conclusão do estudo é que essa melhora de fato ocorreu.
Fonte: Valor Econômico - Caderno Eu e Investimentos - página D1- dia 28/02/2011
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