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21 fevereiro 2011

O que deve ter uma "conclusão" de um trabalho científico? II

Uma leitora faz a seguinte pergunta sobre a conclusão:

Até que ponto podemos dar nossa opinião sincera sobre os achados? Como no Brasil eles prezam muito a impessoalidade, fico sem saber opinar e optava pela receita errada de colocar um resuminho + as sugestões para futuras pesquisas. Eu posso, por exemplo, escrever: "tal resultado ocorreu provavelmente em decorrência a isso e aquilo"? Posso incluir esse provavelmente, como nos textos estrangeiros?`Ou essa opinião é um meio termo entre isso e a impessoalidade?
Observe que não podemos confundir o tempo verbal com a opinião. No Brasil é costume empregar o impessoal (“utilizou-se”), ao contrário dos textos estrangeiros (“utilizamos”). A única regra, em minha opinião, é ser coerente: se começou usando o impessoal no texto, todo o texto deve estar no impessoal.

A opinião sobre os achados deve ser coerente com o que foi encontrado. Neste caso, é importante não deixar nenhuma possibilidade de lado. Como fazemos isto? Em lugar de afirmar que “tal resultado ocorreu em decorrência disto” usar sua sugestão: “tal resultado ocorreu provavelmente em decorrência disto”. A razão para usar o “provavelmente” é simples: o conjunto de limitação existente na sua pesquisa.

Auditoria

A auditoria é sempre lembrada quando ocorre algum escândalo contábil, como o recente caso do Panamericano. Nesta situação, as pessoas tendem a procurar pelo parecer para verificar se existia alguma ressalva. Caso negativo, a empresa é questionada sobre sua falha. Entretanto, as pessoas não observam os casos onde a auditoria apontou problemas existentes na contabilidade das entidades. Um trabalho recente (1) procurou estudar os pareceres com ressalvas ou com ênfase. A pesquisa encontrou que a limitação de escopo e a impossibilidade da formação de opinião são as principais causas das ressalvas. A ênfase ocorre em razão dos prejuízos contínuos, passivo a descoberto e deficiência de capital de giro.

Outro estudo procurou verificar as expectativas dos auditores e dos usuários quanto as normas de auditoria. Os resultados encontrados a partir da pesquisa com questionário mostrou que existe diferença de expectativa quanto à responsabilidade do auditor na descoberta e prevenção de fraudes. Isto talvez ajude a explicar a decepção quando ocorre um problema como o do Panamericano.


(1) Estudo sobre os pareceres de Auditoria: Análise dos parágrafos de ênfase e Ressalvas Constantes nas Demonstrações Contábeis das Companhias Listadas na Bovespa – Damascena, Firmino e Paulo, Anpcont, 2010
(2) Auditoria e Sociedade: um estudo empírico no Brasil sobre as Expectantion Gap – Albuquerque, Dias Filho e Bruni, Anpcont, 2010

As maiores reservas de ouro

1 Estados Unidos - 8 133 toneladas - Valor = $362 bilhões
2 Alemanha - 3 402 t - Valor = $151 bilhões
3 FMI - 2 827 t - Valor = $126 bilhões
4 Itália - 2 452 t - $109bilhões
5 France - 2 435 t - 108 bilhões
6 China - 1 054 t - 47 bilhões
7 Suiça - 1040 t - 46 bilhões
8 Russia - 784 t - 35 bilhões
9 Japão - 765 t
10 Holanda - 612 t

Fonte: Aqui

Dinheiro na Suiça

(...) Dados do Banco Central da Suíça, obtidos pelo Estado, revelam que os brasileiros mantêm ao menos US$ 6 bilhões em Genebra, Zurique e outras praças financeiras da Suíça.

Esse seria o valor oficial de contas declaradas, mas os bancos privados suíços consideram que o valor real pode ser dez vezes maior. Ex-funcionários de bancos na Suíça e agentes que trabalham na abertura de contas alertam que esse valor oficial é "a ponta do iceberg".

O volume de dinheiro de brasileiros na Suíça vem crescendo. Entre 2005 e 2009, o BC suíço aponta a entrada de mais US$ 1,1 bilhão do Brasil. Segundo dados oficiais, nenhum outro país emergente registrou tal avanço e a expansão é a maior registrada de dinheiro vindo do Brasil.

O total da fortuna mantida por brasileiros na Suíça já é superior aos de China, Índia e Arábia Saudita. A Suíça estima que tem, em seus cofres, US$ 3 trilhões em fortunas pessoais. O valor seria quase metade da fortuna privada do planeta. (...)

Brasileiros têm mais dinheiro na Suíça do que chineses - Estado de São Paulo

Solução do Panamericano ajudou Caixa

A operação de resgate do Panamericano não salvou apenas o pescoço de Silvio Santos, que escapou de perder boa parte de sua fortuna se o banco quebrasse. Ela também livrou a Caixa Econômica Federal, que se tornara sócia do banco, de um rosário de problemas.

Caso o Panamericano quebrasse, além de perder os R$ 740 milhões aplicados na compra do banco, a Caixa provavelmente ficaria exposta a uma chuva de processos movidos por pessoas e empresas que se sentissem prejudicadas com a falência - assim como Silvio.

Por ser um banco do governo, no entanto, a Caixa ainda poderia ser acionada por qualquer cidadão. diretores e membros do Conselho de Administração indicados pela Caixa teriam seus bens imediatamente bloqueados por força de lei - ainda que não estivessem no banco quando foi produzido o rombo de R$ 4,3 bilhões. Entre eles, Maria Fernanda Ramos Coelho, presidente da Caixa, que também preside o Conselho do Panamericano.

Salvamento do Panamericano livra Caixa de problemas - Estado de São Paulo

Falha na norma

Falhas na legislação que rege o mercado financeiro propiciam problemas como os apresentados pelo banco PanAmericano, a avaliação é do economista Roberto Luis Troster. Segundo ele, a norma é flexível para instituições que fazem operações pequenas, até R$ 50 mil, e permite que os balanços subestimem as perdas causadas pela inadimplência. “É um problema de bancos com operações menores que cedem as carteiras”, disse.

Fonte: aqui

Não sei se existiria uma maneira adequada de resolver completamente esta questão.