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09 fevereiro 2011

Elite e Poder

O mito de que pessoas inteligentes, principalmente se são membros das escolas de elite, como a Ivy League, são necessariamente honestas cai por terra no documentário de Charles Ferguson, "Inside Job". Ele mostra que acadêmicos que detém o poder de monopólio do conhecimento e por isso figuram nos principais postos da economia, seja nos bancos de Wall Street, ou no FED, abusam do poder e de sua posição de prestígio para obter rendas. (Fonte: aqui) (Dica e Texto de Pedro Correa)

Fraude

Um caso interessante de fraude:

O jornalista Lee Horton, ex-editor esportivo do tabloide The People, editado em Londres pela Trinity Mirror, foi condenado a 15 meses de detenção por ter fraudado registros da empresa para desviar 370 mil libras em pagamentos por reportagens inexistentes. A fraude teve início em 2000 e terminou em junho de 2008, dois meses antes de Lee Horton ter sido suspenso.

A empresa Trinity Mirror iniciou uma investigação interna para apurar "irregularidades financeiras" e, em setembro de 2008, teve início uma ação civil contra Horton e reembolsou a empresa em cerca de 300 mil libras desde então. O restante será reembolsado quando a casa do ex-editor for vendida.

Horton "inventou" 1.690 pedidos de pagamento por contribuições ao jornal de supostos "free lancers". Como os valores eram modestos, entre 150 e 390 libras, o jornalista conseguiu a liberação, pois sabia que somente pagamentos acima de 500 libras tinham de ser aprovados
pelos chefes.

Para dar autenticidade à fraude, o ex-editor de esporte criou 12 contas diferentes para receber os depósitos dos pagamentos pelas reportagens fictícias, desviando 370.406 libras.

O salário do jornalista, de 90 mil libras anuais, não era compatível com os gastos que ele fez. Ele alegou que gastou o dinheiro com a educação da filha. Horton teria feito doações à escola da filha, que tem a síndrome de Down, e teria feito gastos em um torneio de golfe para agradar aos colegas.

O jornalista foi condenado a 15 meses de prisão em Southwark. Horton, cuja a esposa está se divorciando, confessou ter falsificado a contabilidade da empresa e ter feito manobras para lavar o dinheiro desviado.

Ao proferir a sentença que condenou Horton, o juiz John Price lamentou o destino do jornalista. "Você tem sofrido de ansiedade e depressão, e sua esposa está movendo uma ação de divórcio. É um caso extraordinário e triste", lamentou o juiz. "Fico triste por fazer o que eu tenho de fazer."

Para Price, Horton é um homem decente que caiu em tentação. "Mas agora terminou, e você estará fora dessa confusão em alguns meses", ponderou o juiz. "Passará."

O advogado da empresa, David Levy, disse que Horton foi "ganancioso" e "ridiculamente generoso" com o dinheiro alheio. Já Tara McCarthy, advogada de defesa do jornalista, afirmou que a vítima de Horton não "era uma senhora velha vulnerável". Ela acrescentou que Horton tinha trabalhado anteriormente em vários e nunca teve um estilo de vida pródigo.

"Ele cometeu um erro estúpido", reconheceu a advogada. "E o que fez ele com o dinheiro? Ele não comprou um Ferrari", justificou McCarthy. "Ele perdeu tudo. A casa, a aposentadoria e até a esposa."

"E ele nunca mais vai poder trabalhar no setor que ele mais gosta, nem como jornaleiro ou como jornalista, porque ninguém mais do segmento jornalístico lhe dar emprego", observou a advogada.

Reembolso

Em 2008, quando a fraude foi descoberta, Lee Horton concordou em reembolsar a empresa em quase 500 mil libras. Suspeitava-se, na época, que a fraude vinha sendo praticada havia mais de sete anos. Horton foi preso pela primeira vez em 2008, ao completar 52 anos, pela Polícia
Metropolitana de Londres, e solto em seguida mediante pagamento de fiança.

A acusação original apontava que Horton tinha recebido um total de pelo menos 376.225 libras indevidamente, entre 2001 de janeiro e agosto de 2008 em mais de 1.600 operações de pagamento de colaborações fictícias. O reembolso do prejuízo não livrou o jornalista do processo criminal. (...)

Fonte : aqui

Quase contador

Eis uma notícia sobre William, novo gerente de futebol do Corinthians:

Quase formado em contabilidade (parou no último ano), William já vê problemas para abrir os cofres. O jogador acredita que os protestos da torcida nos últimos dias pela eliminação na Taça Libertadores vão complicar a procura. Ele entende que os jogadores na mira do Timão aumentarão a pedida salarial por causa da segurança.
Quase contador, William sai à caça de reforços, mas controlando gastos - Carlos Augusto Ferrari - São Paulo

Existe uma diferença sutil, que naturalmente a imprensa não percebe. Uma pessoa que se forma em contabilidade, fazendo o curso superior, é um bacharel. Pela nossa legislação, para se tornar um contador de fato e de direito é necessário estar inscrito no conselho de classe. O correto seria então “quase bacharel”.

Investimento

Mesmo com a redução das ações policiais com o pagamento regular de propinas, bandidos não economizaram para montar um arsenal de guerra na Vila Cruzeiro, na Penha. A contabilidade do tráfico obtida pelo EXTRA revela um investimento de R$ 788.640 para a compra de armas, como metralhadoras e fuzis, segundo a movimentação financeira descrita em anotações feitas durante 307 dias.

Contabilidade do tráfico na Vila Cruzeiro revela gastos de R$ 788 mil
na compra de armas - Herculano Barreto Filho – O Globo

08 fevereiro 2011

Rir é o melhor remédio

A seguir, propaganda da Pepsi Cola, que passou no intervalo do Super Bowl.

Teste 426

O iPhone é produzido para Apple numa fábrica da China. O valor de custo é de US$178,96. Mas o aparelho é feito com muitas peças de outros países, incluindo Japão, Alemanha, Coréia do Sul e EUA. A parcela correspondente a China representa:

Mais de 20% do custo do iPhone
Menos de 20% e mais de 10% do custo do iPhone
Menos de 10% do custo do iPhone.

Resposta do anterior: Yevloev era estudante de contabilidade. Fonte: Radio do Vaticano

Por que as empresas não atualizam seus ativos?

O motivo desta pergunta foi uma reportagem do Valor Econômico (Empresas evitam atualizar ativos, 20 de jan de 2011, Fernando Torres). Na ausência da reavaliação, que ainda continua proibido no Brasil, as empresas poderão apresentar uma nova avaliação inicial, quando adoção das normas internacionais. Esta nova avaliação recebe a denominação de deemed cost.

Existia uma expectativa que as empresas pudessem fazer novas avaliações para seus ativos. Mas o texto faz uma constatação: poucas empresas estão usando o deemed cost. De trinta empresas somente duas resolveram atribuir um novo custo.

O texto de Torres apresenta uma possível resposta a este dilema: a questão da distribuição de dividendos. Um maior ativo tem como contrapartida o aumento nas despesas de depreciação. Maior depreciação pode conduzir a um menor lucro, influenciando nos dividendos, reduzindo-os. Para alguns investidores a nova avaliação poderia diminuir o valor a ser distribuído.

Existem dois argumentos contrários a esta idéia: (1) os grandes investidores geralmente são os gestores das empresas. A redução dos dividendos poderia ser compensada por despesas favoráveis aos gestores; (2) o número de empresas onde esta justificativa seria adequada é reduzido.

Além disto, o próprio texto afirma que a CVM poderia questionar o valor a ser registrado nos ativos das empresas:

“A empresa terá que dizer que considera que o valor registrado no balanço está próximo do valor justo. A explicação só pode ser essa”, diz José Carlos Bezerra, gerente de normas contábeis da CVM, ressaltando que a autarquia sempre terá o poder de questionar essa avaliação. “Afirmar isso tem consequências.”

Parece que as empresas não acreditam na ameaça de Bezerra.

Duas possíveis explicações para a atitude das empresas que considero mais razoáveis. Primeiro, as empresas provavelmente acreditam que no futuro a reavaliação será permitida. Assim, a decisão de não atualizar o ativo poderá ser feita no futuro.

Particularmente acredito mais na segunda alternativa: atribuir um valor para cada ativo é muito caro e seus benefícios são relativamente reduzidos. O processo de mensuração do valor de cada ativo deve estar baseado num laudo de avaliação técnico. As empresas acham que isto é complicado demais; em alguns casos é interessante a contratação de terceiros para fazer esta avaliação.