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26 janeiro 2011

Terceiro setor: valor dos voluntários

Na contabilidade do terceiro setor, o ideal seria que a entidade fizesse uma estimativa de quanto gastaria caso necessitasse pagar os serviços voluntários. Os voluntários geralmente prestam serviços para entidades do terceiro setor e, ou cobram um valor muito abaixo do mercado ou não cobram nenhum valor.

A questão é a dificuldade de fazer este cálculo. Uma notícia recente mostra que a Cruz Vermelha – e sua correspondente Crescente Vermelho – fizeram esta estimativa:

Se o trabalho realizado no mundo todo pelos 13 milhões de voluntários da Cruz Vermelha e o Crescente Vermelhotivesse que ser pago, custaria US$ 6 bilhões, segundo o primeiro estudo realizado pela entidade para avaliar a atividade. O relatório calcula pela primeira vez a proporção entre o número de empregados da Federação Internacional das Sociedades Nacionais da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho e o número de voluntários que dão "pelo menos quatro horas de seu tempo por ano", que se situa em 20 ativistas não remunerados por cada assalariado.

Esta proporção alcança taxas muito mais elevadas nas duas regiões do mundo menos desenvolvidas: um empregado por cada 327 voluntários na África, e um contratado por cada 432 voluntários no Sudeste Asiático. "Na Ásia e África há uma cultura muito ampla de ajuda comunitária, e infelizmente as pessoas estão muito acostumadas a catástrofes e a dar o pouco que têm para melhorar a situação", explicou Susie Chippendale, uma das coordenadoras do relatório.

Por regiões, dos 13 milhões de voluntários, 3,1 milhões são do leste da Ásia; 2,8 milhões do sudeste asiático; 2,7 milhões do sul da Ásia; 1,4 milhão da África Subsaariana; 1,3 milhão da Europa; 710 mil dos Estados Unidos e Canadá; 527 mil do Magrebe e do Oriente Médio; 217 mil do Leste Europeu e Ásia Central; 165 mil da América Latina; 72 mil do Caribe; e 54 mil do Pacífico.

Por setores, 36% dos voluntários colaboram no setor sanitário; 27% no socorro, gestão e preparação para desastres; 12% na inclusão social; e os demais se dividem entre um variado número de atividades.

Segundo a entidade, o objetivo do relatório não é apenas determinar o custo real do voluntariado, mas chamar a atenção dos governos para que reconheçam a utilidade e importância dos voluntários, tanto pelo indicador econômico para o país, como pelos valores humanos que representam.

Receita e Serviços Contábeis

Desde que foram constatados problemas na distribuição de informações sigilosas de contribuintes através do mau uso do sistema da Receita Federal, a instituição, amparada pelo artigo 5º da MP 507 e regulamentações, passou a exigir que a liberação de informações de terceiros seja feita através de uma procuração pública, ou seja, lavrada em cartório por tabelião. Essa determinação, porém, vem complicando a atuação de quem trabalha junto à Receita Federal, como as empresas contábeis. A estimativa da Fenacon (Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas) é que isso cause atraso em pelo menos 40% das questões ligadas à contabilidade das empresas.

Para o presidente da Fenacon, Valdir Pietrobon, "é preciso afastar o joio do trigo". "Um fato isolado de quebra de sigilo fiscal, denunciado em plena campanha presidencial, não pode servir de base para publicar uma norma que limita o exercício profissional de pessoas sérias. A procuração pública para representar terceiros perante o Fisco é um retrocesso, é um procedimento complexo, burocrático e oneroso para o cidadão", analisa.

A Fenacon contesta a necessidade dessas procurações em função não só da burocracia, mas pela responsabilidade legal já exercida pelo setor das empresas contábeis. "Quem trabalha com questões de sigilo fiscal tem a responsabilidade sobre as informações que coleta. É uma responsabilidade sob a responsabilidade já existente", afirma Pietrobon.

O assessor jurídico da Fenacon, Josué Tobias, avalia que a MP é um desvio de finalidade. "Dada inexistência de relevância e urgência, a mesma não pode criar restrições em matéria relativa a direitos da cidadania. Isso indiretamente cria "taxas" para o cidadão exercer o direito de petição de obtenção de certidões, o que é vedado pela Constituição Federal", afirma Tobias. Além disso, o assessor afirma que isso viola o principio do devido processo legal substancial, proporcionalidade, razoabilidade e isonomia. "As entidades de classe podem adotar medidas judiciais coletivas em favor dos profissionais que estas representam, assim como individualmente qualquer empresa, cidadão ou profissional", afirma Tobias. (Paranashop -19 jan 2011)

Futebol e problemas contábeis

A contabilidade no futebol parece estar sempre envolvida em problemas com a lei. A notícia de que o ex-presidente da Federação Mineira de Futebol, Elmer Guilherme Ferreira foi condenado a dois anos e três meses de prisão, é mais uma no meio. O crime: sonegação fiscal. Ele e o ex-tesoureiro, foram acusados pelo Ministério Público Federal de:


fraudar a contabilidade da FMF para sonegar impostos e desviar recursos. Entre as irregularidades apuradas pela Receita Federal estão a falta de declaração de diversos pagamentos recebidos pela entidade e uso de notas fiscais frias, inclusive de empresas inativas e até de uma mineradora. 
Ainda segundo a denúncia do MPF, os acusados também fraudaram documentos para declarar pagamentos por serviços que nunca foram prestados, gastos elevados com compras de ingressos e ainda a compra de uma propriedade rural inexistente no Mato Grosso, pela qual a entidade "pagou" mais de R$ 4 milhões. (
 Ex-dirigente condenado por sonegação -
MARCELO PORTELA - Da Agência Estado – BH)

25 janeiro 2011

Frase


Se não fosse pelo futebol, o que Ebere Orji estaria fazendo?
Estaria estudando para ser contadora, porque gosto muito de contabilidade. Agradeço a Deus por ter conquistado fama e honra com o futebol. Ainda estou trabalhando duro para em breve ter ainda mais êxito no esporte. (
Orji: "Nigéria não teme ninguém" – Fifa.com, 24 jan 2011)

Rir é o melhor remédio





Fotos de René Maltête

Teste 416

O ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira (Banco Santos) foi despejado de sua mansão por não pagar aluguel. O valor da dívida era de R$3 milhões. Junto com esta notícia, ficamos sabendo diversas coisas interessantes. O teste de hoje é completar os espaços a seguir com os números correspondentes:

Quantas peças de arte deveria ter na mansão?
Qual o tamanho do closet, em metros quadrados, da mansão?
Quantos ternos e gravatas existia na mansão de Edemar? (É a mesma quantidade de roupas e sapatos da sua esposa)

Para ajudar, as respostas das perguntas são (não nesta ordem) 220, 500 e 4.000.


 

Resposta do Anterior: Está em 43o. Fonte: aqui (via blog do Jomar)

Por que você deve desconfiar das descobertas da ciência?

O café faz bem para saúde. O café faz mal. Beber uma taça de vinho pode ajudar no envelhecimento. A bebida pode provocar conseqüências ruins para a saúde das pessoas. Deparamos regularmente com conclusões diferentes obtidas pela ciência. Isto acontece em qualquer campo, incluindo a contabilidade. Existem algumas possíveis explicações para isto.

Em primeiro lugar, qualquer pesquisa está sujeita a erros decorrentes da coleta dos dados, que foi realizada incorretamente. Nestes casos, as conclusões fatalmente estarão erradas também. Uma situação típica é quando usamos dados das empresas, mas não consideramos as empresas que deixaram de existir no período de tempo que estamos analisando. Isto recebe o nome de viés de sobrevivência: consideramos somente as empresas que sobreviveram no tempo, mas não aquelas que fracassaram.

Segundo lugar, mesmo que o pesquisador não cometa erros na coleta de dados, mesmo assim existirá um erro normal da pesquisa. Assim, quando trabalhas com uma significância estatística, estamos considerando que existe a possibilidade de que as conclusões ocorreram pelo acaso. Geralmente os pesquisadores trabalham com 5% de probabilidade. Isto indicaria que existe possibilidade, mesmo que pequena, de que as conclusões ocorreram em razão do acaso. Assim, talvez de cem trabalhos publicados sobre os efeitos do parecer negativo de auditoria sobre as ações, cinco poderão indicar conclusões errôneas por conta deste acaso estatístico.

Uma forma de evitar este problema é através de uma análise chamada meta-análise. Esta técnica junta todas as pesquisas sobre o mesmo tema e permite inferir em qual conclusão confiar. Mas a meta-análise depende de um fato: todas as pesquisas que foram feitas devem ser publicadas. Mas isto não ocorre e este é o terceiro fato.

Chegamos então à seleção na publicação. Se um editor de um periódico recebe cem trabalhos sobre os efeitos do parecer e cinco deles indicam algo contrário ao previamente estabelecido, as pesquisas que contrariam o status quo provavelmente irão receber mais atenção do editor. Isto parece com o caso do editor de um jornal: o fato de que um cachorro mordeu uma pessoa não é interessante, mas que uma pessoa mordeu um cachorro é. O mesmo ocorre com as pesquisas. Assim, uma pesquisa confirmatória possui menos chance de ser publicada que uma pesquisa que contesta o status quo.

O último aspecto refere-se às delimitações da pesquisa. Quando um pesquisador escolhe trabalhar com os efeitos do parecer de auditoria sobre a cotação das ações, as conclusões serão válidas para as empresas abertas. Se outro pesquisador usar outra amostra, as conclusões terão maiores chances de serem diferentes.