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25 janeiro 2011

Poligamia e Big Love

A série Big Love, que passa na televisão a cabo, mostra uma família e a discussão sobre poligamia. Eis alguns argumentos econômicos:

Alguns economistas, incluindo o vencedor do Prêmio Nobel Gary Becker, em seu Treatise on the Family, têm argumentado que a poligamia deveria aumentar a procura de mulheres e aumentar a eficiência do mercado de casamento.
A restrição do Governo nos contratos de casamento limita a escolha individual. Em princípio, a possibilidade de desfrutar de mais de uma esposa poderia incentivar os homens a um maior esforço competitivo com os outros. Algumas mulheres podem preferir a partilhar um marido rico a ter um marido desempregado e pobre todo seu. 

[Mas] a união poligâmica dá muitas vezes aos homens idosos o direito de coagir as mulheres jovens em relações de submissão e de controlá-las e seus descendentes. (The Economics of Big Love, New York Times, Nancy Folbre, 24 jan 2011)

O Canadá está pensando em aceitar a poligamia, já que algumas religiões (mulçumanos e algumas dissidências dos mórnons) aceitam. A aceitação decorreria da liberdade religiosa. Estudos passados mostram que a introdução da monogamia na Europa no início da Idade Média reduziu a desigualdade entre os gêneros, o conflito social e ajudou no desenvolvimento.

Fato Relevante

(...) O conceito de fato relevante é notadamente subjetivo quando se trata tanto da influência nas cotações dos valores mobiliários quanto das decisões de investimento. Tal subjetividade, naturalmente, gera algumas dúvidas bastante comuns, dentre elas: "Quando, exatamente, um fato se consuma como relevante?"; "Um fato precisa estar concretizado para ser considerado relevante, ou a mera expectativa de sua ocorrência já deve ser divulgada ao mercado?".

A resposta teórica é simples, mas sua aplicação prática nem sempre é fácil. A própria CVM, em um de seus julgados, afirmou que a ocorrência de um fato relevante, muitas vezes, não é representada por um evento objetivo localizado no tempo que, de forma clara e definitiva, estabeleça seu acontecimento. Pelo contrário, na maior parte das vezes a consumação de um fato relevante trata-se apenas da conclusão de uma sucessão de eventos relevantes.

Desse modo, a caracterização de um fato como relevante torna-se questão polêmica e de difícil identificação, provocando uma discussão ainda longe de ser pacífica na jurisprudência. Controvérsias à parte, o fato é que, para ser considerada relevante, a informação necessita de um caráter preciso, de materialidade ou objetividade. Não deve, portanto, se referir a meros rumores, estudos iniciais ou planos cuja probabilidade de serem concluídos é pequena ou incerta. Segundo a CVM, "a informação deve ser disponibilizada tão logo mereça esse nome, isto é, desde que não se trate de mero projeto inicial e desconexo, mas se tenha traduzido em objetivo concreto da administração ou do controlador".

A legislação deixa para a própria administração das companhias a tarefa de decidir, caso a caso, o momento da consumação de um fato como relevante. Para tanto, a administração deve analisar se a probabilidade de a operação ser concluída é alta e se a finalização dessa mesma operação trará impactos significativos sobre os negócios da empresa, afetando as cotações de seus valores mobiliários. (Como identificar um fato relevante - Alexandre Carvalho Pinto Rios - 27|12|2010- Dica de Pedro Correa, grato)

Talvez para a empresa responder a seguinte pergunta poderia ajudar nesta questão: o fato irá afetar de maneira significativa o preço da ação da empresa? Em caso afirmativo, trata-se de um fato relevante, que deve ser divulgado assim que possível. Caso contrário, a divulgação pode ocorrer em respeito ao mercado (e para evitar problemas futuros), mas não como fato relevante.

Palmeiras


No último domingo, três dias antes de deixar a presidência do Palmeiras, Luiz Gonzaga Belluzzo assinou uma confissão de dívida do clube com a Traffic no valor de aproximadamente R$ 11 milhões. 
A maior parte desse dinheiro, segundo os cartolas, foi emprestada pela empresa ao clube, que usou a verba para pagar os salários de Vanderlei Luxemburgo quando ele era o treinador. Belluzzo tinha sido orientado por seus diretores a não assinar a confissão. 
Não há um contrato específico entre a parceira e o Palmeiras nesse valor. Havia uma contabilidade entre as duas partes (1). A Traffic emprestava quantias para o Palmeiras pagar quando pudesse, principalmente quando vendesse jogadores. 
Com a proximidade da troca de presidente, a empresa quis se resguardar e cobrou o clube, que não tinha dinheiro. A solução para evitar o risco de calote foi a confissão da dívida. Não há desconfiança sobre a legitimidade da pendência entre os palmeirenses. Mas Belluzzo foi orientado a deixar para seu sucessor a missão de fazer a conferência de valores, pois a contabilidade é complexa (2) e poderia haver alguma divergência. O débito aparece em alguns balancetes do clube (3). 
No final, a confissão da dívida serviu como argumento para a nova diretoria rejeitar os pedidos de alguns conselheiros que queriam um novo contrato reduzindo o salário de Felipão. Um dos argumentos para rejeição é o seguinte: se o clube ainda terá de gastar tanto dinheiro por causa de um ex-treinador, seria injustiça diminuir os ganhos de quem ainda sua a camisa pelo Palmeiras. (Palmeiras confessa dívida de R$ 11 mi com a Traffic referente a Luxemburgo - Por Perrone)


 

Meus comentários

(1) A contabilidade deveria ser registrada baseada numa documentação. Ou um recibo de depósito do dinheiro na conta do clube. Mas parece que isto não ocorreu. Será que a Traffic emprestava o valor em moeda corrente e o dinheiro não transitava pela conta corrente do clube?

(2) Realmente deve ser complexo determinar quanto de dinheiro a Traffic repassou para o clube.

(3) Observe a redação da notícia: "aparece em alguns balanços do clube", mas não em todos.

Bolsa de Valores em Angola

A abertura e funcionamento de uma Bolsa de Valores em Angola não será efectivada no presente ano, como é desejo de algumas instituições financeiras, anunciou o ministro de Estado e chefe da Casa Civil do Presidente da República.

Para Carlos FCeijó, está claro que a situação comercial, empresarial e jurídica não permite que possamos ter em 2011 uma Bolsa de Valores em Angola, porque a abertura de uma Bolsa de Valores implica que existam empresas que reúnam um conjunto de requisitos.

"Temos algumas dúvidas que boa parte das empresas angolanas [1] já têm os requisitos exigidos para entrar numa Bolsa de Valores".

De acordo com Carlos Feijó, só podem intervir na Bolsa de Valores Sociedades Anónimas e não as empresas públicas e há um conjunto de requisitos que em termos de contabilidade, em termos de registos das acções, de títulos que é necessário averiguar empresa por empresa qual delas tem condições de ser elegível à Bolsa de Valores. (...) (Bolsa de Valores adiada

1 – Otimismo. No Brasil, somente algumas poucas empresas possuem condições.

Os melhores cursos


O gráfico mostra a distribuição das notas dos cursos, segundo o tipo de instituição de ensino. No Brasil, a qualidade no ensino ainda significa uma instituição pública. Dos cursos avaliados pelo MEC nas instituições públicas, 36% receberam nota 4 ou 5. Nas instituições de ensino privada este percentual foi de 5%.

Na área de contabilidade, dos vinte melhores cursos, 14 são de instituições públicas (sendo duas estaduais e uma municipal).

O melhor jogador de tênis


Um trabalho acadêmico, usando análise de rede, procura determinar quem foi o melhor jogador de tênis do mundo. E a resposta foi surpreendente Jimmy Connors. Apesar de Connors possuir um recorde em número de torneios, foi Federer que mais venceu os torneios mais importantes.

Mas a surpresa continua no ranking. O segundo melhor jogador, pela pesquisa, foi Ivan Lendl, apontado no quadro como estadunidense, mas na realidade checo (ele naturalizou em 1992, já no final da sua carreira). McEnroe, o argentino Vilas e Agassi completam os cinco melhores do mundo. Na lista aparece o espanhol Miguel Orantes, em 16º, na frente do atual número um do mundo, Nadal. Aparece também Raul Ramirez, um mexicano, mas não Gustavo Kuerten.

O principal problema da listagem é a ausência do talvez melhor tenista de todos os tempos: o australiano Rod Laver, que venceu os torneios mais importantes do mundo (Austrália, Roland Garros, Wimblendon e US Open) no mesmo ano. Este feito, que Laver conseguiu duas vezes, nem Connors, nem Federe ou Nadal conseguiram.