A busca de Mark Zuckerberg em manter o Facebook uma empresa fechada, porém, não deve durar para sempre. As regras americanas exigem que empresas com 500 ou mais investidores passem a informar seus resultados financeiros, o que elimina um dos principais benefícios de uma empresa se manter com capital fechado.
06 janeiro 2011
A contabilidade com desvantagem
Recentemente o Facebook fez um acordo com o Goldman Sachs. O Goldman aportaria 500 milhões de dólares para o Facebook fazer investimentos futuros. Mas a empresa permaneceria longe do mercado acionário. Um texto sobre o assunto, do New York Times (Miguel Helft, publicado no Estado de São Paulo, 5 de janeiro de 2011, p. B10) revela uma desvantagem de ser uma empresa com ações negociadas na bolsa de valores:
Big Brother
Em um dos seus últimos atos no governo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva lançou ontem, no Ministério da Justiça, o Registro de Identidade Civil (RIC), a nova carteira de identidade dos brasileiros. Com 17 itens de segurança, o documento foi concebido para impedir fraudes e facilitar a vida dos cidadãos na obtenção de benefícios sociais e em contratos privados, como abertura de contas e operações bancárias, reduzindo a possibilidade de erros e prejuízos.
A novidade é que cada cidadão passa a ter um registro único em nível nacional, baseado em suas impressões digitais inseridas em um chip dentro do cartão. O RIC reúne vários documentos, como CPF, identidade, Título de Eleitor e o Programa de Integração Social (PIS), em um só.
"É um documento que resgata a cidadania, traz praticidade e segurança ao cidadão no dia a dia", afirmou o ministro da Justiça, Luiz Paulo Barreto.
Vannildo Mendes - O Estado de S.Paulo - 31 dez 2010
O outro lado: permite um maior controle do estado sobre o cidadão. Big Brother, na concepção original.
Petrobras, Bolívia e Chávez
De acordo com diplomatas americanos, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, incitou o governo de Evo Morales, na Bolívia, a nacionalizar as instalações da Petrobrás no país em 2006, fato que provocou um atrito econômico e diplomático com o Brasil. A informação está em telegramas da Embaixada dos Estados Unidos em Brasília enviados ao Departamento de Estado americano e revelados pela ONG WikiLeaks.
Andrei Netto - O Estado de S.Paulo - 4 de jan 2011
Ativo monetário e ativo não monetário
Argentinos como Hernan Valdez estão comprando carros para guardar as suas poupanças. Com a inflação atingindo 30 por cento no próximo ano [2011], para as pessoas é melhor comprar um carro do que ver seu dinheiro desaparecer.
"Quem pode compra um imóvel, mas quem não pode compra carros", disse Valdez.
(...) Nos Estados Unidos, um carro novo desvaloriza cerca de 20 por cento do seu valor logo que sai da concessionária, mas não na Argentina.
Why Argentines invest in cars – The World
Os brasileiros conheceram este problema no período de hiperinflação. Comprar um automóvel significa trocar um ativo monetário (dinheiro ou aplicação financeira) por um ativo não monetário, que não sofre perda ou ganho monetário com a inflação.
IFRS
Após três anos da promulgação da lei 11.638/2007, que estabeleceu as IFRS (International Financial Reporting Standards, ou normas internacionais de contabilidade) como novo padrão contábil para as instituições financeiras, empresas de capital aberto ou de grande porte brasileiras, 2011 tem início com a adoção efetiva e compulsória dessa sistemática de análise das contas empresariais para aquelas corporações.
As demonstrações financeiras de 2010 das chamadas sociedades anônimas, instituições financeiras e empresas que tiveram faturamento bruto de mais de R$ 300 milhões no ano ou que dispõem de ativos totais acima dos R$ 240 milhões (mesmo que não obrigadas a publicar seus números) já deverão ser totalmente expressas de acordo com o padrões internacionais adaptados pelos pronunciamentos técnicos publicados pelo CPC (Comitê de Pronunciamentos Contábeis), entidade criada no país para adequar as IAS (International Acounting Standards, normas do padrão IFRS) à realidade brasileira.
Assim, é coroado o esforço e trabalho conjunto de anos das classes contábil e de auditores e de entidades, órgãos e instituições como Apimec Nacional, BM&FBovespa, Conselho Federal de Contabilidade, Fipecafi, Ibracon, BCB e CVM para modernizar e adequar os padrões contábeis nacionais às melhores práticas adotadas internacionalmente.
Além de colocar as demonstrações financeiras das empresas brasileiras na mesma "linguagem" adotada por mais de cem países de todo o mundo, o padrão IFRS oferece mais confiabilidade aos sistemas de divulgação de dados empresariais.
Com o novo padrão, abrem-se também novas oportunidades de acesso a crédito às companhias nacionais, a partir da facilitação de relacionamento com as instituições financeiras estrangeiras que, em geral, exigem demonstrações adequadas às normas internacionais de contabilidade para conceder recursos.
Vale destacar que, a partir de agora, o padrão em IFRS torna-se uma referência não só para as empresas que já são obrigadas nesse primeiro momento a adotar o sistema.
A tendência é que o mercado passe a exigir que as demonstrações financeiras de todas as empresas do país passem a ter as IFRS como referência. Esse tipo de exigência deve ser especialmente imposta pelas instituições financeiras na hora de avaliar a capacidade de contratação de crédito das corporações, sejam elas micro, pequenas, médias ou grandes empresas.
Para nós e para nossos colegas contadores e auditores, fica o desafio da constante atualização profissional a partir das exigências que o mercado vier a impor ao longo dos próximos anos em relação à adoção generalizada de demonstrações financeiras seguindo as IFRS.
As normas internacionais de contabilidade vêm trazer às empresas brasileiras mais modernidade, confiabilidade, correção e alinhamento com aquilo que é considerado adequado em todo o mundo quando falamos de demonstrações financeiras.
E, em razão do trabalho árduo e produtivo de profissionais dedicados ao longo dos últimos anos, a adoção das IFRS no Brasil já é um sucesso que reforça o destaque que nosso país tem adquirido no cenário global.
É oficial: as IFRS estão valendo - 04/01/11 - Eduardo Pocetti - CEO da BDO no Brasil
A Genética na Administração
Em Homo Administrans, a revista The Economist (23 de setembro de 2010, dica de Pedro Correa, grato), discute a crescente influência da biologia na ciência administrativa. O gráfico mostra a diferença na escolha da profissão explicada pelos gens. Ou seja, a biologia pode explicar, parcialmente, por que escolhemos ser professor (mais de 50%), finanças (em torno de 35%) ou artes (quase 75%). Além disto, quase 40% da variação dos salários das pessoas é atribuída à genética.
É bem verdade que o ambiente também possui uma parcela importante na explicação destes fatores. Apesar disto, o estudo da genética torna-se cada vez relevante.
Um estudo citado no texto mostra que os genes explicam o grau de extroversão das mulheres, mas não dos homens. Ou seja, nos machos o ambiente é mais relevante.
Assim como a teoria de sistemas, que muito influenciou a administração no passado, a genética parece um campo promissor para os pesquisadores entenderem o que ocorre no ambiente de trabalho. Ou, nas palavras da The Economist,
Resultados como estes são preliminares. Mas eles oferecem a possibilidade de transformar aspectos da ciência da administração em uma verdadeira ciência e uma ciência aplicada
Capitalização do Mercado Acionário
Baseado nos dados de 31 de dezembro de 2010, o mercado acionário brasileiro possui uma capitalização de 1,5 trilhão, aproximadamente. Isto coloca o mercado brasileiro em 11o. lugar no mundo (considerando Hong Kong e China como mercados separados), com 2,8% do mercado. O gráfico mostra que os cinco principais mercados representam 56% da capitalização mundial.
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