Bom dia. Muitas notícias no dia de hoje. Inicialmente a revelação de que brevemente o Wikileaks irá divulgar documentos sobre o Bank of America. Isto provavelmente terá conseqüências contábeis.
Depois, mais um desdobramento do escândalo da demissão do executivo da HP. Para piorar, o escândalo do Lehman parece que chegou na empresa de auditoria Ernst & Young. Blog pergunta se os problemas que a E&Y irá enfrentar são parecidos com os da Andersen.
Finalmente, uma boa notícia para contabilidade: a primeira tese de contabilidade fora do programa da USP.
Boa Leitura
22 dezembro 2010
Qual a importância da Análise de Balanços?
Esta foi a questão que motivou a pesquisa de Adilson de Lima Tavares na tese de doutorado “A Eficiência da Análise Financeira Fundamentalista na Previsão de Variações no Valor da Empresa”. Trata-se da primeira tese em contabilidade defendida no Programa Multiinstitucional e Inter-regional de Pós-graduação em Ciências Contábeis (UnB/UFPB/UFRN).
Tavares considerou as empresas brasileiras que mais agregaram valor e tentou verificar se os índices considerados na análise de balanços foram capazes de prever e separar as empresas ganhadoras das perdedoras. Usando três técnicas estatísticas (qui-quadrado, análise discriminate e logit), Tavares construiu o melhor modelo possível. Dos 23 indicadores que foram calculados e testados, os modelos usaram somente um ou dois indicadores, com índices de acertos variando entre 62% a 71%).
A tese foi defendida no dia 20 de dezembro, na UFRN, diante de um público de mais de cem pessoas! O professor Eliseu Martins tomou a palavra, no início dos trabalhos, e lembrou os esforços realizados pela Universidade de São Paulo, em promover a expansão dos cursos de pós-graduação no país. Apesar do doutorado da USP em contabilidade ter sido criado na década de setenta, somente em 2010 tivemos a primeira tese em contabilidade aprovada fora do programa da USP. (É interessante notar que além da presença do professor Eliseu Martins, a banca estava composta por mais três professores formados naquela universidade)
Fazia parte da comissão avaliadora a professora Ilse Maria Beuren, do programa da Furb (que também possui doutorado e irá titular seu primeiro doutor no próximo ano) , o professor Otávio Ribeiro Medeiros, o professor (e coordenador do programa pela UFRN) José Dionísio Silva e o orientador, este blogueiro. Diversos professores do Programa estavam presentes na defesa (Jorge Katsumi Niyama, coordenador por dez anos do programa, Paulo Cavalcante, ex-coordenador pela UFPB, professora Aneide, professor Anderson Mol) além de colegas.
(Na foto, da esquerda para direita, Eliseu Martins, Dionísio, Adilson, César Tibúrcio, Otávio Medeiros, Ilse Beuren e Jorge Katsumi)
Ernst & Young é a nova Andersen?
Durante a crise financeira de 2008, o Lehman Brothers decretou concordata. A razão da solicitação foram os prejuízos causados pela crise do subprimes e representou a maior falência da história dos Estados Unidos. No dia 16 de setembro de 2008, o banco Barclays anunciou um acordo de aquisição.
Agora, dois anos depois, o fantasma do Lehman Brothers volta a assombrar Wall Street. Mais especificamente, a empresa de auditoria Ernst & Young. Até então, a questão contábil tinha sido deixada em segundo plano. Mas as manchetes dos últimos dias na imprensa econômica internacional mostram que os problemas do banco podem afetar a E&Y.
Segunda E&Y, em notícia publicada ontem no Wall Street Journal (Ernst & Young: We Didn’t Topple Lehman Brothers, Shira Ovide, 21 dez 2010) não existe base legal para um processo contra os auditores, já que as demonstrações contábeis estavam conforme os princípios contábeis geralmente aceitos. Ou seja, a falência da Lehman Brothers não foi causada pela contabilidade.
Entretanto, o vice-presidente sênior do Lehman, Matthew Lee, afirmou que alertou a E&Y para a tentativa de mascarar os riscos na contabilidade. Em junho de 2008 ele foi demitido do Lehman. Em maio, Lee tinha escrito uma correspondência para executivos do banco alertando para o risco excessivo (Lehman Brothers Whistleblower Matthew Lee Again in Spotlight, Shira Ovide, 20 dez 2010, Wall Street Journal)
Uma das acusações contra a E&Y é de negligência (Ernst & Young: Highlights from the Lehman Investigation, 21 dez 2010, Shira Ovide, WSJ).
A acusação parte do procurador-geral Andrew Cuomo, governador eleito do estado de Nova Iorque. Segundo a acusação, a E&Y sabia da fragilidade do Lehman sete anos antes dos problemas e ajudou a escondê-los. Além disto, a E&Y teve um papel importante no desenvolvimento do Repo 105, uma operação para encobrir o risco do banco (Cuomo checks Ernst & Young Off the hit list, GoingConcern). Cuomo quer que a empresa de auditoria devolva pelo menos 150 milhões de dólares recebidos desde 2001. (Aqui você poderá encontrar um documento de 32 páginas assinado por Cuomo sobre o assunto).
O Financial Times (Cuomo’s coruscating complaint,
21 dez 2010, John Mc Dermont) lembrou que as principais alegações contra a E&Y já são conhecidas desde o relatório de Valukas, de março de 2010. Apesar disto, o NY Times (Peter Lattman, 21 dez 2010. Aqui um vídeo onde Lattman explica o escândalo) lembra que é a primeira ação legal sobre o caso. O mesmo texto lembra que pelo menos um auditor da E&Y ficou preocupado com os problemas do Lehman: Bharat Jain, que em 2006 ficou preocupado com o risco de reputação.
Agora, dois anos depois, o fantasma do Lehman Brothers volta a assombrar Wall Street. Mais especificamente, a empresa de auditoria Ernst & Young. Até então, a questão contábil tinha sido deixada em segundo plano. Mas as manchetes dos últimos dias na imprensa econômica internacional mostram que os problemas do banco podem afetar a E&Y.
Segunda E&Y, em notícia publicada ontem no Wall Street Journal (Ernst & Young: We Didn’t Topple Lehman Brothers, Shira Ovide, 21 dez 2010) não existe base legal para um processo contra os auditores, já que as demonstrações contábeis estavam conforme os princípios contábeis geralmente aceitos. Ou seja, a falência da Lehman Brothers não foi causada pela contabilidade.
Entretanto, o vice-presidente sênior do Lehman, Matthew Lee, afirmou que alertou a E&Y para a tentativa de mascarar os riscos na contabilidade. Em junho de 2008 ele foi demitido do Lehman. Em maio, Lee tinha escrito uma correspondência para executivos do banco alertando para o risco excessivo (Lehman Brothers Whistleblower Matthew Lee Again in Spotlight, Shira Ovide, 20 dez 2010, Wall Street Journal)
Uma das acusações contra a E&Y é de negligência (Ernst & Young: Highlights from the Lehman Investigation, 21 dez 2010, Shira Ovide, WSJ).
A acusação parte do procurador-geral Andrew Cuomo, governador eleito do estado de Nova Iorque. Segundo a acusação, a E&Y sabia da fragilidade do Lehman sete anos antes dos problemas e ajudou a escondê-los. Além disto, a E&Y teve um papel importante no desenvolvimento do Repo 105, uma operação para encobrir o risco do banco (Cuomo checks Ernst & Young Off the hit list, GoingConcern). Cuomo quer que a empresa de auditoria devolva pelo menos 150 milhões de dólares recebidos desde 2001. (Aqui você poderá encontrar um documento de 32 páginas assinado por Cuomo sobre o assunto).
O Financial Times (Cuomo’s coruscating complaint,
21 dez 2010, John Mc Dermont) lembrou que as principais alegações contra a E&Y já são conhecidas desde o relatório de Valukas, de março de 2010. Apesar disto, o NY Times (Peter Lattman, 21 dez 2010. Aqui um vídeo onde Lattman explica o escândalo) lembra que é a primeira ação legal sobre o caso. O mesmo texto lembra que pelo menos um auditor da E&Y ficou preocupado com os problemas do Lehman: Bharat Jain, que em 2006 ficou preocupado com o risco de reputação.
Escândalo na HP
As autoridades regulatórias norte-americanas estão investigando os acontecimentos relacionados à abrupta renúncia de Mark Hurd como presidente-executivo da HP (Hewlett-Packard). Ele deixou o cargo após escândalo sexual.
A investigação da SEC (Securities and Exchange Commission, órgão que regulamenta e fiscaliza o mercado de capitais dos Estados Unidos) foi reportada inicialmente pelo "Wall Street Journal", que mencionou fontes não identificadas segundo as quais a agência estaria investigando alegações de que Hurd revelou informações privilegiadas a uma ex-prestadora de serviços da HP antes da compra da EDS por US$ 13,9 bilhões, em 2008.
A saída de Hurd, em agosto, chocou os investidores e causou queda de 8% nas ações da HP no dia posterior ao anúncio. Hoje co-presidente da Oracle, o executivo deixou seu posto anterior sob o efeito de acusações de assédio sexual, ainda que o conselho da empresa não tenha encontrado provas que sustentassem as alegações.
A HP em lugar disso acusou Hurd de apresentar relatórios incorretos de despesas pessoais com o objetivo de ocultar um "relacionamento pessoal estreito" com uma antiga prestadora de serviços da companhia, Jodie Fisher [foto], uma funcionária terceirizada que trabalhou para o gabinete de Hurd de 2007 a 2009. Representantes de Hurd negam essa acusação.
Agora, o governo norte-americano também está estudando as alegações de relatórios de despesa indevidos que teriam sido apresentados por Hurd na HP, e tenta determinar se o executivo destruiu provas armazenadas em computadores antes de sair da companhia, segundo o "Wall Street Journal".
A HP confirmou à investigação da SEC, mas se recusou a comentar o que especificamente o governo estaria investigando. Um porta-voz de Hurd se recusou a comentar.
"A HP está cooperando plenamente com a SEC em sua investigação", informou uma porta-voz da gigante da tecnologia. A Oracle se recusou a falar sobre o assunto, bem como a SEC.
Jodie Fisher, a prestadora de serviços que ocupa posição central na polêmica que levou à saída de Hurd, alegou em carta datada de 24 de junho que o executivo teria divulgado detalhes sobre os planos da HP para a adquirir a EDS antes que a transação tivesse sido anunciada, afirmou uma fonte no mês passado. Representantes de Hurd negaram as alegações, que constavam da mesma carta na qual Fisher o acusava de assédio.
Comissão dos EUA investiga saída de presidente da HP após escândalo sexual
DA REUTERS, EM SAN FRANCISCO – Folha de S Paulo
Aqui notícia do New York Times. Desde a saída do executivo da empresa, a HP perdeu 9 bilhões de dólares de valor de mercado. O caso revelou-se mais interessante para a imprensa quando descobriram que Fisher tinha participado de filmes adultos no passado.
Wikileaks e o Bank of America
Desde que Julian Assange começou a divulgar as mensagens dos diplomatas dos Estados Unidos, comentava-se que o próximo foco do Wikileaks seria uma grande instituição bancária mundial. E que a divulgação poderia afetar o mundo corporativo.
Quando os endereços do Wikileaks começaram a sofrer ataques de hackers, Assange acusou os banqueiros de ordenarem os ataques.
Agora se confirmou que o Wikileaks irá divulgar documentos do Bank of America. A divulgação irá ocorrer no início de 2011, segundo o jornal Times, de Londres.
Assange não quis entrar em detalhes, mas o conteúdo poderá provocar demissões neste banco
Quando os endereços do Wikileaks começaram a sofrer ataques de hackers, Assange acusou os banqueiros de ordenarem os ataques.
Agora se confirmou que o Wikileaks irá divulgar documentos do Bank of America. A divulgação irá ocorrer no início de 2011, segundo o jornal Times, de Londres.
Assange não quis entrar em detalhes, mas o conteúdo poderá provocar demissões neste banco
21 dezembro 2010
Rir é o melhor remédio
Uma propaganda interessante como filmes: Instinto Selvagem, Esqueceram de mim, Bastardos Inglórios (que em Portugal recebeu o nome de "Sacanas sem lei") e A Era do Gelo.
Fonte: Funny Place
Fonte: Funny Place
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