A revista Time fez uma listagem dos dez grandes negócios de 2010. Juntamente com fatos mundiais, um dos itens está relacionado com o Brasil. Este evento seria:
a compra da Burger King por um fundo de investimento do Brasil
a oferta de ações da Petrobras
a presença de um brasileiro entre os mais ricos do mundo
Resposta do Anterior: 41,3 bilhões de dólares. Fonte: aqui
15 dezembro 2010
Homem Aranha na Brodway
Um interessante exercício de custo e lucratividade foi realizado por Rampell Catherine para o New York Times (Spider-Man Economics: recouping that initial investment).
Trata-se do musical sobre o Homem Aranha, que deverá estrear na Broadway. Este musical terá um investimento de 65 milhões de dólares, que é um recorde em termos de musicais. Para se ter uma idéia, o musical de Shrek teve um orçamento de 50% deste valor. Mas será que o dinheiro gasto vale a pena?
O exercício sobre a viabilidade financeira do negócio é interessante. Semanalmente serão apresentadas oito vezes o musical, num teatro com capacidade de 1932 lugares. O valor do ingresso varia conforme a sessão, a peça e uma série de outras variáveis. Usando dados passados de outras peças, poderia considerar um ingresso médio de 111 dólares e uma ocupação de 96% do teatro (que só deverá ocorrer se a peça for um sucesso). Com estes dados é possível calcular a receita bruta da peça em cada semana:
Receita = Valor do Ingresso x Quantidade de Assentos do Teatro x Ocupação média x número de apresentações por semana
Receita Bruta = 111 x 1932 x 96% x 8 = 1 646 991
Deste valor é necessário retirar descontos diversos, como as tarifas pagas para administradoras de cartão de crédito. Estima-se que estes descontos cheguem a 10% do valor da receita bruta:
Receita Líquida = Receita Bruta (1 – Descontos)
Receita Líquida = 1 646 991 x 90% = 1 482 292
O custo semanal de manutenção, que inclui salários de atores, aluguel e eletricidade, deve estar em torno de um milhão de dólar. O valor após este custo é:
Resultado após Custos de Manutenção = 1 482 292 – 1 000 000 = 482 292
Sobre o valor acima é necessário considerar os royalties e outras despesas, que geralmente são despesas variáveis. Uma estimativa é que estas despesas representem 35% do valor:
Resultado após Despesas Variáveis = 482 292 x 65% = 313 489
Este é o valor que irá sobrar por semana. Como o investimento realizado foi de 65 milhões de dólares, pode-se obter em quantas semanas o investimento será retornado:
Retorno do Investimento em semanas = 65 000 000 / 313 489 = 207 semanas
Ou quase quatro anos. A peça deve permanecer em cartaz em até quatro anos para que o investimento se pague. É viável? Algumas peças ficaram em cartaz menos que isto: A pequena sereia ficou um pouco mais de um ano.
Trata-se do musical sobre o Homem Aranha, que deverá estrear na Broadway. Este musical terá um investimento de 65 milhões de dólares, que é um recorde em termos de musicais. Para se ter uma idéia, o musical de Shrek teve um orçamento de 50% deste valor. Mas será que o dinheiro gasto vale a pena?
O exercício sobre a viabilidade financeira do negócio é interessante. Semanalmente serão apresentadas oito vezes o musical, num teatro com capacidade de 1932 lugares. O valor do ingresso varia conforme a sessão, a peça e uma série de outras variáveis. Usando dados passados de outras peças, poderia considerar um ingresso médio de 111 dólares e uma ocupação de 96% do teatro (que só deverá ocorrer se a peça for um sucesso). Com estes dados é possível calcular a receita bruta da peça em cada semana:
Receita = Valor do Ingresso x Quantidade de Assentos do Teatro x Ocupação média x número de apresentações por semana
Receita Bruta = 111 x 1932 x 96% x 8 = 1 646 991
Deste valor é necessário retirar descontos diversos, como as tarifas pagas para administradoras de cartão de crédito. Estima-se que estes descontos cheguem a 10% do valor da receita bruta:
Receita Líquida = Receita Bruta (1 – Descontos)
Receita Líquida = 1 646 991 x 90% = 1 482 292
O custo semanal de manutenção, que inclui salários de atores, aluguel e eletricidade, deve estar em torno de um milhão de dólar. O valor após este custo é:
Resultado após Custos de Manutenção = 1 482 292 – 1 000 000 = 482 292
Sobre o valor acima é necessário considerar os royalties e outras despesas, que geralmente são despesas variáveis. Uma estimativa é que estas despesas representem 35% do valor:
Resultado após Despesas Variáveis = 482 292 x 65% = 313 489
Este é o valor que irá sobrar por semana. Como o investimento realizado foi de 65 milhões de dólares, pode-se obter em quantas semanas o investimento será retornado:
Retorno do Investimento em semanas = 65 000 000 / 313 489 = 207 semanas
Ou quase quatro anos. A peça deve permanecer em cartaz em até quatro anos para que o investimento se pague. É viável? Algumas peças ficaram em cartaz menos que isto: A pequena sereia ficou um pouco mais de um ano.
Custo de um ataque de vírus na internet
Diante dos ataques de hackers nos sítios da PayPal, Visa e MasterCard uma pergunta: quanto custa?
Baseado em situações ocorridas no passado com o Google, um texto do New York Times (F.B.I. Memos Reveal Cost of a Hacking Attack, Verne Kopytoff, 14 dez 2010) os valores são elevados.
Em 2005, a Google usou uma equipe de engenheiros para combater um vírus. A estimativa foram custos, em termos de homens hora e perda de receita, acima de 500 mil dólares.
Baseado em situações ocorridas no passado com o Google, um texto do New York Times (F.B.I. Memos Reveal Cost of a Hacking Attack, Verne Kopytoff, 14 dez 2010) os valores são elevados.
Em 2005, a Google usou uma equipe de engenheiros para combater um vírus. A estimativa foram custos, em termos de homens hora e perda de receita, acima de 500 mil dólares.
Fiscalização para Auditorias
As grandes empresas de auditoria agora sabem o que passaram as agências de classificação de risco quando foram alçadas a vilãs da crise mundial de 2009.
No Brasil, a má fama das avaliadoras de rating foi recentemente transferida às Big Four, como são chamadas KPMG, Deloitte, PwC (antiga Price) e Ernst &Young Terco, graças à descoberta de buracos na contabilidade do Carrefour e do Banco Panamericano.
Por conta destes episódios, as gigantes de auditoria veem voltar à tona uma discussão que andava adormecida no país: a criação de um órgão independente para fiscalizar a atuação delas. Essa entidade, que está em gestação, deve reunir reguladores como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o Banco Central (BC) e especialistas.
Além de definir o modelo de atuação e de composição, há outro grande desafio: saber quem pagará a conta.
Nos Estados Unidos, o Conselho de Supervisão de Contabilidade de Companhias Abertas (PCAOB, na sigla em inglês), entidade sem fins lucrativos criada após os escândalos contábeis de Enron e Worldcom, em 2002, é financiado pelas companhias.
"A criação de uma espécie de PCAOB brasileiro nunca saiu da ordem do dia", diz Ana Maria Elorrieta, presidente do Instituto dos Auditores Independentes do Brasil (Ibracon). "A ideia é que o órgão tenha um número mínimo de profissionais das empresas, para garantir sua independência."
Esse ponto é considerado tão relevante quanto a forma de financiamento. "O ideal é que a supervisão do trabalho dos auditores não seja feita por órgãos corporativos, como o Ibracon e o Conselho Federal de Contabilidade (CFC)", diz Marco Antonio Papini, diretor da Map Auditores.
Conhecido como revisão de pares, o processo no qual uma empresa de auditoria revisa trabalhos de outra, tende a ganhar credibilidade no novo modelo. "Como é feito hoje, sob coordenação do CFC, a impressão é de que a revisão não é tão independente", diz o presidente de uma auditoria de menor porte, que pediu para não ser identificado.
Com relação às fontes de financiamento, o órgão deve enfrentar resistência por parte das grandes empresas listadas na bolsa. "Nos Estados Unidos, o rateio é feito pelo tamanho das empresas. Se o critério for o mesmo por aqui, onde as maiores representam boa parte da capitalização, haverá muita reclamação", diz Guilhermo Braunbeck, da Fundação Instituto de Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi).
Outro quinhão no orçamento deve caber às próprias firmas de auditoria, o que também incomoda o setor. "Se a criação do órgão apertar o cinto para as menores, pode ter o efeito contrário ao desejado", diz Francisco Reis, sócio da empresa de auditoria Crowe Horwath, que está entre as 10 maiores do país.
Mais polêmica
A chegada de uma entidade fiscalizadora é apoiada pela CVM, que manteria sua função, regulando e punindo auditores de companhias de capital aberto, diz Alessandro Broedel, diretor da autarquia. Elogiada por grande parte do mercado, a criação do órgão, porém, é vista como desnecessária por alguns, que acreditam que as raízes de problemas como os do Panamericano estão na falta de aplicação de regras existentes.
"Se há uma questão que envolve um banco de capital aberto, surge sempre uma espécie de zona cinzenta que dificulta entender os limites de atuação da CVM e do BC", diz Érica Gorga, da Fundação Getulio Vargas. "Nesses casos, seria melhor pecar por excesso do que por ausência de regulação."
Para a CVM, no entanto, não existe bola dividida. "O responsável pela auditoria das instituições financeiras, mesmo as de capital aberto, é o BC", diz Broedel.
Em crise, auditorias terão maior fiscalização - Luciano Feltrin - Brasil Econômico - 14/12/10
Regulação das auditorias
Episódios recentes, como os rombos na contabilidade do Carrefour e do banco Panamericano, do Grupo Silvio Santos, colocaram novamente em debate o comportamento das empresas de auditoria e até que ponto é consistente a avaliação que fazem dos balanços das empresas. Assim como em outras oportunidades, tanto no mercado brasileiro como em outros mercados, o aval que dão aos demonstrativos financeiros de companhias com ações negociadas em bolsa deveria ser entendido como mais um suporte para o fortalecimento dos negócios acionários.
Mas, com esses novos eventos negativos, fica abalada não apenas a credibilidade de quem teria como função fiscalizar, como toda a estrutura de um mercado ainda a caminho da maturidade.
A reação dos principais envolvidos nos episódios veio rapidamente, ganhando força a ideia de criar uma entidade reguladora para as auditorias. Ou seja, uma espécie de "fiscal do fiscal".
A proposta, que tem o aval de entidades como a Comissão de Valores Mobiliários (CVM), seria semelhante ao Conselho de Supervisão de Contabilidade de Companhias Abertas, dos Estados Unidos, criado na esteira dos estragos provocados pelos escândalos da Enron e da Worldcom, em 2002.
O novo órgão, contudo, não garantiu um mercado americano livre de solavancos nestes oito anos. É só atentar para os fatos posteriores à quebra do Lehman Brothers, em setembro de 2008.
Uma proposta alternativa é a volta do rodízio entre auditorias, previsto para vigorar a partir de 2012, que obriga as companhias a trocarem de auditoria de cinco em cinco anos. Também na proposta alternativa argumenta-se que deveria haver mecanismos para que as pequenas auditorias participem do rodízio, uma maneira de quebrar a espécie de oligopólio que domina o segmento.
Todas as 50 maiores companhias abertas com ações negociadas na Bovespa são auditadas por uma das cinco maiores auditorias que atuam no país. Trata-se de uma centralização que em nada contribui para a boa imagem das empresas fiscalizadoras.
Um órgão regulador para as auditorias - 14/12/10 | Brasil Econômico | Editorial
Auditorias
Por volta de abril de 1996, menos de dois anos depois de o Plano Real ter colocado ordem na bagunça inflacionária que assolava o país, começaram a surgir as primeiras "vítimas" da estabilidade da moeda. A partir daquele momento, conglomerados financeiros até então poderosos, como o Banco Econômico, o Banco Nacional e o Bamerindus, desapareceram da praça por razões que podem ser resumidas numa ideia simples: não se adaptaram a um cenário em que o dinheiro não perdia valor a cada segundo.
Naquele momento, uma pergunta frequente nas rodas em que se debatia a economia era: por que as auditorias, que recebiam fortunas para atestar a qualidade dos balanços das instituições, eram incapazes de alertar o mercado sobre o que estava acontecendo?
As respostas das firmas que estavam sob o facho incômodo dos holofotes não primavam pela originalidade. De acordo com os executivos das auditorias, tudo o que elas faziam era atestar a qualidade de práticas contábeis que diziam respeito ao passado, não ao presente.
Por olhar sempre para trás, elas não tinham meios para perceber o que estava acontecendo aqui e agora. Além disso, diziam, seus clientes principais eram os acionistas das empresas.
E qualquer auditor tem a capacidade de ação reduzida diante de clientes que não adotavam padrões de controle interno capazes de detectar fraudes e falhas contábeis.
Pois bem. Agora, essas empresas estão novamente contra a parede - não apenas pela incapacidade de prever a bancarrota de bancos pelo mundo afora, na esteira da crise internacional de 2009, mas também por acontecimentos recentes, como o do Banco Panamericano no Brasil. Ainda assim, são extremamente necessárias.
Talvez precisem se reciclar e incluir em suas rotinas práticas de prevenção de fraudes (algo que, até aqui, não está entre suas funções). Talvez precisem de uma lei - ou, de preferência, de um código de autorregulamentação — que lhes garanta acesso irrestrito a toda a vida da empresa, não apenas ao passado.
Assim, estarão preservando o direito dos acionistas, sobretudo dos minoritários que aplicam suas economias em papéis de empresas que têm a obrigação de ser bem administradas.
Ruim com as auditorias? Bem pior sem elas - 14/12/10 Ricardo Galuppo - Diretor de redação do Brasil Econômico
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