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07 dezembro 2010

Apartamentos de luxo

A escassez de terrenos nos bairros mais valorizados das grandes cidades brasileiras, o aumento da renda, a expansão do crédito e a queda dos juros trouxeram algo inédito ao mercado brasileiro: os superapartamentos.

Endereços privilegiados no Morumbi, em São Paulo, no Leblon, no Rio de Janeiro, ou mesmo em cidades fora do eixo Rio-São Paulo, como Santos, alcançam preços de várias dezenas de milhões de reais. “Há uma demanda crescente por empreendimentos de alto padrão, mas o espaço para construir estes prédios está cada vez mais escasso”, diz Maurício Eugenio, presidente do Grupo Eugenio, de marketing imobiliário.

Por isso, os preços desses imóveis batem os R$ 30 milhões. Legal, você tem essa dinheirama toda, mas cabe a pergunta: vale a pena investir em um apartamento como esse?

Até agora, quem comprou esses imóveis na planta se deu bem. Os preços chegaram a subir até 150%, superando os juros de mercado. Um bom exemplo são os apartamentos do Parque Cidade Jardim. Hoje há 20 unidades residenciais à venda, com preços de até
R$ 3 milhões, ou R$ 12 mil o metro quadrado.

“No lançamento, em 2006, o preço era R$ 5,5 mil o metro quadrado”, diz Fernando Sita, diretor-geral de vendas da Coelho da Fonseca. A valorização foi de 118% nesse período, cerca de 36% acima dos juros de mercado. Sita diz acreditar que os preços ainda podem subir mais 40% nos próximos 12 meses. O mesmo vale para o Rio de Janeiro. O edifício Conde de Marbella, no Leblon, foi lançado em 2008.

Na ocasião, cada unidade foi vendida por R$ 2,2 milhões. Hoje, quem quiser comprar um apartamento pronto com vista para as areias coalhadas de artistas teria de assinar um cheque de R$ 5 milhões, diz Rodrigo Conde Caldas, vice-presidente da construtora Concal.

Os especialistas afirmam que essa tendência não se encerrou. Segundo Luiz Paulo Pompéia, diretor da Empresa Brasileira de Estudos de Patrimônio (Embraesp), consultoria especializada em avaliação de imóveis, os fatores que justificaram a alta recente dos preços vieram para ficar. “O espaço disponível para novos empreendimentos vai tornar-se cada vez mais escasso e a demanda vai continuar aquecida”, diz ele.

Como em qualquer investimento, os superapartamentos oferecem riscos. Um deles é que essa é uma aplicação de longo prazo. “Imóveis desse tipo são para um público de altíssima renda, que busca exclusividade”, diz Pompéia. Tradução: a revenda pode demorar e muito capital ficará parado.

Outro ponto é que o custo não se limita ao imóvel. As taxas de negociação de um apartamento de R$ 10 milhões podem representar mais de R$ 800 mil, sem contar os gastos para mobiliar e enfeitar a futura moradia.

“Em média, os compradores de imóveis de alto padrão podem gastar até R$ 4 milhões com decoração”, diz Celso Francisco Pinto, diretor do escritório de São Paulo da Sotheby's, que está vendendo cada unidade do edifício Professor Adolpho Carlos Lindenberg, no Morumbi, zona sul de São Paulo, por esse valor.

Se a opção for partir para um financiamento, a conta de juros será tão vistosa quanto a decoração. O apartamento pode sair 70% mais caro se comprado com empréstimo (observe o quadro) e as prestações podem chegar a R$ 128 mil por mês.


A compra de um apartamento desses vai além dos números. Há componentes difíceis de quantificar, como a opção pela qualidade de vida, o desejo de uma vista cinematográfica ou de status. Segundo o Sindicato da Habitação do Rio de Janeiro, o metro quadrado de um apartamento de luxo no Leblon custa R$ 14,5 mil.

“Com vista para o mar, o preço vai para R$ 25 mil”, diz Pompéia. “As pessoas estão dispostas a pagar mais por isso”, diz ele, mesmo que não seja possível colocar o barulho das ondas na declaração de Imposto de Renda.



A valorização dos imóveis foi além das capitais. Em Santos, principal cidade do litoral paulista, no dia 5 de novembro, o Grupo Mendes entregou o Prime Plaza, na praia do Gonzaga.

O edifício com vista para o mar tem apartamentos-padrão com quatro suítes e 399 metros quadrados, além de garagem para oito veículos com tomadas para carregar carros e motos elétricos (a medição de energia é autônoma).



O prédio possui uma sala de cinema para 30 pessoas, com tela full HD e poltronas reclináveis de couro. Morar ali pode custar até R$ 14 milhões, se o cliente escolher a cobertura tríplex de 1,2 mil metros quadrados, e os preços subiram 40% desde o lançamento, em 2008.

“Os investimentos trazidos com o pré-sal e com a expansão do porto criaram uma demanda sustentável por imóveis de luxo em Santos pelos próximos dez anos”, diz Leopoldo Alves Arias, diretor de incorporação do Grupo Mendes, responsável pela obra.

Os endereços mais caros

Os edifícios em pontos muito valorizados como Nova York, Londres, Mônaco ou Hong Kong custam muito mais que os melhores locais em São Paulo ou no Rio de Janeiro. A seguir, alguns dos imóveis mais sofisticados do mundo:

Mônaco – Com vista para a marina, a cobertura dúplex no edifício La Belle Epoque, em Mônaco, vale R$ 540 milhões. O apartamento tem terraço com árvores, sala de jogos, piscina e uma biblioteca de dois andares


Os superapartamentos compensam? - Por Lilian Sobral - Isto é Dinheiro

Nuvens






Fonte: aqui

06 dezembro 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Contabilidade e Corrupção

Existe alguma evidência de relação entre o nível de corrupção de um país e a qualidade da sua contabilidade? Esta pergunta foi investigada por quatro pesquisadores e os resultados publicados recentemente num periódico especializado em controle de lavagem de dinheiro.

Antes de detalhar os resultados, é importante estar consciente de que tanto a corrupção quanto a qualidade da contabilidade são medidas difíceis de serem mensuradas. Para corrupção, a pesquisa utilizou o índice da International Transparency, que mede o nível de corrupção de cada país. Para saber a qualidade da contabilidade os pesquisadores usaram duas medidas. A primeira media foi a participação das grandes empresas de auditoria (“big four”) no mercado de auditoria. Como esta é uma medida controversa, os pesquisadores também usaram uma pesquisa realizada pelo World Economic Forum com pessoas da área de negócios sobre a qualidade percebida da contabilidade em cada país.

Anteriormente, pesquisas tinham encontrado uma relação entre o nível de corrupção e o número de contadores per capita (Kimbro, 2002). A nova pesquisa mostrou existir uma relação entre aumento da participação das Big4 e o nível percebido de corrupção entre os países. Da mesma forma, também existe uma relação entre a qualidade percebida da contabilidade e o nível de corrupção do país.

Os autores chegaram a esta conclusão depois de controlar uma série de fatores de cada país, como tamanho da economia, sistema jurídico (common Law versus sistema romano), intervenção do estado, entre outras. Ao desenvolverem as regressões, o estudo também encontrou que o número de auditores per capita e a governança são variáveis relevantes para explicar a qualidade percebida da contabilidade.

Ler mais em
MALAGUENO, Ricadro; ALBRECHT, Chad; AINGE, Christopher; STEPHENS, Nate. Accounting and corruption: a cross-country analysis. Journal of Money Laundering Control. Vol 13. N. 4, 2010, p. 372-393.
KIMBRO, M. A cross-country empirical investigation of corruption and its relationship to economic, cultural, and monitoring institutions. Journal of Accounting Auditing and Finance, vol. 17, n.4, p. 325-375

Links

Método UEPS nos Estados Unidos

As trapalhadas dos executivos em 2010

A morte de quatro pessoas custou ao governo dos Estados Unidos 6,5 bilhões: imposto sobre herança

Nível de confiança na pesquisa científica

Contabilidade na China, Grant Thornton, BDO e responsabilidade global das empresas de auditoria

As piores companhias aéreas do mundo: três da China, quatro da Europa, uma do Egito, uma da Rússia e uma dos EUA

Uma visão muito otimista da Contabilidade pública brasileira do futuro

Crime e Contabilidade III

Estudo de Sergio Guimarães Ferreira e Luciana Velloso (da subsecretaria estadual de fazenda – abril de 2009) estima o valor no "negócio" do tráfico de drogas no Rio de Janeiro. Os números são alarmantes, com cifras comparáveis a uma grande companhia aberta lista na BM&F Bovespa.


1. Estimativa Anual de Consumo:

90,0 toneladas - Maconha
8,8 toneladas - Cocaína
4,3 toneladas - Crack
103,1 toneladas - Total

2. Faturamento Anual do Tráfico (ajustando a subestimativa das pesquisas diretas):

R$ 108,1 milhões - Maconha
R$ 423,2 milhões - Cocaína
R$ 102,1 milhões - Crack
R$ 633,4 milhões - Total

3. Custo Anual Estimado:

R$ 158,7 milhões - Pessoal
R$ 193,9 milhões - Custo de Compra das Drogas (ou custo da mercadoria vendida).
R$ 24,8 milhões - Armas (ou equipamentos)
R$ 19,4 milhões - Perdas por apreensões (ou custo perdido)
R$ 396,8 milhões - Total

4. Resultado Anual Estimado:

R$ 236,6 milhões - Lucro Operacional


O estudo ainda revela a quantidade de delinquentes envolvidos no tráfico: 16.387 pessoas (estimativa da Polícia Civil).

Este estudo também foi comentado no Ex-Blog do ex-prefeito do Rio, Cesar Maia (DEM), onde ele o citou como referência e fez algumas reflexões a título de exemplo, a seguir:

Supondo 1000 bocas de fumo em toda a cidade, o lucro seria de 236 mil por boca de fumo/ano ou quase 20 mil reais por mês. Se uma comunidade tiver várias bocas de fumo e o tráfico ali fosse centralizado, como Alemão, Rocinha, Jacarezinho…, a facção controladora ali teria um lucro de 20 mil reais x Y bocas de fumo por mês, em média.


Fonte: Blog do Orleans

Crime e Contabilidade II




Fonte: aqui