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01 dezembro 2010

Informação privilegiada

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) decidiu nesta terça-feira multar o Credit Suisse por conta do uso de informações privilegiadas durante a compra da Terna Brasil pela Cemig. O valor total da multa é de 26,4 milhões de reais.

Foram acusados o Credit Suisse International e o Credit Suisse Próprio Fundo de Investimento em Ações, com multas de, respectivamente, 22,7 milhões e 3,7 milhões de reais.

Em nota, o Credit Suisse informou que irá recorrer ao Conselho de Recursos do Sistema Financeiro Nacional da decisão da CVM.

Segundo a acusação, o Credit Suisse Securities (Europe) Limited foi contratado em abril de 2009 pela Terna S.p.A, então controladora da Terna Brasil, para emitir opinião sobre a venda da empresa para a Cemig.

Em 15 de abril do ano passado, segundo a autarquia, o fundo do Credit Suisse começou a adquirir units da Terna, juntamente com o Credit International.

"Num primeiro momento, entre os dias 15 e 20 de abril de 2009, o aumento de volume (negociado) foi relativamente menor e não foi acompanhado de oscilação expressiva na cotação das ações. Em seguida, porém, especialmente no dia 22 de abril de 2009, houve aumento substancial de volume e valorização das ações", conforme a CVM.

O fato relevante sobre a compra da Terna Brasil pela Cemig, por 2,33 bilhões de reais, foi divulgado em 23 de abril.

Com a elevação de preço provocada pela divulgação da venda do controle, o fundo do Credit Suisse e o Credit International obtiveram expressivos ganhos com as operações realizadas, de acordo com a CVM, que calcula que o fundo lucrou 1,27 milhão de reais e o Credit International, 7,6 milhões de reais, "tudo isso em menos de duas semanas".

Em sua defesa, o Credit Suisse alegava que a venda do controle da Terna Brasil, atual Transmissora Aliança, já era de conhecimento público em 15 de abril de 2009.

"Notícias divulgadas pela imprensa em fevereiro, março e abril informavam que a Terna Itália poderia vender o controle da Terna Brasil; uma dessas notícias, datada de fevereiro de 2009, cita o próprio presidente da Terna Italia como fonte dessa informação; outra, de 22 de abril de 2009, menciona a Cemig como possível compradora", afirmou a defesa do banco, ainda segundo a CVM.

Não é o primeiro caso na CVM envolvendo o Credit Suisse. Em outubro do ano passado, a autarquia aceitou proposta do Credit Suisse de pagar 19,2 milhões de reais para suspender o processo em que a instituição financeira era acusada de ter usado informações privilegiadas para negociar ações da Embraer entre o final de 2005 e início de 2006.

O período antecedeu o anúncio de que o controle da fabricante de aviões seria pulverizado e que a Embraer ingressaria no Novo Mercado.


CVM aplica multa de R$26,4 milhões no Credit Suisse - Ter, 30 Nov, 07h30 - Por Carolina Marcondes

Blog em Novembro


Em novembro tivemos um recorde no número de postagens e de visualizações. Veja a estatística do blog nos últimos meses. Obrigado a todos os leitores.

Panamericano e Liderança

Na sequência do escândalo contábil no Panamericano, o grupo Silvio Santos promoveu neste mês a retirada da Liderança Capitalização - responsável pela emissão da Tele Sena - do capital da instituição financeira.

A participação da Liderança no banco - representada por um total de 60,983 milhões de ações ordinárias - foi integralmente comprada pela holding Silvio Santos Participações, a mesma usada pelo empresário para injetar R$ 2,5 bilhões no banco.

A operação foi realizada no dia 17 de novembro, oito dias após o anúncio das inconsistências contábeis que causaram um rombo bilionário na instituição financeira.

Com a aquisição, a participação da holding de Silvio Santos no capital total do Panamericano sobe de 12% para aproximadamente 37%.

Em comunicado ao mercado, a instituição financeira afirma que a operação não tem o objetivo de alterar a composição do controle ou a estrutura administrativa do Panamericano, tratando-se, apenas, de uma "mera reorganização societária" dentro do grupo Silvio Santos.


Após rombo, Silvio Santos tira Liderança Capitalização do Panamericano - Seg, 29 Nov,
(Eduardo Laguna | Valor)

30 novembro 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Teste #388

Bill Gates, Larry Ellison, Liliane Bettencourt, Michael Dell, Paul Allen e Roman Abramovich possuem duas coisas em comum. Primeiro, fazem parte da lista de bilionários. Qual o segundo aspecto que une todos estes nomes?

Resposta do Anterior: A CEF é 100% de propriedade do Governo Federal. Logo, não possui, a rigor, valor de mercado

A morte do Executivo e o Mercado II

Publiquei sobre a morte do executivo da Copel e a reação do mercado. Na postagem fiz a seguinte observação:

Infelizmente não tive condições de ter a referência desta pesquisa, que se não me valha a memória foi publicada no Journal of Finance. Peço desculpas aos leitores.

Depois da postagem, recebi duas contribuições sobre a pesquisa. Pedro Correia encontrou um paper na SSRN sobre o assunto.

Roberto Ushisima deixou o seguinte comentário:

O que achei foram esses artigos. Indo pelos resumos, um mostra efeitos positivos nos preços caso o sucessor seja interno e o outro mostra reações mais fortes quando o conselho é mais independente.

http://jom.sagepub.com/content/13/3/509.abstract

http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1540-6288.1969.tb01741.x-i1/abstract

Contabilidade do tráfico II

A tomada da Vila Cruzeiro, na Penha, deixou mais claro que a comunidade era o refúgio de alguns dos principais chefes do tráfico do Comando Vermelho. Em uma das casas estouradas sexta-feira pela Delegacia de Roubos e Furtos (DRF), agentes descobriram cadernos de contabilidade das favelas comandadas por Luiz Cláudio Serrat Corrêa, o Claudinho ou CL, um dos homens mais procurados pela polícia e apontado como mentor da guerra que aterrorizou Madureira nos últimos meses. Nas anotações, cifras milionárias que revelam um faturamento de quase R$ 2 milhões mensais, segundo estimativas de investigadores. (...)

Na contabilidade apreendida, com informações sobre a compra e venda de drogas do Morro do Cajueiro, há três registros impressionantes: R$ 478,8 mil, R$ 471,2 mil e R$ 398,7 mil. O faturamento, de acordo com a investigação, é semanal, o que significa algo em torno de R$ 68 mil diários. O maior lucro [1] vem dos sacolés de cocaína, que chegam a render R$ 128 mil. Com a venda de crack na comunidade de Madureira, Claudinho CL faturou R$ 73 mil somente na última semana de outubro na comunidade de Madureira.

Os livros apreendidos pela DRF mostram um lucro [1] mais modesto nas duas outras favelas do criminoso. A Camarista Méier rende R$ 20,8 mil semanais, enquanto o Morro do Engenho fatura R$ 29,9 mil. Somadas as suas bocas de fumo, o traficante, que adora se exibir com cordões de ouro, embolsa R$ 521.195 semanais. "Isso revela o poder do tráfico para financiar as guerras que aterrorizam a população. E o CL está à frente de muitas delas", diz o delegado Marcelo Martins, da DRF. (...)


Traficante fatura R$ 2 milhões mensais com bocas de fumo - 28 de novembro de 2010 - O Dia

[1] faturamento