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22 novembro 2010

As maiores doações

A seguir, os dez maiores doadores na política dos Estados Unidos, de 1989 a 2009:

1. ATT = 46 milhões
2. ActBlue = 45 milhões
3. American Fedn of State = 43 milhões
4. National Assn of Realtors = 38 milhões
5. Goldman Sachs = 33 milhões
6. Intl Brotherhood of Electrical Workers = 33 milhões
7. American Assn for Justice = 33 milhões
8. National Education Assn = 31 milhões
9. Laborers Union = 29,8 milhões
10. Carpenters & Joiners Union = 28,9 milhões


Fonte: aqui

Dez grandes escolas de administração

10 University of Cambridge--Judge Business School
9 York University--Schulich School of Business
8 University of Toronto--Rotman School of Management
7 IMD
6 University of Western Ontario- Ivey School of Business
5 London Business School
4 ESADE
3 IE Business School
2 Queens University School of Business
1 INSEAD

Fonte: aqui

Sílvio Santos

O ícone da televisão brasileira Silvio Santos vive um momento que pode abalar seu vasto currículo de animador de plateias. A fraude no Banco Panamericano, que pertence ao Grupo Silvio Santos e que o obrigou a tomar um empréstimo de R$ 2,5 bilhões, respinga nos outros negócios e começa a colocar em discussão uma imagem construída em décadas de bom desempenho televisivo.

Hoje, Silvio tem dois públicos bem distintos para alimentar: o mercado financeiro, ávido por informações sobre a situação do Panamericano, e o que lhe garante audiência na televisão e aposta na idoneidade de sua figura televisiva. Na opinião de Sérgio Guerreiro, da SPGA Consultoria de Comunicação, as reações de ambos podem refletir no andamento de seus negócios.

A figura do empresário se mistura à do apresentador, dizem profissionais que cuidam de gestão de imagem corporativa. Por isso mesmo repercutiu bem a decisão de pôr o patrimônio do próprio grupo como garantia para obter o empréstimo sem juros com carência de dez anos do Fundo Garantidor de Crédito. “Por outro lado, alguns depoimentos publicados na mídia impressa em tom galhofeiro, como o dado ao jornal Folha de S. Paulo, pegaram mal”, diz Guerreiro. “Não era o canal e nem a hora de falar nesse tom. Seria recomendável uma atitude mais séria.”

Para quem conhece Silvio de perto, não há surpresa nessa reação. É comum ouvir de funcionários que trabalham com ele que o patrão é indomável e raramente acolhe opiniões sobre como deveria conduzir sua persona pública. Há também constantes relatos sobre as reações que revelam a personalidade centralizadora de Silvio. A mais recente delas acabou na saída do advogado Luiz Sandoval, que presidia o grupo e trabalhava ao lado de Silvio há mais de 40 anos. Conforme o próprio advogado contou, Silvio queria conduzir a crise de um jeito. Ele argumentou que deveria ser de outro. Sem margem de negociação, se demitiu.

O modelo que Guerreiro cita como exemplo a ser seguido é o do presidente mundial da Toyota no episódio em que pediu desculpas públicas e quase chorou, após admitir erro na condução da incrível sequência de recalls de modelos da marca. “As vendas da montadora caíram e já se recuperaram, porque a imagem da empresa não foi afetada de forma irreversível, e acabou até reforçada pela atitude corajosa do reconhecimento da culpa do presidente da Toyota”, explica Guerreiro.

No mundo inteiro, executivos, empresários e estrelas do show business envolvidos em escândalos ou perdas financeiras têm recorrido a pedidos públicos de desculpa para tentar atenuar prejuízos de imagem. Mas, para alguns analistas do meio, o pedido de perdão virou moda e também pode se desgastar. Mais do que isso, eles acreditam que a crise do Grupo Silvio Santos ainda não atingiu esse grau de seriedade, já que não se sabe a extensão do estrago.

“A tática de criar situações para desanuviar o clima em torno dos desdobramentos revelados sobre o rombo no banco, como, por exemplo, não suspender o lançamento do livro da mulher (Íris Abravanel), foi bem aproveitada. Deu oportunidade para ela dar o recado de que o marido é ‘um homem de palavra e sempre foi cumpridor de suas responsabilidades’”, diz Guerreiro

Há, no momento, uma romaria de artistas do quadro de programação do SBT falando loas sobre a lealdade e integridade de Silvio. Mas não só. No meio publicitário também é comum o discurso de que o SBT é uma emissora parceira.

Sensibilidade. O publicitário e consultor Luis Grottera, que trabalhou na área de marketing do SBT por mais de três anos na década de 80, gosta de contar uma história que revela a sensibilidade do seu ex-patrão para lidar com o público. “A audiência dele tinha caído. Preocupado, me pediu um estudo para descobrir as razões. Encomendei uma discussão em grupo. Ele assistia a tudo na sala ao lado e antecipava todas as respostas que seriam dadas pelos consumidores que participavam da pesquisa. Nunca vi nada igual”, relembra ele.

A conclusão do trabalho indicava que a produção do programa havia melhorado, assim como iluminação e atrações. Com isso, Silvio também estava se sofisticando. “Concluí que a audiência queria que o Silvio fosse do jeito que ele é, assim como o presidente Lula, que fala de improviso, às vezes comete deslizes, mas a plateia segue aplaudindo. Até hoje Silvio diz que, com seu público, é do jeito que ele é.”

O homem que joga dinheiro como se fosse aviãozinho para uma plateia majoritariamente feminina embasou o crescimento de seu patrimônio na simpatia do camelô, atividade com que começou a vida. Mas também apostou que sua espontaneidade no trato transferia credibilidade para os seus negócios, como o crediário do Baú da Felicidade, a primeira de uma lista que hoje soma 44 empresas.

Silvio já tentou ser presidente. Viu que o mundo político não era para ele. Nesse período, sua imagem foi arranhada, mas não o tirou do ranking dos dez maiores nomes da televisão brasileira. Parece mesmo que ele se diverte quando está no ar diante de seu auditório. Uma imagem que cultiva e vale milhões. Logo, é melhor mesmo não correr o risco de vê-la ameaçada.

PARA LEMBRAR

Após a revelação do rombo de R$ 2,5 bilhões no Banco Panamericano, há cerca de duas semanas, Silvio Santos tomou a frente da situação, dizendo-se vítima do escândalo. Na mesma semana, o empresário decidiu divulgar um fato relevante nos jornais informando que o Grupo Silvio Santos iria processar cível e criminalmente os diretores do banco.


Rombo pode abalar imagem de Silvio Santos? - Marili Ribeiro - 22 Nov 2010 - O Estado de São Paulo

Caixa irá socorrer

A Caixa Econômica Federal, o quarto maior banco no ranking brasileiro, vai colocar o peso da instituição para ajudar na recuperação do Banco Panamericano. A presidente da Caixa, Maria Fernanda Ramos Coelho, anunciou, em reunião com o apresentador Silvio Santos, que vai atuar para cobrir o rombo de R$ 2,5 bilhões no banco.

O auxílio virá de duas formas, de acordo com narrativa de Maria Fernanda no encontro de sexta-feira: a Caixa vai usar a rede do Panamericano para comercializar a sua linha de cartão de crédito voltada para o consumidor de baixa renda e fornecerá mão de obra para a instituição de Silvio.

A CaixaPar, holding que controla a Caixa, já enviou executivos para a nova diretoria do Panamericano. O foco do banco do Grupo Silvio Santos é nos consumidores das classes C e D, um dos segmentos que mais cresce no País.

A Caixa foi criticada porque comprou 35,54% do capital do Panamericano em dezembro do ano passado por cerca de R$ 740 milhões, quando não foi observado que o banco de Silvio Santos tinha um rombo de R$ 2,5 bilhões. O banco estatal alega que não era sua atribuição descobrir problemas. O Banco Fator e a empresa de consultoria KPMG foram contratados pela Caixa para avaliar a situação do Panamericano.

sem venda. O encontro de sexta-feira foi uma espécie de reunião informal do conselho do banco, que tomará posse no próximo dia 29. Maria Fernanda será a presidente do conselho do Panamericano. Ela rebateu os rumores de que o Panamericano pode ser vendido rapidamente. De acordo com Maria Fernanda, o banco só será vendido após seu saneamento e recuperação. A avaliação da Caixa é que a venda, agora, derrubaria o preço do banco.

O novo presidente do Panamericano, Celso Antonio da Costa, também participou do encontro. Segundo relato dele na reunião, a sangria de clientes foi estancada. Antonio da Costa também disse que não há descobertas sobre novos rombos, uma das preocupações da Caixa.


Caixa ajudará na recuperação do banco - Jornal do Commércio do Rio de Janeiro

Auditoria no setor público: motolâncias

Auditoria do Sistema Nacional de Auditoria (Denasus), órgão de fiscalização do Ministério da Saúde, aponta que a aquisição de motolâncias (motocicletas equipadas com equipamento de primeiros socorros, para atendimentos rápidos) pelo Serviço de Atendimento Móvel de Emergências (Samu) 192 transformou-se em porta aberta para toda sorte de irregularidades. O documento obtido com exclusividade pelo GLOBO mostra que 400 motolâncias, adquiridas em 2008 por R$6 milhões, foram entregues sem condições de salvar um infartado ou mesmo de auxiliar no primeiro atendimento a vítimas de acidentes de trânsito. Também há suspeita de superfaturamento para a realização de evento em Brasília com o objetivo de promover o programa, além de pagamentos não explicados pelo trabalho de supostos consultores técnicos.

Segundo a auditoria, os veículos adquiridos para dar mais velocidade ao atendimento chegaram ao destino sem desfibrilador, oxímetro e cilindro de oxigênio, descumprindo a portaria 2.971 do Ministério da Saúde, que regulamenta o atendimento por motolâncias. Aliada à dificuldades para formar condutores (que têm que ser paramédicos), a entrega das motos “peladas” fez com que inúmeros equipamentos ficassem parados ou estocados, alguns até hoje.

Em Brasília, a rede Samu recebeu 22 motos, mas só usa dez. O coordenador dos motociclistas de atendimento de urgência, Marcos Machado, diz que os 12 aparelhos parados integram a “reserva técnica”. Para compensar a falta dos equipamentos elementares de atendimento, o coordenador deu um “jeitinho”:

— O Ministério da Saúde não entregou os equipamentos nem aqui nem em nenhum outro lugar. As nossas motos foram equipadas com o material que tinha no almoxarifado, que eu adaptei. Hoje, conseguimos fazer os atendimentos graças a isso, garantindo bons resultados.

Machado explica ainda que para o sistema dele funcionar é preciso acionar sempre duas motos ao mesmo tempo.

— Como não há espaço para tudo, o oxigênio e o desfibrilador seguem numa moto. Na outra, nós levamos o restante do material — diz.

Enquanto Brasília tem uma “reserva técnica” superior à frota rodando, em Goiânia (GO) faltam motolâncias. As 11 motos que a prefeitura recebeu entraram em operação em março deste ano, após um ano e meio mofando na garagem.

— Agora, estamos com todas as motos na rua. São cinco equipes. Até já pedimos mais ao ministério — informa.

Suspeita de superfaturamento em transporte de motos

As motos que chegaram a Goiânia e Brasília fazem parte de um lote de 51 motolâncias entregues em 2008 pela Rontam, montadora de Tatuí (SP), ao Ministério da Saúde. Essas motos foram usadas em cerimônia realizada no pátio do ministério, em dezembro desse ano, para promover o sistema. O seu transporte de São Paulo a Brasília custou R$51 mil, R$1 mil por unidade.

Mas, inicialmente, o preço orçado para o transporte era de R$430 por unidade. O novo valor foi questionado em troca de e-mails entre servidores da Saúde. Os auditores constataram “indicativos de superfaturamento” e recomendaram investigação para apurar “responsabilidade e reparação do suposto prejuízo ao erário”. Até hoje, entretanto, nenhum processo administrativo foi instaurado.

Para o evento, o ministério gastou R$12 mil com a montagem do aparato para a entrega simbólica das motolâncias. Mas os auditores não encontraram documentos básicos, como as notas fiscais dos serviços.


Motolâncias levam irregularidades na garupa - 22 Nov 2010 - O Globo - Roberto Maltchik

21 novembro 2010

Rir é o melhor remédio

A diferença que faz um bigode. Fonte: aqui

Mario Bros

Salvador Dali

Einstein

Fred Mercury

Karatê Kid

Stalin

Gandhi

Perda da Caixa

Quando a Caixa Econômica Federal comprou 35,5% do Panamericano por R$ 740 milhões, em novembro de 2009, o banco de Silvio Santos valia R$ 2,1 bilhões na Bolsa de Valores de São Paulo. Na última quinta-feira, o chamado valor de mercado havia desabado para R$ 1,2 bilhão. Ou seja, só nesse item, a instituição controlada pelo governo federal perdeu mais de R$ 320 milhões - diferença entre a participação de 35,5% em relação a R$ 2,1 bilhões e a R$ 1,2 bilhão.

Uma das várias questões que intrigam o mercado no caso Panamericano é o fato de o banco ter conseguido dois grandes aportes de capital quando aparentemente já enfrentava problemas. Segundo o Banco Central (BC), há indícios de que as fraudes contábeis começaram há cerca de quatro anos, ou seja, em 2006. Mas não é só isso. Rumores sobre a solidez do banco eram correntes há alguns anos.

Ainda assim, o Panamericano conseguiu levantar quase R$ 800 milhões em uma abertura de capital (IPO, na sigla em inglês) realizada em novembro de 2007. Somando a compra pela Caixa e o IPO, está se falando de R$ 1,5 bilhão.

A abertura de capital foi coordenada por três instituições bastante ativas no mercado de capitais brasileiro: UBS Pactual (hoje BTG Pactual), Bradesco BBI e Itaú BBA. Antes de efetuar a compra de parte do Panamericano, a Caixa foi assessorada pelo Banco Fator e pela KPMG. “Como tanta gente qualificada não conseguiu ver nada?”, indaga uma fonte que pediu para não ser identificada.

O Estado procurou todos os envolvidos. Com exceção do Fator, que designou um porta-voz para explicar a assessoria para a Caixa, os outros se pronunciaram por meio de notas.

Principal coordenador do IPO, o BTG Pactual diz que “seguiu os mesmos procedimentos adotados nos demais processos de abertura de capital”. O Itaú BBA afirma “que se serve de informações públicas e auditadas como base para todos os negócios que assessora”. Completa o Bradesco BBI: “Faz parte dos processos de IPO um relatório de empresa de auditoria especializada, o que ocorreu no caso em questão (foi a Deloitte)”.

A KPMG diz que “os limites do trabalho executado, bem como das informações disponibilizadas no data room (um banco de dados com informações do Panamericano), não permitiriam a detecção dos fatos ora noticiados pela imprensa como irregularidades”.

O diretor do banco de investimentos do Fator, Venilton Tadini, afirma que a instituição se baseou nas informações fornecidas pelo Panamericano. Segundo ele, o “escopo” do trabalho era fazer a chamada due diligence (análise e avaliação detalhada de dados e documentos de uma empresa) a partir de “informações primárias apresentadas pelo Panamericano”. Como tais informações se têm revelado falsas, Tadini afirma que o Fator estuda processar o Panamericano.

Crise de 2008. O interesse da Caixa pelo Panamericano surgiu após a eclosão da crise internacional, em setembro de 2008. Na ocasião, os bancos médios brasileiros sofreram com falta de liquidez. Para evitar uma quebradeira em série, o governo (principalmente via Banco Central) adotou uma série de medidas. Uma delas, de 22 de outubro de 2008, autorizava o Banco do Brasil (BB) e a Caixa a comprar instituições em dificuldades.

O BB foi rápido. Em janeiro do ano seguinte, adquiriu metade do Banco Votorantim. A instituição da família Ermírio de Moraes sofria uma crise de confiança. O mercado não sabia o prejuízo que havia apurado com as operações que ficaram conhecidas como derivativos tóxicos (empresas que apostaram na alta do real ante o dólar e foram pegas no contrapé com a disparada da moeda americana). Uma dessas companhias era a VCP, braço do grupo na área de papel e celulose.

A Caixa demorou um pouco mais para agir. Negociou durante meses com o Panamericano, até divulgar publicamente a compra de metade do capital votante do banco de Silvio Santos. Foi a primeira aquisição realizada na história da Caixa.

Um ex-presidente do BC avalia que a falta de experiência nesse tipo de negócio prejudicou a Caixa. Segundo ele, a diretoria do BB é mais acostumada com aquisições. Portanto, ele argumenta que a chance de entrar em uma roubada é, ao menos em tese, menor que a da Caixa.

Se a Caixa pecou pela falta de experiência ou não, só o tempo vai dizer. Mas uma coisa já é certa: a oposição quer explicações sobre o caso e vai tentar usá-lo para que o governo Dilma Rousseff comece sob fogo cerrado. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado convidou o BC, a Caixa, a Deloitte (auditoria do Panamericano) e a KPMG para uma audiência pública na próxima quarta-feira.

Em um discurso inflamado na semana passada, um dos líderes oposicionistas, o senador Antonio Carlos Júnior (DEM-BA), fez pesadas críticas à compra do Panamericano pela Caixa. “Quem tem culpa nisso? (A Caixa) pagou por ativos que não existiam e também pelas receitas decorrentes de ativos que não existiam”, afirmou. Procurada, a Caixa não se pronunciou.


Caixa perdeu mais de R$ 320 milhões no Panamericano - Leandro Modé - 21 Nov 2010 - O Estado de São Paulo