Translate

17 novembro 2010

Conflito de interesse

O Banco Fator, contratado pela Caixa Econômica Federal para avaliar o PanAmericano, era na ocasião administrador e gestor de um Fundo de Investimentos em Direitos Creditórios (Fidc) da instituição financeira do Grupo Silvio Santos. Essa vinculação, segundo o procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), Marinus Marsico, configura conflito de interesses, e a Caixa deveria ter observado isso. Analistas do mercado chamam a atenção para a questão da transparência. Ontem ainda circularam rumores sobre uma possível venda do PanAmericano, o que levou suas ações a subirem mais de 6%.

O fundo, denominado Fator Autopan e criado entre 2006 e 2007, era composto por quotas oriundas de carteiras de veículos (empréstimos concedidos pelo PanAmericano), com valor inicial de R$200 milhões. O Fator foi contratado no início de 2009 e o Fidc, encerrado em 30 de abril deste ano.

— Está claro que, em alguma esfera da hierarquia, haverá conflito de interesses — afirmou o presidente da EFC Engenheiros Financeiros & Consultores, Carlos Coradi.

— Não tenho dúvida de que houve conflito de interesses — disse um auditor interno da Caixa, que não quis se identificar.

Segundo analistas, BMG é candidato natural à compra

Para Mauro Mattes, da Corretora Concórdia, o ideal seria que o serviço tivesse sido feito por outra empresa, mesmo ligada ao Fator. Já o advogado Marcelo Freitas, sócio do escritório Siqueira Castro, diz que, havendo segregação de pessoas, informações e banco de dados, não há conflito de interesses. Mas lembra que nem sempre isso é transparente:

— É uma linha muito tênue.

O procurador do TCU disse que vai aguardar o resultado da fiscalização do Banco Central (BC) sobre o PanAmericano para tomar providências.

O Fator argumenta que a avaliação do PanAmericano foi feita pelo setor de Fusões e Aquisições, não pelo de Gestão de Administração de recursos de terceiros. E afirma que o Fidc tinha regras específicas, quotas definidas e prazo para encerrar.

Indagada se sabia que o Fator administrava um fundo do PanAmericano e sobre o porquê de não ter feito uma licitação, a Caixa disse que a contratação foi autorizada pela lei 11.908/2008.

Os rumores sobre a venda da participação do Grupo Silvio Santos no banco puxaram ontem as ações do PanAmericano na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). Os papéis preferenciais (PN, sem direito a voto) chegaram a subir 6,72%, fechando a R$4,97, alta de 4,41%.

Para o economista João Augusto Salles, da consultoria Lopes Filho & Associados, a venda seria um caminho natural, e bancos de médio porte seriam os prováveis candidatos. Mas ele não prevê acordo a curto prazo:

— Quem comprar vai querer pagar um valor inferior aos R$2,5 bilhões tomados de empréstimo, o que vai prolongar as negociações — disse Salles, para quem o BMG seria um candidato natural por buscar escala no mercado de crédito consignado.

Em cartas, telespectadores mostram solidariedade ao SBT

Em nota, o BMG afirmou não ter informações sobre o PanAmericano. Mas disse estar “aberto a novas oportunidades”. A Caixa afirmou que os rumores não procedem. O BC disse que não recebeu comunicado.

Os novos executivos do PanAmericano informaram ontem que a Deloitte, contratada para auditar os balanços do banco, continua trabalhando normalmente nos números do terceiro trimestre. E asseguraram que ela tem recebido normalmente pelos serviços, o que foi corroborado pela própria Deloitte.

Isso desmente rumores de que a empresa de auditoria teria sido afastada e deixado de receber pelo menos R$1,6 milhão após a descoberta do rombo de R$2,5 bilhões no PanAmericano.

O balanço trimestral do PanAmericano deveria ter saído ontem, mas, com os problemas apontados pelo BC, não tem prazo para ser publicado, segundo os novos dirigentes do banco. Estes não comentaram os rumores sobre o BMG e disseram que isso deveria ser tratado com o Grupo Silvio Santos. Procurado, este não se manifestou.

O SBT informou estar recebendo “muitas cartas e e-mails” de telespectadores se solidarizando com Silvio Santos pelos problemas financeiros do grupo e oferecendo ajuda.


Fator administrava fundo do PanAmericano - 17 Nov 2010 - O Globo
Geralda Doca, Bruno Villas Bôas e Ronaldo D’Ercole

Microfinanças no Brasil

Um estudo elaborado pelo Economist Intelligence Unit (EIU) sobre o setor de micro finanças em 54 países em desenvolvimento mostra a evolução do setor. O Brasil aparece em 26o. lugar, numa lista comandada pelo Peru.

16 novembro 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Teste $381

Pagaram 6 mil dólares por um chinelo. Qual a relação com a contabilidade? O chinelo pertenceu a uma figura, conhecida por envolver-se numa fraude contábil. O dinheiro arrecadado com o leilão, que obteve 2 milhões de dólares, será destinado as vítimas da fraude de:

Charles Prince, do Citibank
Madoff, do fundo de investimento do mesmo nome
Skilling, da Enron

Resposta do Anterior: ISO 19011 - Fonte: aqui

Links

As nações mais desenvolvidas do mundo

Arte no pão

Mapa animando: mil anos de fronteiras na europa

Casino e falência

A solução do Panamericano


O empréstimo de R$ 2,5 bilhões do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) garantido pelos bens do empresário Silvio Santos transformou o Banco PanAmericano numa exceção entre as instituições financeiras que tiveram problemas nos últimos anos. O caso foi resolvido depressa, os depositantes não perderam dinheiro e preservou-se o sistema financeiro.

Isso não ocorreu com os bancos estaduais e nas diversas quebras de bancos privados, como Econômico, Nacional, Bamerindus e Banco Santos (quadro abaixo). Os ativos e passivos dos bancos que sofreram a intervenção do Banco Central caíram nas costas da viúva. Não há dados consolidados, mas as barbeiragens dos banqueiros custaram R$ 130 bilhões desde 1994, algo como 2,5% do PIB.

Isso inclui programas como o Proer e o Proes, lançados logo após o Plano Real para evitar o colapso do sistema financeiro nacional. As 53 instituições em processo de liquidação tornaram-se problemas quase insolúveis. O BC tem de analisar os números e cobrar e pagar o que for possível.

O processo é caro, e tem de ser custeado pela massa falida do banco. O Proer custou R$ 44 bilhões aos cofres públicos e apenas R$ 17 bilhões foram recuperados. No Proes, dos bancos estaduais, a União colocou R$ 90 bilhões e não há ideia de quanto será recuperado. Os processos de liquidação mais antigos foram iniciados há décadas e só serão finalizados quando as infindáveis pendências judiciais forem resolvidas. Esses procedimentos são conduzidos por liquidantes designados pelo BC, em geral seus funcionários aposentados.

Hoje, só o Bamerindus quitou suas dívidas com o Proer, um passivo de R$ 2,7 bilhões assumido pelo FGC em 2009. Nesse aspecto, a solução para o PanAmericano não é apenas inovadora como também mais benéfica para os cofres públicos. Com o tempo, pode se tornar um produto de exportação brasileiro, assim como a declaração online do Imposto de Renda e as urnas eletrônicas.


Um modelo inovador - Por Rodolfo Borges e Rodrigo Queiroz - Isto é Dinheiro

IFRS na Klabin

A Klabin, maior produtora brasileira de papéis para embalagens, antecipou em um trimestre a adoção das normas contábeis do International Financial Reporting Standards (IFRS) e surpreendeu os investidores com um ajuste de quase R$ 2,3 bilhões em seu patrimônio líquido, decorrente de importantes atualizações no valor de seus ativos.

Ao divulgar o balanço do terceiro trimestre, a companhia revelou aumento de R$ 3,3 bilhões em seus ativos a partir da adoção dos novos critérios contábeis, que tiveram impacto principalmente no valor de terras e florestas e na estimativa de vida útil dos ativos. "Com esses ajustes, que também têm impacto no ativo permanente, mudou o patrimônio líquido", explicou o diretor financeiro e de relações com investidores da companhia, Antonio Sérgio Alfano.

Antes dos ajustes, o patrimônio líquido da Klabin somava, ao fim de setembro, R$ 2,53 bilhões. Com a adoção das normas, passou a R$ 4,82 bilhões, influenciado pela adoção do valor justo dos ativos biológicos, que elevou de R$ 860 milhões para R$ 2,5 bilhões o valor das florestas; do custo atribuído às terras, que passaram de R$ 262 milhões para R$ 1,95 bilhão em valor de mercado; e da reavaliação da vida útil dos ativos.

"Foi um trabalho de consistência muita grande", disse o diretor-geral da Klabin, Reinoldo Poernbacher. "Imagine o que é apurar o valor de mercado de toras [de madeira] de diferentes diâmetros e de áreas florestais com características muito distintas", acrescentou. Ainda assim, a Klabin cumpriu a jornada de adoção do IFRS antes do previsto e optou pela adoção das normas, obrigatórias para os resultados do fim do ano.

Também o lucro líquido da Klabin no terceiro trimestre acabou por refletir a mudança. Segundo a companhia, antes dos ajustes, o resultado final seria positivo em R$ 186 milhões - com adoção das regras, o lucro líquido ficou em R$ 226 milhões, comparável a R$ 67 milhões, já ajustado, no segundo trimestre e a R$ 125 milhões em igual intervalo de 2009.

Sob o aspecto operacional, o desempenho da Klabin também indicou um trimestre melhor do que os anteriores. No intervalo, foram dois recordes: de receita líquida e volume de vendas. De julho a setembro, a receita da companhia, incluindo madeira, totalizou R$ 983 milhões, o equivalente a crescimento de 31% na comparação com um ano antes e de 9% ante o segundo trimestre. As vendas em volume, por sua vez, alcançaram 436 mil toneladas (sem levar em conta os negócios com madeira), 8% acima do verificado no terceiro trimestre de 2009 e 1% maior do que o registrado no intervalo imediatamente anterior.

De acordo com Poernbacher, a percepção da companhia é a de que os fundamentos do mercado seguem positivos, especialmente para os negócios domésticos, ao longo do próximo ano. "Estamos otimistas", comentou.

No terceiro trimestre, o mercado interno absorveu 71% do volume total de vendas da Klabin, ou 308 mil toneladas sem considerar madeira, com expansão de 17% na comparação com o mesmo intervalo de 2009. As exportações, por outro lado, caíram 9% na mesma base de comparação, para 128 mil toneladas. Nessa linha, o destaque ficou por conta do incremento das vendas para países da América Latina, região que vem ganhando peso nos embarques da Klabin.

Conforme balanço da companhia, o lajida (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) trimestral de R$ 252 milhões foi o maior para o ano, 27% acima do verificado no terceiro trimestre de 2009. A margem lajida, contudo, ficou 1 ponto percentual menor na mesma comparação, em 26%.

Nos nove meses encerrados em setembro, a Klabin executou investimentos de R$ 248 milhões. Até o fim do ano, os desembolsos devem chegar a R$ 350 milhões ou R$ 370 milhões, de acordo com Alfano. A Klabin ainda não fechou seu orçamento para 2011, porém a expectativa é a de que os investimentos variem entre R$ 400 milhões e R$ 500 milhões.


IFRS turbina balanço da Klabin - Por Stella Fontes 12/11/2010 Valor Economico via Alexandre Alcantara