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15 outubro 2010

Teste #367

Já divulgamos neste blog questões relacionadas a contabilidade do clube de futebol Barcelona. Existem alguns questionamentos aos resultados divulgados durante a gestão do ex-presidente Laporta (de 2003 a 2010 presidente do Barcelona). Laporta, defendendo sua gestão no clube, chamou a contabilidade por um nome diferente:

"balance positivo"
"contabilidad creativa"
"creatividad de rosea"

Resposta do Anterior: lavagem de dinheiro. Fonte: Cesan patrocinio a líder de fútbol colombiano por caso de lavado de activos. Agence France Presse 13 de outubro de 2010

Contabilidade em Espinho

Eis um texto interessante sobre a contabilidade pública numa cidade de Portugal

A dívida da Câmara de Espinho, em 31 de Outubro do ano passado, ascendia a quase 50 milhões de euros, cerca de mais 7,5 milhões do que o actual Executivo liderado pelo social-democrata Pinto Moreira estava a contar.

O valor foi detectado numa auditoria encomendada pela Câmara à empresa Deloitte [1], depois do vice-presidente Vicente Pinto, em Dezembro do ano passado, ter detectado a existência de despesas facturadas à Câmara no valor de cerca de 600 mil euros, sem que existissem para o efeito os processos administrativos de aquisição.

Através da auditoria, detectou-se que existem 7,5 milhões de euros que não foram, pura e simplesmente, reconhecidos na contabilidade da Câmara de Espinho [2].

O resultado do trabalho da Deloitte foi dado a conhecer exactamente na mesma altura em que vieram a lume os resultados de mais duas auditorias, desta feita, levadas a cabo pela Inspecção-Geral de Finanças (IGF(. Ambas com incidência ainda sobre a gestão encabeçada pelo actual governador Civil de Aveiro, o socialista José Mota.

Duas auditorias das Finanças

Na auditoria, de carácter financeiro e referente ao triénio 2006/2008, a IGF apurou "um sistemático empolamento das receitas orçamentais, em particular as de capital, permitindo a realização de despesas em 2008 no valor de 11 milhões de euros para cujo pagamento não existiam meios monetários disponíveis".

Na segunda auditoria feita pela IGF, em 2009, mas referente a 2008, nesse caso sobre o controlo das políticas tributárias, concluiu-se que os serviços municipais desconheciam o paradeiro de 858 processos de contra-ordenação pendentes e que mesmo depois de concluídas as verificações continuaram desaparecidos 317.

Tal falta de controlo levou a que os cofres da Câmara Municipal de Espinho perdessem uma soma de 84,4 mil euros respeitantes a tarifas de água, saneamento e resíduos sólidos, cujos processos prescreveram.


NATACHA PALMA - Auditoria eleva dívida da Câmara para 50 milhões - 14 Out 2010 - Jornal de Notícias [3]

[1] Empresa privada de auditoria
[2] Ou seja, não foram lançadas contabilmente
[3] Achei interessante o título da reportagem. Parece que a auditoria foi responsável pela dívida, quando na verdade somente revelou o valor real.

Plano de Contas do Setor Público

O principal objetivo do Plano de Contas Aplicado ao Setor Público (PCASP), é uniformizar as práticas contábeis públicas. Consolidado em 2010 pela Secretaria do Tesouro Nacional (STN), é considerado um avanço da contabilidade pública e promete benefícios para toda a classe contábil e para a sociedade.

A padronização de um plano de contas tem sido considerado o principal benefício do PCASP. Segundo o coordenador geral de normas de contabilidade da Secretaria do Tesouro Nacional (STN), Paulo Henrique Feijó: “Com um plano de contas padronizado, o trabalho dos contadores será facilitado, pois o nível de disseminação da informação e assimilação das mudanças será maior e os contadores poderão falar a mesma linguagem”.

O processo de padronização auxila na comparabilidade. Se todos os estados fizerem contabilidade do mesmo jeito, será possível comparar a situação entre eles. Por outro lado, a padronização da contabilidade é uma Tendência mundial. Assim, uma empresa multinacional não precisará adaptar seus balanços, deixando o processo contábil mais simplificado.

O contador e administrador Wellington Silva, trabalha há mais de 10 anos com contabilidade pública. Para ele, o principal benefício e também um grande desafio do PCASP é a atualização dos profissionais: “É preciso estudar. Muitos contadores precisarão abrir os livros, fazer pesquisa e até mesmo voltar as faculdades para tentar absorver e se atualizar dos novos conceitos que serão aplicados a contabilidade pública”.

Esses novos conceitos precisam ser interpretados pelo contador e refletidos no lançamento contábil. O plano de contas vai auxiliar o profissional a assimilar esses conceitos e colocá-los em prática. Para Paulo Henrique Feijó, “o grande diferencial do plano de contas é ser um instrumento que vai transformar em prática a teoria que vem sendo discutida”, afirma o contador.

A Sociedade será de fato a maior beneficiada com o processo de padronização das contas públicas. A transparência contábil promovida pela padronização será um instrumento contra a corrupção. O sócio-diretor da ASPEC, empresa desenvolvedora de softwares na área de gestão pública, Luciano Peixoto, acredita nisso. “Quando a União, os estados e municípios fizerem contabilidade do mesmo jeito, será possível comparação desses lançamentos contábeis. Consequentemente, haverá mais transparência no uso do dinheiro público”, diz Luciano.

O PCASP é um dos principais marcos da contabilidade pública, pois muda a organização das informações contábeis. É uma mudança que aproxima a contabilidade pública da contabilidade comercial trazendo um novo modo de fazer contabilidade.

Mais sobre o PCASP:

O Tesouro Nacional promoveu mais uma Ação do seu Planejamento Estratégico no sentido de padronizar os procedimentos contábeis entre os entes da Federação (União, Estados, DF e Municípios), visando a consolidação das contas públicas e a sua convergência metodológica e conceitual às Normas Internacionais e às Normas Brasileiras de Contabilidade Aplicadas ao Setor Público, conforme estabelecem a Portaria MF 184/2008 e o Decreto 6.976/2009. Esta iniciativa apoiará o processo de construção dos Planos de Contas por parte dos Estados, Distrito Federal e Municípios.”

O PCASP será obrigatório em 2012 para a União, Estados e Distrito Federal e 2013 para os municípios.


PCASP representa modernização para a contabilidade pública
Por Tiago Vieira - Portal da Classe Contábil

Novo presidente do Iasb

O presidente eleito do Conselho Internacional de Normas de Contabilidade (Iasb, na sigla em inglês) está seguro de que uma rixa transatlântica em torno dos métodos de avaliação de empréstimos e outros instrumentos financeiros ainda poderá ser equacionada, impulsionando planos para harmonizar demonstrações financeiras por todo o mundo.

Hans Hoogervorst disse ontem que, em sua opinião, os Estados Unidos adotarão os Padrões Internacionais de Demonstrações Financeiras (IFRS, na sigla em inglês) apresentados pelo Iasb no lugar dos Princípios Contábeis Amplamente Aceitos (Gaap, a sigla em inglês) dos EUA, sua própria norma.

"Companhias americanas de grande porte têm muito a ganhar [com uma transição para o IFRS]", ele disse.

Hoogervorst, um ex-ministro das Finanças holandês, foi indicado como o homem que substituirá sir David Tweedie no comando do Iasb, quando o escocês deixar o cargo em meados de 2011.

Sir David tem sido uma das forças motrizes por trás de uma tentativa de tornar o IFRS - o sistema seguido pelas companhias registradas em bolsa na União Europeia e por um número crescente de países na Ásia e na América Latina - intercambiável com o Gaap dos EUA.

O objetivo é facilitar para os investidores comparar companhias internacionalmente e, dessa forma, reduzir o custo do capital para os empreendimentos. Os EUA decidirão em 2011 se passarão para a IFRS. O plano de convergência que Hoogervorst herdará no ano que vem, porém, foi minado por abordagens divergentes em relação à reforma da contabilidade dos instrumentos financeiros nos dois lados do Atlântico.

O Conselho de Padrões de Contabilidade Financeira dos EUA (Fasb, na sigla em inglês), que fiscaliza o Gaap dos EUA, sugeriu um modelo segundo o qual bancos e outras entidades seriam obrigados a usar mais contabilidade pelo valor justo - também conhecida como marcação a mercado - para seus ativos financeiros.

A proposta provocou protestos nos EUA. O Iasb, com sede em Londres, por outro lado, prefere uma abordagem menos polêmica, que não tem a mesma ênfase sobre valor justo.

Em meio a rumores de que o Fasb possa suavizar a sua posição, Hoogervorst disse ao "Financial Times" que um denominador comum poderia ser alcançado pelos dois formuladores de normas nesse tema estratégico.

"Para mim não é um resultado inevitável que no fim haja mais divergência do que convergência [sobre instrumentos financeiros]. Acredito que os dois sistemas possam se aproximar bastante", ele disse.

Ao ser questionado sobre se os EUA adotariam o IFRS, ele respondeu: "Penso que sim". Ele não quis dizer, porém, o que poderia acontecer se o país não agisse assim, argumentando que ele se recusou a pensar sobre aquele cenário particular.

Sir David tem sido mais acessível a respeito desse tema, sugerindo recentemente que uma recusa ou isolaria os EUA ou enfraqueceria o poder de atração do IFRS como um padrão internacional na Ásia e América Latina.

Hoogervorst é o principal dirigente do órgão regulador dos mercados financeiros holandeses. Mas apesar de possuir experiência financeira de alto nível, ele não é um contador profissional.

Ele argumenta que a presente situação não lhe é estranha, dizendo que sua carreira política envolveu um período como o primeiro ministro da Saúde holandês que não tinha uma formação médica.

"O fato de eu ter sido capaz de analisar o mundo médico com um novo olhar foi uma importante contribuição para o meu sucesso como ministro da Saúde", ele disse, admitindo, porém, que ainda enfrenta uma acentuada curva de aprendizagem no seu novo cargo.

A nomeação de um ex-ministro para o cargo máximo no Iasb é um reconhecimento de como a contabilidade se tornou ainda mais uma arena política na esteira da crise financeira.

Hoogervorst, porém, está ansioso para se distanciar do conceito de que as normas contábeis devam ser um instrumento financeiro, em vez de serem usadas para servir investidores.

Ele ressalta que as normas devem ser redigidas independentemente dos políticos, um princípio que nem sempre sobreviveu à pressão de governos no passado.

"O motivo para eu acreditar que eu possa ser eficaz nesse cargo é que eu sei o que é ser diplomático, mas também sei o que é ser determinado", acrescentou
.


Novo chefe do Iasb mostra-se otimista sobre adesão dos EUA - Adam Jones - Valor Econômico - 14/10/2010

Conflito de interesse?


Estes são tempos difíceis para os contadores. Dados recentes relativos às receitas de duas das quatro grandes empresas de contabilidade mostram pequena redução. Seus negócios de auditoria e consultoria fiscal estão estagnados. Mas a consultoria é flutuante. Receitas de consultoria da PWC, anunciada em 4 de outubro, subiu 7,9% entre 2009 e 2010. Deloitte Touche Tohmatsu cresceu 14,9%. Ernst & Young cresceu modestos 2%, mas a tendência é clara. Para os quatro grandes, que também incluem a KPMG, isto agora gera entre um sexto e um terço da receita global, e este número está crescendo.

Algumas pessoas acham isso preocupante. Na América, os contadores estão proibidos de fornecer a maioria dos serviços de não-auditoria a empresas que auditam. Em outros países, no entanto, as regras são menos rígidas.

Na Grã-Bretanha, as empresas podem realizar "auditoria interna" para uma empresa, que envolve dar alguns conselhos, e ao mesmo tempo realizar a sua tradicional de auditoria externa. A KPMG, por exemplo, no ano passado venceu a corrida para fornecer serviços a Rentokil, uma empresa britânica de controle de pragas. Tal acordo seria ilegal na América.

Alguns acadêmicos argumentam que fazer uma auditoria interna traz ao auditor mais conhecimento sobre o cliente e, portanto, faz dele um auditor externo melhor. O chefe do Institute of Internal Auditors discorda: diz que tem "potencial para causar sérios conflitos de interesse". A KPMG insiste que pode manter as duas funções adequadamente distantes. Para PWC (anteriormente PricewaterhouseCoopers), na Grã-Bretanha, a consultoria é quase tão grande (£ 804m), como auditoria (£ 893m). (...)


Accountancy firms - A conflict of interest? – The Economist - 14 outubro 2010 | NOVA IORQUE

Câmbio


A figura mostra que o câmbio está valorizado demais no Brasil. O país é o segundo no índice Big Mac, índice que mede se a taxa cambial está valorizada ou desvalorizada. A revista The Economist toma o preço do Big Mac em cada país e converte em dólar. A seguir, compara com o preço nos Estados Unidos. No Brasil o Big Mac custa o equivalente a 5,26 dólares, em média. Nos Estados Unidos, US$ 3,71. A diferença é de 40% (que aparece no gráfico).

Frase

O IASB insiste que a questão geográfica não foi considerada, mas certamente ajuda ele ser do continente europeu, que deve ser aceitável para Grã-Bretanha e América.

Revista The Economist, sobre o novo presidente do Iasb (The IASB's new leaders - Double entry - 14 out 2010