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13 outubro 2010

Presentes

Dicas para não estourar o orçamento no Natal:

1. Faça uma lista com o nome das pessoas que quer presentear e uma estimativa para o valor máximo que pretende gastar com cada item.

2. Caso a lista tenha ficado grande demais, pense em alternativas para reduzir o número de presenteados — como um presente único para uma família ou a adoção de amigo oculto (ou secreto) para um grupo de amigos ou parentes.

3. O preço dos presentes deve ser estabelecido de acordo com seu orçamento. É importante resistir a gastar além de suas possibilidades. A criatividade pode ser uma boa aliada para a economia, já que pequenas lembranças podem agradar tanto quanto presentes mais caros.

4. Faça uma pesquisa na internet e nas lojas antes de começar as compras. Compare preços e peça descontos para compras à vista ou em quantidade.

5. Quanto antes começar as compras, maior será a chance de encontrar preços mais baixos e maior variedade de produtos.

6. Se por acaso encontrar um presente que goste muito, mas que ultrapassa o limite estabelecido, faça um esforço para descontar a diferença em outro item.

7. Comece desde já — no salário de outubro — a separar algum dinheiro para as compras de Natal. É melhor parcelar os gastos antes de dezembro.

8. Os ingredientes da Ceia de Natal também podem afetar, e muito, o orçamento. Itens que não são perecíveis podem ser comprados com antecedência com preços menores, como bebidas e azeite. Nozes e aves típicos de Natal começam a aparecer com mais força nas prateleiras nas próximas semanas.

9. Na véspera do Natal, alguns supermercados podem fazer promoções. Mas, neste caso, há risco de não se encontrar exatamente o que queria. Avalie a melhor opção.

10. Resista à tentação de ultrapassar os limites que estabeleceu. Lembre-se que o início de ano reserva gastos extras, como matrícula escola, IPTU e IPVA. Com isso, dívidas acumuladas no Natal podem acabar se arrastando por todo o primeiro semestre do ano seguinte.


Dez dicas para não passar dos limites - 4 Out 2010 - O Globo

Acrescento mais uma: se for economista, tire cópia do artigo da AER que prova que presentear é irracional.

Goodwill

O Financial Times faz um questionamento interessante sobre a contabilidade recente das grandes empresas. A crise financeira recente deveria influenciar o goodwill das empresas. Através do teste de imparidade, as empresas deveriam descontar o fluxo de caixa futuro dos negócios que foram adquiridos no passado. Neste caso, uma crise implicaria em novas estimativas de fluxos de caixa, com menores valores, que conduziria a necessidade de reduzir o valor do ativo. Isto teria, obviamente, com reflexos no resultado.

Entretanto, uma análise nas maiores empresas européias revela que de um gasto entre 2005 a 2008 de 1,7 trilhões de euros em aquisições, que significa um goodwill de 900 bilhões de euros, o volume de baixa contábil, ao final de 2009, foi de 32 bilhões de euros. Este é um valor muito reduzido para novos cenários econômicos, que inclui redução na taxa de crescimento das economias européias.

Uma possível explicação diz respeito ao comportamento da taxa de juros. Como o fluxo de caixa futuro estimado deve ser trazido a valor presente, a redução destes valores poderia ser compensada por menores taxas de descontos. Mas este argumento do Financial Times não faz muito sentido, já que ocorreu também um aumento no risco sistêmico. Ou seja, a taxa de desconto provavelmente não reduziu no período.

Talvez a explicação esteja no próximo título do texto do Financial Times: Goodwill Games. Como o teste de imparidade é uma área nebulosa da contabilidade, em momentos de crise, para evitar notícias ruins, as empresas evitam as baixas do seu goodwill.

Leia mais: Goodwill games - 28 Set 2010 - Financial Times - p. 16

Difficulties with valuing and accounting for goodwill - 1 Out 2010 - Financial Times - 10 - D.R. Myddelton.

Remuneração

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) "está adotando todas as providências cabíveis" para reverter a decisão tomada na última sexta-feira pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), que concedeu medida cautelar favorável ao Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (IBEF), suspendendo a divulgação da remuneração de executivos nos balanços das empresas.

De acordo com a assessoria de imprensa da CVM, as providências da autarquia visam "a reversão da decisão judicial que suspendeu provisoriamente os efeitos das decisões unânimes do Tribunal Regional Federal da 2a. Região de revogação da liminar anteriormente obtida pelo IBEF."

A decisão de sexta-feira representa mais um round na batalha jurídica entre a CVM e o IBEF que teve início ainda no primeiro trimestre, com a exigência, pela CVM, via Instrução Normativa, de que as empresas são obrigadas a divulgar a média salarial de toda a diretoria, assim como os valores mínimo e máximo dos salários.


CVM tenta reverter decisão do STJ a favor do IBEF - Por Jacqueline Farid

12 outubro 2010

Convergência, segundo o novo presidente do Iasb

O novo presidente do Iasb não acredita numa convergência total:

Segundo a Reuters (G20 deadline for accounting convergence seen tough, 7/10/2009) a convergência mundial na contabilidade em dois anos é improvável, mas a pressão é útil. O grupo G20 definiu o prazo de 2011 como limite para convergência mundial. Mas segundo
o holandês Hans Hoogervorst, co-chaired do Financial Crisis Advisory Group, a "convergência total não será possível". Ele também afirmou que "Justo valor é de longe o principal problema"


Convergência improvável

Novo Presidente do Iasb é um Holandês


Atenção. Segundo o Journal of Accountancy (Dutch Official to Succeed Tweedie at IASB, 12 de outubro de 2010), o próximo presidente do Iasb será um holandês. Ele irá substituir o polêmico David Tweedie. O nome dele é Hans Hoogervorst. Tweedie irá aposentar em junho de 2011.

Para que imagina que a influência britânica irá reduzir, também foi anunciado o futuro vice-presidente do Iasb, que será o britânico Ian Mackintosh, UK Accounting Standards Board.

Hoogervorst é presidente da Netherlands Authority for the Financial Markets, regulador no mercado da Holanda. Além disto, é presidente da Technical Committee of the International Organization of Securities Commissions (IOSCO, organização que reúne os reguladores do mercado). Juntamente com Harvey Goldschmid, presidiu Financial Crisis Advisory Group, criado durante a crise financeira.

O foco do escolhido é a proteção aos investidores:

“As a securities and market regulator, I have investor protection in my DNA. I strongly believe that a global set of accounting standards, set for investors by an independent standard setter, is an essential component for the world’s financial markets. These will remain my priorities.”


Enquanto o holandês tem uma carreira no governo holandês, Mackintosh tem experiência na Coopers & Lybrand. Mackintosh era o favorito ao cargo, conforme postado anteriormente (aqui e aqui). De certa forma, a escolha representa uma derrota dos franceses, que gostariam de um presidente mais próximo ao usuário governo.

Rir é o melhor remédio


Fonte: New Yorker

Cisco

A Justiça determinou o bloqueio dos bens da Cisco do Brasil no processo em que a companhia é acusada de importação fraudulenta com uso de empresas fantasmas.

Duas delas foram usadas para fazer doação de R$ 500 mil ao PT, na campanha presidencial de 2006, conforme a Folha revelou em 2007.

Com a decisão, a Cisco ficou sem poder movimentar bens e contas bancárias. Recorreu, mas conseguiu liberar somente ativos financeiros. Na última semana, cartórios e juntas comerciais já registravam os bloqueios.

A Cisco é a maior empresa do mundo em equipamentos para redes de computadores. Aparece na 58ª posição no ranking das 500 maiores empresas da revista "Fortune" de 2010. No ano passado, suas vendas somaram US$ 40 bilhões (R$ 68 bilhões).

O congelamento dos bens é o desdobramento de uma das maiores autuações da história brasileira -a Cisco e uma rede de empresas foram multadas pela Receita Federal em R$ 3,3 bilhões devido ao suposto esquema, desvendado pela Operação Persona, realizada pela Polícia Federal em 2007.

A Receita já aplicou multas maiores por sonegação. A Parmalat, por exemplo, foi autuada em R$ 10,7 bilhões, mas conseguiu reduzir o valor para R$ 12 milhões.

Segundo a PF e a Procuradoria da República, a Cisco usava uma rede de empresas fantasmas para importar dos EUA, por valores até 70% abaixo do preço real, equipamentos usados em redes de computadores.

A empresa importou R$ 724 milhões em equipamentos com preços subfaturados, de acordo com a PF.

Em 13 de setembro, a juíza Simone Ribeiro, da 11ª Vara das Execuções Fiscais de São Paulo, acatou pedido da Procuradoria da Fazenda e mandou congelar cautelarmente bens da Cisco, da Mude -distribuidora da Cisco- e de executivos supostamente envolvidos nas importações.

A medida foi tomada, diz a juíza, porque a dívida com a Receita supera em 30% a soma dos bens dos réus, avaliados em R$ 105,3 milhões. O maior patrimônio é o da Cisco, de R$ 49,4 milhões.

DOAÇÃO AO PT

Segundo a investigação da PF, a empresa usou a ABC Industrial e a Nacional Distribuidora de Eletrônicos como biombo para esconder as importações fraudulentas.

As mesmas ABC e Nacional foram usadas para dar R$ 500 mil ao PT porque a lei americana proíbe que corporações daquele país façam doações a partidos.

Após a Folha ter revelado que a companhia articulara a doação ao PT, a Cisco afastou dois funcionários que teriam participado das negociações.

As investigações da PF apontaram indícios de que a doação seria uma compensação para favorecer uma das empresas do esquema, a Damovo, revendedora da Cisco, na disputa por um contrato de R$ 9 milhões com a Caixa Econômica Federal.

Em uma conversa gravada com autorização da Justiça, Sandra Tumelero, então gerente de contas da Cisco que atendia a Caixa, dizia já ter os "recibos" em mãos.

A Polícia Federal apreendeu na época dois recibos, de R$ 250 mil cada um. Estavam com um diretor da Mude.

O então tesoureiro do PT, Paulo Ferreira, confirmou as doações. Em nota, fez a ressalva de que o partido não tinha "obrigação nem possibilidade de aferir se a empresa é suspeita de alguma irregularidade fiscal ou de outra natureza, ou se é investigada pelos órgãos públicos".


Justiça bloqueia bens da Cisco do Brasil - 12 Out 2010 - Folha de São Paulo - José Ernesto Credendio & Mario Cesar CArvalho