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11 outubro 2010

Os culpados

Segundo esta notícia, o autor Nassim Taleb, crítico do mainstream de finanças tem um responsável pela crise financeira: o comitê do prêmio Nobel, que "conferiu legitimidade aos modelos de riscos". Isto inclui os prêmios para Harry Markowitz, Merton Miller & William Sharpe

Dicas para não afundar em dívidas

1. Estabeleça o fim das dívidas como objetivo.

2. Saiba o quanto deve e trace uma estratégia para acabar com o problema.

3. Não avance no limite do cheque especial sem saber quando poderá quitá-lo e não comprometa mais do que 30% de sua renda mensal com dívidas de mais de 30 dias.

4. Avalie a possibilidade de trocar de banco para o pagamento da dívida. Com isso, o novo banco pode quitar sua dívida na instituição financeira anterior e cobrar juros menores. A medida é assegurada pelo Banco Central e proíbe a cobrança de qualquer taxa adicional para fazer a quitação.

5. Renegocie só quando for possível pagar a nova negociação. Caso contrário, combate-se o efeito, mas não a causa.

6. Faça um reserva de emergência. Guarde dinheiro suficiente para três meses de despesas fixas se tiver um emprego estável, ou seis meses se trabalha por conta própria. Em caso de imprevisto, as despesas básicas estarão cobertas, e você ainda terá recursos para oportunidades de consumo.

7. Crie metas para o gasto variável, como supermercado, energia elétrica e água e tenha um custo reduzido com prestações. Isso facilita a administração das contas em caso de imprevistos.

8. Planeje por mês quanto pretende gastar com roupas, cinema, restaurantes e afins, e nunca saia de casa sem estabelecer o que quer comprar e quanto pode gastar.

9. Ignore o comportamento consumista. Tenha apenas uma folha de cheque na carteira, deixe o cartão de crédito escondido em casa e saia com o dinheiro contado.

10. Evite "emprestar" seu nome para que terceiros façam dívidas. Eles provavelmente já estão com problemas de endividamento e não serão bons pagadores.

Fontes: Reinaldo Domingos (educador, terapeuta financeiro e presidente do Instituto DSOP de Educação Financeira); Ricardo Pereira (consultor financeiro e sócio do blog Dinheirama).


Dez dicas para não se afundar em dívidas - Por Flávia Gianini

Nudge


Acima, um dos primeiros exemplos de uso do "nudge" de Thaler. O texto diz:

"Você concorda com a reunificação da Áustria com o Reich alemão, que foi promulgada em 13 de Março de 1938 e irá votar no partido do nosso líder, Adolf Hitler;? Sim, Não"

Fonte: Marginal Revolution

Delação Premiada

A empresária Tânia Bulhões Grendene, principal alvo da Operação Porto Europa, aderiu à delação premiada [1] no processo que responde por fraude em importação. Perante o juiz Fausto Martins De Sanctis, da 6.ª Vara Federal Criminal, ela assinou pacto em que se comprometeu a revelar "atividades ilegais exercidas pelos corréus e doleiros" que teriam participado do suposto esquema desvendado pela Polícia Federal em 2009.

Tânia confessou crimes em audiência na sexta-feira passada, na presença de oito advogados, de uma procuradora da República e o juiz. Ela admitiu que fraudava importações para pagar menos imposto. Disse que abriu nas Ilhas Virgens Britânicas a offshore Nineteen International Corporation, sem comunicar às autoridades brasileiras. Contou que a vantagem com o subfaturamento era suficiente para correr riscos. [2]

Seu império é formado por nove lojas de decoração e oito perfumarias espalhadas por São Paulo, Porto Alegre, Rio, Campinas e Salvador, com faturamento declarado de R$ 50 milhões anuais. A empresária disse que "menos imposto era igual a mais produto" e que "todos os pagamentos eram feitos em dinheiro vivo para os intermediários". Segundo ela, o esquema foi montado por Francisco Carlos Oliveira, o Kiko, consultor de negócios e um dos 14 réus do processo.

O juiz fixou em R$ 1,7 milhão o valor da indenização que ela terá que desembolsar a título de reparação ao Tesouro. Parte desse montante já foi quitado - R$ 537 mil vieram das apreensões em moeda nacional feitas pela Polícia Federal na residência e no escritório comercial de Tânia e R$ 340 mil do leilão de uma Mercedes-Benz. O restante, R$ 822 mil, será repassado a entidades beneficentes. Diante da possibilidade de sofrer restrições de direitos, Tânia se dispõe a prestar serviços comunitários. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.


Empresária Tânia Bulhões admite fraude em importação
Por AE

[1] Isto talvez seja um bom sinal que a justiça está funcionando melhor no país. A delação premiada é interessante quando existe a possibilidade de uma punição maior.

[2] Exemplo de relação custo benefício.

10 outubro 2010

Maquiagem

Os bancos deverão divulgar com detalhes truques de "maquiagem" como as notórias transações "Repo105" do Lehman Brothers, de acordo com as novas leis contábeis internacionais.

O Conselho Internacional de Normas Contábeis (Iasb, na sigla em inglês) publicou regras definitivas ontem, que também exigirão maior exposição de itens fora do balanço nas quais o banco ou companhia ainda mantenham algum vínculo, como quando o comprador tem um direito de revender ou que o próprio banco tenha um direito de readquirir os ativos.

A maquiagem, ou "window dressing" na expressão inglesa, tornou-se um tema litigioso este ano quando se soube que o Lehman Brothers havia deslocado até US$ 49 bilhões dos seus livros no fim de cada trimestre para reduzir os coeficientes de alavancagem financeira, que são acompanhados de perto. As operações foram especificamente projetadas para embelezar as contas relatadas e não tinham lógica econômica.

O banco usava operações de recompra de curto prazo, ou "repo", e oferecia garantia adicional - pelo menos 105% do valor do empréstimo - para permitir prestar contas sobre a transação, pelas regras dos EUA, como uma venda legítima, que removia o ativo dos seus livros até que a operação fosse desfeita depois do término do período de divulgação de relatórios.

Embora as normas internacionais não permitissem que os Repo 105 fossem removidos dos livros contábeis (porque estavam baseados num conceito distinto em relação aos padrões dos EUA), as novas normas obrigarão os bancos a divulgar qualquer "quantia desproporcional de transações de transferência", como outras operações repo, que são realizadas perto do fim de um período de apresentação de relatórios. Mais de cem países seguem, ou estão adotando, as normas contábeis internacionais, incluindo todos os membros da União Europeia, Japão, Canadá, Austrália, Coreia do Sul e Brasil.

"As normas ajudarão os investidores a entender melhor os riscos de operações fora dos balanços, e a alertar para a possibilidade da ocorrência das chamadas operações de fachada no fim do período de divulgação de relatórios", disse David Tweedie, presidente do Iasb.

No mês passado, a Securities and Exchange Commission (SEC, equivalente à Comissão de Valores Mobiliários) atacou o uso das operações de repo para maquiar resultados, propondo que as companhias divulguem os empréstimos medianos e máximos de curto prazo e explicar qualquer discrepância significativa entre os dois.

O órgão regulador do mercado financeiro dos EUA também respaldou a instituição de diretrizes imediatas para deixar claro que, seja qual for o sentido literal das normas, ele jamais considerou que qualquer companhia tivesse permissão para usar operações, como os repo 105, que foram projetados para mascarar o informe sobre sua condição financeira.

Apesar de o Iasb ter evitado exigir que bancos apresentem as divulgações num formato específico, ele vai impor que elas estejam em um lugar, em vez de dispersas por todas as contas. Ele também sugeriu vários formatos. Isso ainda representa um avanço no grau de detalhamento dos seus padrões, que o organismo tem tentado basear em torno de princípios básicos, para evitar a necessidade de seguir os EUA, onde os legisladores tendem a elaborar normas para cobrir cada situação separada.


Novas Regras Vão Dificultar "Maquiagem" de Balanço - Os bancos deverão divulgar com detalhes truques de "maquiagem". - Fonte: Valor Econômico - Via Contabilidade e Controladoria

É difícil acreditar nisto. Sério candidato ao prêmio do Blog de 2010 esta crença da reportagem.

Rir é o melhor remédio







Lençóis

Índice dos imóveis

O Índice Nacional dos Preços de Imóveis, que está para ser lançado pelo governo federal, ganhou a aprovação de analistas que, no entanto, divergem sobre um possível risco de bolha no setor. Professor de finanças do Ibmec, Nelson de Sousa aprova o novo índice, mas afirma que ainda é cedo para fazer prognósticos. Segundo ele, será preciso avaliar os critérios do governo.

— A ideia é bem interessante, principalmente porque, assim, vamos saber quanto os imóveis estão subindo realmente.

E o economista acrescenta:

— Há, sim, risco de bolha. Em algum momento, o mercado vai construir e não terá mais para quem vender.

Já Miguel de Oliveira, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), acredita que o novo índice pode servir como um termômetro do mercado, mas que não há qualquer risco de bolha:

— Nunca tivemos crédito habitacional. Agora, com a oferta farta, o brasileiro começou a comprar. Não acho que isso seja uma ameaça.

O novo índice poderá substituir a TR (Taxa Referencial), usada, hoje, na correção dos financiamentos habitacionais e na atualização do balanço dos bancos (das garantias da carteira imobiliária).

Para o empresário Rogério Chor, presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário do Rio de Janeiro (Ademi), o índice talvez não traduza a realidade do mercado no país:

— Teremos valores médios, que podem não representar as realidades de cada estado. No Rio, por exemplo, o aumento do preço dos imóveis tem a ver com falta de terrenos.


Analistas divergem sobre bolha, mas apoiam novo índice - 10 Out 2010 - O Globo