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08 outubro 2010

Auditoria

Levantamento feito pelo Valor com as 200 maiores empresas de capital aberto do país por ativos aponta que 102 contrataram a própria firma de auditoria para prestar outros serviços além da checagem dos balanços. Em 18 casos, o pagamento desses contratos extras equivaleu a mais de 50% do montante pago pela auditoria das demonstrações financeiras. Dez empresas pagaram mais por outros serviços do que pela auditoria.

O estudo foi feito com base nos dados dos Formulários de Referência, que passaram a ser divulgados obrigatoriamente este ano. Nos números, não há distinção entre serviços extras relacionados a auditoria e outros tipos de serviços ou consultoria.

A legislação não impõe limite máximo de valor para prestação de outros serviços, sejam eles relacionados a prática de auditoria ou não. A única exigência está ligada à divulgação da informação, quando serviços não relacionados à auditoria representam mais de 5% do preço pago pela auditoria.

As cinco maiores firmas do setor no país - PricewaterhouseCoopers, Deloitte, Ernst & Young, KPMG e BDO - possuem clientes no grupo das 18 empresas em que o peso dos outros serviços foi maior do que 50% em 2009. De menor porte, a Canarim Auditores também aparece na lista, com dois clientes da área de energia.

As regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Conselho Federal de Contabilidade (CFC) não são categóricas sobre quais são os serviços extras proibidos para a firma que faz auditoria de uma companhia aberta.

Existe apenas a vedação genérica para serviços em que haja conflito de interesse e uma lista não exaustiva de exemplos de alguns desses casos, como "avaliação de empresas" e "planejamento tributário".

O julgamento para determinar se há ou não conflito de interesse cabe a cada firma de auditoria, ao analisar o caso concreto, ou ao próprio cliente, já que algumas empresas optam voluntariamente por não contratar os auditores para nenhum outro serviço.

No exterior, a discussão sobre conflito de interesses dos auditores está na pauta do órgão regulador do mercado no Reino Unido. Lá, assim como no Brasil, a proibição de prestação de determinados serviços que à primeira vista causariam conflito de interesses pode ser contornada por meio de salvaguardas, como exigir revisões adicionais do trabalho ou limitar o escopo do serviço. O uso indiscriminado de salvaguardas preocupa o órgão regulador britânico.

Antes da exigência de abertura desse tipo de informação no Formulário de Referência, a única informação sobre os serviços estava ligada à Instrução nº 381 da CVM. Essa norma exige que, quando forem prestados serviços não relacionados a auditoria em valor superior a 5% do que foi pago pela auditoria do balanço, a companhia aberta deve divulgar essa informação no relatório da administração das demonstrações financeiras anuais, informando o valor dos contratos e quanto eles representam dos honorários pagos pelos serviços de auditoria.

O cruzamento das informações prestadas conforme essa exigência da Instrução nº 381 com aquela que aparece no Formulário de Referência pode causar confusão para o leitor do balanço. Muitas empresas que relatam no formulário ter contratado serviços extras da auditoria divulgam informação diferente no balanço.

As auditorias argumentam que as informações pedidas pelas duas normas são distintas. O Formulário de Referência pede o detalhamento de todos os serviços prestados, enquanto a norma anterior fazia referência apenas aos serviços extras não relacionados a auditoria.

E aí surge outra dúvida, que é identificar o que é relacionado ou não à auditoria. Identificação de diferenças entre o padrão contábil brasileiro antigo e o IFRS e uma carta conforto para uma oferta pública de ações, por exemplo, quase sempre são considerados como relacionados a auditoria.

Já laudos de avaliação e auditorias fiscais e contábeis em aquisições aparecem nas duas classificações, dependendo da companhia aberta.

De qualquer forma, a decisão de enquadrar ou não o serviço dentro da Instrução nº 381 é da empresa que elabora o balanço e dos administradores que assinam o relatório da administração.

Questionados sobre a falta de um padrão, os auditores argumentam que relatório de administração, como o próprio nome diz, não é de sua responsabilidade. Eles leem o documento, mas só podem exigir mudanças quando algum dado ali informado for contraditório em relação ao que aparece nas demonstrações financeiras.

Todas as 18 empresas que aparecem na lista do quadro acima cumprem o que exige a legislação, ao dizer no relatório de administração que os serviços prestados foram todos relacionados à auditoria - casos de Fleury, Duratex, Marfrig, Ampla, Santander, Coelce, Hypermarcas, BRB, SLC, Whirlpool, Dufry e CPFL Piratininga - ou dando abertura sobre os casos em que foram prestados outros serviços, situações em que se enquadram as demais - Positivo, Paranapanema, BM&FBovespa, Natura, Iguatemi e Usiminas.

Entre os relacionados a auditoria, a maior parte dos serviços foi ligada a prospecto de oferta de ações ou títulos de renda fixa, além de laudos de avaliação de incorporadas e consultoria em IFRS.

No caso dos serviços não relacionados, o argumento mais comum das empresas é dizer que o auditor não está auditando seu próprio trabalho, não ocupa função gerencial na companhia e não perdeu a imparcialidade por conta daquele serviço.


Serviços extras não afetam independência, dizem firmas - Fernando Torres - Valor Econômico

07 outubro 2010

Marca

A repercussão mundial da notícia da compra do Burger King pelos brasileiros Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Telles surpreendeu o próprio trio de empresários.

"Cheguei à conclusão de que a marca é muito mais forte do que a gente achava", disse Sicupira no CEO Summit, seminário realizado ontem em São Paulo pela ONG Endeavor.

Em sua primeira declaração pública sobre o negócio de R$ 7 bilhões feito no início de setembro, ele disse que a rede de "fast-food" americana tem um Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e um valor de mercado inferiores à metade dos mesmos indicadores das Lojas Americanas -outro negócio do trio.

Porém, obteve uma repercussão mundial por conta do valor da marca.

"A marca é muito maior do que o negócio", disse ele, que brincou que ia aprender a fazer hambúrguer, "mas não a comer". "Agora temos de descobrir o que no negócio é menor do que a marca."


Marca Burger King "vale mais que o negócio", afirma Sicupira - 7 Out 2010 - Folha de São Paulo - MARIANA BARBOSA

Imposto efetivo


Fonte: aqui

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Custo da crise

O Tesouro dos Estados Unidos estima que o custo fiscal do socorro ao sistema financeiro e empresas americanas desde a deflagração da crise de 2008 ficará abaixo de US$ 145 bilhões, o equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

O cálculo consta do relatório enviado ontem ao Congresso americano, no qual o Departamento do Tesouro detalhou o custo fiscal de US$ 80 bilhões gerado apenas pelo Programa de Alívio a Ativos Problemáticos (Tarp, na sigla em inglês), que foi dirigido à seguradora American International Group (AIG), bancos, financiadoras e companhias do setor automobilístico e expirou no último dia 3.

“Nós atualmente esperamos que o custo fiscal direto de todas as nossas intervenções fique abaixo de 1% do PIB. Esse resultado é notável se comparado com as crises financeiras sistêmicas anteriores”, afirma o texto, assinado pelo secretário assistente do Tesouro para Estabilidade Financeira, Timothy Massad.

Em seu argumento, Massad assinala que o custo médio de solução das crises de 40 bancos, desde 1970, foi equivalente a 13% do PIB. A expectativa inicial do Escritório de Contas do Governo americano apontava, em 2008, o custo de 2,4% do PIB.

O Tesouro desembolsou com o Tarp US$ 388 bilhões, sobretudo com programas voltados a bancos, ao setor automotivo e à AIG. Do total, US$ 204 bilhões foram reembolsados ao Tesouro nos últimos dois anos, especialmente pelos bancos (US$ 192 bilhões) e pela indústria automotiva (US$ 11 bilhões).

O custo fiscal apenas da ajuda da AIG, seguradora que consumiu US$ 48 bilhões dos cofres públicos, foi calculado em pouco menos de US$ 30 bilhões - levando-se em conta que o governo americano deve vender parte de sua participação na seguradora por US$ 20 bilhões.

O Tarp, entretanto, não incluiu o socorro às duas instituições voltadas ao crédito imobiliário que deflagraram a crise financeira americana, a Fannie Mae e a Freddie Mac, em setembro de 2008. Ambas continuam sob intervenção.

Reparos necessários. Na avaliação do Tesouro, as iniciativas tomadas pela Casa Branca desde o segundo semestre de 2008 eliminaram fragilidades do sistema financeiro, mas “ainda há reparos necessários”. Neste ano, as medidas de recuperação foram completadas pela chamada Reforma de Wall Street, um conjunto de novos requisitos de capital e de aumento da supervisão do setor financeiro destinado a evitar futuras crises.

Em um prévio balanço da crise americana, o documento enviado ao Congresso assinala a presença de uma resistente taxa elevada de desemprego de 9,6%, medida em agosto passado. Também registra que, dentre as 20 maiores instituições falidas em 2008, quatro foram absorvidas por outras companhias, cinco sofreram intervenções de agências reguladoras, duas concordaram com passar por uma supervisão mais rigorosa e dez aceitaram mudanças na sua direção.

“Hoje, nosso sistema financeira tem níveis substancialmente mais elevados de capital, em comparação aos riscos e aos competidores globais, que antes da crise”, afirma o documento.

PARA LEMBRAR
O Tarp foi um dos mais polêmicos programas da história dos Estados Unidos. Enquanto os defensores argumentavam que o plano impediu o país de enfrentar uma nova Grande Depressão, os críticos afirmam que serviu essencialmente aos interesses dos grandes bancos, empresas do setor automobilístico e de seguros. O que acabou dia 3 foi a autoridade legal para financiar novos programas de resgate, mas os planos de longo prazo, ainda em curso, serão mantidos.


Crise custou ‘só’ US$ 145 bi aos EUA - Denise Chrispim Marin - 6 Out 2010 - O Estado de São Paulo

Bolsa e política

A ingerência política em negócios privados na Venezuela acentuou a prostração da Bolsa de Valores do país no terceiro trimestre deste ano. Segundo dados da Economática, o mercado de ações registrou no período uma das menores médias financeiras diárias da história.

Os cálculos com o câmbio oficial de 4,30 bolívares -congelado desde o início do ano- indicam que o volume financeiro médio diário nos últimos três meses ficou em US$ 169 mil, segundo menor nível já registrado, atrás apenas do primeiro trimestre de 2003 (US$ 130 mil).

A Bolsa brasileira tem uma média diária de cerca de US$ 9 bilhões.

O fraco desempenho se comprovou nos dias 24 de agosto e 10 de setembro, quando, de acordo com a consultoria, nenhuma negociação foi registrada.

Para o economista Raphael Weyne, a situação se agravou desde a intervenção do governo na emissora de televisão oposicionista Globovisión, em que o Estado diz controlar 48,5% da empresa desde julho. "Ninguém tem interesse [em negociar as ações]", aponta Weyne.


Bolsa da Venezuela registra dias sem nenhuma transação - 5 Out 2010 - Folha de São Paulo

Números aleatórios

A Million Random Digits with 100,000 Normal Deviates é um livro de 1955 da RAND Corporation. O livro, composto principalmente por uma tabela de números aleatórios, foi um dos trabalhos mais importantes do século 20 na área de estatísticas e números aleatórios. Foi produzido a partir de 1947 por uma simulação eletrônica de uma roleta ligada a um computador, cujos resultados foram, então, cuidadosamente filtrados e testados antes de ser usado para gerar a tabela. A tabela RAND foi um avanço importante no fornecimento de números aleatórios(...) O livro foi um dos últimos de uma série de tabelas de números aleatórios produzidos a partir de meados da década de 1920 até a década de 1950, após o qual o desenvolvimento de computadores de alta velocidade permitida uma operação mais rápida através da geração de pseudo- números em vez de lê-los a partir de tabelas.

O livro foi reeditado em 2001 (ISBN 0-8330-3047-7), com um novo prefácio do vice-presidente executivo da Rand, Michael D. Rich. Isso gerou muitos comentários humorísticos na Amazon.com.


Fonte: Wikipedia