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01 outubro 2010

Irlanda

A Irlanda revelou nesta quinta-feira a quantia final de quase 40 bilhões de euros para resgatar os bancos do país, dizendo que terá de fazer cortes orçamentários mais drásticos.

O banco central irlandês estimou que o maior valor para reestruturar o nacionalizado Anglo Irish Bank será de 34 bilhões de euros, e o governo do primeiro-ministro Brian Cowen disse que terá de injetar mais 5,4 bilhões de euros das contas públicas no Irish Nationwide Building Society.

O ministro das Finanças, Brian Lenihan, disse que o custo da crise bancária irlandesa é "horrenda".

Lenihan afirmou ainda que o Estado também deve ter uma parcela majoritária no Allied Irish Banks, que precisa de mais 3 bilhões de euros em capital até o fim do ano.

O nível de apoio do governo ao sistema bancário continua "gerenciável", disse o ministro, mesmo que eleve o déficit de 2010 para a taxa recorde de 32 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) --mais de 10 vezes maior que o teto estabelecido pela União Europeia.


Irlanda revela enorme valor de resgate a bancos - Carmel Crimmins - Reuters

O PIB da Irlanda é de 202 bilhões de dólares ou cerca de 150 bilhões de euros. Ou seja, corresponde a quase um quarto da economia da Irlanda.

30 setembro 2010

Rir é o melhor remédio


Fonte: Aqui

Links

STJ legitima repasse para conta de luz

Publicação de balanços nas grandes empresas

Lançamento por homologação e súmula do STJ

Trailer do documentário sobre Eliot Spitzer (Cliente n. 9) x Wall Street

Teste #358

Um restaurante colocou o seguinte anúncio:

Duas panquecas = 4,99
Três panquecas = 4,99

Como isto poderia ser explicado sob a ótica do custo? E sob a visão do marketing? E de finanças comportamentais?

Resposta Anterior: Zapatero. Fonte, aqui

Comportamento de custos e Projeção dos lucros

Os custos podem ser classificados em fixos e variáveis, conforme o grau de variação com o volume de atividades da empresa. Assim, os custos fixos não se alteram quando a empresa produz muito ou pouco. Já os custos variáveis sofrem alterações conforme a quantidade produzida. Estes conceitos são básicos para o estudante da contabilidade de custos.

Existe outra categoria de custos que são importantes, mas que não tem recebido a devida atenção da literatura. São os custos denominados de pegajosos (sticky costs). Quando uma empresa reduz o nível de atividade, produzindo menos quantidade dos seus produtos, espera-se que alguns custos reduzam na mesma proporção. Entretanto tem-se observado na prática que isto não ocorre com os sticky costs.

Para o analista externo, a existência dos sticky costs representa um problema. Em geral, o analista está interessado em fazer a previsão do resultado da empresa. Mas esta previsão depende da estimativa do comportamento dos custos. Assim, a presença dos sticky costs interfere no trabalho do usuário da informação contábil.

Uma pesquisa recente, de um professor da Universidade de Tel Aviv, mostrou que os custos mais pegajosos produzem um resultado mais volátil. Além disto, os analistas não gostam de acompanhar as empresas onde a presença destes custos é maior.

É interessante notar que a pesquisa apresenta um vínculo interessante entre a contabilidade de custos e a financeira, pouco explorado na literatura. Mostra também a influência do comportamento dos custos sobre o usuário, neste caso, o analista.

Fonte: Cost Behaviour and Analysts´Earnings Forecasts. Dan Weiss, The Accounting Review, v. 85, n. 4, p. 1441-1471, 2010.

Perguntar não ofende

Está certo que a pergunta é do blog Business Insider (que o Lopes de Sá citou muito no seu último livro, mas que não é muito sério). Mas é pertinente:

Se o Brasil está numa situação econômica tão forte, qual a razão de usar truques de contabilidade para atingir as metas orçamentárias?

If Brazil´s so Strong, Why It is using an Accounting Trick to Hit Its Budget Goals?

O caso é o lançamento das ações da Petrobrás e a forma como foi realizada a engenharia financeira. Business Insider cita as manobras contábeis usadas pelo governo. Talvez seja interessante lembrar que o atual governo se parece muito com o anterior. No governo anterior, em 1998, o país estava quebrado em setembro, mas só fomos descobrir isto em 1999.

Fiscal eletrônico

Os atuais sistemas de fiscalização do governo no Brasil são verdadeiros fiscais eletrônicos. Eles não deixam passar qualquer detalhe, deslize ou “esquecimento”, fazendo com que a fiscalização seja cada vez mais eficiente. E não apenas com o intuito de arrecadar impostos, taxas, tributos. O que poucas empresas tomaram ciência é que os sistemas de fiscalização vão muito além. Eles estão monitorando e coletando informações sobre o comportamento das companhias e cruzando dados em busca de fraudes ou operações ilícitas.

O velho “jeitinho brasileiro”, portanto, está com seus dias contados. Não há mais espaço para processos manuais de controle nem para “conversas” com os fiscais. Estes estão sendo representados cada vez mais pela capacidade tecnológica do governo, que vem crescendo e se desenvolvendo aceleradamente, exigindo que empresas de médio e grande portes acompanhem essa evolução. E, pior, pode impor multas altíssimas aos desavisados. Portanto, ganhar esta competição é, na verdade, uma exigência com data marcada. De 1988 a 2005 foram geradas 183 mil novas leis, ou seja, 37 novas leis ou atos normativos por dia. Nessa época surgiram inúmeras empresas especializadas em soluções para as novas exigências. Práticas e processos que até recentemente não estavam na mira do Fisco passaram a ser previstos e monitorados. A ilegalidade está cada vez mais escassa.

Processos como o SPED (Sistema Público de Escrituração Fiscal) e a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) tornam-se o espelho de detalhes para o Fisco observar e identificar o comportamento das empresas. As informações a serem prestadas sempre foram muitas. Mas agora esse número é ainda maior porque o governo busca saber a relação exata entre o que está sendo vendido, com o que está sendo comprado, se tudo está devidamente registrado na contabilidade quando comparada às movimentações de estoque/inventário, movimentações financeiras, fiscais, faturamento etc. Todos os dados das operações, quando cruzados, precisam estar de acordo com as exigências legais. Esse projeto de forma industrializada aumenta a arrecadação sem aumentar o imposto. O Estado sabe que aumentar os impostos é uma prática inviável, já que o Brasil tem uma das maiores cargas tributárias do mundo (de quase 40%).

Segundo dados da imprensa, em 2009 o total de impostos pagos alcançou R$ 1,1 trilhão no País, equivalente a 35% do Produto Interno Bruto (PIB). Nas últimas semanas, o impostômetro, ferramenta desenvolvida pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP), passou a marca de R$ 500 bilhões no ano, 22 dias antes que a mesma marca em 2009. A previsão é que, até o fim de 2010, o total de impostos chegue a R$ 1,24 trilhão, 13% a mais que no ano passado e quase o dobro do crescimento do PIB em 2010, estimado em cerca de 7%. Com a redução do trabalho manual e conciliações visuais, hoje o Fisco atua em processos de inteligência, com regras pré-definidas de comparação e checagem. Cada informação é comparada com suas correspondentes em diferentes áreas da empresa. Por exemplo, o valor apurado do ICMS e informado pela empresa em sua escrituração é confrontado com o valor pago através da Guia de Pagamento. As informações de PIS/Cofins precisam estar íntegras quando apresentadas na Instrução Normativa 86/2001, DACON (Demonstrativo de Apurações das Contribuições Sociais), SPED Fiscal etc. Conferindo os registros, cruzando informações de estoque x contabilidade x inventário x produção, chegando ao detalhe de verificar toda a engenharia de produtos (insumos necessários ao produto final). Nada disso seria possível sem a automatização dos processos.

Tudo começa com uma simples fiscalização. Mas as multas por inconsistências na arrecadação ou nos arquivos fiscais são exorbitantes. Podem até mesmo “quebrar” uma empresa. Um pequeno erro pode levar a consequências maiores devido à integração prevista entre os diversos órgãos fiscalizadores (Receita Federal, INSS, Banco Central, Susep, CVM, Secretarias da Fazenda, prefeituras etc.). As atenções da fiscalização recaem, em especial, sobre as grandes empresas. Fusões, aquisições ou mudanças importantes na operação das empresas estão na mira do “Big Brother fiscal”. E cada dia um novo grupo de empresas entra, ou melhor, é “intimada” a entrar no jogo.

Unificar todos os processos fiscais parece simplificação. Mas, na verdade, o que existe agora é uma complexidade maior, um alto nível de exigências. Algumas empresas, que utilizam vários sistemas de gestão (os chamados ERPs), ao mesmo tempo, vão encontrar dificuldade para garantir a integridade e a centralização dos dados exigidos pelo Fisco. Longe, definitivamente, do nosso “jeitinho”, tudo agora deve ser e estar estruturado, de forma transparente.


Fiscalização eletrônica acaba com "jeitinho brasileiro" e aumento arrecadação de impostos. Fonte: TI Inside (via Mercado em Ação)