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16 setembro 2010

Críticas a KPMG

KPMG recebe críticas por dar OK a balanços antes de fechamento

Auditoria: Órgão regulador britânico pede esforço de grandes firmas contra conflito de interesse
Valor Econômico (via Análise de Balanços) - Por Adam Jones Financial Times, de Londres (15/09/2010)

A KPMG está sendo criticada por um organismo regulador contábil britânico por dar seu aval a auditorias de balanços antes da conclusão de todos os trabalhos necessários.

A crítica foi feita pelo Financial Reporting Council (FRC), órgão regulador do setor no Reino Unido, que disse ontem que a Deloitte, a Ernst & Young, a KPMG e a PricewaterhouseCoopers (PwC), as quatro maiores firmas de auditoria do mundo, precisam se esforçar mais para evitar conflitos de interesses e serem mais céticas em relação as afirmações das administrações das empresas.

As avaliações anuais das chamadas "Big Four" são anunciadas no momento em que as autoridades reguladoras apertam o cerco sobre a profissão e questionam seu papel na crise financeira.

No caso da KPMG, a Unidade de Inspeção de Auditorias do FRC analisou 15 auditorias e constatou que em três casos o relatório dos auditores foi assinado cedo demais. Mudanças significativas foram feitas posteriormente na contabilidade em um dos casos.
Paul George, diretor de auditoria do Conselho Supervisor Profissional do FRC, que incluiu a Unidade de Inspeção de Auditorias, disse que o problema da assinatura antecipada não esteve limitado à KPMG: "Trata-se, até certo ponto, de um desafio para toda a profissão."

A KPMG disse que aceitou os comentários da Unidade de Inspeção de Auditorias. "Estamos satisfeitos em perceber que em nenhum dos casos eles acharam que a opinião da auditoria estava incorreta", disse Oliver Tant, diretor do braço de auditoria da KPMG no Reino Unido.

A disposição de auditores de realizar para os clientes trabalho que não envolve auditoria, há muito, é motivo de controvérsias porque a independência da auditoria pode ser comprometida por esses laços adicionais.

A Unidade de Inspeção de Auditorias disse que a Deloitte pode ter cometido violações éticas duas vezes nesta área, em um dos casos quando designou dois funcionários para um cliente de auditoria, para a prestação de consultoria à administração por seis meses.

A PwC também foi considerada culpada por um desvio ético, quando atuou como avalista de um esquema de previdência de um cliente de auditoria.

Além disso, a Unidade de Inspeção de Auditorias chamou a atenção da Ernst & Young para se certificar de que a possibilidade de funcionários se tornarem sócios não está sendo condicionada ao sucesso que eles têm na venda de serviços não ligados a auditorias, para clientes que também são auditados por ela.

Ela mencionou "referências inadequadas" à venda de serviços não ligados a auditorias em arquivos pessoais, embora a firma tenha negado que adote uma política de avaliar candidatos a sócios desta maneira.

A Unidade de Inspeção de Auditorias disse que também vai monitorar a expansão da KPMG nos serviços não ligados a auditorias para clientes de auditoria. George disse que as "Big Four" precisam acabar com o hábito de pensar que sempre é possível desenvolver salvaguardas internas eficazes que possam evitar a possibilidade de conflitos de interesses inerentes ao trabalho não relacionado a auditorias. "Eles precisam pensar com mais cuidado sobre se eles podem aceitar certos tipos de serviços não ligados a auditorias", disse ele.

As áreas em que o FRC quer ver contestações mais vigorosas, da parte das Big Four, a suposições feitas pelas administrações das empresas são: previsões de resultados, testes de imparidade para verificar o valor de ativos registrados no balanço, reconhecimento de receita e confirmação independente de ativos.

As firmas de auditoria no geral são boas na resposta às suas solicitações, acrescentou a Unidade de Inspeção de Auditorias.

Preço da Felicidade

Para saber até que ponto dinheiro compra felicidade, estatísticos analisaram um banco de dados gigantesco nos EUA. Descobriram um valor a partir do qual mais riqueza não significa mais bem-estar: R$ 11 mil por mês.

"Uma renda pequena exacerba as dores emocionais associadas a problemas como divórcio, doença ou solidão", diz Daniel Kahneman, da Universidade Princeton, vencedor do Prêmio Nobel de Economia em 2002 e coautor da nova pesquisa publicada na revista científica "PNAS".

Para ser feliz, então, o importante não é ser rico, mas sim não ser pobre, revelam entrevistas feitas com mais de 450 mil americanos.


A pesquisa funciona assim: entrevistadores pedem que as pessoas relatem a frequência com que se sentiram felizes ou sorridentes recentemente. Perguntam o mesmo com relação ao estresse. Pedem também que, em uma escala de zero a dez, digam o quanto estão satisfeitas com as suas vidas --a "nota" média dada pelas pessoas foi de 6,76. Cruzam, então, as respostas obtidas com dados sobre a vida dos entrevistados.



Assim, eles descobriram, por exemplo, que gente solitária se sente muito infeliz até em comparação com quem sofre de um problema crônico de saúde.

Ter filhos, por outro lado, traz felicidade. Mas, curiosamente, em média o efeito é menor do que o de ter um plano de saúde --ao menos em países em que o sistema público de hospitais é ruim, como os EUA e talvez o Brasil.

Surpreende também a correlação entre envelhecer e se sentir mais feliz. Aparentemente, os anos fazem com que as pessoas aprendam a lidar com as dificuldades.

O fator campeão de bem-estar, porém, é ser uma pessoa religiosa. Angus Deaton, também de Princeton, esboçou uma explicação para a Folha sobre isso.

"Quem vai à igreja faz amigos por lá, e isso tem um impacto muito bom. A religião também ajuda os fiéis a entender algumas questões mais difíceis da vida, e isso pode servir de apoio em tempos difíceis. Além disso, muitas igrejas oferecem cuidado médico ou apoio social."

A fé é o único fator que consegue até ganhar do dinheiro na busca pela felicidade.

O valor de R$ 11 mil reais, claro, serve como indicador, mas é bom ter em mente que, como ele se refere aos Estados Unidos, uma margem de erro precisa ser levada em consideração ao adaptá-lo ao Brasil --onde, ao menos em algumas cidades, o custo de vida pode ser bem diferente.

"Nós sabemos, por exemplo, que os latino-americanos costumam se sair bem em medições de felicidade", recorda Angus Deaton.


Felicidade custa R$ 11 mil por mês, aponta estudo - RICARDO MIOTO (enviado por Glauber Barbosa, grato.

Sobre este assunto, este link informa que o principal benefício de hospedar uma copa do mundo é a felicidade da nação. Aqui, um link para notícia sobre o preço da felicidade, em junho, por este blogueiro. E aqui, o remorso por ganhar dinheiro.

15 setembro 2010

Artigos CGG

A revista Contabilidade, Gestão e Governança está aceitando artigos para serem publicados em 2010. A CGG foi classificada como B4 (apesar de constar erroneamente como C no relatório da Capes). A publicação aceita artigos na área de Contabilidade e Administração.

Rir é o melhor remédio


Fonte: aqui

Links

Iasb sobre impostos diferidos

A relevância dos custos no setor público

Diário de um fraudador

Sobre a importância dos livros textos em economia introdutória

Palavras-cruzadas sobre contabilidade (em inglês)

Teste #348


Este teste é difícil mesmo. Observe a figura acima. Na primeira coluna, as escolas pelo tamanho de aluno em cada classe. Inicialmente, as escolas com turmas menores; no final, a escola com turmas maiores. Na segunda coluna, o percentual de escola entre as melhores. Usando este dado, Bill Gates decidiu ajudar um programa que incentivava as escolas com um número reduzido de alunos por turma. Entretanto, existe aqui um grave erro, que fez com que Gates jogasse dinheiro fora. Eis o grande desafio de hoje: que erro é este?

Resposta do Anterior: 1 bilhão, segundo a Isto é Dinheiro (O Valor dos 10 cm, Leonardo Atuch)

Sobre a Falta de Lógica quando se fala em Pequenas Empresas

Quando se produz notícias sobre as Pequenas empresas é muito comum argumentos com pouca base lógica. Irei, neste texto, comentar dois deles.

O primeiro diz respeito à participação das pequenas empresas na produção nacional, na criação dos empregos, no faturamento ou nas exportações. Veja o seguinte exemplo:

De acordo com estudo realizado pelo Sebrae em 2006, 62% das empresas exportadoras são micro e pequenas, o que equivale a 2,3% do valor total das exportações brasileiras

A classificação de uma empresa por porte é feita através de um critério estabelecido previamente. Em geral utiliza-se faturamento ou número de empregados. De qualquer forma, o corte que define o que é uma pequena empresa é arbitrário. Se considerarmos que pequena empresa é aquela com menos de dois empregados, o número delas reduziria muito e sua “relevância” para a economia também. Se o critério for mais amplo, a participação das pequenas empresas na economia aumenta. Ou seja, as estatísticas neste caso não ajudam muito, pois são baseadas em algo arbitrário.

O segundo aspecto refere-se a curva de Pareto. Na sua origem, Pareto informava que poucos milionários eram responsáveis pela maior parte da riqueza existente numa economia. A curva de Pareto tem aplicações amplas, inclusive na gestão de estoques, através da curva ABC. Em textos sobre a pequena empresa a curva de Pareto mostra que este segmento da economia não é tão relevante (É isto mesmo: NÃO é relevante). Veja a citação acima. Existe a informação que 62% das empresas exportadores são responsáveis por 2,3% das exportações. Típico de uma curva de Pareto. Mas a notícia também pode ser lida da seguinte forma: 38% das empresas respondem com 97,7% das exportações. Ou seja, a participação das pequenas empresas é irrisória. Considere esta outra citação:

As micro e pequenas empresas - que representam, segundo o Sebrae, 98% das companhias do Brasil, gerando cerca de 20% do PIB (Produto Interno Bruto) do país

Ou seja, 2% das empresas brasileiras respondem por 80% do PIB. Estas deveriam ser o destaque da notícia. Além disto, temos novamente na frase Pareto e a falta de lógica resultante da arbitrariedade da classificação. (Sem falar na informação questionável de que o Sebrae tenha calculado a relação 98% x 20%, já que esta informação geralmente é estimada pelo IBGE).

Um fato interessante é que a curva de Pareto, quando aplicada na gestão de estoques, é um poderoso instrumento que indica que o gestor deve concentrar-se naqueles itens que são mais relevantes. Mas, em contrapartida, os textos produzidos sobre as empresas de pequeno porte no Brasil parecem indicar justamente o contrário: pequenas empresas, que produzem pouco, relativamente, devem ser apoiadas pelo governo. Será isto também uma falta de lógica?