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06 setembro 2010

CFA

Os escândalos financeiros e a crise de 2008, ao derrubarem a credibilidade do mercado, tiveram o efeito colateral de atrair milhares de novos candidatos para os exames do CFA (Chartered Financial Analysts), em busca de um selo de confiabilidade. As inscrições saltaram de 98 mil em 2007 para 139 mil este ano, em mais de 150 países. A credencial do CFA é vista como requisito essencial para entrar no mercado de Wall Street. E, no mundo globalizado, os padrões de exigência tendem a se reproduzir.

O CFA, fundado no estado da Virgínia (EUA) em 1963, é uma entidade sem fins lucrativos que se dedica a elevar os padrões do exercício da profissão. A instituição tem cerca de cem mil afiliados, em 130 países. No início, a maioria era formada por funcionários de bancos e grandes empresas. Hoje, 30% são profissionais que administram o patrimônio de indivíduos. E que precisam restaurar a confiança dos clientes.

— A credibilidade da nossa profissão foi parar no fundo do poço. Hoje, os clientes estão mais preocupados com confiança e questões éticas que com o desempenho. O medo deles é acordar e descobrir que todo o seu dinheiro foi embora — diz Bob Johnson, diretor do CFA.

O mercado financeiro também se tornou muito mais complexo nos últimos anos, o que, segundo diretores do CFA, explicaria a taxa decrescente de aprovação nos exames. Os resultados da prova aplicada em junho apontaram que apenas 42% dos 117 mil candidatos foram aprovados. A média histórica é de 62%:

A participação de brasileiros é pequena em relação à importância do mercado financeiro do país. Dos 139 mil inscritos em junho, apenas 823 eram brasileiros. Por isso, o país é visto hoje pela instituição com um grande potencial de crescimento.

— Com um mercado financeiro muito menor, a África do Sul tem mais que o dobro de candidatos do Brasil — afirma Johnson.

Em recente resolução, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) passou a aceitar a aprovação nas etapas 1 e 2 do teste do CFA como alternativa para os exames de certificação da Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec).

Para conseguir pôr as três letrinhas CFA em seu cartão de visitas, é preciso passar por 18 horas de provas, em três etapas cumpridas ao longo de quatro anos, nos quais são consumidos cerca de US$2.500 em taxas e 300 horas de estudo.

O candidato pode estudar por conta própria, mas o CFA tem parcerias com 120 universidades, entre elas as de Oxford (Inglaterra) e Cornell (EUA), que incorporam a seus currículos parte do programa do instituto. Um dos objetivos de recente viagem de dirigentes do CFA ao Brasil foi buscar acordos com universidades brasileiras. A primeira parceria foi fechada com o Insper-Ibmec de São Paulo.


Com selo de qualidade em Wall Street - 5 Set 2010 - O Globo - Fernanda Godoy

04 setembro 2010

Rir é o melhor remédio




Propagandas criativas

Confiança


Um artigo recente de Thaler para o NY Times (The Overconfidence Problem in Forecasting, 21 de agosto de 2010) discute a questão do excesso de confiança.

A maioria de nós pensa que estamos "melhor do que a média" na maioria das coisas.Nós também somos "descalibrados", significando que o nosso sentimento de probabilidade de eventos não está alinhado com a realidade. Quando dizemos que temos a certeza sobre um determinado fato, por exemplo, pode muito bem ser correto apenas a metade do tempo. (...)

Alguns economistas questionam se tais resultados experimentais são relevantes em mercados competitivos. Eles sugerem que os alunos, que muitas vezes servem como cobaias em tais testes, são confiantes, mas que os gestores do topo de grandes empresas são bem calibrados. Um estudo recente, no entanto, revela que esta visão é ela mesma confiante demais.


Num estudo de Itzhak Ben-David, John R. Graham e R. Campbell Harvey mostrou que a confiança excessiva também ocorre nos CFO quando se trata de prever o comportamento do índice SP 500. E são mal calibrados.

Muitos destes executivos não percebem que lhes falta capacidade de previsão.


Os efeitos são relevantes para as empresas:

Por exemplo, num artigo de 1986, o economista Richard Roll da Universidade da Califórnia, Los Angeles, sugere que excesso de confiança, ou o que ele chamou de arrogância, poderia explicar por que as empresas pagam grandes prêmios para assumir outros negócios. (...)

PROFESSOR ROLL recentemente escreveu outro artigo sobre este tema com três colaboradores franceses. Neste caso, eles investigaram uma forma particular de hubris - narcisismo - usando um indicador simples e discreto (...) o número de vezes que uma pessoa usa o pronome de primeira pessoa na comunicação. Eles descobriram que o CEO mais narcisista fazem aquisições mais agressivas a preços mais elevados (...)

03 setembro 2010

Rir é o melhor remédio


Adaptado daqui

Prêmios do Blog IV

=> Prêmio Mensuração de um Ativo Ambiental – para Tiger Woods. É isto mesmo. O golfista e milionário, num nebuloso acidente com seu automóvel, destruiu um hidrante e uma árvore. Para pagar o prejuízo ao patrimônio público, calculou-se o valor da árvore: 200 dólares. O acidente gerou uma interessante discussão sobre os métodos que podem ser usados para avaliar uma árvore.

=> Prêmio Gol Contra – para o Santos Futebol Clube. Depois de considerar multa rescisória como base para avaliar seus atletas, a antiga diretoria do clube não sabe explicar para onde foi o dinheiro da venda de Diego e Robinho, coloca 8 milhões em gastos gerais, paga o que não deve, entre outras coisas. Isto não quer dizer que os outros clubes estejam melhores...

=> Prêmio Economia de Custos – Para KPMG, que foi acusada de usar a mão-de-obra de uma empresa , assumindo a auditoria interna e externa da Rentokil.

=> Prêmio Erro da Imprensa – Para The Economist. O erro até que não foi muito grave, mas a revista The Economist tem uma grande reputação. Ao divulgar previsão de aumento nos salários dos executivos, a revista usou valores nominais. Por este motivo, os executivos da Venezuela teriam os maiores aumentos; mas a inflação daquele país é uma das maiores do mundo.

=> Prêmio Qual é o Valor Correto – Afinal, qual o PIB per capita da Rússia? Os valores variam de 2,6 mil dólares a 14,7 mil dólares. E depois criticam o contador...