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01 setembro 2010

Prêmios do Blog II

Continuando do dia anterior:

=> Prêmio Como é Possível? – Alguns abnegados tentam fazer com que as empresas brasileiras tenham uma melhor governança. Mas tem certas coisas que não ajudam. Ficamos sabendo em 2010 que a pessoa mais influente nos conselhos das empresas abertas no Brasil é um ex-ministro da fazenda, cujo principal feito foi deixar para o sucessor uma taxa de inflação de 80%. Analisando seu currículo acadêmico, percebe-se que este ex-ministro é graduado em Economia pelo Ceub (Brasília).

=> Prêmio Conta Criativa – Vai para Urbs, empresa da prefeitura de Curitiba, que criou uma conta patrimonial com o nome de Pendências a Regularizar, cujo saldo era de quase 9 milhões de reais.

=> Prêmio Século XIX – Estamos no século XXI, mais de cem anos após The Nature of Capital and Income, de Fisher, e ainda estamos discutindo a validade legal dos juros compostos? É isto mesmo. O prêmio contempla todos os advogados, juízes e promotores que não tiveram nenhuma noção em matemática financeira ou finanças.

=> Prêmio Previsão furada – Para o Nobel de Economia os economistas apostavam que o grande vencedor do ano seria Eugene Fama. Nada contra este brilhante pesquisador, mas previsão de economista só poderia estar errada.

=> Prêmio Não Compre minhas Ações – No meio de ano a General Motors soltou um comunicado dizendo que o preço das suas ações estava além do valor razoável. Ou seja, a empresa estava dizendo “não comprem minhas ações”

Teste #339

Um clube de futebol brasileiro, participante da primeira divisão, teve seu balancete reprovado pelo Conselho de Orientação Fiscal, por incluir créditos podres. Este clube é:

Flamengo
Internacional
Palmeiras

Resposta do Anterior: GE. Fonte: aqui

Conta Caixa

O vereador Denílson Pires (DEM), presidente do Sindicato dos Motoristas e Cobradores das Empresas de Transporte de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindimoc), foi preso ontem por suspeita de desvio de dinheiro da entidade e formação de quadrilha.

(...) Segundo o coordenador do Gaeco, procurador Leonir Batisti, um registro de contabilidade datado do último dia 27 marcava um saldo de R$ 10 mil no caixa do sindicato. Porém, dentro da entidade, os agentes do Gaeco apreenderam R$ 120 mil em dinheiro sem registro de origem até o momento. Outros R$ 15 mil foram achados na casa de Boleti.


Vereador é suspeito de fraudar sindicato - 1 Set 2010 - Gazeta do Povo

Grifo do Blog.

Regulamentação na Europa

O comissário europeu de Mercado Interno, o francês Michel Barnier [1], afirmou em uma carta que compartilha a posição de Paris sobre "a necessidade de uma perspectiva europeia" para melhorar a regulamentação dos mercados onde são cotadas as matérias-primas.

"Mais precisamente, a nível europeu, as propostas que farei em meados de setembro sobre produtos derivados [2] trarão mais transparência e disciplina em relação às matérias-primas", explicou Barnier, em uma carta obtida pela AFP em Bruxelas.

De fato, a Comissão Europeia deve propor [3] uma nova legislação sobre produtos financeiros derivados, concebidos para proteger os investidores das grandes flutuações das cotações, mas criticados por fomentar a especulação, fazendo disparar os preços das matérias-primas, entre as quais estão alimentos básicos como o arroz.

A França fez um pedido formal à Comissão Europeia para que tome "iniciativas" para "melhorar" a regulação dos mercados financeiros relacionados às matérias-primas, segundo anunciou nesta terça-feira.

Em uma carta conjunta, três ministros franceses (Economia, Energia e Agricultura) afirmaram que a regulação vigente é "insuficiente", e pediram uma iniciativa europeia para melhorá-la.

Barnier também defendeu uma reflexão europeia e outra a nível mundial, uma vez que se trata de "uma questão complexa que requer coordenação internacional".


Bruxelas promete trabalhar por mais disciplina nos mercados - AFP - Ter, 31 Ago, 09h40

[1] Ele é o candidato da Comunidade Europeia na vaga de DAvid Tweedie. No passado criticou o atraso das normas, os auditores e ameaçou as verbas do Iasb.
[2] Derivativos
[3] E o Iasb?

Xerife CVM

A estimativa no órgão, que funciona como xerife do mercado de capitais, é que o resultado cresça neste ano. A CVM prevê ainda o aumento da atuação em casos com repercussão criminal - hoje quase incipientes no País. Já há investigações correndo em sigilo dentro da autarquia. "A tendência é de que, nos próximos anos, a gente tenha um aumento da atuação, até mesmo criminal", afirmou o chefe da Procuradoria Federal Especializada, Alexandre Pinheiro dos Santos. "Posso afirmar que existem procedimentos já em curso nesta área que vão resultar em novas denúncias."

A mudança se deve em grande parte a um convênio assinado em março passado entre a CVM e a Polícia Federal, que se somou ao acordo com o Ministério Público Federal (MPF). Desde março de 2008, investigadores da CVM e procuradores do MPF atuam lado a lado na sede do órgão regulador, no Rio. Assim, indícios apurados pelos técnicos da CVM ganham respaldo jurídico dos procuradores, com repercussão judicial mais frequente.

De acordo com a autarquia, a aproximação de promotores e inspetores gerou casos como o da Construtora Tenda - que optou por confessar a irregularidade. Um dos controladores negociou ações da companhia antes do anúncio ao mercado da incorporação de outra empresa, o que configura informação privilegiada. O controlador acabou perdendo R$ 130 mil na operação, mas, ciente da ilegalidade, procurou a CVM e fechou acordo para pôr fim à história por R$ 200 mil. O processo nem foi aberto.

Sem alarde, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) elegeu o combate ao uso de informação privilegiada como um dos principais focos da autarquia. O recém-divulgado relatório anual da CVM mostrou que, entre 2008 e 2009, subiu de 3 para 22 o número de acusações de uso de "inside information" na Superintendência de Processos Sancionadores.


Informação privilegiada vira alvo da CVM - Estado de São Paulo - 31 de Ago de 2010

Corinthians

A principal fonte de financiamento do estádio do Corinthians é baseada em uma projeção inflada de ganhos com a venda do seu nome ("naming rights"). Se o valor não for atingido, o clube terá de pagar o restante da obra.

A diretoria corintiana divulgou ontem que a arena custará R$ 335 milhões -esse valor não inclui a expansão para abrigar a abertura da Copa de 2014. A Odebrecht fará a obra e pretende recuperar o valor integralmente com a venda do nome, de acordo com os cartolas.

Os "naming rights" devem ser negociados por um período entre 11 e 15 anos. Considerado o maior período, isso significa R$ 22,2 milhões.

No mercado mais rico do futebol mundial, o inglês Arsenal obteve R$ 18,1 milhões por ano ao vender o nome seu estádio à Emirates Airlines. E o valor inclui patrocínio na camisa por oito anos.

Se incluísse o uniforme no negócio, o Corinthians não teria problemas para pagar a conta: o patrocínio principal é de R$ 38 milhões por ano.

Mas, considerado só o batismo do estádio, nenhum time mundial obteve o valor projetado pelos corintianos. Nem no mercado esportivo dos EUA, o mais rico do mundo. O maior valor acertado no país para os "naming rights" foi do Houston Texans, equipe de futebol americano que ganha R$ 17,6 milhões por ano da Reliant Energy.

Por isso, especialistas ouvidos pela Folha, que falaram na condição de anonimato, disseram que a projeção corintiana é irreal.

Quem aceitou falar abertamente sobre o tópico foi bastante cauteloso na análise.

"Normalmente, a venda de "naming rights", alimentos e camarotes costumam pagar entre 40% e 60% da construção do estádio", declarou o advogado e especialista em gestão de arenas Luis Roberto Martins de Castro.

No Brasil, ainda há um grande obstáculo para a venda do nome de estádio: veículos de comunicação se recusam a mencionar o patrocinador. Isso acontece especialmente com a TV Globo.

"Os patrocinadores não ficam felizes de não terem o nome divulgado. Ficarão com um pé atrás para investir", analisou André Figer, empresário que intermedeia patrocínios para clubes.

"Ainda vai demorar para saber se o Corinthians conseguirá atingir sua meta. Só vamos vender o nome mais perto da inauguração, porque agora está na baixa e depois estará na alta", afirmou diretor de marketing corintiano, Luis Paulo Rosenberg.

Não há informações de como o clube projetou o seu ganho de receita com o nome.


Corinthians "infla" ganho de sua arena - 1 Set 2010 - Folha de São Paulo - Martín Fernandez & Rodrigo Mattos

Brasileiro mais endividado

A pesquisa realizada em 3.810 domicílios em 214 municípios do país mostra que 37,8% dos entrevistados endividados diz que não vai ter condições de pagar as contas em atraso. Em seguida, aparecem ainda aqueles que terão condições de pagar parte da dívida, somando 36,74% dos entrevistados pela pesquisa. Somente 22,81% das famílias endividadas declararam ter condições de arcar totalmente com as dívidas contraídas e 2,65% declararam não saber se têm condições ou não. (...)

O presidente do Ipea, Marcio Pochman disse que, de uma maneira geral, "o indicador de endividamento das famílias brasileiras é muito baixo".

Segundo ele, que apresentou os dados nesta terça-feira, uma em cada 10 famílias está endividada. "No entanto, nesse grupo que se encontra endividado, temos um número significativo com dificuldade de pagar a dívida", disse Pochman.

Esse quadro se reflete no planejamento de tomada de financiamento ou de empréstimos pelo país. Na média nacional, apenas 7,56% dos entrevistados declararam ter planos de criar dívidas. Aqueles que declararam não ter esse tipo de plano somam 91,02%.

As famílias que recebem muito pouco por mês, com renda de até um salário mínimo, são as que menos têm dívidas. Mas o presidente do Ipea lembrou que isso se deve, em grande parte, à exclusão do sistema bancário por que passa esse segmento da população.

Já entre as famílias que recebem mais de 10 salários mínimos, 36,92% dizem não ter dívidas, 33,85% se consideram pouco endividados, 22,31% se dizem mais ou menos endividados e 6,92% alegaram estar muito endividados.

"O que os dados mostram é que as famílias com maior escala de renda são justamente aquelas com maior grau de endividamento. As famílias com menor rendimento e com menor escolaridade são aquelas que estão mais ausentes do crédito, em parte por dificuldades de tomar crédito, por exclusão, e outra por não ter a prática de crédito, por incerteza no emprego", disse.

Mas, acredita ele, na medida em que o Brasil continue a manter o ritmo de expansão econômica e melhorar a distribuição da renda, "certamente" o endividamento tende a ser algo mais generalizado pelas famílias.


Juliana Ennes - Valor Econômico - Maior parte dos endividados não tem condições de pagar, diz Ipea - 31 Ago de 2010