Confortável com um lucro em alta, a General Motors anunciou nesta quinta-feira a partida de seu presidente-executivo, Ed Whitacre, em um momento crucial para a maior montadora de automóveis americana, que se prepara para voltar à bolsa.
Ao finalizar a coletiva por telefone que se seguiu à publicação do segundo lucro trimestral consecutivo, depois das perdas acumuladas desde 2007, Ed Whitacre anunciou inesperadamente sua partida. Será substituído por um administrador do grupo, Daniel Akerson.
"Estes resultados mostram claramente que a nova GM está em bom caminho, impulsionada por uma boa dinâmica e para um belo futuro", afirmou Whitacre.
"Isso me dá muita confiança para passar (a empresa) às mãos de uma nova direção", completou.
"Desde o dia em que assumi como presidente-executivo, disse que meu plano era ajudar essa empresa a recuperar sua grandeza e que não ficaria um dia além disso", lembrou.
Em 1º de setembro, abandonará o cargo de presidente-executivo e, no fim do ano, de presidente do conselho de administração, funções nas quais será substituído por Dan Akerson.
Akerson, 61 anos, é um engenheiro e financista apaixonado pelas telecomunicações e um dos dirigentes do poderoso fundo de investimentos Carlyle Group.
Chegou à GM como membro de seu conselho de administração em julho de 2009, nomeado pelo governo que acabava de assumir uma participação de 61% em um grupo que tinha declarado falência.
Akerson foi oficial da Marinha, formado como engenheiro em sua prestigiosa Escola Militar. Completou seus cursos com estudos de finanças e contabilidade na London School of Economics.
"A GM quer mostrar claramente que tem um plano sucessório antes de avançar com a entrada na bolsa", comentou Bill Visnic, analista do site especializado Edmunds.com, questionado pela AFP.
Ed Whitacre, 68 anos, tinha interrompido sua aposentadoria para assumir a direção do conselho de administração no fim de julho de 2009, quando a montadora saía da proteção da lei de falências.
Ex-diretor da operadora telefônica AT&T, tinha sido nomeado pelo Estado - que injetou em torno de 50 bilhões de dólares para ajudar o grupo, então em um mar de dificuldades - e é hoje acionista da empresa com cerca de 61% de seu capital. Whitacre tinha assumido a função de presidente executivo em dezembro passado.
Sua partida ocorre em um momento delicado, quando a GM prepara seu retorno à Bolsa de Nova York, na qual deixou de ser cotada em junho de 2009, ao ser acolhida na lei de falências, depois de integrar o índice Dow Jones desde 1925.
Apesar de a montadora não ter anunciado a data do retorno a Wall Street, vários veículos da imprensa local indicaram que o grupo poderá registrar sua solicitação às autoridades dos mercados de capitais na sexta-feira, com o objetivo de voltar à praça nova-iorquina até novembro.
A GM publicou nesta quinta-feira um lucro de 1,3 bilhão de dólares no segundo trimestre, o melhor em seis anos. Um ano antes, a "velha GM" registrava perdas de cerca de 13 bilhões de dólares. Esses resultados foram qualificados como "impressionantes" pelo site especializado Edmunds.com.
GM confirma lucro e muda de presidente antes de voltar à bolsa - Veronique Dupont - 12 Ago 2010 - Agence France Presse