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02 agosto 2010

Reconhecimento da Receita

Nós aprendemos em teoria contábil (vide capítulo 7 do livro de Teoria da Contabilidade, de Niyama e este blogueiro) que o processo de reconhecimento da receita pode ocorre ao longo do ciclo operacional da empresa. De uma maneira geral, registra-se a receita no momento da venda, sendo este o fato gerador da receita. Entretanto admitem-se algumas exceções a esta regra geral. Uma empresa cujo ciclo produtivo é muito grande pode considerar a geração da receita ao longo do processo de produção. Outra situação ocorre quando existem muitas incertezas sobre o potencial de recebimento, sendo possível admitir o reconhecimento na entrada do caixa.

O processo de reconhecimento da receita é complexo e inconsistente. Em razão disto, o Iasb, órgão regulador das normas contábeis internacionais, e o Fasb, entidade de normatiza a contabilidade nos Estados Unidos, juntaram esforços no sentido de modificar as normas de contabilidade sobre este assunto. A proposta básica é atacar estes problemas, focando o processo de registro da receita no momento que o produto ou serviço é transferido para o cliente. Através de um exposure draft de mais de cento e cinqüenta páginas, as duas entidades querem acabar com os contratos de longo prazo, responsável pelo reconhecimento da receita ao longo da produção. Além disto, as receitas onde existem incertezas no recebimento devem ser reconhecidas usando estimativas.

Algumas observações importantes sobre estas mudanças:

1. Não se aplicam a arrendamento, contratos de seguros e instrumentos financeiros
2. Os comentários e sugestões a proposta do Iasb e do Fasb encerram em outubro. A perspectiva é que o padrão final esteja pronto em meados de 2011.
3. Será exigido mais evidenciação dos contract costs
4. A mudança nas receitas que anteriormente eram registradas no recebimento representa uma mudança no foco do reconhecimento. Em lugar da preocupação com o “quando reconhecer” a receita, a proposta é no sentido de reconhecer, modificando a quantidade, ou seja, o “quanto”.
5. A proposta irá substituir a IAS 18 e IAS 11
6. O assunto é polêmico. Somente no Preliminary Views on Revenue Recognition in Contracts with Customers, 220 comentários foram recebidos.

Leia mais sobre o assunto:
Big Changes Proposed for Revenue Recognition - Journal of Accountancy, 24 de junho de 2010.

Big Revenue Recognition Changes to Come - Accounting principles, 25 junho de 2010

IASB and FASB propose a new joint standard for revenue recognition – 24 junho de 2010

Teste #320

A questão financeira dos clubes pode ser preocupante. Apesar do livro Soccernomics constatar que o índice de falências de clubes de futebol é muito baixo, esta semana a UEFA manteve um clube fora da Liga Europa por conta de dívidas de 60 milhões de euros. Este clube é

Aston Villa, da Inglaterra
Braga, de Portugal
Mallorca, da Espanha

Resposta do Anterior: BP. Fonte: The Gulf Oil Spill: BP Seeks Tax Cut On Cleanup Costs, Neil King Jr. , 28 jul 2010, The Wall Street Journal

Efeito da Sarbox

A Sarbox foi uma lei aprovada nos Estados Unidos após o escândalo da Enron. Pela influência daquele país na contabilidade mundial, uma nova regulamentação será acompanhada de perto pelos outros países do mundo. Também foi o caso desta norma.

Segundo uma pesquisa publicada no International Journal of Disclosure and Governance, no número de agosto de 2010, (The recent international growth of mandatory audit committee requirements, Jason Fichtner), a Sarbox exerceu uma grande influencia sobre as normas de outros países. O artigo explora a criação dos comitês de auditoria, criados para melhorar a qualidade das informações contábeis. Antes da aprovação da Sarbox, somente 10 dos 40 maiores mercados do mundo exigiam tal comitê. Com a nova lei, o número aumentou para 31.

Os mais influentes no Twitter

1. Barack Obama (@BarackObama)
2. Lady Gaga (@ladygaga)
3. CNN Breaking News (@cnnbrk)
4. Taylor Swift (@taylorswift13)
5. Pete Cashmore (@mashable)

Fonte: Aqui

Lucro após morte

Obra póstuma de M. Jackson é mais lucrativa que sua carreira
Brasil Econômico - Por AFP - 25/06/10

Obrá póstuma do cantor já supera seus 40 anos de carreira

A revista Billboard, especializada em música, constatou uma verdade mórbida: Michael Jackson pode valer mais morto do que vivo. A notícia surge um ano após a morte do astro americano.

As vendas de sua obra somaram mais de US$ 1 bilhão num balanço das vendas feito pela própria revista de todos os produtos relacionados com a voz, a imagem e danças do Rei do Pop.

Outro passo importante que contribuiu para o sucesso financeiro após a morte de Jackson foi a venda das gravações dos seus ensaios quando ele se preparava no Staples Center de Los Angeles para a turnê de 50 shows que estrearia em Londres, em 13 de julho passado.

O estúdio Sony Pictures comprou essas gravações por US$ 60 milhões e, em 28 de outubro, multidões foram ao cinema ver "Michael Jackson: This Is It".

Segundo o site especializado em bilheterias, o Boxofficemojo.com, este documentário figura como o filme de um show que mais arrecadou na história do cinema.

Logo depois vieram a vendas de DVD do mesmo documentário, e mais lucros pelos direito de transmissão do material na televisão, e assim o fundo de Michael Jackson somou mais US$ 392 milhões.

Outros milhões vieram com o lançamento de edições especiais de sua música, cerca de US$ 130 milhões, assim como com um acordo assinado com a Sony Music (US$ 31 milhões) para lançar dez álbuns do cantor até 2017 e, inclusive, US$ 35 milhões pela licença e a turnê que nunca chegou a realizar.

Paradoxalmente, a situação financeira do cantor em seus últimos anos de vida era caótica, a ponto de hipotecar seu rancho de Neverland. Suas dívidas chegavam a US$ 500 milhõ
es.

01 agosto 2010

Rir é o melhor remédio



Fonte: Estado de S Paulo, 31 jul 2010 (Edição/Digitalização: Mariana Ferreira)

Copa do Mundo e Dinheiro Público

Candidatas a financiamentos de R$ 4,8 bilhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), as obras milionárias dos estádios para a Copa do Mundo de 2014 reúnem indícios de superfaturamento, desperdício de recursos e negócios arriscados para os cofres públicos. Até sexta-feira, o Comitê Organizador do evento contabilizava o início das obras em apenas metade das 12 arenas pré-selecionadas para o Mundial. O palco de São Paulo segue indefinido.

A reconstrução do estádio da Fonte Nova, em Salvador, por exemplo, custará R$ 591,7 milhões, mas o Estado da Bahia já se comprometeu a pagar valor pelo menos 50% maior ao parceiro privado, responsável também pela administração e exploração da nova arena. Em Brasília, a reforma do Mané Garrincha é a obra mais cara da Copa, orçada em R$ 745,3 milhões. O novo estádio, com 71 mil lugares, corre o risco de virar um elefante branco em uma cidade sem torcidas nem tradição no futebol. Em Manaus, a construção da Arena Amazônia começou sob suspeita de preços superfaturados em pelo menos R$ 63 milhões.

De acordo com a divisão de responsabilidades, os governos locais se encarregam da construção e reforma dos estádios. A União participa com os financiamentos do BNDES, que têm taxas de juros abaixo da média do mercado, além de três anos de carência e 12 para pagar. “Tememos que aconteça como nos Jogos Pan-Americanos”, observou o procurador da República no Amazonas, Athaíde Ribeiro Costa. Ele coordena grupo do Ministério Público (MP) responsável por acompanhar os empreendimentos do Mundial. No Pan-Americano de 2007, o orçamento inicial estourou e a União cobriu o rombo para evitar o fiasco do evento. O grupo de procuradores se reúne no final desta semana em Brasília.

Riscos. As primeiras movimentações dos órgãos de controle tornam evidentes os riscos dos negócios da Copa para os cofres públicos. Correspondência encaminhada ao BNDES pela procuradora da República Juliana de Azevedo Moraes recomenda que o banco não conceda empréstimo de R$ 400 milhões ao consórcio responsável pela reconstrução da Fonte Nova. O consórcio é integrado pelas empreiteiras OAS e Odebrecht.

Contabilidade do Ministério Público mostra que em 15 anos o Estado pagará ao consórcio mais de três vezes o valor do estádio. O governo da Bahia contesta o cálculo, mas confirma que o pagamento supera o custo da obra, apesar de o parceiro privado ter assegurada pelo menos parte da bilheteria dos eventos. A taxa de retorno do investimento foi fixada em 16,47% ao ano, informou o secretário executivo da Parceria Público-Privada, Rogério Princhak.

O BNDES se limitou a informar que não há decisão sobre o empréstimo. Ao Estado, o banco informou que analisa os pedidos de financiamento já formalizados por seis Estados, mas o crédito ainda não foi aprovado para nenhum deles.

O estudo de viabilidade econômica dos estádios a longo prazo é uma das exigências do BNDES para a liberação do dinheiro. Esse pré-requisito pode inviabilizar o financiamento da reforma do Mané Garrincha. Caso a operação dos estádios não se mostre lucrativa, os governos estaduais serão chamados a cobrir os prejuízos.

Elefantes brancos. Em relatório aprovado há pouco mais de um mês, o Tribunal de Contas da União (TCU) destacou o risco de gestão dos estádios em Brasília, Manaus, Recife e Cuiabá. “O risco de elefantes brancos pode ser considerado alto em virtude de serem locais com pouca tradição de futebol”, destaca o documento.

Para o TCU, o novo estádio do Amazonas reúne os principais riscos das obras iniciadas no País para adequar as arenas das cidades-sede às exigências da Fifa. Auditores do Tribunal identificaram indícios de 46% de superfaturamento em apenas uma amostra dos custos do Vivaldão. O preço extra apontado era de R$ 63 milhões.


Risco dos elefantes - Marta Salomon/BRASÍLIA - 1 Ago 2010 - O Estado de São Paulo