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15 julho 2010

Com expressões curiosas traduzidas do japonês, gráficos de "vela" ganham espaço nas análises do mercado financeiro
Emanuel Alencar - O Globo

RIO - "Bebê abandonado", "estrela cadente", "martelo invertido", "homem careca", "nuvem escura"... Expressões curiosas derivadas de leituras gráficas inventadas pelos japoneses no século XVIII, os candlesticks (castiçais, em português) quebram o tom muitas vezes formal e frio do mercado financeiro e ganham terreno no Brasil, num processo que começou, de maneira mais consistente, há cinco anos.

As análises gráficas de candlestick têm este nome porque os objetos que formam o gráfico referente ao desempenho de uma ação na Bovespa (Petrobras PN, por exemplo), lembram os suportes de velas. Para orientarem seus clientes, analistas técnicos - também chamados de "grafistas" - elaboram relatórios com estes gráficos, buscando identificar padrões e indicadores que se repetem periodicamente. A análise dos gráficos de candles é visual: o analista observa no gráfico uma tendência estabelecida e tenta encontrar figuras (chamadas padrões) que tenham certa relevância. São estes desenhos que ganham os nomes curiosos.

Cada candle ("vela") é formada ao fim de um determinado período. Dependendo do desempenho do papel, a "vela" formada terá um tipo de formato. Ao fim do pregão, os clientes recebem esta análise gráfica, com comentários dos analistas técnicos. Desta forma, o investidor pode tomar a decisão de vender ou não a ação, com base em comportamentos anteriores das "velas".

Além de ações específicas, os gráficos de candle podem se referir a um indicador específico na Bovespa, ou seja, a um conjunto de ações, como o Ibovespa.

Técnica se popularizou em Nova York
Especialistas de análise gráfica contam que a origem do candlestick é japonesa, ainda no tempo em que só eram negociados contratos futuros de arroz na bolsa. Naquela época, os japoneses já eram bons grafistas. A técnica sobreviveu no oriente e se popularizou graças a Steve Nisson, um americano que operava no mercado de ações de Nova York, no início da década de 80.

A maioria das plataformas gráficas já começa a adotar os gráficos de candles, substituindo os de barra e os de linha - Carlos Alberto Debastiani
Apesar dos termos divertidos, os candles são coisa séria, sim senhor. Autor do livro "Candlestick - um método para ampliar lucros na bolsa de valores" (2007, Editora Novatec), o empresário Carlos Alberto Debastiani explica que o método oferece ao investidor uma visão mais precisa das tendências dos pregões do que, por exemplo, os gráficos de linhas ou barras:

- Os candles têm ganhado o gosto dos investidores. A maioria das plataformas gráficas já começam a adotar os gráficos de candles, subistituindo os de barra e os de linha. Ele é mais rico, diz com mais fidelidade o que acontece no pregão. Além disso não usa uma terminologia técnica. Os nomes lembram, de fato, os formatos. O martelo tem um formato semelhante à ferramenta. A "nuvem negra" é formada por candles brancos alongados, cobertos por um candle negro. Tem a ver. O Brasil vem pasando por uma etapa de crescimento do mercado de ações e a tendência é que este método se popularize.

Debastiani explica que os candles, como todos os demais gráficos, são montados sobre uma matriz bidimensional com eixos X e Y. A escala vertical demarca a evolução dos valores dos ativos enquanto a escala horizontal representa a linha do tempo, que irá marcar os intervalos. Esses intervalos podem ser de qualquer duração que se queira: um dia, uma semana ou "intraday", que são intervalos menores que um um dia (15 ou 30 minutos, por exemplo). Cada um desses intervalos definidos irá compor um elemento gráfico (um candle).

Para se criar o candlestick usa-se o preço de abertura, fechamento, máximo e mínimo de cada dia. O corpo do candlestick é representado por uma barra cuja altura é dada pela diferença entre o preço de fechamento e abertura, enquanto a linha acima (o pavio da vela) e abaixo correspondem ao preço máximo e mínimo respectivamente. Quando o preço de fechamento é maior que o preço de abertura do dia, o candlestick normalmente é representado pela cor branca. E quando o preço de fechamento é menor que o preço de abertura do dia, utiliza-se a cor preta.

Há dez anos poucas pessoas conheciam e muitas que conheciam não acreditavam (no método). De cinco anos pra cá tenho visto um "boom" dos candles - Rodrigo Correia
O analista técnico Rodrigo Correia, da Doji Star Four Graphics, empresa especializada em consultoria e treinamento em análise gráfica, também enxerga um "boom" dos candlesticks.

- Quando eu comecei na área, não traduzia nem associava os gráficos a estes termos. Mas hoje em dia a metodologia é muito usada aqui no Brasil. Há dez anos poucas pessoas conheciam e muitas que conheciam não acreditavam (no método). De cinco anos pra cá tenho visto um "boom" dos candles.


Além de integrar o vocabulário cotidiano dos analistas, estes termos acabam indo para relatórios de clientes, diz Correia.

- Aqui na empresa, o cliente está sempre ciente do padrão que pintou ou que está para pintar, principalmente no boletim diário.

Raphael Figueiredo, analista da Icap Brasil, diz que os gráficos ajudam os investidores a compreenderem melhor um assunto muitas vezes tido como complicado e confuso.

- É claro que esta linguagem menos formal, mais simples, ajuda a atrair novos clientes, mas expressões são mais faladas entre os especialistas do que nos relatórios.

Transparência na área pública

O site do governo federal para acompanhamento da execução orçamentária do País é o mais bem avaliado pela associação Contas Abertas, segundo levantamento divulgado hoje. O site do governo (www.transparencia.gov.br) recebeu nota 7,56, numa avaliação de zero a dez.

Se o recorte for feito apenas entre os Estados, sem contar o site federal, o portal de São Paulo (www.transparencia.sp.gov.br) fica na primeira posição, com 6,96 de avaliação. Para chegar a esta pontuação, o Contas Abertas analisou critérios como o conteúdo oferecido por cada site, a frequência na atualização das informações e o nível de facilidade da ferramenta de pesquisa.

A média geral entre os Estados foi de 4,98, número considerado baixo pela associação. "Os Estados brasileiros ainda não permitem à sociedade a fiscalização adequada dos gastos públicos", avalia Gil Castello Branco, secretário-geral do Contas Abertas, que atribui o fato de a nota mais alta ser do governo federal por se tratar de um site com sete anos de criação que tem "expertise no assunto". "Serviu até como parâmetro para outros sites estaduais e municipais", completa.

Os cinco primeiros colocados no ranking foram: São Paulo (6,96), Pernambuco (6,91), Rio Grande do Sul (6,29), Paraná (6,07) e Minas Gerais (5,60). O Rio de Janeiro ficou em 12º lugar (5,09), e o Distrito Federal em 14º (4,8). Os piores colocados no ranking foram Piauí, em último lugar (3,04), Roraima, em penúltimo (3,31) e Acre, Bahia e Rio Grande do Norte empatados com a terceira pior nota (3,82). Veja a lista completa em: www.indicedetransparencia.org.br.

Legislação

Castello Branco ressalva que o índice de transparência apontado pelo Contas Abertas não mensura a probidade administrativa, nem a eficiência na alocação de recursos públicos. De acordo com ele, no entanto, quanto mais transparente for o site, maior o poder de fiscalização da sociedade.

A Lei Complementar 131 estabelece o prazo de quatro anos para que a União, Estados e Municípios disponibilizem na internet informações pormenorizadas, em tempo real, sobre a execução orçamentária e financeira. A lei foi regulamentada em maio deste ano.

Contas Abertas: site do governo federal lidera avaliação
Por Carol Pires

Caixa, muito caixa



A tabela mostra as maiores empresas em volume de caixa nos Estados Unidos (não participam desta amostra bancos e outras instituições financeiras). As 20 maiores possuem mais de 600 bilhões de dólares em dinheiro, sendo que a primeira em caixa possui quase 150 bilhões em caixa. Fonte: Corporate Cash, Ritholtz

14 julho 2010

Rir é o melhor remédio



Uma partida de xadrez e o locutor

Teste #311

No teste anterior comentou-se sobre o caixa das empresas. Mas existe muito dinheiro de milionários (acima de um milhão de dólares) que não estão investidos. Uma estimativa indicou que o volume de dinheiro dos milionários que não está nas mãos de fundos de investimento (entre outros investidores) é de:

US$10 trilhões
US$ 1 trilhão
US$ 100 bilhões

Resposta do Anterior: O primeiro número refere-se a quantidade de caixa da Berkshire, a empresa que possui maior volume de caixa. O segundo número é a resposta correta. O terceiro, corresponde ao volume de caixa das 50 maiores empresas (em caixa e equivalente). Fonte: Corporate Cash, Rihotz

Economia Irracional

O livro Economia Irracional é decepcionante. Nem a presença de autores conhecidos como Akerlof, Arrow, Schelling, Shiller, Slovic e Sunstein, sendo os três primeiros ganhadores do Nobel de Economia, salva a obra. É uma junção de artigos, com assuntos como risco, superstição e racionalidade. Mas tudo muito superficial, com pouco vínculo entre os assuntos.

O artigo de superstição, de Shelling, discute a questão do número treze, da falácia de Monte Carlo, dos jogos contra natureza e de religião. Mas quatro páginas e meia não apresenta nada de novo. Na realidade, dos trinta capítulos, gostei somente de dois deles. Ambos discutem a questão da reação aos desastres naturais. O primeiro, O problema do Roubo, de Kip Viscusi, apresenta o caso interessante da cidade de Nova Orleans, que foi destruída pelo Katrina, um furação, em 2005. Apesar de muitos economistas questionarem a ajuda para reconstruir a cidade, em razão dos riscos ainda presentes de novas tragédias, a cidade está sendo reconstruída. Viscusi enxerga aqui o efeito propriedade, um problema estudado em finanças comportamentais, onde as pessoas costumam atribuir um valor exagerado aos seus bens.

O segundo artigo interessante é A Peculiar Política Americana da Administração de Desastres, de David Moss. O autor escreve sobre o comportamento do governo diante de situações de risco extremo, como é o próprio caso do Katrina. Em lugar de usar um “seguro”, o governo tem financiado estas situações com receitas orçamentárias emergenciais. Moss faz um retrospecto histórico mostrando que nem sempre isto foi assim: no passado, a assistência de grandes desastres era principalmente de entidades como a Cruz Vermelha, e cobriam somente uma pequena parcela dos dados estimados. Em 1927, um enchente no Misssissipi teve uma assistência de 3,3% dos danos coberta pelo governo e 5,8% pela Cruz Vermelha. Em 1993, um nova enchente no mesmo rio trouxe uma ajuda governamental de 52,5% do total dos danos, enquanto a Cruz Vermelha ajudou somente 0,4%. Moss acredita que a diferença entre as duas tragédias deve-se a atuação da imprensa e seus efeitos sobre a opinião pública. Cenas dramáticas das tragédias tendem a sensibilizar os políticos, inclusive os congressistas que irão aprovar o destino das verbas públicas. Além disto, as reportagens tendem a enfatizar as perdas (de vida ou de objetos materiais), deixando de lado as ações preventivas que poderiam ter sido realizadas.

Dois textos interessantes, mas pouco para uma obra cujo subtítulo é “Como tomar as decisões certas em tempos de incerteza”.

Economia Irracional. Organizado por Erwann Michel-Kerjan e Paul Slovic, Elsevier, 2010.

Portugal e a Crise

A agência de classificação de risco Moody's reduziu a avaliação da dívida de Portugal nesta terça-feira (13) em dois graus, de "AA2" para "A1", com perspectiva estável.


Fonte: Brasil Econômico. Comentário do sítio Business Insider

Desculpa Portugal, você é um dos PIGS, mas claramente você não importa hoje:
Londres: +0.7% (FTSE 100)
Paris: +0.6% (CAC 40)
Frankfurt: +0.6% (DAX)
Grécia: +0.4% (Athex)
Espanha: +0.4% (IBEX 35)
Portugal: -0.2% (PSI General Index)
Euro: $1.254 (-0.4%)