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14 julho 2010

Economia Irracional

O livro Economia Irracional é decepcionante. Nem a presença de autores conhecidos como Akerlof, Arrow, Schelling, Shiller, Slovic e Sunstein, sendo os três primeiros ganhadores do Nobel de Economia, salva a obra. É uma junção de artigos, com assuntos como risco, superstição e racionalidade. Mas tudo muito superficial, com pouco vínculo entre os assuntos.

O artigo de superstição, de Shelling, discute a questão do número treze, da falácia de Monte Carlo, dos jogos contra natureza e de religião. Mas quatro páginas e meia não apresenta nada de novo. Na realidade, dos trinta capítulos, gostei somente de dois deles. Ambos discutem a questão da reação aos desastres naturais. O primeiro, O problema do Roubo, de Kip Viscusi, apresenta o caso interessante da cidade de Nova Orleans, que foi destruída pelo Katrina, um furação, em 2005. Apesar de muitos economistas questionarem a ajuda para reconstruir a cidade, em razão dos riscos ainda presentes de novas tragédias, a cidade está sendo reconstruída. Viscusi enxerga aqui o efeito propriedade, um problema estudado em finanças comportamentais, onde as pessoas costumam atribuir um valor exagerado aos seus bens.

O segundo artigo interessante é A Peculiar Política Americana da Administração de Desastres, de David Moss. O autor escreve sobre o comportamento do governo diante de situações de risco extremo, como é o próprio caso do Katrina. Em lugar de usar um “seguro”, o governo tem financiado estas situações com receitas orçamentárias emergenciais. Moss faz um retrospecto histórico mostrando que nem sempre isto foi assim: no passado, a assistência de grandes desastres era principalmente de entidades como a Cruz Vermelha, e cobriam somente uma pequena parcela dos dados estimados. Em 1927, um enchente no Misssissipi teve uma assistência de 3,3% dos danos coberta pelo governo e 5,8% pela Cruz Vermelha. Em 1993, um nova enchente no mesmo rio trouxe uma ajuda governamental de 52,5% do total dos danos, enquanto a Cruz Vermelha ajudou somente 0,4%. Moss acredita que a diferença entre as duas tragédias deve-se a atuação da imprensa e seus efeitos sobre a opinião pública. Cenas dramáticas das tragédias tendem a sensibilizar os políticos, inclusive os congressistas que irão aprovar o destino das verbas públicas. Além disto, as reportagens tendem a enfatizar as perdas (de vida ou de objetos materiais), deixando de lado as ações preventivas que poderiam ter sido realizadas.

Dois textos interessantes, mas pouco para uma obra cujo subtítulo é “Como tomar as decisões certas em tempos de incerteza”.

Economia Irracional. Organizado por Erwann Michel-Kerjan e Paul Slovic, Elsevier, 2010.

Portugal e a Crise

A agência de classificação de risco Moody's reduziu a avaliação da dívida de Portugal nesta terça-feira (13) em dois graus, de "AA2" para "A1", com perspectiva estável.


Fonte: Brasil Econômico. Comentário do sítio Business Insider

Desculpa Portugal, você é um dos PIGS, mas claramente você não importa hoje:
Londres: +0.7% (FTSE 100)
Paris: +0.6% (CAC 40)
Frankfurt: +0.6% (DAX)
Grécia: +0.4% (Athex)
Espanha: +0.4% (IBEX 35)
Portugal: -0.2% (PSI General Index)
Euro: $1.254 (-0.4%)


13 julho 2010

Rir é o melhor remédio

A chave

Teste #310

Os especialistas notam que o volume de dinheiro existente nas grandes empresas está aumentando ao longo do tempo. As vinte maiores empresas dos EUA, não financeiras, em termos de volume de caixa e equivalente possuíam:

US$147 bilhões
US$624 bilhões
US$824 bilhões

Resposta do Anterior: Scorsese. Fonte: Reuters, Scorsese é processado por consultor financeiro de celebridades

Links

Desentendimento no Iasb quanto as Normas Contábeis de Alta Qualidade

Pesquisa: As práticas contábeis antes da IFRS continuam com a adoção da IFRS

SEC: convergência ou adoção total das normas internacionais?

Pressão da imprensa e evidenciação ambiental na Nike e Hennes & Mauritz

Princípios contábeis e "neuro-contabilidade"

Avaliação de Docente

Desde 2003 a Universidade de Brasília vem fazendo, semestralmente, avaliação do seu corpo docente. A cada período chegam a ser aplicados entre 30 a 40 mil questionários. Esta massa de dados foi analisada por uma estatística da Universidade, Gabriela Barros. Usando dados de mais de 200 mil questionários, a pesquisadora descobriu alguns aspectos interessantes. Ao longo do período, o grau de satisfação tem aumentado, mesmo que de forma pouco significativa em termos estatísticos.

Tive oportunidade de ler a pesquisa de Gabriela Barros e achei interessantes os aspectos mais negativos na opinião dos alunos: uso de estratégia para motivar os alunos quanto ao conteúdo; discussão dos resultados de avaliação de aprendizagem; e incentivo para que o aluno possa aprofundar o aprendizado.

Surpreendente, em minha opinião, os pontos fortes apontados pelos alunos: domínio do conteúdo ministrado; assiduidade; cordialidade na relação com os alunos; e respeito às idéias dos alunos. Vivendo na UnB, e escutando frequentemente comentários sobre professores que faltam continuamente, é interessante notar que esta não é a opinião dos alunos.

Ambiente e Contabilidade

Um texto do The Guardian, Add environmental balance sheets to accounts, regulators told (Juliette Jowit, 13 de julho de 2010) discute a necessidade de reconhecer nos balances o impacto ambiental e social. Isto estaria sendo discutido pelos reguladores contábeis. Neste sentido, as empresas devem evidenciar o efeito sobre a qualidade do ambiente.

A origem estaria num relatório da ONU, que alertou sobre os perigos para o planeta. O líder do estudo, Pavan Sukhdev, estaria discutindo com o International Accounting Standards Board (IASB) e com o Financial Reporting Council, da Inglaterra. A idéia é evidenciar os impactos ambientais e sociais para permitir que as empresas possam monitorar e melhorar suas operações, ajudando a evitar os problemas de carona (free-riding) com os benefícios, afirmou Sukhdev ao The Guardian.

Uma pesquisa do The Economics of Ecosystems and Biodiversity (TEEB), citada pelo jornal, informa que os danos ambientais de três mil empresas em 2008 foi de 2,25 trilhões.