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12 maio 2010

Aventuras Públicas e Aventuras Privadas

Explorar os extremos da Terra – o Ártico, a Passagem Nordeste e o Pólo Norte - era o sonho dos aventureiros do século XIX e início do século XX. Este era o grande desafio para os heróis daqueles tempos. Entretanto, ao contrário da exploração da América na época do descobrimento, a terra gelada não apresentava nenhuma promessa de riqueza.

Assim, uma viagem ao Ártico teve muito mais interesse científico do que econômico, sendo um campo ideal para que uma expedição seja financiada por um governo mais benevolente. Mas algumas das aventuras realizadas no período foram financiadas pela iniciativa privada.

Em 2001, Jonathan Karpoff, da Universidade de Washington, publicou um interessante estudo sobre estas expedições ocorridas entre os anos de 1818 e 1909. Este estudo foi publicado no Journal of Political Economy e apresentou alguns resultados importantes. Karpoff comparou as viagens realizadas sob o financiamento do governo com aquelas que tinham dinheiro de empresários. O resultado mostrou que as viagens com o dinheiro público possuíam melhores navios e maiores pessoas envolvidas. Em termos contábeis, as aventuras com recursos públicos possuíam melhor financiamento. Assim, enquanto em média uma viagem com recursos de empresários tinha em média 17 pessoas, as expedições públicas tinham em torno de 70 pessoas.

Mas as aventuras com recursos governamentais tiveram uma taxa maior de problemas, seja no número de mortos de tripulantes, sejam em doenças ou em chance de perda de um navio. O resultado final também mostra que as expedições com recursos privados foram responsáveis pela maior parte do número de descobertas realizadas no período: cinco dos seis grandes achados.

Este melhor resultado deve-se, segundo Karpoff, a três razões. Em primeiro lugar, as aventuras governamentais geralmente funcionavam através de comitês e os fatores políticos tinham um papel nas decisões, inclusive na composição da tripulação. Uma segunda razão é que as expedições privadas possuíam uma melhor curva de aprendizagem, com reflexo na forma como as experiências anteriores eram incorporadas nas viagens. Terceiro lugar, os incentivos funcionavam melhor nas aventuras com recursos privados.

John Lott, em Freedomnomics (p. 130), ao comentar este artigo, afirma:

O mercado não é perfeito, claro. Mas o governo normalmente está muito mais distante da perfeição

Balanços das Limitadas

Uma sentença da Justiça Federal obrigou as sociedades limitadas de grande porte a publicar suas demonstrações financeiras em diário oficial e jornal de grande circulação. O juiz Djalma Moreira Gomes, da 25ª Vara Cível de São Paulo, julgou procedente o pedido da Associação Brasileira de Imprensas Oficiais (Abio) e declarou nulo o item 7 do Ofício-circular nº 99, de 2008, do Departamento Nacional de Registro do Comércio (DNRC), do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. No documento, o órgão, ao interpretar a Lei nº 11.638, de 2007 - que alterou dispositivos da Lei das Sociedades Anônimas, a Lei nº 6.404, de 1976 -, tornou facultativa a publicação dos balanços. 

A questão surgiu com a Lei 11.638, que obrigava grandes empresas, abertas ou não, a evidenciar seus resultados. O mais relevante da notícia é que a causa foi apresenta não por entidades que deveriam defender os usuários da informação ou por profissionais, mas por uma associação que certamente está mais interessada nas receitas que serão geradas com esta publicação. É uma pena. (Fonte da notícia: Valor Econômico, via Contabilidade e Controladoria)

11 maio 2010

Rir é o melhor remédio

Roupas interessantes:


Fonte: aqui e aqui

Teste #277

Seja a seguinte notícia:


 

O bispo RR Soares, da Igreja Internacional da Graça de Deus, está fechando uma negociação de cerca de R$ 200 milhões com a RedeTV! Os programas do missionário, que já ocupam a madrugada e o final da tarde, terão em breve mais horários no canal. RR Soares esteve na semana passada na RedeTV! negociando a compra também da faixa das 13h às 14horas, tirando de lá produtos da Igreja Universal. Com isso, terá 194 horas mensais de programação na RedeTV!, fatia gorda (27%) das 720 horas mensais de um canal. Fontes do mercado garantem que, com a compra, a RedeTV! receberá cerca de R$ 70 milhões anuais do bispo, em um contrato de três anos.


 

Fonte: aqui 

Qual o custo da hora do contrato?


 

Resposta do Anterior: Chernobyl. Este acidente contaminou 50% da área de Ucrânia, demandou a evacuação de 200 mil pessoas e matou em torno de 125 mil pessoas, incluindo aquelas que morreram de câncer anos mais tarde. O custo estimado de 200 bilhões de dólares. Exxon Valdez teve um custo de 2,5 bilhões. Titanic, de 150 milhões. Fonte: aqui 

Valor justo para passivos

O Iasb acaba de lançar um comunicado sobre a questão da contabilização dos passivos financeiros pelo valor justo. Segundo o Iasb, a proposta atende a opinião de usuários sobre a volatilidade dos resultados em razão da adoção da mensuração pelo valor justo.

O Iasb usou o termo "contra-intuitivo" para referir a questão e afirmou que a adoção do valor justo não apresenta "informações úteis para os investidores".

O comunicado do Iasb é uma forma de reconhecimento das limitações do valor justo para mensurar os elementos patrimoniais, apesar do instituto ter afirmado que a proposta não muda sua posição com respeito a mensuração dos passivos.

A proposta do Iasb é que os ganhos e perdas dos passivos financeiros sejam considerados em "outros resultados abrangentes", não afetando o resultado reportado.

Links

Ilusão de ótica da American Scientific

Estudantes estudam menos nos dias de hoje

Vídeo: Neymar, Robinho e Ganso ao som de Beyoncé num comercial

Bafômetro para pedestres na Austrália

Os mais caros acidentes da história

Ser o primeiro

Por que alguém se apressaria para comprar um produto novo sabendo muito bem que ele estará mais barato, e provavelmente melhor, alguns meses depois?

Centenas de milhares de compradores do iPad agiram assim no mês passado. Steve Jobs, presidente da Apple, se gabou dizendo que, em apenas 28 dias após o lançamento, a Apple vendeu um milhão de aparelhos. Os compradores correram às lojas duas vezes mais rápido do que no caso do iPhone.

Uma dura lição sobre essa mania de querer ser o primeiro a comprar novidades tecnológicas foi aprendida pelos pioneiros do iPhone, em 2007. Eles pagaram US$ 600 pelo aparelho nos Estados Unidos. Dois meses depois, a Apple reduziu o preço para US$ 400. E depois, em junho de 2009, a empresa lançou uma nova versão do telefone, com o dobro da capacidade de armazenamento de dados, por um terço do preço original.

Mas como é que esses compradores afoitos justificam suas ações? Com frequência, eles dizem que conseguiram fazer um bom negócio.

Naturalmente, não é fácil para um consumidor saber o real valor de um produto. Alguns dias depois do lançamento do iPad ? que, na sua versão mais básica, custa US$ 500 nos Estados Unidos ?, os analistas da empresa de pesquisa de mercado iSuppli desmontaram o aparelho e calcularam o valor de suas peças em US$ 260. Essa é uma base para o preço. Ninguém espera que a Apple venda seu lançamento por um valor tão baixo ? ainda.

O primeiro comprador está em busca de uma espécie de limite do preço, e foi o que a Apple ofereceu. Quando anunciou a iminente venda da primeira série de iPads, a companhia disse que uma segunda leva seria lançada em breve ao custo de US$ 130. Mas a versão mais cara dessa nova série, que tem 64 gigabytes de memória e está conectada à rede de celular da AT&T, custa US$ 830. Isso dá ao consumidor uma referência, o que as empresas chamam de "âncora de preço". A estratégia ajuda a convencer as pessoas de que elas vão "economizar" comprando alguma coisa por menos de US$ 830.

Professores de Economia podem dizer que esse comportamento é irracional, mas isso não significa que trata-se de algo inútil. Aquelas pessoas que fazem fila para comprar novidades são responsáveis por passar informações importantes sobre o produto recém-lançado para outros consumidores, diz Jonah Berger, professor assistente de Marketing na Wharton School da Universidade da Pensilvânia.

Dam Ariely, professor de teoria econômica comportamental na Duke University e autor do livro The Upside of Irrationality (O Ápice da Irracionalidade), fez um estudo sobre as razões que levam os consumidores loucos por novidades a agir desse modo. "Não tem a ver com a análise de custo-benefício", diz ele. Está mais relacionado com a expressão da identidade dos consumidores.

Embora as pessoas ávidas para serem as primeiras não façam exatamente essa conta ? "pagaria US$ 100 pelo meu ego" ? elas estão pagando pela exibição de seus produtos novíssimos ou pela imagem de vanguardista.

Para Ariely, o reconhecimento público é importante. Alguns consumidores aceitam pagar mais caro por um carro Prius, cujos benefícios ecológicos podem ser discutíveis. Mas essas mesmas pessoas podem ser bem mais cautelosas na hora de comprar um novo sistema de isolamento térmico para a casa, reconhecidamente um dos melhores meios para economizar energia.

A lógica é mais ou menos essa: seus amigos vão vê-lo desfilando por aí num Prius. Mas ninguém vai ver as duas polegadas extras de R-38 no seu sótão.

A ansiedade de ser o primeiro - Por que milhares de consumidores se acotovelam em filas para comprar produtos recém-lançados que vão ficar mais baratos em poucos meses - THE NEW YORK TIMES 

Estado de São Paulo – 10 de maio de 2010 - / TRADUÇÃO DE TEREZINHA MARTINO